Ilustração | Daniel Kondo
A um ano e meio da Copa, vejo todo mundo preocupado com os mesmos assuntos – aeroportos, estádios, transporte público, estrutura no entorno das arenas e a possibilidade de apagões.
Hoje se sabe que, para tudo ficar pronto antes da hora, bastaria ter entregue todas essas obras para o pessoal que construiu a nova arena do Grêmio. (Ainda dá tempo de contratar os caras para gerenciar o PAC.)
Com exceção dos estádios, no entanto, nada disso é crucial. Seria sensacional se o evento deixasse como legado para a população melhores aeroportos, transporte de massa decente ao futebol e um entorno civilizado nos estádios. Mas já está claro que na maioria das sedes isso não vai acontecer.
Para a Copa, é menos grave do que parece. O caos aéreo vai ser pontual e localizado: vai acontecer apenas quando uma legião de torcedores de um país precisar se deslocar para outra sede. Chegar aos estádios vai ser um problema, mas quem entrou nessa está preparado para perder o dia na função de ir e voltar. O entorno dos estádios, nesse momento, só é relevante por motivos estéticos; todos vão entrar assim que chegar. (Quanto ao apagão elétrico, espera-se que as autoridades saibam o que estão declarando.)
Não vejo ninguém falar, porém, do item que tem o maior potencial de nos desmoralizar como anfitriões: o apagão da telefonia e da internet. Os aeroportos podem continuar mambembes, que tudo bem. Mas se em um ano e meio o Brasil não resolver o problema de sinal e conexão nas sedes, vamos passar muita vergonha.
Quem vai para uma Copa do Mundo suporta três horas de engarrafamento ou atraso no vôo. O que não dá para agüentar – numa Copa ou fora dela – são três horas de engarrafamento ou atraso no voo sem poder checar o email. Estar num estádio lotado num jogo do Mundial, e não poder subir uma foto para o Facebook, é como se você não tivesse ido: não tem a mínima graça.
Hoje basta meia-dúzia de pessoas com celulares de uma mesma operadora se fecharem numa sala de reunião para a conexão ficar capenga. #Imagina no Itaquerão...
Será que o pessoal que construiu a arena do Grêmio não pode dar um jeito nisso?
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