Não me lembro de já ter escrito aqui sobre esse tal concurso das 7 maravilhas do mundo que está rolando por aí. Sabe por quê? Porque eu acho esse negócio uma besteira, organizada por uma entidade sem lastro nenhum. E que, além de tudo, mistura monumentos de épocas e naturezas absolutamente distintas.
Para mim é óbvio que o Corcovado e a Torre Eiffel não pertencem à mesma categoria de Machu Picchu ou do Angkor Wat.
Sem falar que, no caso específico do nosso concorrente, eu acho que antes de gastar saliva e dinheiro para angariar votos para o Cristo, as otoridades tinham mais é que se concentrar na moralização para sempre do acesso rodoviário ao Redentor.
Bom. Mas o desabafo era só para introduzir uma outra lista de maravilhas modernas, que também não tem a menor importância na vida real mas que, mesmo assim, eu acho mais interessante.
Todo ano a Traveler americana elege as 7 maravilhas da arquitetura moderna do ano que passou. Nessa lista já estiveram, em anos anteriores, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói e o Hotel Unique de São Paulo.
Esse ano a safra parece que foi fraquinha, porque o júri da revista só conseguiu identificar 5 maravilhas da arquitetura moderna em 2006.
Uma delas é praticamente uma homenagem póstuma: a Igreja de São Pedro, em Firminy-Vert, na França, um projeto deixado por Le Corbusier, falecido em 1965. (Minha opinião? Não precisava. Parece um abrigo antinuclear. Consegue ser mais feia até que a Catedral Metropolitana do Rio.)
As outras quatro:
- O Hotel Marqués de Riscal, em El Ciego, na Espanha, um projeto de Frank Gehry que é primo-irmão do seu museu Guggenheim de Bilbao (e que por sinal fica ali pertinho);
- O edifício Iceberg, em Tóquio, quartel-general japonês da Audi;
- O novo aeroporto de Bangkok;
- O multivolumoso Museu de Arte de Denver.
Vem cá: não é melhor a gente ficar brincando de pichar arquitetura moderna do que perder tempo discutindo se as estátuas da Ilha da Páscoa são mais ou menos importantes do que o Taj Mahal?
13 comentários