Às 17h de sexta-feira, 15 de maio (horário de Lisboa), encerrou-se o prazo para a entrega de propostas para a privatização da TAP. Três grupos confirmaram seu interesse, entregando propostas de compra.
A primeira proposta a chegar foi a de Germán Efromovich, o boliviano-colombiano-brasileiro que é o principal acionista da AviancaTaca colombiana e da Avianca brasileira. A segunda proposta recebida pelas autoridades portuguesas foi a da holding DGN -- iniciais do brasileiro-americano David G. Neeleman, fundador da JetBlue americana e principal acionista da Azul brasileira. A poucos instantes do prazo se encerrar, chegou a única proposta de origem portuguesa, encabeçada por Miguel Pais do Amaral, dono do grupo editorial Leya.
Agora o governo português vai analisar as propostas e tentar declarar um vencedor até junho.
A existência de três candidatos foi saudada como um êxito parcial para o processo. Da última vez que tentaram privatizar a TAP, apareceu apenas uma proposta, de Germán Eframovich, que não seguiu adiante por não apresentar as garantias financeiras exigidas pelas autoridades.
Mesmo com três pretendentes, essa nova tentativa de privatização da aérea portuguesa está longe de se realizar num ambiente tranqüilo. A recente greve de 10 dias dos pilotos, por menos bem-sucedida que tenha sido, depauperou ainda mais as já combalidas finanças da cia. e acena com problemas de ordem sindical para os novos controladores. Além disso, se o Partido Socialista sair vencedor das eleições legislativas do segundo semestre, poderá reverter a privatização, caso ainda não tenha se formalizado.
O Brasil tem grandes interesses em jogo nessa privatização. A TAP, seguida pela American e pela panamenha Copa, trilhou um caminho até hoje desdenhado pelas cias. aéreas de bandeira brasileira: rotas diretas ao exterior saindo de cidades fora do eixo Rio-São Paulo. A estratégia, deslanchada por executivos brasileiros provenientes da Varig, promoveu o aeroporto de Lisboa de fim de linha a um importante hub entre 40 destinos da Europa e a América do Sul. Tanto o dono da Avianca quanto o da Azul certamente manteriam essa conectividade. A Azul traria maiores vantagens, pela maior capilaridade de sua malha.
Vamos ficar atentos os desdobramentos. Esta é uma novela portuguesa que vale a pena acompanhar aqui do Brasil.
Leia mais:
- Privatização da TAP conta com três propostas (Público)
- David Neeleman considering bid for Portugal's TAP (Wall Street Journal)
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