Turquia: as dicas da Carla Tolosa

Pamukkale

A querida Carla Tolosa, também conhecida como Carla2, esteve em junho de 2008 na Turquia. Durante doze dias, passeou por Istambul, Capadócia, Pamukkale e Éfeso (Kusadasi). Recentemente a Carla resumiu as dicas testadas durante a sua viagem para ajudar no planejamento da Mari Campos (que está no momento em Istambul) e da CarlaZ (que vai agora em setembro). Eu entrei no meio da conversa delas para pedir uma cópia desse precioso email, que repasso, com a devida autorização, para todos vocês.

Istambul

Fiquei quatro noites no Erboy Hotel, no bairro de Sirkeci; reservei pelo site Otel.com. Eu ficaria nesse hotel de novo só pela guest manager – um doce de pessoa, e resolveu nossa vida na Turquia, nos apresentando o Metin, que nos ajudou a montar o roteiro pelo interior (dados do Metin daqui a pouquinho). Ela se chama Ayse (pronuncia-se Aicha); seu email é [email protected].

Aconselho você a pegar um hotel em Sirkeci ou em Sultanahmet.

Quanto aos passeios, faça tudo que estiver no guia que você levar, e mais:

• Pegue o ferry-boat (no último píer, mais próximo da ponte) e fazer o passeio pelo Bósforo até o Mar Negro. O ferry vai parando em diversos pontos, mas a idéia é saltar na última parada, onde tem um castelo no ponto mais alto da vila. A subida é dureza, mas a vista compensa. Não esquecer de levar água!!!

• Às 20h tem um show de luzes e som na Mesquita Azul (é do lado que tem vários bancos do lado de fora). A dica é chegar cedo e ficar num restaurante muito agradável que tem em frente à mesquita (mesas no jardim), pois no intervalo tem um show dos dervixes rodopiantes – na verdade é meio fake, tem só 3 músicos (o original são 8 se não me engano) e apenas um dervixe. Mas se não der para ir até a cidade-sede deles (Konya, que fica na Capadócia, ao sul de Goreme e Ürgüp), pode ser um bom programa.

Depois de Istambul

O agente que montou toda a programação pelo interior da Turquia foi o Metin Koca, da Ensemble Travel. No pacote da Ensemble estavam inclusos: todos os trânsfers hotel/rodoviária/hotel, os hotéis (todos com café da manhã, e na Capadócia com 1 refeição), e os tours guiados na Capadócia e em Éfeso.

Capadócia

Pegamos um ônibus noturno na Nevtur de Istambul a Ürgüp (11 horas de viagem). Reservamos duas noites no Hisar Evi Cave Hotel (hotel na caverna) próximo a Uçhisar.

Nosso passeio de balão estava marcado para o dia seguinte. Custa entre 120 e 150 euros, mas conseguimos por 110 euros com a Ensemble Travel. Eles te pegam no hotel às 5h30 da matina, mas vale a pena. Às 8h você volta para o hotel, toma café da manhã, e sai para o tour pela Capadócia, incluindo visita à cidade subterrânea e aos “pombais”.

No último dia fizemos outro tour, visitando as igrejas construídas nas rochas e uma loja de cerâmica em Avanos.

Os passeios na Capadócia foram feitos com a Agra Tour. O atendimento era péssimo (fomos mal recepcionadas), mas o guia que nos acompanhou era fantástico!!! O nome dele é Onur Koksuyer.

Pamukkale

De Ürgüp pegamos outro ônibus noturno com destino a Pamukkale. (A cidade maior perto chama-se Denizli.)

Ficamos uma noite no Hotel Koray. Vi num guia que é o melhor da cidade – a cidade é pequena e o hotel, simples, mas agradável.

Atenção: em Pamukkale, não compre a visita guiada aos terraços de travertino e à Hierápolis. Os terraços ficam a 10min de caminhada do hotel (a cidade é pequena), e subindo os terraços chega-se à Hierápolis. Leve roupa de banho para os terraços e a piscina termal em Hierápolis. Dá para fazer os dois em um dia. Fizemos no mesmo dia da chegada, pois no dia seguinte íamos sair cedo para o próximo destino.

Éfeso (Kusadasi)

Pegamos um ônibus logo depois do café da manhã para Selçuk (três horas de viagem).

Ficamos hospedadas duas noites em Kusadasi, num confortável hotel de frente para o mar Egeu, o Pine Bay Marina.  Kusadasi é meio Guarujá, mas é um bom passeio, mar bonito, bons restaurantes, ocidentalizada. Pôr do sol no mar, lindo.

No dia seguinte fizemos o passeio a Éfeso, uma das ruínas mais importantes (senão a mais importante) da Turquia. Ali viveram de 400 a 500mil pessoas.  Foi capital da província romana na Ásia (ou seja, durante o império romano, era a cidade mais importante depois de Roma). Não fica muito longe de Tróia, que nós não visitamos. Dizem que São João Batista, encarregado por Jesus de cuidar de sua mãe após sua “morte”, levou Maria para viver em Éfeso. Não exatamente na cidade, mas numa casa nas montanhas a uns 10 km dali. A Casa de Maria é famosa e pode ser visitada no mesmo dia das ruínas. Leve uma ou mais garrafinhas para trazer as águas que brotam de três fontes no local. Nesse mesmo tour visita-se o museu localizado em Selçuk e o templo de Artêmis (do qual só sobrou uma coluna visível; para o restante é necessário olho de arqueólogo).

No terceiro dia na região passamos o dia em Sirince, uma cidade grega no alto da montanha – pega-se um microônibus em Selçuk (na estação de ônibus), que leva uma meia hora. A cidade é encantadora, pequenininha, não tem carros, e tem várias lojinhas e tendas pelas ruas. Procure pela Igreja (Kilise), e tome algo ou almoce no terraço do Kilise Restaurant – prove os vinhos de frutas que eles fazem lá.

Voltando a Selçuk, pegamos o ônibus noturno para Istambul.

Observações gerais

1) As viagens em ônibus noturno são cansativas. Sugiro gastar um pouco mais e fazê-las de avião, ainda que os ônibus sejam de primeira linha, confortáveis, com banheiro a bordo, café, água, bolinho…

2) Junho já estava muito quente. Somente na Capadócia as noites eram frias, mas de dia muito sol.  Istambul e Selçuk (ruínas de Efeso): muito, muito, muito quentes. Para ir no verãozão, talvez seja melhor ter mais dias, para fazer tudo devagarzinho. (O dia que visitamos as ruínas estava fazendo 43ºC, e não tinha muita sombra, não…).

3) Pelo tour pelo interior, pagamos 450 euros (fora o balão). Os preços começaram em 740 Euros (com deslocamentos de avião), baixaram para 680, depois tiramos os aviões… Esse pacote incluiu: todos os hotéis, todos os ônibus, todos os transfers, os passeios com guia (todos da Capadócia, Éfeso) – os passeios incluíam o almoço, e todos os hotéis tinham café da manhã.

4) O passeio de balão é IMPERDÍVEL – tem que ir, ainda que custe caro. Vale cada centavo.

5) Lugares aonde não fui, mas acho que merecem ser visitados: Ankara ( a capital, afinal de contas…), Tróia, e um cruzeiro de 4 dias no Sul, próximo a Olympus. Também ficaria mais dias na Capadócia, para fazer as trilhas que dava para ver do balão.

6) Li num dos guias que quanto mais a leste e para o interior do Mar Negro, o país vai ficando menos turístico (tanto na infra-estrutura quanto na quantidade de turistas) e o islamismo é mais sentido. Por onde andamos, não era necessário cobrir a cabeça, com exceção das mesquitas. Também usamos shorts, camisetas regatas, sem problemas. E a região Leste do país não é das mais tranqüilas politicamente.

7) Quanto ao assédio dos homens: nada grave, mas acontece.  No primeiro dia entramos numa loja no Grande Bazar e o vendedor ficava se encostando no meu braço, pegando pela cintura para conduzir o meu olhar a outras coisas. Demorei a perceber que aquilo era uma forma desrespeitosa (tenho certeza que ele não faria isso com uma turca), pois nós, latinos, estamos acostumados ao contato físico, e encostar o braço realmente não me incomodava. Comecei a achar estranho aquela mãozinha boba na cintura. Depois disso fiquei mais esperta, mas nem todos são assim. Eles gostam muito de conversar, e acho que para eles também é algo inusitado, as nativas não ficam dando trela.  Eles adoram o Brasil e o futebol brasileiro. Alguém com alguma cultura futebolística (a minha é nula) vai fazer mais sucesso, seguramente.

Obrigadíssimo, Carla!

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353 comentários

Sem dúvida, viajando por conta própria a gente faz o que acha que deve e é muito melhor! Vamos analisar bem essa possibilidade e com as dicas fica bem mais fácil.

Um abraço!

Oi, Ricardo!

Mais uma vez obrigada por sua atenção e rapidez nas respostas, o que achei muito legal.

Já temos o hábito de viajar pelo Brasil e curtimos muito conhecer bem os lugares, caminhar bastante e procurar as coisas peculiares de cada um. Por isso, quando viajamos, não ficamos presos ao roteiro do pacote e buscamos fazer o que temos vontade e com calma. Foi assim que descobrimos, por exemplo, a cidade de Penedo, em Alagoas, que não consta em nenhum pacote e é maravilhosa!

A coisa que mais detestamos é o tal do “passeio panorâmico”: mal viramos o pescoço e a atração já se foi, sem que possamos explorá-la como se deve. Que frustração!

Por isso queríamos saber se o pacote da Agaxtur valia a pena. Não temos a expectativa de conhecer tudo ao mesmo tempo, porque ao final você viu tudo e não conheceu nada, mas de conhecer bem o que for relevante e dentro do possível.

Agora ficamos numa dúvida cruel: Aruba e Curaçao em maio ou Grécia e Turquia em Junho? Ai, que dilema! O que vocês fariam? Aceitamos sugestões!

Um grande abraço e um agradecimento especial à Rosa pelo comentário sobre o pacote! Espero que você consiga ir no 2º semestre!

    Os passeios em grupo são objetivos, não tem jeito.

    Viajar por conta própria é muito melhor. Como você pode ver no texto da Carla, dá para conseguir assistência local em lugares mais difíceis, como a Capadócia.

Andréa, achei o pacote bem interessante e com preço atraente. Eu procuro viajar desempacotada, mas me interessei por esse pacote. Pena que é só até junho. Eu estou procurando um roteiro para o 2º semestre.

    Provavelmente a tabela de preços é até junho, ou haja uma interrupção na alta temporada julho/agosto. Informe-se com a operadora.

Oi, pessoal!

Eu e meu marido estamos com a intenção de fazer uma viagem à Grécia e Turquia. Como não temos muito tempo e não temos experiência em viagens internacionais (preferimos conhecer um bocado do Brasilzão antes de nos aventurar além das fronteiras), estamos achando melhor comprar um pacote.

Vimos um no site da Agaxtur de 11 noites contemplando Atenas, com um pequeno cruzeiro (creio que pelas ilhas mais próximas)e algumas cidades da Turquia (Istambul, Ankara e Capadócia). Gostaria da opinião de vocês, de saber se apesar de compacto, vale a pena fazer.

Também gostaria de saber se vocês tiveram problemas de comunicação por lá. O pessoal fala inglês ou espanhol? Dá prá gente se virar?

Um abraço e obrigada!

Andrea

    Informe-se com a Agaxtur se o grupo é formado só por brasileiros ou se ela está vendendo lugares de um passeio organizado por terceiros. Eles também vão informar se o(s) guia(s) fala(m) português ou espanhol. (Acredito que no mínimo vão falar espanhol.)

    Na rua você dificilmente vai encontrar quem fale espanhol, mas quem lida com turista vai falar um inglês básico. Em qualquer lugar do mundo onde haja turistas os vendedores e taxistas no mínimo sabem dar preços em inglês. No Brasil não é assim porque aqui o turismo internacional é praticamente inexistente; o mercado doméstico é que manda. Nos outros países eles precisam se adaptar aos turistas, e fazem isso com competência.

    Você vai ver que viajar não é um bicho de sete cabeças. Sempre vai acontecer algum mico, mas normalmente são inofensivos e dão boas histórias na volta.

    O roteiro da Agaxtur é enxuto, e isso é uma qualidade. A praga das excursões são os roteiros picados demais, em que você passa mais tempo no deslocamento do que nos lugares que foi visitar, só para dar a impressão de que você “conheceu” 360 lugares em 6 dias.

Carla,

Os terracos de Pamukkale estao secos???Li relatos super decepcionantes no Tripadvisor…vc pode me confirmar.

    Eu também li em vários lugares que os terraços estavam secando. Mesmo assim decidi visitar o local. Acabei de retornar da Turquia e posso dizer que é um lugar incrível.
    As águas dos terraços são controladas por registros. No topo do lugar dá para ver vários pontos registros de água. Os administradores do lugar abrem e fecham conforme entendem onde deve-se formar aquelas peças de calcário. Se eles não abrem a torneira para soltar a água, acabam ficando secos. Mas pode ter certeza de que onde eles abrem o visual é único. É bem a da foto da Carla.

Oi Riq e trips, estava precisando de mais uma ajudinha…
Ainda não consegui entender direito esse passeio no Bósforo…eu vi que tem várias empress que fazem esse passeio e que dá pra fazer por conra…mas parece meio uma barca Rio-Niterói, é isso mesmo?
Será que alguém consegue dar o caminho das pedras?
Queria ir nesse castelo que a Carla falou…

    Carla, eu pesquisei o preço dos tours vendidos nas agências (cerca de 50 euros) e achei muito salgado comparado com os da IDO (ferries) (acho que eram 30 YTL). Fora que o circuito é mais restrito e o esquema um pouco excursão demais.
    Eu escolhi ir até o Mar Negro, visitei o castelo, voltei de ônibus até Kanlica, onde almocei num lugar chamado Hivad Kasri (ou algo assim), um palacete art nouveau com um bom restaurante e vista e voltei ao pier a tempo de pegar o ferry de novo 🙂 E não terminei em Eminonu, a última parada, mas desci em Besiktas e peguei um outro ferry para atravessar o estreito até Uskudar.
    É um barcão com cadeiras um pouco desajeitadas, mas nada que impeça o aproveitamento do passeio 😉

Gente,

acabei de chegar da Turquia.
a Turquia é maravilhosa!!!
paisagens como as cavernas da Capadoccia, as piscinas e cascatas de calcário de Pamukale, as ruinas de Éfeso valem qualquer viagem.
só tive problemas em Istambul com a agência que nos recepcionou e conhecemos muito pouco dessa cidade que me pareceu sofisticada, intrigante, interessante, meio mágica… terei que voltar!!!

bjs

sônia

    Oba! Você falou exatamente de tudo do meu roteiro! Vou em 22 dias!!! 🙂

Acabei de escrever um post grande e acho que perdi… A Net prega partidas chatas.
Agora só um resumo, pois estou a fazer malas.
Queria agradecer as dicas e os votos de boa viagem.
A Turquia realmente vale a pena porque o que tem para mostrar é muito diversificado, até do ponto de vista geológico. As mesquitas são lindas e visitáveis.
Até ao fim de Agosto…

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