Pacatuba, o Pantanal sergipano

Pacajuba, SE

Pertinho de Aracaju — 45 km ao norte — está escondida uma das paisagens originais do Nordeste: o chamado Pantanal sergipano, em Pacatuba. Eu já tinha lido muitas menções a essa região, mas sinceramente não imaginava que fosse tão bonita.

Para chegar lá, você vai precisar de um carro e de perguntar pelo caminho, porque a sinalização é precária. Mas é só não esquecer as palavras-chave (Lagoa Redonda e Ponta dos Mangues) que você chega lá.

Pirambu, SE

Saia de Aracaju pela ponte estaiada sobre o Rio Sergipe, que leva a Barra dos Coqueiros, e siga as placas para Pirambu. (Ali você pode querer dar uma paradinha para ver a estação pioneira do Projeto Tamar no Brasil.)

Continue para o norte e saia da estrada quando aparecer a placa para Lagoa Redonda. Ainda não é o Pantanal, mas é um cartão-postal: uma lagoa faz curvas acompanhadas por uma duna. Lindona.

Lagoa Redonda, SE

Querendo continuar até a praia, você vai ver isso:

Pacatuba, SE

Volte um pouco pela estrada e vire à direita para continuar a Ponta dos Mangues. Dali a quinze, vinte minutos você vai ver a paisagem mudar. Do seu lado direito você vai ver dunas altas, mata, mangue e lagoas, numa composição que eu duvido que você tenha visto por aí.

Pacatuba, SE
Pacatuba, SE
Pacatuba, SE

O ponto mais bonito é o Mirante do Robalo. Não tem placa. Mas não precisa de placa. Não dá pra não parar.

Mirante do Robalo, Pacatuba, SE
Mirante do Robalo, Pacatuba (SE)

(Eis aí um lugar à espera de um operador de ecoturismo competente, que monte passeios pelas lagoas e dunas.)

Mais adiante a estrada bifurca. À esquerda você vai para Brejo Grande, na margem sergipana da foz do São Francisco. À esquerda você vai para a praia de Ponta dos Mangues.

O Carlos Nascimento me levou para um ponto adiante do que os turistas freqüentam. É o lugar onde os pescadores mantêm seus barcos, num braço do rio São Francisco, com o oceano bem ao fundo.

Ponta dos Mangues, Pacatuba (SE)

Chegamos na maré baixa. Estava uma aquarela.

Ponta dos Mangues, Pacatuba (SE)

O mais bacana de Aracaju: não tem passeio repetido 😀

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    82 comentários

    Prezado André L. concordo com o seu pensamento. Jamais isolar algum núcelo habitacional com a intenção de preservá-lo. Chamei a atenção para o fato de que a comunidade nem ao menos está sensibilizada de todo o potencial ecológico que dispõe.Nada melhor que o próprio morador local para iniciar a defesa do seu meio, mas , para isso, ele deve ser despertado, conscientizado, concorda?
    Essas pessoas necessitam ser ouvidas, precisam de voz e vez, ou teremos mais um triste exemplo de um belo lugar em que a população local foi expulsa (indiretamente) e não oi inserida no contexto sócio-ecônomico de aproveitamento da atividade turística.

    Para que todos tenham uma ídéia, não tão longe desse local (aproximadamente 10 km), num povoado de beleza natual ímpar chamado Resina (com ilhas e praias quase virgens), a população local está sendo expulsa. Literalmente expulsa de suas humildes residências, para que uma grande construtora de Aracaju possa alí instalar mais um empreendimento de especulação imobiliária, tipo daqueles que isola qualquer acesso de qualquer cidadão a faixa de praia. Para complementar a situação, a pefeitura local, fazendo o papel de boazinha, está realocando tal comunidade num conjundo habitacional com contexto ambiental totalmente destoante da antiga realidade. Essa sitaução já virou caso de polícia, pois os humildes barracos de pescadores e caiçaras estão sendo desmanchados e incendiados em nome da exploração turístico-imobiliária. Não sou contra a atividade turística, nem do desenvolvimento local. Mas a minha preocupação se dá na inserção econômica da comunidade, detentora de tamanha beleza, na atividade.
    Para que todos tenham noção da quantidade de belezas e conflitos socioambientais na região, ilustro com os seguintes artigos: (espero que o Riq permita minha intervenção)

    https://www.overmundo.com.br/guia/banho-em-saramem-e-na-resina-sob-as-bencaos-de-sao-francisco

    Neste outro, leia o tópico” um rio refém do mercado”
    https://www.revistas.ufg.br/index.php/bgg/article/viewFile/9019/6236

    Mais: https://www.jornaldacidade.net/2008/noticia.php?id=27524

    https://noticias.ambientebrasil.com.br/exclusivas/2008/05/05/37964-exclusivo-conflito-por-terra-a-margem-do-velho-chico-em-sergipe-esta-sendo-negociado.html

    Bom gente, é isso…deixo aqui um caloroso abraço sergipano, com o convite a conhecer o meu pequeno e belo estado!

    Infelizmente, prezado Carlos Nascimento a carcinicultura está tomando conta daquela região. Segundo a legislação, a área de REBIO deveria ser desapropriada, mas sabemos como as coisas funcionam no nosso país. Ao meu ver, esta alternativa econômica só é colocada em primeiro plano, pois N existe na esfera governamental, incentivos, programas ou projetos que capacitem as comunidades para se voltarem ao seu próprio meio para perceberem a beleza e o potencial ecoturistico o qual dispoem.
    Tenho uma grande preocupação no que se refere à conservação da região, visto que já existem projetos encaminhados para que se faça a pavimentação da rodovia que atualmente é de piçarra. Sabem-se que as pessoas dalí se encontram de certa forma, isoladas, porém, a melhoria da rodovia facilitará o fluxo, e a própria comunidade ainda N está preparada para defender e preservar o seu meio.
    Um abraço a todos!

      Max,

      Eu não concordo em deixar pessoas ou lugares isolados ou sem estrutura para que “preservem a região”. As pessoas que moram ou venham a morar ali devem ter o mesmo acesso asfaltado que seria meio que um direito básico de qualquer ajuntamento populacional brasileiro (exceto os que ficam em ilhas, óbvio).

      Não estou defendendo que asfaltem uma rodovia à beira mar aterrando as dunas, mas hoje já se sabe como construir estradas-parque com interferências reduzidas, passagens de animais, drenangem específica de eventuais materiais derramados na pista etc.

    Essa eu tb nunca tinha ouvido falar… Lindo lugar. Torço para que a descoberta turística deste lugar sirva para preservá-lo.

    Olha, eu cresci indo pra Aracaju todas férias, visitar minha vó. Tenho um monte de primos e tios por lá. E nunca ninguém me falou de Pacatuba! Vou já puxar a orelha de todos eles pelo skype, hehehehe!! 😀

    Lindíssimo, Riq. Uma jóia que vc traz pra gente viajar junto. VnV rules!

    Como é que a gente nem sabe da existência desses lugares!
    Ainda bem que tem VnV pra nos educar 🙂

    Só para situar a todos. A REBIO de Santa ISabel compreende o trecho de praia que vai da base do Tamar em Pirambu ao Posto do Tamar em Pacatuba. Dunas e lagoas estão dentro da área de influência da REBIO e parte delas integram a APA da Foz do São Francisco, portanto com um uso não tão restrito quanto à REBIO, e no caso das dunas atendendo a Resolução do CONAMA, e inclusive estão dentro de fazendas, infelizmente alguma das quais já começam a explorar a criação intensiva de peixes introduzindo espécies exóticas e fertilizando a água (o turismo sustentável causa menos dano que esta atividade que é licenciada).
    As duas últimas fotos retratam uma praia que tem um misto de rio e mar, e possibilita até um passeio à foz do velho chico, está área já está fora da REBIO e para se chegar a ela tem que ir por uma trilha entre criatórios de peixes, mas como disse o Riq é uma aquarela.
    Somente a quarta foto é que retrata uma Praia da REBIO, mas que é frequentada pelos locais ( O Riq tomou a foto de dentro da área da fazenda que limita com a Reserva,).
    Tal qual passou com a Serra de Itabaiana que era uma estação Biológica e agora é um Parque, a mudança de categoria da Reserva Biológica traria muito mais benefícios, inclusive para a própria preservação das tartarugas tal qual ocorre na Costa Rica.

    Eu sei que não se pode mais “tricotar” por aqui… mas depois pode apagar o comentário.
    Já que estamos numa de natureza, não resisto a fazer publicidade aos textos da Adriana (Drieverywhere) relativos à sua subida ao Kilimanjaro. Acho que vão gostar imenso.

    Acho que este local é mais a minha cara que o “verdadeiro” Pantanal… ao segundo dia de andar à cata da onça num barco, para trás e para a frente, já eu levava um livro para passar o tempo, com grande escândalo dos maluquinhos do bicho que iam comigo.

    Sou suspeita pra falar… Nasci em Aracaju, mas minha família é da região de Pacatuba, mais precisamente, Brejo Grande. Saudades de minhas férias escolares, na infância!
    Acreditem, há ainda mais lugares lindos pra ver por aí! Um banho no Rio São Francisco – em um de seus braços ou ainda na sua foz – é algo que não se pode deixar de fazer.
    Chupar caju tirado do pé é outra coisa necessária e prazerosa – é caju de praia, não é rançoso!
    Vou parando por aqui… se não, post gigante!

    André Lot, essa área fica no extremo norte do pequeno estado de Sergipe, entre os municípios de Pirambu, Pacatuba e Brejo Grande. A porção litorânea que faz parte da REBIO é uma área de desova das tartarugas marinhas, local que n pode ter iluminação, na região existe ainda a 1ª base do Projeto Tamar do Brasil. Com relação a visitas mínimas, pode sim, porém, com caráter científico. As outras áreas ainda estão livres para a visitação a exemplo do pantanal, mas N existe nada estruturado, entretanto, por conta da pouca distancia da capital dá para ir e voltar no mesmo dia, de carro.
    O litoral sergipano tem áreas parecidas com as que o Riq apresentou que estão abertas, a exemplo da Praia do Saco com suas gradiosas dunas e lagoas, de lá, tem-se acesso fácil a Praia de Mangue Seco, já no estado da Bahia, 30 minutos de lancha por um belo estuário.
    Ainda temos bem pertinho da capital, o http://www.parquedosfalcoes.com.br local de reabilitação de aves de rapina tocado por um apaixonado pelo que faz. Sem falar no nosso mais belo cartão postão. O Canyon de Xingó , no Rio São Francisco https://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=402450

    Sergipe é pequenino, mas tem muitas beezas a apresentar…sem falar nos cheiros e gostos..na nossa cultura viva e pulsante e nas manifestações folclóricas!!
    Venha conhecer de perto!

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