| Pôr do sol em Esmirna |
Uma das maiores gafes geopolíticas que a gente comete aqui no Brasil é chamar qualquer descendente de árabe de "turco". O equívoco não é totalmente fora de propósito, já que boa parte do Oriente Médio um dia já pertenceu ao Império Otomano. Mas hoje em dia rotular libaneses e sírios de "turcos" não faz sentido. (Até porque, tcharaaaam!: turcos não são árabes.)
Pois bem. A querida Liliane Gondim -- não vou dizer há quantos anos ela freqüenta a caixa de comentários do VnV sob o risco de revelar sua idade -- é uma autêntica descendente de turcos. Seu avô, filho de judeus vindos da França, nasceu em Esmirna, e lá viveu até que o general Atatürk expulsasse os estrangeiros do país. Estrangeiros? O avô da Lili morreu se considerando turco. Veio para o Brasil, casou com uma cearense, e passou aos filhos o amor que tinha pela Turquia da sua infância e mocidade.
"Sempre soube que conheceria a Turquia", escreve a Lili no começo do lindo post que publicou sobre o significado dessa sua viagem.
Dali ela nos conduz por um itinerário muito pessoal, em que vai desvendando não só a Turquia dos turistas, mas a Turquia que explica o avô que ela nem chegou a conhecer, mas que sempre esteve presente na sua vida.
Passa lá: é um post lindo e muito bem escrito. Brava, Lili!
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