Puyuhuapi: 'Eu achei o paraíso e ele fica na Patagônia Chilena' 1

Puyuhuapi: ‘Eu achei o paraíso e ele fica na Patagônia Chilena’

Enviada especial | Denise Mustafa

Puyuhuapi Lodge & Spa

Dizem que demora pra se chegar ao paraíso. Eu demorei 1 dia e meio. Saí de Fortaleza às 10h da manhã de uma sexta-feira e às 17h de sábado cheguei ao meu destino. O paraíso, no caso, se chama Puyuhuapi, um pequeno povoado na Patagônia Chilena. Apesar do acesso difícil, já tinha ouvido que valia a pena. Eu comprovo: vale.

Para chegar, é preciso ir a Santiago e, de lá, uma viagem ao aeroporto de Coyhaique (Balmaceda), o mais próximo do destino final. Fui recebida por uma atenciosa equipe do Puyuhuapi Lodge & Spa, o lugar que iria conhecer. Mas o paraíso ainda não era ali: faltavam mais 4h de carro, percorrendo a pampa patagônica de Aysén, com uma vista deslumbrante, passando pela cidade de Coyhaique.

Coyhaique

No caminho, a Carretera Austral, uma rodovia com uma linda vista da exuberante vegetação, com bosques, desfiladeiros, cascatas e montanhas.

Concluído este deslocamento, enfim, o paraíso? Quase. Mais 15 minutos de lancha e lá está: no meio do absoluto nada, entre árvores, o hotel.

Puyuhuapi Lodge Spa
Puyuhuapi Lodge & Spa
Puyuhuapi Lodge & Spa

Na chegada, um aviso: o lugar é feito para desconectar. Por isso, não existe wi-fi, 3G, sinal de celular, nem pombo correio. De lá, você não consegue mandar nem sinal de fumaça. Ok, exagero. Tem um único computador, com uma conexão de 1900 e bolinha, de onde consegui enviar um email aos meus pais e dizer: tô viva.

No principal pacote do hotel, estão inclusos: todas as 3 refeições, com entrada, prato principal e sobremesa (duas opções de cada e tudo delicioso, vale afirmar), alguns passeios ótimos, uso das piscinas termais exteriores (com uma vista que vale um mergulho ao final do dia) e as instalações do spa. Os serviços de massagem e tratamentos estéticos são extras.

Puyuhuapi Lodge & Spa

O ideal é que se passe, pelo menos, dois dias inteiros por lá, ou mais, dependendo de onde você parte e o tempo que leva para chegar. No primeiro dia, fizemos uma trilha de 2 horas por Los Canelos. E aqui fala uma pessoa não muito adepta do assunto: a paisagem no meio e no final vale a caminhada, que é bem tranquila.

Trilha Los Canelos
Trilha por Los Canelos
Trilha por Los Canelos
Trilha por Los Canelos

Los Canelos são árvores típicas da Patagônia Chilena, e suas folhas eram usadas pelos índios mapuches para curar vários tipos de doença. Elas são uma das mais antigas da flora patagônica e, pelo caminho, se pode ver várias. Vale ressaltar: no meu grupo havia um casal jovem, um casal de idosos e uma família com 4 crianças. Ou seja: o passeio vale pra qualquer tipo de idade.

No mesmo dia, uma massagem relaxante e um mergulho na piscina de água termal. As mãos da terapeuta pareciam de anjo. Não sei se pelo meu cansaço ou se pela minha alegria de estar naquele lugar. Ela terminou e me deu um abraço. No paraíso é assim.

Para quem tem crianças ou gosta de aventuras, o hotel também oferece um passeio de caiaque onde, em algumas épocas do ano, é possível ver golfinhos e, pasmem: orcas.

Puyuhuapi
Povoado de Puyuhuapi

No segundo dia, fui conhecer o povoado de Puyuhuapi. E aqui uma história interessante: esse lugar, onde vivem apenas 600 habitantes, foi fundado por 4 alemães que chegaram à Patagônia em 1935 e começaram a construir essa pequenina cidadezinha. Os chilenos de Chiloé foram chegando e a cidade começou a ser habitada. É um dos principais pontos de parada na região. Por isso, tem vários hostels e áreas de camping. Muitos turistas que viajam de mochilão e bicicleta passam por lá. Instalações bem simples. Mas a cidade, muito agradável. As casinhas, todas feitas de madeira, seguem a mesma arquitetura.

Puyuhuapi
Puyuhuapi

Ainda no povoado, também datando da época da chegada dos alemães, uma fábrica de tapetes artesanais (alfombras), feitos por senhoras chilenas que aprenderam tudo com um engenheiro alemão, que chegou junto com seus conterrâneos, construiu a máquina de tear e foi passando seus ensinamentos. E elas vendem para o mundo todo.

Parque Nacional Queulat
Parque Nacional Queulat
Parque Nacional Queulat

Mas, para quem ainda gosta de trilhas e aventuras, um passeio ao Parque Nacional Queulat também é indicado. Lá tem várias trilhas, com diferentes níveis de dificuldade, para quem quiser ver as mais diversas paisagens. Eu, como já disse, não sou lá adepta de trilha, então escolhi a menor. Mas quem quiser pode ver as geleiras Colgante e Pudú. No Parque Nacional é possível entender o processo de glaciação que ocorre na região, principalmente na passagem do inverno para o verão.

Essa época, entre dezembro e fevereiro, é verão. Por isso, as temperaturas são muito agradáveis: não faz calor nem frio de rachar. Os termômetros costumam marcar entre 10 e 19 graus, ou seja, uma delícia. Já o inverno pode ser bem rígido. A partir de maio começa a nevar e a região fica toda branquinha, mudando praticamente toda a paisagem. Mas garanto: em qualquer época, deve ser lindo. Por aqui já bate a vontade de voltar pro paraíso.

Piscina no Puyuhuapi Lodge & Spa
Restaurante no Puyuhuapi Lodge & Spa
Vista do quarto no Puyuhuapi Lodge & Spa

Minhas dicas

  • No site do hotel tem as informações de pacotes e melhores épocas do ano para visita, dependendo do que você deseja ver;
  • Como disse: vale pra qualquer idade e tipo de viagem. Tem várias atividades para crianças e, pelo que pude ver, elas se divertem bastante. Para casais de todas as idades também. E, por que não, para viajar sozinha? Eu fui e gostei bastante;
  • O hotel fica bem isolado, precisando sempre de uma lancha e um carro para chegar em outras localidades. Então não vá esperando muita locomoção. O lugar é pra ser aproveitado por si só;
  • Não tem internet nem sinal de celular, mas tem telefone fixo pra quem precisar;
  • O cardápio de massagens e tratamentos é bem extenso e tem de todos os preços.
  • Se você sair de um lugar muito distante e for demorada a chegada, como aconteceu comigo, sugiro que passe uns dias em Santiago antes e depois. Eu faria assim de uma próxima vez;
  • Leve livros e aproveite o principal produto do lugar: o silêncio.

A Lan faz a viagem Santiago – Balmaceda e o traslado está incluso no pacote do hotel.

Puyuhuapi Lodge & Spa
Puyuhuapi Lodge & Spa

Denise Mustafa viajou a convite do Puyuhuapi Lodge & Spa.

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    7 comentários

    Olá, pessoal! To indo pra Patagônia na próxima sexta-feira, 21/03/14. E to sem noção sobre quantos dolares devo levar. Vocês podem me dar uma dica?
    Também ouvi falar que o compra de dólar por lá é mais vantajosa que aqui. É verdade?
    Abraço.
    Inerita

    Olá Denise,

    Lindo o post!!! Me deixou morrendo de vontade de conhecer =D

    Gostaria de saber se pode me ajudar: Estou querendo ir pra Patagônia em novembro, mas ainda não me decidi se vou pra Patagônia argentina ou chilena. O que você recomenda?
    E quanto tempo devo viajar? 15 dias seria demais, ou daria pra fazer as duas Patagônias?

    Beijos

    Que delícia de post! Dá vontade de conhecer o “paraíso”! Posst superpedaçudo pra quem for fazer esse passeio! adorei

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