BBB andando (minha crônica no Guia do Estadão)

BBB 10“Demorou, mas te achei! Não é você que escrevia um blog sobre Big Brother no site do Estadão? E aí, não vai escrever mais não?”

A leitora vasculhou os confins da internet até me encontrar no meu cantinho habitual, onde não falo de outra coisa que não seja viagem. Ainda assim, associou o nome ao estilo e achou que o autor das bobagens nos dois lugares bem que podia ser eu.

Era eu sim, moça. Mas não, este ano não vou blogar sobre Big Brother. A estreia do BB10 me pegou no meio de uma viagem complicada, em que dormi várias noites em lugares sem TV no quarto. Além disso, novas frentes de trabalho (lerê, lerê) não me permitem mais fazer aquele recreio entre meia-noite e uma da manhã em que eu brincava de comparar a dramaturgia do Big Brother com a dramaturgia novelesca tradicional.

Vou sentir saudade – tanto que aproveitei o primeiro gancho que apareceu (obrigado, moça!) para escrever sobre o BBB aqui.

Perdi minha virgindade de BBB10 terça passada, no capítulo da eliminação da Tessália. Como eu já imaginava (e especulei anteriormente), é bem esquisito pegar o BBB andando. Num primeiro momento, vale por finalmente ver a cara de alguns personagens que já estão semifamosos aqui fora. Mas daí a entender por que eles se gostam, ou por que não se suportam, demora um tempinho.

Seja lá o que se passe dentro da casa, tenho a impressão de que nada será tão interessante quanto o que está acontecendo do lado de cá. Este é o primeiro ano em que não ouço a ladainha de sempre associando a reincidência do Big Brother e o final dos tempos.

Hipóteses. As pessoas podem ter se cansado de ficar indignadas à toa. Ou deram uma espiadinha básica em ‘A Fazenda’ e perceberam que, à luz da concorrência, ‘Big Brother’ é praticamente um programa cultural. Talvez as circunstâncias também tenham ajudado. Perto do terremoto do Haiti e das enchentes deste verão em São Paulo, que mal que pode fazer um Big Brother a mais?

O fato é que, oito anos depois de estrear, o Big Brother parece ter finalmente sido absorvido pelos seus detratores como um mero contratempo do calendário, feito o Campeonato Paulista, o carnaval de Salvador ou o Dia dos Namorados.

Não sei se vou acompanhar este ano. Não levo muita fé nas edições pares – as ímpares sempre foram muito mais empolgantes. E, de mais a mais, que graça tem ver Big Brother, agora que quase mais ninguém mais fala mal?

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27 comentários

Riq, tô achando agora o programa chatinho sem a Tessália…
Não queria que ela ganhasse, mas ela apimentava a casa com ceteza!
Essa discussão toda sobre o programa ser o final dos tempos e blá, blá, blá… eu simplesmente digo que a vida real já á cheia de desgraceiras e coisas sérias. Então, na hora de relaxar nada como uma “comédia da vida privada” pra distrair…
Adorei a crônica! 😉

Podia juntar dois fenomenos da década e ver o que dá: BBB + videos de gatos no Youtube. Big Cats Brasil. Nao, nao, um outro nome…

Eu assisto, sempre assisti. Gosto de gente, gosto de ver o que provoca riso, o que provoca choro. A dança dos egos. O súbito apaixonamento, a raiva ancestral por alguém que se acaba de conhecer. Não me ocupo torcendo por alguém, mas acho muito interessante ver o quanto mudamos de favoritos ao longo das semanas. As pessoas são surpreendentes, são perfeitas em sua natural imperfeição.

Falar mal é promover. Melhor ignorar mesmo…Eu nunca assisti. Mas às vezes sou obrigado a ler algum colunista que aprecio- como você- discorrendo sobre este lixo…

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