Noronha | Na Praia do Cachorro: o menino e o jacaré

Eu estava empoleirado na mureta do Bar do Cachorro, tirando fotos linda Praia do Cachorro, a prainha da Vila dos Remédios, a mais urbana (e popular) das praias noronhenses.

Estava registrando a incrível transparência das ondas quando me dei conta que nem todo mundo queria furar a ondulação. Um garotinho estava empenhado em conseguir tirar um belo jacaré.

Foi quando me dei conta de que o jacaré está para a Praia do Cachorro assim como o surf está para a Cacimba do Padre (ou o snorkel para o Sancho).

É um esporte nobre e autóctone, tão brasileiro quanto a pelada.

Não existe idade para pegar jacaré — mas não tenho dúvidas de que os melhores jacarés são os que a gente pega na infância. Transformar o mar num brinquedão, num tobogã particular, no seu próprio parque aquático — eis aí uma das coisas mais poderosas que a gente pode fazer com menos de 1 metro e meio de altura.

E daí que eu fiquei, fascinado, stalkeando os jacarés do garoto.

Será que ele se dá conta do privilégio que é poder jacarezar um mar tão transparente?

Ah, moleque!

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