O EduLuz fez a coisa certa: ao escolher seu pacote para St Maarten, optou por um bem-bolado com algumas noites na sua vizinha chique, St.-Barth.
Acho St.-Barth (Saint-Barthélemy, por extenso; também vista por aí como St. Barts, St. Bart's e St. Barths) um dos melhores lugares do mundo para brincar de ser rico. E St.-Barth não é preciso aparentar; basta estar. St.-Barth é uma mistura de St.-Tropez com Hamptons (não, a definição não é minha) em que aquele sujeito descalço ali pode muito bem ser o dono do maior iate estacionado no porto.
É possível chegar a St.-Barth por mar, numa viagem enjoada de 40 minutos de catamarã. Mas o jeito certo de pisar na ilha é vindo de avião. Você embarca em St. Maarten, num teco-teco dos anos 40 -- o único artefato alado que dá conta de aterrissar, vinte e poucos minutinhos depois, na pista curtíssima do aeroporto de St.-Barth, espremida entre um morro e a areia da praia de St.-Jean.
Você não pousa: você sobrevive a uma aterrissagem. E, na condição de sobrevivente, passa a se ver no direito de gastar o que tem e o que não tem, sem dramas de consciência. Bienvenue!
Ao chegar, faça como todo mundo: alugue um jipinho (ou um Smart). A ilha é pequerrucha, mas estar motorizado é condição essencial para se dar bem.
A ilha só tem uma cidadezinha, Gustavia (diga: Güstaviá). Ali ficam todas as butiques, alguns bares e restaurantes e, sobretudo, o porto (ou seria... a marina?).
As lojas não têm nomes de grifes famosas -- o que importa aqui não é quem fez, mas quem selecionou.
De dia, o único cantinho muvucado do centro é a esquina do Le Sélect (foto da direita, abaixo) que é o pé-sujo de estimação da ilha. Se você achar muito esculhambado, pode pedir seu planteur no ambiente mais ajeitado do Bar de l'Oubli, bem em frente.
Você veio passar o dia e não quer alugar carro nem pegar táxi? Pois não. A 10 minutinhos de caminhada do porto -- basta subir um morrinho -- está aquela que já se chamou Anse de Grand-Galet, mas que hoje é universalmente conhecida, pardon my French, como Shell Beach.
Trata-se da única praia pública com serviço de bordo, já que o restaurante Do Brazil (uma sociedade do ex-tenista Yannick Noah -- que é casado com uma brasileira -- com o chef Boubou) funciona como um quiosque (cerveja a 5 dólares).
Estando de carro, porém, você pode fazer seu primeiro pit-stop praiano do dia numa das duas belas praias selvagens da ilha: Saline ou Gouverneur. Os habituês normalmente passam primeiro numa deli, como a Maya's To Go, em frente ao aeroporto, ou La Rotisserie, em St.-Jean, e se abastecem para um piquenique chic, como convém a essas areias.
Saline é a maior e mais fácil de chegar das duas. É também a preferida dos nudistas, que se concentram nas duas extremidades (héteros no canto esquerdo, gays no direito).
Já Gouverneur consegue ser bonita até mesmo antes de você chegar: a vista antes de descer a pirambeira já vale a viagem.
Outra experiência autenticamente st-barthiana é passar o dia -- ou, pelo menos, a tarde -- num dos bares de praia com areias privativas. A prainha de St.-Jean (aquela do aeroporto) tem três deles: o clube Nikki Beach (nas fotos abaixo) e os bares dos hotéis Tom Beach (o mais descolado) e Eden Rock (o mais metido).
(Curiosidade: tanto o Nikki Beach quanto o Tom Beach realizam desfiles de moda, como os clubes de praia de Pampelonne, em St.-Tropez; pergunte no seu hotel pela programação.)
No quesito hospedagem, o hotel do momento na ilha é o Le Séréno, que fica em Grand-Cul-de-Sac (a uns 15 minutos de carro de St.-Jean, ou 25 min. de Gustavia). Seu vizinho, o Guanahani, é o maior hotel da ilha (mas nem por isso é muito grande); seu grande trunfo é uma peninsulazinha de areia que serve a duas praias. Dentre os hotéis oferecidos em pacote aqui no Brasil, os mais em conta são o Manapany (à beira-mar, mas um pouco fora de mão) e o charmoso La Banane (sem praia na frente, mas a 10 min. dos clubes de St-Jean).
Mesmo na baixa temporada é recomendável fazer reservas para jantar (na alta é imprescindível); aparecer sem reserva é tido como falta de educação . O lugar que encarna o espírito de St.-Barth melhor do que qualquer outro é o Maya's (fotos abaixo) onde você é atendido por garçons de jeans e Havaianas e come maravilhas como o peixe com coentro e a torta de coco que eu tive o prazer de experimentar da última vez.
Andam muito bem falados o L'Esprit Salines, em Saline, e o já citado Do Brazil, em Shell Beach. Para um jantar thai com uma vista maravilhosa para o porto de Gustavia, reserve no La Mandala (tel. 05-90-27-96-96). Para jantar num ambiente meio lounge, vá ao charmoso The Strand, do grupo Nikki Beach. E para gastar pouco, o moderninho L'Entracte, no porto.
St.-Barth não é uma ilha das mais notívagas, não. Poucos bares vão além da uma da manhã. Os mais animados costumam ser o tradicional Le Ti St.-Barth e o próprio Strand, que é vizinho da única boate-boate da ilha, a Casa Nikki.
Infelizmente, todos os cartões de crédito são bastante aceitos em praticamente qualquer lugar da ilha.
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