Medidas (minha crônica no Divirta-se do Estadão)
Ilustração | Daniel Kondo
Brasileiro só pensa naquilo. “Você viu pra quanto foi a milha?” – eis o assunto com mais ibope, do cantinho do café na firma às rodas de chope aos posts do Facebook. O fato é que a contínua valorização da milha frente ao quilômetro deixa tudo mais longe.
Por mais que os economistas palpitem, parece que não há mesmo como se proteger: o mercado é instável por natureza. Quantos hectares vale um acre? Qual é a duração atual da légua? Hoje é feriado bancário na Ásia, não dá para saber.
A conjuntura mundial nunca foi tão preocupante. A inflação da temperatura em Farenheit – um dos temas mais debatidos da Rio +20 – torna as economias anglo-saxãs especialmente frágeis. O problema é que, com a súbita aversão dos mercados aos centígrados, os países emergentes não têm como ajudar.
Como paliativo imediato, o Banco Mundial sugeriu que os Brics desvalorizassem os seus fusos horários, mas até agora não foi ouvido. Enquanto isso, Europa e Estados Unidos falam em retaliar os chineses, taxando todas as horas made in China que tenham mais do que 60 minutos.
Espera-se para qualquer momento a grande bomba: o anúncio da saída da Inglaterra da zona do quilo. Em outras épocas, a volta do Reino Unido à libra seria tida como um movimento mais do que natural. Hoje, no entanto, essa medida pode levar à completa desorganização das economias baseadas no sistema decimal.
No pior cenário, os centímetros podem deixar de ser convertidos automaticamente para polegadas, o que tende a trazer o caos para a vida do cidadão comum. A medida criaria demanda por um mercado paralelo, aumentando sobremaneira o contrabando de polegadas via Paraguai.
O governo, como sempre, mais atrapalha do que ajuda. Tome por exemplo essa aventada ameaça de aumento do IOF para todas as compras acima de 1 gigabyte. É óbvio que isso causaria uma corrida às lojas, com conseqüente escalada de preços.
Sem falar na crônica falta de troco, que está levando o comércio à inadimplência de balas Juquinha.
E sobre o tal limite obrigatório de 140 caracteres a quem quiser escrever besteira: isso é controle social da imprensa!
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4 comentários
Morri com as balas juquinhas…:)))
Genial!
rindo de forma desmedida aqui… pensando nas onças que fugiram para a América, nas arrobas que se modernizaram… 🙂 🙂
😆 x 1000000 (escolha sua unidade!).