Atualização: o aeroporto de Santiago já está operando normalmente, sem anexo de campanha. Leia aqui.
O avião vinha lotado -- e no horário -- de Puerto Montt. Eram pontualmente 23h20 quando o avião da LAN tocou a pista do aeroporto de Santiago.
Mais um pouco, e o comissário foi ao microfone:
"Devido à recente contingência que atingiu nosso país, existe a possibilidade de permanecermos um tempo prolongado a bordo até que haja condições de desembarque."
Olhei pela janela: nenhum dos fingers do prédio principal estava ocupado por nenhum avião. Estávamos estacionados em algum lugar do pátio.
Pouco depois (cinco minutos, no máximo), porém, o sinal de desatar os cintos foi dado, e pudemos nos levantar. Mas não, ainda não era o momento de descer. Ficamos de pé dentro do avião por pelo menos mais dez minutos, e só então o desembarque foi liberado.
No solo dois ônibus nos esperavam -- como acontece em qualquer aeroporto do mundo quando um avião não consegue um finger livre. Mas será que era impressão minha, ou havia uma movimentação mais nervosa de vans pela pista, numa velocidade superior à que se observa nas áreas de manobras em aeroportos?
O ônibus não andou quase nada e já abriu as portas. Descemos e: surpresa: as malas já estavam todas no solo, enfileiradinhas. Era procurar, pegar e... sair andando por um portão escancarado ali na pista mesmo.
Não consegui tirar foto na hora em que estávamos todos saindo (achei que não seria permitido), mas depois de acertar o meu táxi fui registrar o exato lugar por onde saímos.
Logo passando o portão, tendas brancas abrigam stands do táxi oficial (30 dólares no cartão) e do shuttle que passa pelos principais hotéis.
De lá passamos pelo saguão de check-in, também improvisado sob uma tenda gigante, e saímos no pátio de estacionamento do aeroporto, onde tudo isso está funcionando. O nosso táxi estava ali, à nossa espera.
Nos vinte minutos do aeroporto ao hotel, em Bellavista, rodamos praticamente o tempo todo sobre um viaduto interminável -- que só apresentava um ponto de precaução por rachadura. Todo o resto estava como se não tivesse havido terremoto.
Hoje passei o dia trabalhando no quarto -- só saí para almoçar e uma turistagenzinha básica aqui perto do hotel. Nos dias em que estiver por aqui (até quarta na ida, e depois mais três dias na volta) acho que vai dar pra apurar direitinho o que o terremoto significa para quem vem visitar.
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