Momento Chico Xavier. Esta charada me chegou psicografada por email. Texto e fotos. Só precisei pôr uma mão na testa e, com a outra, manipular o Photoshop e o NotePad para não dar chabu na formatação.
Repasso pra vocês o que o espírito me soprou:
Esta cidade já esteve sob o domínio de três diferentes países, além do atual onde se encontra, mas na verdade hoje é uma cidade do mundo. Nasceu perto do mar sob ordem de um rei espanhol, e se tornou possessão de outro país mais para o interior, onde se encontra hoje, no alto olhando o rio que corre para o mar distante. A sua principal característica culinária é um doce que não tem o ingrediente ao qual o doce remete. E não esqueçamos de algo capital que ela já foi.
Hahá! Quero ver vocês psicografarem a resposta completa. Leva o Troféu da Bóia quem disser 1) que cidade é essa; 2) quais são os três países; 3) que doce é esse; 4) que história é essa de nascer perto do mar e ir pro interior e já ter acontecido algo de capital.
Valendo!
RESPOSTA:
[caption id="attachment_12780" align="alignleft" width="120" caption="ANTÔNIO CARLOS"][/caption]
A resposta demorou um pouquinho para aparecer, mas veio inteira. Quer dizer: em prestações coladinhas uma na outra -- e todas postadas pelo vencedor, o Antônio Carlos. Às 12h35 ele matou a Praça São Francisco em São Cristóvão (SE), que recentemente foi confirmada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco; disse que São Cristóvão tinha passado por domínio espanhol, português e holandês; e que mudou de lugar várias vezes, estando hoje à beira do rio Paramopama, com vista para o caudaloso Vaza-Barris. Às 12h37 ele postou o site da praça. E às 12h39 corrigiu a informação do doce -- não era o bricelet (outra especialidade de São Cristóvão), mas a queijada, um doce de coco que não leva queijo. Parabéns, Antônio Carlos! Essa foi bonita! Mas vou encerrar o post com a resposta que me foi enviada junto com a pergunta. O autor é o sergipano Carlos Nascimento, do Turiscópio, que sempre fez força para emplacar a Praça São Cristóvão na lista da Unesco. Na explicação dele também está o porquê de eu ter usado "plaza mayor" no título do post:
São Cristóvão foi fundada por ordem de Felipe II, Rei da Espanha (Felipe I como Rei de Portugal), no tempo da União Ibérica, seguindo os padrões traçados na Lei IX das Ordenações Filipinas. Os holandeses a tomaram e aí estiveram por cinco anos. Depois foi retomada, e com o fim da União Ibérica passou ao domínio português. Com a independência veio a ser uma cidade brasileira -- e hoje, após o reconhecimento da Unesco, é Patrimônio da Humanidade. A sua fundação original foi em terras onde hoje é Aracaju, depois foi transferida de localidade mais duas vezes, a primeira próxima do local original até se estabelecer definitivamente onde se encontra hoje, no alto de um morro de onde, se tem uma visão do rio Vaza Barris e seu afluente o Paranamopama. A queijada é o doce típico de São Cristóvão, mas não leva o queijo da receita original, raro e caro à época, o qual foi substituído pelo coco. E a marca capital é que ela foi a primeira capital de Sergipe. A Praça São Cristóvão é o 18º bem brasileiro, o 11º na categoria patrimônio cultural da humanidade. O principal motivo da escolha está no fato de ser o único exemplar preservado de traçado urbanístico e arquitetura colonial espanhola no Brasil que manteve as características de plaza mayor. As fotos da fachada são do Convento de Santa Cruz (também chamado de São Francisco por causa da praça), mais especificamente da parte onde está o Museu de Arte Sacra de Sergipe. A foto interna é do claustro. Outra curiosidade de São Cristóvão é que não há igreja dedicada ao santo na cidade; a padroeira é Nossa Senhora da Vitória (e a festa religiosa principal, de Nosso Senhor dos Passos). Mas a cidade mudou tanto de lugar, que não é estranho que leve o nome do padroeiro dos motoristas...
Obrigado, Carlos! Parabéns, Antônio Carlos!
Fotos: Carlos Nascimento (fachadas) e Emsetur (claustro).
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