Talvez por causa do frio, que veio cedo e forte este ano, tenho andado bem sopeiro.
Dia desses, no bistrô mais querido de São Paulo, o cinqüentenário La Casserole, jantei uma sopa de cebola. Tenho saudades daquelas de Paris, como a do restaurante mais charmosamente kitsch do mundo, o Pied de Cochon, que vem com uma fatia de pão mergulhada e é tapada com queijo (se quiser parecer um habitué, chegue de madrugada -- o Pied de Cochon não fecha nunca -- e peça pelo apelido, "Une gratinée, s'il vous plaît"; custa meros 7 euros).
Daí, antes de embarcar para Alagoas, fechando uma matéria para a VT sobre a minha expedição de bumba pelo México, me lembrei de duas sopas sensacionais que tomei por lá, dentro da minha belicosa série de desafios a Montezuma. A primeira foi uma apimentada sopa de caranguejo (com o caranguejo inteiro dentro) num restaurante do zócalo de Veracruz.
A segunda, na Cidade do México, foi ainda mais corajosa: um pozole, picantíssimo cozido de porco com muuuuito caldo, tomado tarde da noite num dos botecos do Mercado San Camilito, na folclórica Praça Garibaldi, onde os grupos de mariachis se concentram à espera de oportunidades de trabalho.
Daí, já na Pousada do Toque, não é que o Nilo faz a mamma dele, italiana do Espírito Santo, preparar seu famoso cappelletti in brodo caseiro? Djilícia.
E o assunto vinha mesmo quando não-solicitado -- outro dia, conversando com a Adriana da Aldeia Beijupirá, ela do nada lembrou da sopa de feijão com banana que eu tinha blogado lá de Santa Catarina (lembra? era a do restaurante Pirão d'Água, de Penha), para dizer que na família dela faziam uma igualzinha.
Então eu volto a São Paulo e, na primeira noite que vou jantar fora, no Mestiço, descubro uma novidade no cardápio: um pho (diga: pô), o caldo que é o café da manhã, o almoço e o jantar dos vietnamitas.
Hmmm.... o caldo estava uma delícia, mas senti falta de mais coisinhas dentro (uma carninha, alguma surpresinha qualquer al dente...). Na verdade aquele pho me abriu o apetite para procurar restaurantes na Liberdade que façam udon, a sopa japonesa com macarrão grosso e um monte de coisas dentro (que nem essa aí que eu tomei em Hakone, logo depois de avistar o Monte Fuji).
Conta pra gente: que sopa você já tomou que vale a viagem? (Pode ser uma viagem curta, viu? Quanto mais perto aqui de casa, melhor...)
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