Vulcão ou gangorra? Nos últimos dias, o Puyehue tem insistido no mesmo padrão: uma notícia boa, outra ruim, outra boa. Quando você já começa a esperar pelo melhor, vem uma paulada. E quando você desiste de ter alguma esperança, aparece uma luz.
A safra desta sexta-feira à tarde é a melhor possível. Todos os aeroportos que fecharam ontem pela manhã já estão reabertos -- os dois de Buenos Aires, Montevidéu, Santiago, Assunção, e todos os do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
A Aerolíneas Argentinas já fala inclusive em retomar os vôos para a Patagônia e Terra do Fogo -- El Calafate, Trelew, Río Gallegos e Ushuaia seriam "reprogramados nas próximas horas, conforme condições meteorológicas", diz a cia. em comunicado em português publicado no seu site.
O mesmo comunicado traz uma notícia alentadora: os aeroportos de Bariloche e Chapelco permanecerão fechados até dia 15 (a data anterior era dia 20). O que significa que talvez abram dia 16...
Acompanhemos.
PLANO B, A MISSÃO
Muita gente pede opiniões sobre cancelamentos e sugestões de plano B nas caixas de comentário. Acho que a primeira coisa a ser levada em consideração, dadas as inúmeras reviravoltas desta novela, é o quanto você está disposto a se estressar com o desenrolar da coisa. Os jornais de hoje dizem que a atividade do vulcão está diminuindo, mas oficialmente o Puyehue ainda não deu boa noite e disse que vai dormir. É provável que os que insistam acabem recompensados com Bariloche sem a lotação de outros julhos -- mas não dá pra garantir que não se arrependam.
- Corpus Christi em Buenos Aires. Se (se...) não houver mais atividade vulcânica nem nuvens de cinzas vulcânicas perambulando por aí, o feriado vai ser tranqüilo. A confusão de reacomodação dos passageiros que não voaram deve durar alguns dias, mas não chega até a sua viagem. Só cancele se estiver de saco muito cheio desse abre-fecha de aeroportos.
- Junho em Bariloche. Mesmo que o aeroporto reabra mesmo dia 16, será que a cidade já vai estar pronta para receber os turistas? A paisagem terá se recuperado, ou ainda haverá cinzas acumuladas nas margens dos lagos? A chuva terá parado de transformar as cinzas em lodaçal? As pistas estarão branquinhas? São muitas as questões, e ter o trabalhão de chegar a Bariloche para não encontrar o lugar do jeito que você imagina pode ser pior do que adiar a viagem para o ano que vem.
Planos B: Gramado (ambiente alpino sem neve), Santiago (neve sem ambiente alpino mas com estrutura de metrópole), Ushuaia (neve sem ambiente alpino nem estrutura de metrópole, mas com bichos), Mendoza (neve a uma hora e meia).
- Julho no Chile. Santiago e Portillo não foram afetadas pelas cinzas; os transtornos se restringiram ao tráfego aéreo. Só há motivos para cancelar se você realmente não quer correr o risco de um fechamento de aeroportos justo no dia da sua viagem. Ainda assim, não custa monitorar a situação por mais uma semana...
- Julho em Bariloche. Ainda faltam vinte dias para as férias. Eu consultaria as condições de cancelamento e, se fosse possível, daria mais um tempinho para ver como as coisas ficam -- com especial atenção nos relatos sobre a paisagem e as pistas de esqui. Na melhorzíssima das hipóteses, a recompensa ao sangue-frio seria um julho atipicamente tranqüilo em Brasiloche. Mas também pode ser apenas mais um pollyanismo da minha parte.
Planos B: Gramado (ambiente alpino sem neve), Santiago (neve sem ambiente alpino mas com estrutura de metrópole), Ushuaia (neve sem ambiente alpino nem estrutura de metrópole, mas com bichos), Mendoza (neve a uma hora e meia).
E você? Está de viagem marcada para Buenos Aires, Bariloche ou Chile? O que está passando pela sua cabeça? Tomou alguma providência? Conta pra gente!
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