Viajando de avião com criança: o que levar (e o que fazer) a bordo

Minha amiga Elisa Araújo, que é a C.E.O. deste blog, também é consultora num site superbacana para crianças, o Mingau Digital. Lá, numa seção dirigida aos pais, ela postou este ótimo texto sobre a bagagem de mão ideal para entreter/acalmar/administrar os pimpolhos. Adorei que ela deixou republicar aqui :mrgreen: (Já a foto foi gentilmente surrupiada deste site; originalmente é de um anúncioda rede americana de fast-food drive-in Sonic — obrigado, Mariana — e foi clicada por Lyndon Wade.)

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A regra é: ‘quanto menor a criança, mais coisas na bagagem de mão’. Isso porque as horas dentro do avião (especialmente em vôos internacionais) incluem refeições, soninho, brincadeiras e, também, impaciência, irritação, acidentes com a comida etc.

Anote algumas dicas e boa viagem.

Farmacinha. Converse com o pediatra e peça uma lista de remédios que você deve levar na viagem com as respectivas dosagens. Separe para a bagagem de mão o analgésico, o anti-térmico e um remédio para enjôo.

Kit brincadeiras. Leve brinquedos (sem músicas, buzinas ou campainhas), cadernos de atividades, giz de cera (nao sujam como os pilots e não precisam de apontador), baralho, livros. Evite jogos com muitas peças porque um esbarrão manda tudo para baixo das poltronas. Pense também no peso dos brinquedos — lembre que quem vai carregar é você. Se a criança for pequena, compre brinquedos baratinhos, do tipo encontrado em lojas populares, bancas de jornais etc, e faça surpresas dentro do avião, aos poucos. O fato de serem novidades vai garantir parte da atenção dedicada a eles.

DVD portátil. Se você tiver um, leve. Siga as instruções dos comissários de bordo sobre quando é possível ligar o aparelho.

Roupas. Se a criança é pequena, menos de 3 anos, leve uma ou duas mudas de roupa completas. Leve também uma calça e uma blusa ou sueter extra para você – parece exagero, mas ninguém gosta de desembarcar com manchas de comida ou outras coisas estragando o figurino de viagem. Nao esqueça os babadores.

Lanchinhos e refeições. Inclua na bagagem de mão biscoitos, chocolates e sucos ou achocolatados. Por melhor que sejam as refeições oferecidas durante o vôo, são muitas horas sem ter o que fazer e a fome não perdoa. Avalie bem se vale a pena levar frutas — elas podem estragar ou então produzem lixo orgânico do qual você terá que se livrar (casca, miolo, bagaço, caroços).

Pedir a refeiçao infantil no avião é uma boa idéia — peça ao seu agente de viagens para fazer isso ou faça você mesmo quando comprar os bilhetes e fizer a escolha dos assentos. Normalmente, as bandejas das crianças e outras refeições especiais (vegetariana, kosher etc) chegam antes e os pratos para crianças são em geral acompanhados de iorgurtes levinhos e brindes.

As papinhas de bebês, tipo potinhos da Nestlé, podem ser aquecidas no avião — peça ajuda a uma comissária. A equipe de bordo também ajuda com a água quente para misturar com o leite em pó.

Se você vai dar mamadeiras de leite em pó durante o vôo, procure em farmácias e lojas especializadas aqueles modelos de mamadeira em que pó e água ficam separados e você gira as partes para fazer a mistura na hora que quiser. Ou procure por um recipiente específico que tem três divisões para o pó – a tampa é giratória e você abre cada divisão individualmente. Dá para preparar 3 mamadeiras no avião.

Escolha bem o vôo. Em viagens internacionais, prefira os vôos noturnos. Isso fará do sono um aliado seu. Se viaja em 3, peça ao agente de viagens para escolher as poltronas da fileira central do avião, deixando um assento vazio no meio. Vai ser mais dificil outro passageiro comprar aquele assento e você tem grande chance de ocupar os 4 lugares – ou seja, viajar com mais conforto. Se viaja em 2 ou em 4, escolha as poltronas das fileiras laterais para nao ficar espremido nem preso por outros passageiros.

Quem viaja com bebês deve informar isso na compra dos bilhetes e pedir o bercinho. Normalmente, você vai viajar na primeira fileira, de frente para a parede onde o bercinho será encaixado.

Higiene. Leve álcool-gel, forros descartáveis para assentos de vasos sanitários, lenços de papel e lenços umedecidos, mesmo se seus filhos já forem crescidos. Sempre tem mãos sujas de chocolate ou comida para serem limpas.

Fraldas. Faça trocas preventivas, mesmo que você pareça paranóica e exagerada. É melhor trocar as fraldas várias vezes do que ter que trocar toda a roupa do bebê porque o xixi vazou. Isso sem falar da poltrona ou do bercinho do avião, que podem acabar sendo vítimas.

Para trocas simples, prefira o próprio assento. Só leve ao banheiro se for mesmo necessário. Os banheiros dos aviões não são os lugares mais limpos do mundo.

Documentos. Além dos passaportes das crianças, leve cópias autenticadas das certidões de nascimento. Uma garantia extra, até porque os novos modelos dos passaportes brasileiros não informam os nomes dos pais!

Na descida. A descompressão na hora da descida vai incomodar as crianças porque os ouvidos vão doer. Para os bebês, a melhor coisa é mamar (no peito ou mamadeira) por causa do movimento de sucção. Para os mais velhos, goma de mascar para movimentar as mandíbulas. As crianças que não mamam mais e não mascam chicletes precisarão de atenção extra — explique o que vai acontecer e ensine a abrir e fechar a boca repetidamente. Às vezes, não importa o que você faça, não tem jeito e o ouvido dói mesmo.

Mamães e papais a bordo: algum outro conselho na manga?

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    377 comentários

    Oi Ricardo,
    Adorei seu site, especialmente os posts sobre viagens com crianças. Sou uma mãe viajante de uma menina de 1 ano e meio, e ela viaja comigo desde que tinha 2 meses. Dá um trabalhão, é verdade, mas é uma delícia ver ela descobrindo o mundo. Já tive muitas experiências (boas e ruins) viajando com a minha bebezinha pelo mundo afora, então resolvi compartilhar tudo num blog. Daí nasceu o “Viagens de Uma Mãe de Primeira Viagem” (viagensdeumamaedeprimeiraviagem.blogspot.com), onde coloco não apenas dicas sobre viagens com crianças, a grande maioria delas aprendidas na prática, mas também dicas sobre o “equipamento” necessário para viajar com pequenos. Fica aqui um convite, depois passe lá!
    Um abraço
    Livia

    Ótimo post, com muita opinião de quem viaja como passageiros!
    Mas vou dar o meu pitaco como (agora) comissária 🙂

    Mamadeira x copos: a mamadeira pode ser estéticamente feia e carregar a fama de entortadora de dentes, mas no avião ela ainda leva vantagem, pois assim como os brinquedos vão para baixo do assento com um esbarrão, o suco do copo consegue ser ainda pior e ir a todos os lugares (seja com esbarrão ou turbulência mais forte). Se a criança for grandinha para mamadeira, leve uma garrafinha e um canudo pra facilitar.

    Troca de fraldas e banheiro: acho que trocar a frada no assento pode ser ofensivo a outros passageiros, já que xixi de criança não é inodoro. Ainda pode acontecer a clássica cena do menino fazer xixi DURANTE a troca, aí já viu, xixi pra todos os lados! E uma dica que vale também para os grandinhos: sempre vá ao banheiro antes do embarque (e leve seu filho(a) também). Até o avião decolar, subir e o sinal de atar cintos apagar pode passar fácil de uma hora. Claro que pode ir ao banheiro com a aeronave em terra, mas vai ter outros 200 ou 300 passageiros passando pelos corredores ainda embarcando também. E se a criança for pequena demais para ir ao banheiro do avião sozinha, pergunte aos comissários qual banheiro é mais espaçoso (para deficientes físicos), pois esse costuma ser um pouco maior que os outros e a porta abre para fora. Num A380, por exemplo, esse banheiro fica perto da terceira porta, do lado esquerdo – e tem o símbolo de cadeira de rodas do lado de fora.

    Enjoos e vômito: deixe o saquinho num lugar acessível assim que embarcar, pois muitas crianças não avisam que estão passando mal, simplesmente chamam o Juca. As vezes o dito cujo tá láááááá atrás das revistas, então até você pegá-lo, já era. A roupa extra para os pais serve para isto, pois já vi crianças vomitando nos pais à bordo e eles não tinham roupas extras para si (uma vez nem para a criança tinha e o menino ficou de cuecas). Sobre as comissárias da TAM não poderem ajudar, achei um absurdo, mas eu não posso falar por eles. Na Emirates temos um Hygiene Kit para esses casos com Sani Sorb (um pó que transforma líquidos em gelatina instantâneamente, aí dá para pegar com a pá de lixo), lenços umedecidos desifectantes, luvas de látex e saquinhos com arame para fechar (se bem que eu já pego um sacão de lixo para jogar fora o cobertor e o travesseiro também). Já me ajoelhei muito entre as fileiras da econômica para limpar (contando sempre até três para não vomitar em cima), mas mandar os passageiros é que não dá né? Depois eu lavo bem as mãos – apesar de ter usado luvas – e ainda uso um hand sanitizer que carrego no bolso. Fim de papo!

    Comidinhas, papinhas: please, please, solicitem sempre a refeição especial para crianças, pois sempre os pimpolhos querem quando veem a do vizinho de assento (e nem sempre temos extras para dar). Se puder levar lanchinhos leves como biscoitos ou chocolates extras melhor ainda. Apesar de saudáveis, frutas são desaconselháveis não só pelo lixo ôrganico citado, mas também porque são proibidas pela Alfândega de vários países, podendo até dar multa – uma comissária esqueceu que tinha um limão na mala (don’t ask me why!) e levou uma multa, não lembro se Austrália ou Nova Zelândia…. Com tanta coisa pra se preocupar quando viajando com os baixinhos, a chance de esquecer que tem uma fruta na bolsa é grande.

    DVDs e joguinhos: tente usar o entretenimento à bordo primeiro, pois algumas companhias aéreas tem uma respeitável seleção de canais, assim você economiza bateria para lugares onde tomadas podem ser pouco ou inacessíveis, como trânsito em aeroportos ou viagens de carro.

    Abraços à todos! 😀

    Adorei o post, dei muita risada com o artigo do Ricardo sobre crianças em avião, achei uma graça esse Pedro Filho da Ellen, já defendendo a classe das crianças comportadas (os meus tb são assim, viu?! Rsrsrs…) e achei as dicas dos pais e mães ótimas, concordo também, que já me incomodei muito mais com adultos mal educados, adolescentes barulhentos do que com crianças.
    A primeira viagem com minha filha foi aos 3 meses de idade(agora com 12 anos),e foi uma viajem muito tranquila, pois já seguia todas essas dicas, agora, como Pediatra, reforço que medicação é para ser dada apenas se necessário, com recomendação médica e com dose correta, algumas crianças podem fazer reações se essas recomendações não forem seguidas.
    A última viagem que fiz com minha dupla, agora com 11 e 12 anos, foi para Disney, eles já são bem grandinhos, mas se incomodaram com a TAM, que nos colocou em uma avião com o equipamento de video quebrado, ainda bem que levaram vários livros e os MP3!
    Achei muito boa a observação da Dani G e concordo sobre o que ela disse a respeito de crianças com mamadeiras e papinhas que não são mais necessárias para ccas acima de 1 ano (na verdade, acima de 6 meses já se pode dar comida apenas bem amassadinha!).
    Outra observação é que atualmente existem muitos pais mal educados, deixam as crianças fazer o que bem entendem, sem dar o famoso “limite”, não ensinam como se comportar em público e acham graça quando os pequenos aprontam as maiores barbaridades, portanto, muitas vezes a culpa vem do exemplo que essas crianças tem em casa.
    Agora, chorinho por causa de sono, de fome, que passa logo, são coisas que, para mim, são muito melhores de ouvir do que um adulto roncado a noite toda!
    Abraços!

    Como eu viajo com trigêmeos, o buraco acaba sendo beeeeeem mais embaixo. Se você levar tudo o que está na listinha, vai esquecer uma criança no check-in… com certeza.

    Detalhe que sempre tem alguém dormindo, alguém brincando e alguém chorando – não necessariamente nesta mesma ordem.

    Se você também é pai de tri, sabe que o melhor a fazer em um voo é… rezar!

    Abraços a todos

      Enfim, achei alguém na mesma situação que eu! rs
      Depois do que passamos, viajar com 1 criança apenas é o paraíso! rs
      Já comecei a praticar essa dica…oremos…e muito! Poruqe mebarco dia 11 com minhas trigêmeas de 5 anos sem o pai..sozinha, sozinha…(#tôloka)
      🙂

    acho que só pontua quando você paga pelo assento, mesmo antes dos dois anos, quando a compra dele eh opcional … ratifico o que foi dito acima: testar dramin no voo eh arriscado … melhor fazer o teste em casa pra ver a reação da criança … mas acho que só deve usar em crianças que enjooam … “dopar” uma criança não me parece adequado e, por fim, cansadas elas vão dormir de qualquer jeito, em qualquer lugar, naun acham?

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