Ou -- Bastidores: historinha de como se faz um guia de viagem online na segunda década do século 21
Em janeiro de 2010, ao detectar um interesse repentino dos leitores por Punta Cana -- e sem saber praticamente nada sobre o destino -- eu abri um post participativo: Já foi a Punta Cana? Queremos suas dicas. O conteúdo foi encorpando, e em abril o site ganhou de presente um outro post que acabou bombadíssimo: o depoimento da Fabiana sobre seu casamento no Meliá (Punta Cana: o relato fresquinho da Fabiana).
Montei minha primeira viagem a Punta Cana, em junho de 2010, com base nesses dois posts -- mas não apenas nas dicas: me interessavam sobretudo as dúvidas não-respondidas que iam aparecendo. Planejei seis dias em quatro resorts diferentes (nos resorts em que fiquei duas noites, a idéia era ver como funcionavam os restaurantes à la carte). Um desses resorts acabou descartado na postagem, porque estava abaixo do padrão a que o brasileiro está acostumado. Percorri praticamente a praia inteira, a pé, do início de Macao ao fim de Bávaro (e mais Cabeza de Toro de cima a baixo, mas esta é pequena), usando três bases diferentes.
A viagem rendeu a página-guia de Punta Cana, que logo se entrou para o top 3 de audiência no site. Como sempre acontece, o conteúdo foi ficando ainda mais consistente com a colaboração dos leitores. Em janeiro de 2011, ao fazer o post-compilação de resenhas de leitores, consegui garimpar de cara depoimentos sobre 25 resorts diferentes que já estavam devidamente registrados. Vinte e cinco!
Este ano planejei a volta a Punta Cana de olho nas lacunas. Programei dois dias em Bayahibe, a praia a uma hora e meia/duas horas de Punta Cana de onde saem os passeios à Ilha Saona (mas não consegui ir à ilha, porque o tempo não estava bom).
Passei os mesmos seis dias do ano passado em Punta Cana propriamente dita, mas desta vez só fiquei uma noite em cada um (e ainda visitei um último a caminho do aeroporto). Por quê isso? Porque em Punta Cana o resort é praticamente o destino (já em Bayahibe, nem tanto). Como num navio, o resto é acessório: você precisa gostar de onde está hospedado.
Me dediquei a terminar de destrinchar Bávaro, o trecho de praia que para mim é o filé da zona hoteleira principal; fiquei em três hotéis por ali (Meliá, Secrets/Now e Barceló Bávaro Deluxe). Incluí no mix o Iberostar, em Arena Gorda, para os (inúmeros) fãs da marca no Brasil pudessem ter um termo de comparação. Fui conferir o Hard Rock, que de vez em quando é oferecido em sites de compras coletivas e ocasiona febre de perguntas. Passei um dia num resort baratinho, o Barceló Dominican, para ver se encontrava consistências com o que vi no resort baratinho da primeira estada (encontrei). E na volta ainda arranjei um day-use no Club Med, que fica numa praia inacessível a passantes (e que me deslumbrou).
O que continua faltando? Dos resorts mais comentados/elogiados, ainda não fui ao complexo Majestic (Colonial e Elegance). Também não foi dessa vez que fui ao Riu (sempre há um limite mínimo de permanência, e confesso que não simpatizo nada com a arquitetura). Entre os que suscitam mais pedidos de informação na caixa de comentários, não deu para ir ao baratinho Bávaro IFA Village (indisponível para reservas de um dia; por isso acabei no Barceló Dominican), ao intermediário Punta Cana Princess (que é o top de linha dos Princess, mas o que vi ano passado no Caribe Club Princess não me anima muito), nem ao isolado Catalonia Bávaro (adoraria ter ido, tem preços ótimos, não é plastificado e parece estar numa praia linda, mas infelizmente não aceitam reservas para apenas um dia).
Faltou também ter feito pelo menos os passeios principais (Ilha Saona e Altos de Chavón), mas de qualquer maneira já deu para perceber as vantagens logísticas de Bayahibe.
Tão importante quanto ter feito essas novas resenhas, contudo, foi confirmar impressões da primeira viagem e intuições que tinham se formado desde então.
A saber:
1) Não seja muquirana
Punta Cana é um destino com ótima relação custo x benefício. Mas é um erro tirar proveito disso para ir no mais baratinho. O mais baratinho não tem um padrão compatível como que você está acostumado no Brasil. E não é compatível com o que você espera de uma viagem ao exterior. As acomodações vão deixar a desejar, vai ser difícil encarar os frios do café da manhã. Lembre-se que no sistema all-inclusive as faixas de preço são um ótimo indicativo de conforto, qualidade da comida e da bebida. Aproveite para fazer o contrário: cacifar um resort de padrão superior ou luxo, que justamente pela ótima relação custo x benefício acaba saindo mais em conta do que seus equivalentes no Brasil.
2) Quer passear? Programe uns dias em Bayahibe
Os melhores passeios de Punta Cana são "produzidos": parques, atrações e atividades montadas para entreter os turistas que estão por lá (e entregam o que prometem). Para fazer passeios que não estejam exatamente em Punta Cana (Ilha Saona e outras ilhotas, Altos de Chavón, até mesmo Santo Domingo), o ideal é dividir a estada entre Bayahibe e Punta Cana. Fiz um um post sobre como combinar as duas (ou as três) numa mesma viagem.
3) Evite fim de maio/iniciozinho de junho
A virada de maio para junho tem tempo embaçadíssimo (segundo ano consecutivo com vários dias nublados. Mas depois de 9 de junho o tempo ficou lindo).
4) Não supervalorize os restaurantes à la carte de um resort
Não se impressione pelo número de restaurantes à la carte dos resorts. Os à la carte, nestes ou em qualquer resort que não seja mega-luxuoso, existem para você brincar de sair para jantar. Mas se você costuma freqüentar restaurantes na vida real, é quase certo que o à la carte do resort deixe a desejar. Os buffets costumam ser mais competentes (e estão à disposição caso a experiência do à la carte não tenha sido a contento...).
5) O free shop não é tão fraco quanto tinham me falado
Reconfirmei a impressão de que Punta Cana não é um destino de compras. Mas como dessa vez peguei o vôo de volta lá mesmo (ano passado tinha sido em Santo Domingo), pude dar uma olhadinha no free shop e -- ei, não é acanhado como muitos leitores diziam. É decente e vi muitos brasileiros comprando. Apenas não tem eletrônicos -- o que é normal em free shops (para isso, é melhor ir via Panamá).
Leia também:
--> A diferença entre as praias
Como escolher seu resort em Punta Cana
--> Resenhas completas de resorts
Barceló Bávaro Beach: só para adultos, mas sem formalidades
Barceló Bávaro Deluxe: completo, renovado, em ótima praia
Barceló Dominican, o baratinho dos Barceló
Barceló Premium Punta Cana, como é um resort intermediário
Bávaro Princess: você já viu um hotel desses por aqui
Caribe Club Princess: como é um resort baratinho
Catalonia Bávaro: economia e maré mansa em praia isolada
Club Med Punta Cana: numa praia perfeita e privativa
Gran Bahía Príncipe Esmeralda: o relato do Rodrigo Purisch
Grand Palladium e Royal Suites Turquesa: 4 em 1
Hard Rock Hotel: quartos de pop star, astral de navio
Iberostar Grand Bávaro: o Iberostar top de linha
IFA Villas Bávaro: uma pousada em escala Punta Cana
Majestic Colonial e Elegance, revelados pelos leitores
Meliá Caribe Tropical, entre a praia e o shopping em Bávaro
Now Larimar e Secrets Royal Beach: bacanas e sem pulseirinha
Ocean Blue & Sand: o relato da Vicky
Paradisus Palma Real, o mais luxuoso de Bávaro
Riu Palace Macao: compacto, reformado, só para adultos
Sanctuary Cap Cana: um resort de luxo em Juanillo
Secrets Royal Beach e Now Larimar: bacanas e sem pulseirinha
Viva Wyndham Dominicus, na melhor praia de Bayahibe
--> A opinião dos leitores:
Resorts de Punta Cana resenhados por hóspedes brasileiros
--> Guia Viaje na Viagem de Punta Cana
Introdução a Punta Cana: quando ir, como chegar, onde ficar, o que fazer
Punta Cana: índice de links úteis e posts relevantes
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