Santiago com upgrade

W Santiago

Como acontece com toda cidade verdadeiramente interessante, Santiago do Chile fica mais bacana numa segunda ou terceira viagem, quando você não precisa mais bater ponto em nenhum lerê. É quando você parte para descobrir os prazeres de quem mora no lugar. E sem precisar investir em passeios, pode se permitir extravagâncias nos quesito cama e mesa. Em agosto o Viaje na Viagem para um tour-dégustation da Santiago mais moderna e sofisticada. Use este post como um guia para aqueles momentos eu-mereço. [Riq]

Fiz uma paradinha estratégica em Santiago antes de seguir viagem para Valle Nevado e a cidade me pareceu cada vez melhor. Não há dúvida que merece ser mais do que uma simples escala para outros pontos interessantes do Chile como o Atacama, a Patagônia e as estações de esqui.

Santiago nevada

Para a minha surpresa, fui recebida com neve. Isso mesmo: nevou em Santiago! O evento foi tão inesperado e raro que nem os santiaguinos conseguiam me dizer ao certo há quantos anos não nevava por lá.

Depois dessa ótima surpresa, os dias seguintes foram de muito sol e de uma temperatura agradável, ótima para se caminhar sem rumo pela região de El Golf e Las Condes, na parte mais moderna da cidade.

Dizem até que a neve chegou bem na hora do meu check-in a pedido do W Hotel, um hotel que dispensa apresentações.

W Santiago

W Santiago

W SantiagoW SantiagoW Santiago

Para os fãs de decoração e design, esse hotel é um prato cheio, pois cada ambiente parece planejado para proporcionar sensações e impressões diferentes.

W Santiago

Vale a pena se presentear com ao menos uma noite no W, aproveitar os restaurantes do hotel e se esbaldar no café da manhã.

W SantiagoW SantiagoW Santiago

O W também é muito freqüentado pelos moradores da região. Eles aproveitam não apenas os restaurantes e o bar, mas também a famosa Whiskey Blue, uma balada do hotel super concorrida e, para quem curte, um ótimo lugar para ver e ser visto. Esse não é o caso da Bóia, que precisa preservar sua identidade secreta e sempre se recolhe cedo com medo de virar uma abóbora :mrgreen:

Se você saiu do hotel com aquela vontade de levar todo o setlist de músicas ambientes para a casa, você pode baixar a app para iPhone do W Hotel e ter acesso a todas as músicas que tocam simultaneamente em todos os hotéis da rede.

Coquinaria

Ao lado do hotel, não deixe de conhecer a Coquinaria, um espaço dedicado à boa gastronomia e a temperinhos especiais, uma ótima dica da Mari Campos e dos Destemperados. O ambiente é agradável, os pratos saboros e a loja ainda é repleta de produtos diferentes para quem gosta de cozinhar. Esse tipo de espaço faz uma falta danada na terra da Bóia.

As vizinhas da Coquinaria também são uma tentação, lá você encontra uma loja enorme do El Mundo del Vino e um Juan Valdez Café. É o pacote completo: dos temperos, às refeições, aos vinhos até o cafézinho no final.

Santiago para foodies

Mesmo que você não seja um chef nem da sua própria cozinha ou mesmo que você não entenda as diferenças técnicas entre as escolas internacionais de gastronomia, incluir um restaurante bacanudo no roteiro da sua viagem é uma maneira de conhecer hábitos, ingredientes e inovações da cultura local. A cena gastronômica de Santiago anda cada vez mais rica e interessante.

Osaka (El Golf)

Osaka, Santiago

Mundinho globalizado esse… Já imaginou um lugar onde a cozinha peruana pudesse encontrar a cozinha oriental em pleno coração de Santiago e ainda resultasse num ótimo samba? (ops)

Assim é a cozinha do badalado Osaka, um dos restaurantes do W. Apesar de ser uma Bóia, vivia confessando que não era muito amiga de frutos do mar e mariscos, o que era um pecado. Contudo, depois desse almoço, descobri que na verdade, eu nunca fui apresentada a pratos da cozinha litorânea tão bem preparados e saboros como esses do Osaka. Destaque para as vieiras gratinadas, uma delícia.

Se Cocina (Chicurea, a 30 min. de carro)

Se Cocina, Santiago

Aposto que muitas vezes você já se pegou imaginando como deveria ser a cozinha do seu restaurante favorito. Agora imaginem o susto que levei ao perceber que a entrada do Se Cocina era pela própria cozinha do chef e minutos depois perceber que eu não tinha apenas passado pela cozinha, mas sim iria jantar na cozinha, afinal ela fica dentro do próprio salão do restaurante 0.O

Uma super experiência: jantar e ver os chefs literalmente colocando a mão na massa bem pertinho da minha mesa. O pastel de choclo (milho verde) estava divino.

Sukalde (Vitacura)

Sukalde, SantiagoCeviche no Sukalde, Santiago

Apesar da música ambiente Rod Stewart mode on, o almoço no Sukalde foi muito agradável. Aliás, essa é uma novidade: agora você também pode desfrutar do cardápio oferecido pelo tímido chef Matías Reyes na hora do almoço. Assim como no Se Cocina e no Casa Mar, o Sukalde também procura valorizar elementos e pratos típicos do Chile.

Vieiras no Sukalde, SantiagoCaldillo de côngrio no Sukalde (com poema de Neruda impresso na massa)

E quem disse que eu já tinha encerrado a minha cota de surpresas? Um dos pratos oferecidos durante o almoço era composto por uma poesia do Neruda, impressa com tinta de lula numa fina massa, que descrevia o quanto o autor gostava do côngrio, peixe típico da costa chilena. Isso não é mágico? É lindo de se ver e, confesso, uma delícia também.

Casa Mar (Vitacura)

Casa Mar, SantiagoCasa Mar, SantiagoCasa Mar, Santiago

Save the best for the last? Pois bem, essa frase nunca fez tanto sentido pra mim. Em um final de semana digno de Destemperados, onde o ponto alto sem dúvida foram todas essas belas refeições que eu fiz, já estava me acostumando com a idéia de que a culinária chilena é realmente especial e que, assim como o Brasil é abençoado por inúmeros ingredientes únicos e especiais (mandioquinha, eu te amo!), o Chile é abençoado por um litoral rico em peixes muito saborosos e chefs criativos que capricham em seus menus.

Casa Mar, Santiago

Casa Mar, SantiagoCasa Mar, Santiago

Mas o chef Tomás Leiva resolveu me proporcionar um jantar impecável. Era inevitável me lembrar da cena do Remy, daquele simpático desenho Ratatouille, em que ele provava um pedacinho de queijo e um pedaçinho de morango e fogos de artifício começavam a explodir na sua cabeça. Essa sensação se repetia comigo a cada novo prato, e foi assim até o final do jantar. Acho que dessa vez não vou conseguir eleger meu prato favorito. Preciso de um tira-teima, que tal? 😉

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24 comentários

Achei ótimo o post com toques “destemperados” 🙂

É sempre bom voltar a um destino dos quais gostamos, sem nos sentirmos na ‘obrigação’ de ver ou fazer nenhum lerê.

Que tudo Bóia!!!!! Só posso dizer que estou morrendo de saudades dessa esquina da Isidora Goyenecha! Um dia antes de voltar de Santiago, o tempo estava bastante agradável e fiquei sentada num banco de praça bem em frente ao W, admirando as luzes e tirando fotos. Parabéns pela experiência!

UAU ! Bóia paulista se revelando um trip de carteirinha e degustando todos os mimos de hospedagem e comidinhas .
Tb adorei as ótimas dicas !!!

Que demais, né! E a apresentação dos pratos?

Já alguns anos incluo em minhas viagens ‘fine dinings’ com direito a cozinha molecular e menus degustação sem medo da conta, seja em restaurantes de chefs renomados que tenham estrelas Michelin ou não.

Viciei nessas experiência gastronômicas, e só lamento por ter não começado a apreciar antes.

Vou favoritar este post. Excelente, Bóia Paulista! Quando estive em Santiago, destrinchei a cidade com direito a todos os lerês. Mas não comi bem, ou por preguiça (comia onde e quando a fome batia) e por não querer investir muito no tema gastronomia. E minha vontade era justamente voltar a Santiago com essa proposta! Adorei! 🙂

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