No finzinho de setembro, quando as passagens internacionais para as festas de fim de ano estavam na escandalosfera, descobri que a U.S. Air já estava vendendo passagens do vôo Rio-Charlotte que começaria a operar no meio de dezembro. Subi um post e recomendei à Elisa Araújo, CEO do site, que procurava uma passagem palatável a Nova York -- e conseguiu emitir Rio-Newark por 950 dólares. Pois bem. A Elisa já voltou -- e tem coisas bastante interessantes para nos contar -- tanto sobre o estado (lastimável) do avião que está fazendo a rota, quanto sobre o estado de nervos da tripulação. Aproveite o vôo para economizar, mas por favor contenha esse seu impulso de tocar as comissárias!!!
O vôo do Rio para Charlotte pela US Airways no dia 25/12 foi inacreditavelmente ruim. Toda a fileira esquerda de poltronas na classe econômica estava com os controles defeituosos, portanto não pude ler durante o vôo porque a luz não acendia, não pude ouvir o áudio dos filmes porque o áudio no braço da poltrona nao funcionava... Mas isso eu só descobri depois de ter comprado os fones de ouvido por USD 5
O cinto de segurança da minha poltrona saiu na minha mão porque a peça de metal que prende o cinto à poltrona estava quebrada. Dei um jeito de prender, mas isso mostra o estado da aeronave!
A comida era 'chicken' ou 'pasta' e chicken quer dizer um pedaço de peito de frango assado com batatas comíveis e cenouras não-comestíveis.
As comissárias de bordo foram de uma grosseria inacreditável. Não estao acostumadas a voar para o Brasil. Reclamaram que os passageiros tocavam nelas e chegaram a pedir no sistema de som para que os passageiros não encostassem nelas -- "Please, don't touch us". Segundo uma delas, depois do 11 de setembro, elas foram treinadas para reagir fisicamente se alguem segura o braço ou bate nas costas... Todos os passageiros desceram do avião reclamando da grosseria a bordo.
Como eu estava fazendo conexão para Nova Iorque (para o aeroporto de Newark), tive que pegar minha mala na esteira do aeroporto de Charlotte e colocar numa outra esteira, em outro salão, de onde ela iria para a conexão*.
A volta para o Rio no dia 3/1 foi menos turbulenta a bordo, mas o avião ainda era antigo -- a bandeja da poltrona ao meu lado estava meio quebrada.
No check-in em Newark (New Jersey), depois das malas estarem etiquetadas, a atendente pediu que eu as carregasse até um carrinho de transporte ali perto, de onde seguiriam para o avião. Não havia esteira no setor de check in.... Mas pelo menos as malas foram direto na conexão em Charlotte, não tive que me preocupar com isso*.
O vôo atrasou 2 horas porque o avião em que eu estava ficou aguardando uma peça para trazer para o Rio para um outro avião da US Airways que estava aqui. Depois disso, um passageiro desistiu de viajar e a mala dele teve que ser retirada do avião. E com o atraso todo, passamos de um determinado horário e foi preciso aguardar uma autorização de Washington para decolar. A comunicação da tripulação com os passageiros era em inglês ou em português via um comissário de bordo que era português.
O único ponto positivo desse vôo da US Air (via Charlotte) é que o aeroporto de Charlotte é bem sinalizado e fácil de circular. Um detalhe: no saguão, há cadeiras de balanço para quem está aguardando.
*Aos baldeadores de primeira viagem, como a Elisa: voando do Brasil para qualquer lugar dos Estados Unidos com conexão, com qualquer companhia aérea, é preciso retirar a bagagem no aeroporto de desembarque e entregar para funcionários do aeroporto providenciarem o reembarque (dá um medão). Na volta isso não é necessário e as bagagens vêm direto para o Brasil (onde precisam ser desembaraçadas no aeroporto do primeiro desembarque).
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