Dinheiro x cartões no exterior: minha fórmula

Cartões x Dinheiro no exterior

ATENÇÃO: leia a versão mais completa e atualizada deste post aqui:

Clique: Cash x débito x crédito x VTM: prós e contras

Dinheiro vivo: levo pouco

Não carrego todo o dinheiro da viagem em papel-moeda em hipótese nenhuma. Primeiro, porque é perigoso carregar muito dinheiro. E nos lugares onde é preciso fazer câmbio, você fica escravo das cotações. Acaba fazendo desvios enormes e perdendo seu valiosíssimo tempo de viagem à procura da casa de câmbio com a cotação boa ou na fila do banco que tem câmbio justo.

Mesmo em Buenos Aires: é lindo poder trocar reais por moeda local numa boa cotação, mas não vale o perrengue da fila do Banco Nación. Repito o que venho falando nas caixas de comentários: carregar um monte de dinheiro vivo, seja na moeda que for, para o exterior é jurássico. É como comprar passagem no balcão da companhia aérea ou arrastar mala de hotel em hotel perguntando se tem vaga.

Pra que serve: como caixinha para emergências. O caixa eletrônico do aeroporto está fora do ar? Não dá pra pagar o transporte do aeroporto para a cidade com cartão de crédito? Beleza: tiram-se 100 dólares do bolso e procura-se o melhor câmbio à mão. Tenho uma poupancinha de 500 dólares que só servem para isso. Saio com eles no bolso, e o objetivo é voltar com eles intactos.

Saque em caixa automático: uso muito

Quando comecei a fazer saques internacionais da minha conta corrente em moeda local — há mais de 10 anos — este era um serviço limitado a alguns bancos, e a contas especiais. Hoje essa função está disponível em qualquer cartão múltiplo. Basta habilitar o saque internacional de conta corrente com o seu gerente.

A vantagem do saque é que, além de não carregar dinheiro vivo, você saca numa cotação muito próxima ao dólar comercial (bem melhor do que a cotação dólar-turismo que você consegue ao comprar dólar de papel). É muito fácil achar caixas automáticos e, no exterior, eles costumam funcionar 24 horas.

Pra que serve: uso para obter todo o dinheiro vivo que vou precisar em gastos miúdos.

Pegadinhas: a cotação é boa, mas existem tarifas envolvidas (de saque, e às vezes de uso da rede). Por isso sempre é bom sacar o equivalente a pelo menos 200 dólares (eu saco de 300 em 300), para que a tarifa seja amortizada (normalmente as tarifas são fixas — sobretudo a da rede. Informe-se com o seu gerente sobre a tarifa do seu banco e da sua conta). Ao sacar, peço sempre um número picado (final 90) para ter troco à mão.

Perrengues: o caixa automático pode estar fora do ar. Uma das redes locais pode não aceitar o cartão do seu banco (é raro, mas acontece; nesses casos, tente outra rede). O seu limite de saque pode ser atingido (o limite não é igual ao seu saldo; de novo, informe-se com o seu gerente). Para esses casos, existe a caixinha de emergência em moeda forte  e o plano B (Visa Travel Money, um pouco mais abaixo).

Cartão de crédito: uso muitíssimo

É o meu meio de pagamento preferido no exterior. É indiscutivelmente o mais prático. O IOF de 6,38% encarece as transações, mas a cotação costuma ser melhor do que a do dólar de papel ou dólar-VTM (o que diminui um pouco esse número; com IOF, o dólar do cartão acaba sendo entre 3 e 4% mais caro). O cartão me dá milhas. Me poupa tempo e trabalho.

Pra que serve:

Para todas as compras e todos os gastos em lugares que aceitarem cartão. Simples assim.

Perrengues:

Há lugares que não aceitam cartão. O seu limite de gastos pode ser atingido. O seu cartão pode ter o uso bloqueado por questões de segurança (sempre avise o seu banco ou cartão que você está saindo de viagem para tais e tais lugares). Mas para essas eventualidades existem o dinheiro vivo e o VTM.

Visa Travel Money: meu Plano B (mas pode ser seu Plano A)

O Visa Travel Money é um cartão de débito internacional que você carrega com moeda forte e pode usar sempre que tiver saldo. É o traveler’s cheque moderno: em vez de procurar uma agência que troque cheque de viagem, você vai até o caixa mais próximo e faz saques (até US$ 150 por operação) ou usa para compras e gastos em estabelecimentos que aceitem Visa. O mais interessante é que, se o seu limite estourar, você pode recarregar o cartão durante a viagem. Basta ligar (por Skype, por exemplo) e dizer que você quer recarregar o seu cartão com X dólares ou euros ou libras. O atendente dá o câmbio do dia e em seguida você faz a operação por internet banking, tirando o dinheiro da sua conta e depositando na conta do banco emissor do VTM. Em menos de 24 horas o dinheiro novo está creditado no seu cartão (que tem chip e senha). A cotação usada é a do dólar-turismo (semelhante à da compra de dólar de papel), mas é infinitamente mais seguro, já que você não viaja com um bolo de dinheiro no bolso.

Para que serve: no meu caso, serve para o caso de meus cartões de banco e de crédito derem crepe. Mas se você tem paúra de cartão de crédito (aquele medão da desvalorização entre a compra e a fatura), o VTM é o seu melhor Plano A.

Pegadinhas: o cartão é vendido configurado para uma moeda só — dólar, euro ou libra. Todas as recargas serão feitas nesta moeda, a não ser que você faça outro cartão. (Mas qualquer que seja a moeda do cartão, os saques serão na moeda local, sempre.)


403 comentários

Um bom cartão de crédito é muito bom e dois cartões de crédito de bandeiras diferentes é melhor ainda. Segurança e diversão garantida! Mas dependendo da viagem e tendo dólar na mão, eu gosto de viajar com dinheiro sim, porque o controle de gasto é bem mais tranqüilo. Se tem, gasta, se não tem, segura as pontas. E tem a ótima surpresa de voltar de uma viagem sem dívidas…

Gosto muito da receita do Riq, que é, em resumo, não portar dinheiro em espécie. Na minha vida normal, já ando com pouquíssimo dinheiro, então a simples idéia de sair por aí com valores altos de euros ou dólares na bolsa me deixa nervosa!

Acho que a escolha entre VTM, saque direto da conta ou cartão de crédito depende do que é mais conveniente para cada um, especialmente das taxas de cada banco e do receio de desvalorização do real (que às vezes é um risco bem concreto!).

A única exceção que vejo, como o Ernesto falou, ainda é a América do Sul. No Peru, passei uma situação complicada, pois o limite diário de saque era bem baixo, e eu tinha apostado nos meus cartões, viajando com pouco dinheiro em espécie.

Uma dica que minha gerente deu: às vezes, o limite de saque não está diretamente ligado ao perfil do cliente em seu banco, mas sim às próprias regras de saque de cada país ou instituição financeira. Por exemplo: aqui mesmo no Brasil, depois das 22:00h, só dá pra sacar R$ 100,00 nos caixas do BB, por razões de segurança. Um estrangeiro que tenta fazer um saque num dos nossos caixas nesse horário pode ser pego de surpresa… Então, a dica é, antes de viajar, pesquisar no site de algum banco do país pra onde se vai se existem limitações desse tipo.

VTM : excelente, não viajo mais sem este cartão :controlo o orçamento da viagem por ele; cartões de credito visa e mastercard (1 sempre de reserva fica no cofre do hotel)e um pouco de dinheiro para gastos pequenos e reserva de emergência.

Jr. fidalgo aí vai o link para vc tirar o VTM: https://www.cotacao.com.br/ Vc pode colocar os euros direto da Cotação. abs

    Antigamente você deveria pagar em reais, não podia levar dólares ou euros e colocar no cartão. Ainda tem essa pegadinha?

    Sim. O negócio do emissor do cartão (a corretora) é vender a moeda para você. Você fica atrelado à cotação específica do emissor do seu VTM.

    Nenhuma casa de câmbio brasileira pode, legalmente, “carregar” um VTM com Euros ou Dólares que vc apresentar no guichê deles. Eles tem que compras seus euros/dólares e revendê-los, e nisso vc perde fácil uns 12-15%.

Minha filha vai pra Dublin na segunda semana de novembro, através de um intercâmbio escolar de 3 meses. Como/onde consigo/habilito um VTM para ela? Já tenho o dinheiro em euros para futuro depósito.

    Nos conte o que acontecer. Eu acredito que haja algum deságio, é a comissão do vendedor.

Gente, surgiu uma dúvida a pouco por aqui durante uma conversa na hora do almoço. Ao viajar com crianças para o exterior, por exemplo, elas entram na cota de 500 dólares?

    Na Receita Federal, na volta ao Brasil? Sim, elas tem direito a cota de U$500.00. Mas o produto precisar ser condizente com a idade da criança.
    Você não pode, por exemplo, trazer um notebook para uma criança de 5 anos.

oi riq!
ótimo post.
sou novata em viagens internacionais e informações assim são mais que necessárias.

bjo

Bem sempre que viajamos levamos cerca de 200 – 300 USD em dinheiro que assim como o Riq faz quase sempre voltam intactos.. Quando possível preferimos pagar as coisas em dinheiro.. Principalmente depois de nossa última viagem à California nosso cartão de crédito foi clonado e usado na Espanha. O Banco logo identificou a fraude e bloqueou o cartão.. Por sorte isso foi no último dia da viagem.. No dia seguinte já estavamos com o novo cartão de crédito em casa.

Além disso dependendo o lugar em que você esta indo viajar, muitos lugares nem aceitam cartão.. De uma forma geral sempre damos preferência ao saque com o cartão de débito em moeda local.. Temos uma conta do HSBC Premier..

Primeiramente por ser um dos bancos com a maior presença internacional do mercado (86 países e territórios) dependendo do local você certamente encontrará uma agencia ou ATM HSBC em sua viagem.. Principalmente se você estiver indo à países onde o banco tem forte presença como na região nordeste dos EUA, na Inglaterra, França, México e principalmente países da Ásia e Oriente Médio entre outros…

Quando o saque é feito em um ATM HSBC não são cobradas taxas para o saque independentemente do valor até o limite diário de saque 500 USD para o HSBC Brasil. Além disso o câmbio utilizado e o da cotação interbancária e por ser cliente premier ainda tem um cambio mais favorecido.
Viajando a Turismo Veja mais infos aqui =>https://www.hsbc.com.br/1/2/portal/pt/hsbc-premier/assistencia-mundial/viajando-a-turismo

Mas o mais legal de tudo, principalmente para expatriados como nós e ter a facilidade de abrir sua conta bancária no seu próximo país de residência antes mesmo da mudança..

Mas o grande diferencial é poder fazer transferências quase que instantâneas entre suas contas nos diferentes países sem ter que pagar taxas bancárias para isso. Além disso no Globalview você pode ver e movimentar suas contas num só lugar.. extremamente conveniente…
Mudando para o exterior Veja mais aqui => https://www.hsbc.com.br/1/2/portal/pt/hsbc-premier/assistencia-mundial/mudando-para-o-exterior

Para quem vai estudar ou tem filhos estudando no exterior o HSBC também oferece uma série de benefícios para Clientes Premier => https://www.hsbc.com.br/1/2/portal/pt/hsbc-premier/assistencia-mundial/estudando-no-exterior

Enfim ainda não posso deixar de mencionar o uso dos Lounges HSBC em vários aeroportos espalhados pelo mundo.. Mesmo para você que esta viajando em classe econômica..Só é uma pena não termos um Lounge destes em GRU
https://www.privileges.hsbcpremier.com/1/2/airport-lounge-info

Enfim não tenho do que me queixar.. Mas admito que estou curioso para uma hora experimentar o Visa Travel Money

E sobre os cartões do HSBC e do Citibank?! Não valem a pena?! Alguém possui alguma experiência com esses bancos!? É muito comum ver HSBC nas principais capitais latino americanas. Também tenho dúvidas sobre a taxa de conversão do Banco do Brasil e o custo por saque, que realmente é uma VERGONHA!

    Luiz, eu sou cliente Citibank, e posso usar a rede Cirrus no mundo todo sem tarifa – mas o limite de saque diário é o equivalente a US$ 100.

Eu gosto de levar um dinheiro extra a mais, pois já tive 3 vezes problemas com cartões de crédito (inclusive desmagnetizados) em viagem. A Visa não se dá sequer ao trabalho de te atender com dinheiro extra fora do país (mandam 9 dias depois o cartão para sua CASA), motivo pelo qual nunca mais terei Visa. O Mastercard dá suporte via Western Bank e de forma muito ágil.

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