Segunda-feira passada foi provavelmente o dia mais importante de 2010 para a gastronomia brasileira: naquela noite foi lançada a nova coleção -- sim, o nome é esse -- do restaurante de Roberta Sudbrack, no Jardim Botânico. A própria chef, blogueira/tuiteira de mão cheíssima, fala sobre isso no seu blog:
"Nesse dia nos entregamos ao adorável exercício do delírio. É o dia em que a criação está livre. Tudo pode, tudo é permitido, toda loucura não só é perdoada como ansiosamente esperada. [...] Cozinhamos sem o menor compromisso com a realidade ou com a coerência. Cozinhamos para brincar. Tocamos nos ingrediente, cortamos, cheiramos, assamos, desidratamos, penduramos em cima do forno e amassamos entre duas folhas. Jogamos para o alto e avaliamos os danos da queda. Cortamos e deixamos pedaços espalhados por lugares diferentes da cozinha: um perto do forno, outro dentro da câmera fria, outro na bancada perto da janela onde em alguns momentos do dia bate sol. Enfim, coisas tão loucas quanto essas e outras maiores ainda! Porque sabemos que muitas vezes a chave para alguma descoberta fascinante, pode estar no absurdo. Nesse dia estamos abertos a tudo."
Depois de fazer cardápios em torno do chuchu e do quiabo, chegou a vez da banana. A mais caseirinha das frutas é a grande estrela da temporada 2010 no restaurante da maior chef do país. Com muito orgulho, nos transformamos numa república de bananas -- mas de bananas da Roberta Sudbrack.
O querido Bruno Agostini, que anda esmerilhando lá no Boa Viagem d'O Globo, estava entre o seletíssimo grupo de cobaias da noite de segunda-feira -- e publicou um relato completo e extasiado ainda na terça-feira (viva a internet!) no seu blog pessoa física, o Rio de janeiro a dezembro. (A Constance também estava lá e também conseguiu subir o seu lindo post na terça, um pouco mais tarde, no Pra quem quiser me visitar.) Não percam: o delírio da chef e de sua equipe contagia os blogueiros e, certamente, o leitor.
Leia:
"Divino, maravilhoso": o novo cardápio de Roberta Sudbrack faz jus ao nome, por Bruno Agostini
Brasilidade na coleção 2010 de Roberta Sudbrack, por Constance Escobar
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