Era uma vez um sofá: Couchsurfing, AirBnB, Wimdu

Apartamento que eu aluguei em Lisboa por imobiliária convencional

Em 2003, muito antes de haver redes sociais dignas do nome, foi lançada uma rede social de hospedagem, o CouchSurfing.org. A idéia não era original: desde 2001 já havia o HospitalityClub. Mas de algum modo, os surfadores de sofá acabaram virando sinônimo da categoria rede-de-hospedagem-gratuita.

Até hoje a coisa funciona como no início: você abre um perfil na comunidade, é aceito e então está credenciado tanto a receber hóspedes quanto a se hospedar. Os anfitriões controlam seu calendário e têm direito de aceitar ou não o pedido de hospedagem, depois de analisar o perfil de quem está pedindo sofá. Tanto o hóspede quanto o anfitrião são avaliados a cada hospedagem e vão ganhando melhor status na rede. O sistema tem se revelado surpreendentemente seguro.

E surge o AirBnB

A coisa deu tão certo que não demorou para que tivessem a idéia de fazer disso um negócio. Em 2008 surgia o AirBnB, que combina a estrutura de um CouchSurfing com os procedimentos de um aluguel convencional de apartamento de temporada. A diferença com relação ao CouchSurfing é que a hospedagem é paga (o que tende a agregar mais conforto/qualidade à experiência). E em relação ao aluguel convencional, as diferenças são o controle da comunidade (hóspede e anfitrião são avaliados a cada hospedagem) e a possibilidade de alugar quartos dentro de uma casa ou apartamento (apesar de alugarem também apartamentos/casas inteiros).

O anfitrião determina o calendário em que sua acomodação estará disponível (pode ajustar as informações a qualquer momento), e tem o direito de não aceitar algum hóspede. Isso faz com que as reservas não sejam confirmadas em tempo real; sempre vai ter um delayzinho entre o pedido e confirmação (ou recusa). Quando a reserva é confirmada, o valor total da estada é bloqueado no seu cartão de crédito — mas só é debitado 24 horas depois da sua chegada debitado do seu cartão de crédito mas só é creditado ao anfitrião 24 horas depois da sua chegada (o que dá tempo para eventuais arrependimentos depois que a porta é aberta).

O negócio é um sucesso estrondoso. Tanto que…

Entra em cena o Wimdu

Fundado em março de 2011 para competir nos mesmos termos com o AirBnB, o site de origem alemãWimdu recebeu um aporte de fundos de investimento para ir pras cabeças. Tanto que é o primeiro da categoria a abrir um escritório no Brasil.

O funcionamento é idêntico ao do AirBnB. Para nós, a diferença que há um call center em português (das 9h às 19h) e uma campanha agressiva de cadastramento de anfitriões. De olho na Copa e nos eventos em que falta hospedagem no Brasil (Carnaval, Réveillon…), o Wimdu está buscando propriedades (é o jargão do nicho) no Rio, em São Paulo, Salvador e Florianópolis. Algo me diz que esse negócio vai longe 😀

E você? Tem alguma experiência com CouchSurfing, HospitalityClub, AirBnB ou Wimdu para compartilhar? Conta pra gente!

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36 comentários

Sou membro do Couchsurfing desde 2008, ja recebi varias pessoas aqui na minha casa em Curitiba e em Foz do Iguacu, ate coloquei minha mae na onda. So fiquei no couch de outros 2 vezes, em 2 reveillons, 2010 em Sao Miguel dos Milagres, qndo conheci o Comandante, e nesse ano no Rio. Adoro o site, a galera (comunidade de Curitiba) e sempre organizamos umas “invasões” para outras cidades, alem de eventos locais. Todo ano rola o Encontro Nacional, ano passado foi aqui e ajudei a organizar, vieram 200 pessoas e a grande maioria ficou hospedada nos couchs disponibilizados pelos membros de Ctba, depois dizem que curitibano é fechado?!
Todo mundo me pergunta sobre segurança, se voce le o perfil da pessoa que lhe solicita couch e suas referencias sao boas, a probabilidade dessa pessoa ser um guest ruim é baixa, mas qndo vc nao se sente seguro p hospedar alguem, basta apenas dizer nao, ninguem é obrigado a nada.
Gosto muito de receber pois acho q recebendo um estrangeiro por alguns dias acabamos viajando sem sair de casa.
As regras, cada um estabelece a sua no seu perfil, como qntos dias a pessoa pode ficar, o que pode utilizar da casa, etc, o dono da casa faz as regras e cabe a ele deixa-las bem claras em seu perfil, como no AIRBNB.
Estou indo p os EUA agora em set e ficarei em couch em Washigton e na Philadelphia, como tenho um perfil bem completo e cheio de referencias consegui “Couch” super facil, gosto muito do conceito da comunidade, surfar o mundo, um sofa de cada vez!
Em NY experimentarei pela primeira vez o AIRBNB, fiz a reserva essa semana e ficarei com mais um amigo na casa de uma guria por USD 60,00 o quarto. Cadastrarei meu apt no AIRBNB p copa!
Lets Keep Couchsurfing!

Registerei-me no Couchsurfing quando dividia um apartamento com colega do trabalho aqui na Holanda. Antes disso, também tivemos registro quando moramos no Brasil.

Posso ter sido o ponto fora da curva, a exceção, mas tive mais perrengues do que sucessos e abandonei Couchsurfing.

Ao todo, recebi(emos) 7 pessoas em 4 ocasiões diferentes.

Em um dos casos, deu tudo certo, nosso hóspede veio, ficou, conversou, interagiu, partiu. Não nos tornamos amigos ou algo assim, mas foi uma experiência normal. Em outra, praticamente não encontrei a nossa guest, que ficou só duas noites, mas não tive do que reclamar.

Agora, os perrengues:

– combinamos de receber um casal novo (nossa idade) nas férias, havia um quarto vazio que podia acomdolá-los. No dia em que chegaram, nos constrageram com uma ligação de última hora “tem uma amiga com a gente, ela pode se hospedar também? Vamos dividir os colchões, não há problemas”. Não gostei, o clima ficou chato no telefone (eu estava no trabalho, difícil argumentar com quem não falava inglês direito em ligação ruim). Ao chegarem tivemos contratempos com a natureza “espaçosa” do casal, coisas como deixar roupa na secadora/máquina um dia inteiro, “tomarem” conta da cozinha sem antes perguntarem etc.

– dois amigos australianos chegaram, a princípio muito solícitos e “easy going”, mas não levaram a sério as poucas regras que deixamos bem claro no profile da casa aqui na Holanda: proibido fumar em qualquer lugar, a qualquer hora, mesmo que seja na sacada ou varanda; e não emprestamos chaves: os hóspedes tem de acompanhar nossos horários, que são bem previsíveis em geral (são dois itens que o site recomenda vc deixar claro, dentre outros: fumo, se vc adota o host out-guest out). Fizeram cara feia quando lembramos que iríamos trabalhar no sábado (conversamos antes sobre isso por email), e no final tivemos de pedir para eles irem embora um dia antes do previsto quando estavam fumando na sala (a desculpa era que estava nevando muito – verdade – e eles não tinham como ir ao parque ao lado).

Enfim… talvez tenha sido o ponto fora da curva. Tenho alguns amigos que guardam mais experiências positivas que o contrário. Alguns disseram que nossas poucas regras acabavam afastando a maioria dos surfers, mas eu tenho tolerância zero a fumaça de cigarro seja lá de que, e não ficaria tranquilo jamais em emprestar chave de casa.

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Corta e vamos para AirBnB: usei-o para alugar um flat básico em Liège (Bélgica) por 3 dias, em Zürich por 4 dias, e também em Berlin por 3 dias. Foi mais uma forma de maximizar meu orçamento para viagens de trabalho, que é fixo por dia, em lugares mais espaçosos e conhecer o sistema.

Em Liège, o flat era uma kitinet mobiliada de forma aceitável (fiel às fotos) com uma pequena micro-cozinha (sem forno, apenas microondas e fogão de indução, geladeira pequena). A única área em comum com o proprietário era o hall: percebia-se que o dono fez umas reformas para usar parte do seu apto. como aluguel. Tudo ok, exceto pelo “Wi-Fi grátis” – o sinal era fraco, a conexão caia a todo momento, mesmo no hall comum de entrada.

Em Berlin, aluguei um flat no oitavo andar de um prédio antigo, em estado de conservação razoável, em área residencial não-turística no sudeste da cidade. Tinha S-Bahn nas proximidades. As dimensões do flat eram as anunciadas. O flat era um apartamento dividido em 2, a outra unidade também era alugada. A pessoa que entregou as chaves parecia ser um secretário do dono do local, muito profissional, entregou as chaves e até um manualzinho de uma página e meia em inglês sobre manipulação do aquecedor, da água, telefone de emergência do dono etc. Havia Wi-Fi grátis, mas era preciso baixar um plugin do provedor que não se entendia direito com meu anti-vírus, em alemão. Demorou cerca de 1h com o secretário do dono no telefone até tudo funcionar.

Em Zürich, o sistema foi mais amador: a casa era de uma pessoa que a aluga quando viaja por longos períodos a trabalho (ou assim me disse), e uma senhora aposentada que é vizinha (mas fala um inglês rudimentar) supervisiona o aluguel, entrega as chaves e nada mais. Tinha uma mini-refrigerador beem pequeno para uso do hóspede (o principal tinah uma fita adesiva, como se fosse um “lacre”, fechando-o), e acesso ao quarto de eu assumo ser o de hóspedes, sala e varanda. As demais dependências da casa me estavam trancadas, como acesso ao terraço.

Vale lembrar que, no meu caso, eu procurei especificamente apenas por propriedades em que o dono não iria dividir o imóvel comigo durante a estadia. Não gosto de B&B pela intimidade forçada, e jamais me adaptaria, acho, a dormir pagando no quarto de alguém na sua casa particular, e tomar café da manhã com estranhos na presença deles e família na mesa da cozinha.

Eu sou aquele amante a moda antiga, do tipo que ainda manda flores e apesar do velho tenis e da calça desbotada. . .

COUCHSURFING
Eu surfei em um sofá na Alemanha e foi uma das melhores experiências em termos de hospedagem que já tive. A anfitriã era um amor de pessoa, eu tinha um quarto só para mim e acabei por ser apresentada a uma Berlim bem diferente da que viajamos esperando conhecer. 🙂

Antes eu ficava meio receosa de deixar minhas coisas assim na casa de alguém, mas se a pessoa deixa a chave DELA nas suas mãos… as chances de dar problema são mínimas!

eu já recebi para dormir e para passear (via HC). já fui recebida também para passear (nunca dormi). achei todas as experiências maravilhosas, inclusive a com o alemão de Dresden cujo inglês eu nem entendia (registrado aqui:https://www.youtube.com/watch?v=fvlgXnGy7Gg). um dos meus melhores amigos atualmente conheci via HC.

para mim, uso as mesmas regras que para um novo amigo: alguém que o conheça, interesses comuns, o mínimo de higiene e estamos bem.

Eu já recebi gente pelo CouchSurfing, e me hospedei também em casas de outras pessoas (mais recebi que visitei). Pena que por causa dos meus horários de trabalho incomuns não posso receber tanta gente quanto gostaria. Sempre foram experiências bem bacanas; por exemplo, meu último anfitrião, em Atlanta, tinha convicções totalmente opostas às minhas sobre quase tudo, o que levou a ótimas conversas regadas a Guinness (isso sim, tínhamos em comum).

As pessoas do CouchSurfing, ou pelo menos as mais ativas, gostam de insistir que o CS é bem mais que “um jeito de conseguir hospedagem grátis”; o objetivo é se integrar. Se a pessoa se limita a apenas dormir na sua casa, tomar banho e usar a geladeira, entrar e sair sem dizer uma palavra, como se estivesse num hotel, bom, não pegou o espírito da coisa. No México eu até reservei hotel, mas certamente entrarei em contato com o pessoal do CS de lá para combinar algum passeio.

Em Julho alugei um estudio em NY através da AirBnb, gostei da vantagem de pagar com o cartão de crédito e tanto o apartamento como o dono eram óptimos. Já a AirBnb deixou um pouco a desejar: atendimento via email lento e caótico. Para que eles emitissem um recibo, só à terceira tentativa…
https://www.airbnb.com/rooms/87764

hum….pode ser sucesso…mas eu sou old school…prefiro o bom e velho hotel! mal aguento dividir o quarto…hahaha

Já recebemos duas vezes pelo Couchsurfing, mas nunca nos hospedamos.

A primeira experiência foi maravilhosa, um casal de alemães super queridos, que estava rodando o mundo pela segunda vez. Educados e gentis, tanto que até hoje mantemos contato e pretenmos visitá-los um dia.

Na segunda vez foi um cara muito folgado e espaçoso, insistiu pra chegar antes do horário que estaríamos em casa (o que não deixamos) e não deixou claro quanto tempo ficaria (acho que se o Vinicius não tivesse sido firme ele “ficaria-ficando”). Lembro que chegou uma encomenda na minha casa e quando fui abrir, ele veio correndo ver o que era, muito intrusivo!

Depois decidi dar um tempo, não por causa do cara, afinal não julgaria o projeto todo por causa de um único mala, mas pq estava num período bem estressante de trabalho e não estava no clima de receber e ter que fazer sala.

Enfim, sempre há o risco de aparecer alguém que não rola empatia ou que é folgado e vice-versa. Por isso recomendo não aceitarem que as pessoas fiquem por mais de 3 dias. Se der azar de ser um mala, será por pouco tempo. Ao mesmo tempo será uma pena se for alguém muito bacana. Faz parte do jogo.

p.s. eu sei que é errado, mas não me senti à vontade para dar uma avaliação negativa pro tal cara…

    Este “espaçoso era brazuca ou gringo? Só de curiosidade, pois sou host e estou fazendo uma pesquisa à respeito.

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