Está na capa de todos os portais: o governo acaba de recomendar que brasileiros evitem viajar à Argentina e ao Chile, por conta da explosão de casos de gripe suína nos dois países.
Aqui no blog já houve um caso relatado: uma leitora entrou serenamente numa caixa de comentários para dizer que tinha apanhado a nova gripe em Buenos Aires durante o feriado de Corpus Christi e já tinha contaminado duas pessoas no Brasil, e por isso estava de quarentena em casa.
Feita sem histeria, a recomendação faz sentido, já que não é insignificante o número de turistas que voltam contaminados do inverno do Cone Sul.
Em sua forma atual, a gripe suína representa um problema (é mais contagiosa do que a gripe comum, porque ninguém tem anticorpos contra ela) e uma enorme chatice (quem pega é obrigado a ficar isolado em casa). Mas nada, nada, nada indica que, em seu estágio atual, ela seja mais perigosa do que a gripe comum.
Ao não recomendar viagens à Argentina e ao Chile, as autoridades sanitárias tentam evitar ou retardar a chegada da epidemia ao Brasil. E ao adiar uma viagem a esses lugares, o turista evita pegar uma gripe que pode levar a férias forçadas em casa, na volta.
(Se bem que eu acho que a gente não vai escapar de se sujeitar a pegar gripe suína neste inverno por aqui mesmo.)
Mas sempre é bom lembrar que ir à Argentina não oferece o mesmo risco de transar sem camisinha ou atravessar a rua sem olhar o sinal. É uma gripe, não uma hepatite C. E não é TODO MUNDO que volta infectado; a maioria não se gripa.
Para tentar comprovar essa tese, e dar algum apoio (sem garantias, pessoal, sem garantias!) a quem eventualmente decida manter seus planos de viagem, é que eu peço: você foi (ou conhece quem foi) à Argentina e ao Chile recentemente e não pegou gripe suína?
(Se você pegou, ou conhece quem pegou, também deve falar, claro.)
Gracias!
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