Ao emancipar-se, o distrito catarinense de Alto Biguaçu foi forçado a homenagear um presidente da província de Minas Gerais, passando a chamar-se Antônio Carlos.
Décadas mais tarde, a vingança: o município barriga-verde produz cachaças que não ficam nada a dever às mineiras.
Fui até lá, para testar um passeio que os hóspedes gringos da Ponta dos Ganchos adoram fazer: a visita à Adega Scherer, o principal produtor artesanal de cachaça de Antônio Carlos -- e fornecedor de muitos rótulos de cachaça chique.
Esqueça aquela roça jeca-tatu que você porventura tinha na cabeça. A cachaça, aqui, não é parente da bagaceira portuguesa; é descendente do schnaps alemão.
A matéria-prima não é o melaço (resíduo da fabricação de açúcar) e sim o melado (caldo de cana evaporado). A fermentação é feita com leveduras importadas da Europa. O envelhecimento, em barris de carvalho usados apenas uma vez para fazer bourbon.
Experimentei uma provinha direto do barril.
(Não, eu não estava dirigindo.)
Se me dissessem que era bourbon eu não duvidaria...
A Adega Scherer fica 50 km a noroeste de Floripa. Para fazer uma visita guiada pelo Ivo Scherer, ligue antes: 48 3272-7000.
Querendo encomendar, olha que moderno: eles vendem online.
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