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7 dicas para viajar depois dos 60 (ou levar os mais velhos para viajar)

Todas as semanas a caixa de comentários aqui do site recebe alguma pergunta sobre como viajar depois dos 60 ou com parentes mais velhos para este ou aquele lugar. Às vezes o pedido de dicas é do próprio viajante, que se revela sessentão (ou um mero cinquentão!) e pergunta se pode ir para o destino x ou y, e quais cuidados extras precisa tomar.

Epa: vamos combinar que limitações físicas ou questões de saúde não são exclusividade dos maduros. Tem muito jovem por aí com problemas na coluna ou no joelho que não deixa de viajar por causa disso.

O que a maioria dos que perguntam (sejam jovens ou mais velhos) não parece atinar é que viajar é uma atividade perfeita para os anos de maturidade.

Nos Estados Unidos, as pessoas passam suas décadas mais produtivas tirando férias curtas e juntando dinheiro para poder viajar a valer depois de se aposentar (e isso lá não acontece antes dos 60/65 anos).

A indústria do turismo está perfeitamente adaptada para o viajante mais velho. O que são os tours organizados, senão passeios desenhados para que o passageiro visite as atrações com o mínimo esforço possível?

Idade certa para viajar é qualquer idade, e que maravilha poder aproveitar a renda disponível (agora que você não é mais patrocinador dos filhos) ou o tempo livre (agora que você se aposentou) para visitar novos lugares e realizar sonhos de uma vida inteira.

E que ótimo que você, jovenzito, trintão ou quarentão (ou cinquentão!), está pensando em proporcionar essa experiência para seus pais ou avós.

Saibam que é bem mais fácil do que vocês imaginam. O segredo de uma boa viagem nos anos maduros é simplesmente não incorrer nos erros básicos que a gente insiste em cometer nas nossas primeiras viagens, abusando dos trajetos longos, dos deslocamentos em horários impróprios, das noites maldormidas e do excesso de escalas.

Férias no exterior sem seguro viagem? Melhor não!

Viajar na companhia de parentes mais velhos pode ser uma bênção para sua viagem: ao tomar os cuidados para não cansar a mamãe ou o vovô, você terá finalmente planejado uma viagem redondinha e com o mínimo de stress.

A seguir, listamos 7 dicas para quem está planejando uma viagem para levar seus pais, avós, tios ou amigos mais velhos. São como os bons conselhos que costumávamos escutar deles quando éramos mais jovens. E servem também para você, cinquentão, sessentão ou setentão, que estava se achando velho demais para viajar por conta própria:

1. Vá com calma, menino

O corre-corre de um roteiro com muitas trocas de hotel e de cidade é desgastante em qualquer idade. Eleja bases espertas que permitam passeios bate-volta. Assim, não é preciso fazer mala (nem carregar mala, nem despachar mala) para conhecer um novo destino.

2. Veja lá onde vai dormir

Na maturidade, alguns itens a que não damos muita bola quando somos mais novos se tornam cruciais na escolha de um hotel. Nem todo hotel de Paris ou Amsterdã tem elevador, nem todo hotel de Santiago tem ar-condicionado nos quartos.

Se decidir por um bed & breakfast, confira se os banheiros são privativos ou compartilhados. Em redes de hospedagem econômica, pode fazer falta um frigobar no quarto.

Use os filtros dos sites de reserva de hotéis para buscar pelos serviços e comodidades de que precisa. No Booking você consegue selecionar hotéis com instalações para pessoas com mobilidade reduzida, restaurante próprio, quartos que acomodem toda a família ou que tenham cozinha compacta.

Use o TripAdvisor para espiar fotos do quarto tiradas por ex-hóspedes. Banheiros sem box, em que o chuveiro fica dentro da banheira, podem ser uma armadilha e tanto para os mais velhos.

Invista em hotéis bem localizados, perto de centros comerciais, restaurantes e praças. É sempre gostoso poder sair a pé pelos arredores.

Em tempo: pernoitar em trem é desconfortável em qualquer idade.

3. Nada de ficar até tarde na rua

Na programação do dia, programe o principal passeio como primeira atividade, logo de manhã, aproveitando o pique de energia matinal. Quando deixamos o mais importante para o fim, costumamos chegar cansados e com pouco tempo disponível. Fazendo a atividade mais importante mais cedo, dá até para voltar para descansar no hotel se for necessário.

E quanto às atrações noturnas? Na Broadway, em Las Vegas, ou no West End londrino, shows e musicais muitas vezes são apresentados em matinês nos finais de semana, ou em dois horários em um mesmo dia. Escolher a sessão mais cedo não atrapalha o jantar (esse negócio de jantar depois do espetáculo é um atalho para uma noite maldormida com problemas digestivos).

Para o jantar, sempre vale a pena reservar, para não correr o risco de ficar dando voltas à procura de um restaurante com mesa disponível. Use sites como o OpenTable, ligue para reservar ou peça ajuda na recepção do hotel.

4. Coma direitinho

A alimentação é um dos principais gastos de uma viagem, e onde muita gente corta despesas sem dó. Mas, se na juventude somos imunes aos efeitos de férias inteiras à base de junk food, com o passar dos anos uma refeição ruim pode causar mal-estar durante dias e dias de viagem.

O seu orçamento só dá para fast food? Pois uma voltinha atenta pelas imediações do hotel costuma revelar supermercados, delis ou padarias que vendem refeições prontas e frescas, e muitas cidades grandes não têm apenas grandes cadeias de fast food barateiras, mas de comida saudável bem em conta também (já ouviu falar da cadeia britânica Pret?).

5. Não vá se esquecer dos remédios (e do seguro-viagem)

Não saia de casa sem uma farmacinha na bagagem de mão e sem um seguro-saúde contratado. Para a montar a farmacinha, peça a ajuda do médico. É bom levar na bolsa remédios para os males mais comuns – dor de cabeça, febre, dor de barriga, prisão de ventre, gripe, azia, dor muscular – e não esquecer daqueles que são usados regularmente.

O seguro-viagem é absolutamente indispensável. A gente não viaja para ter dor de dente ou torcer o pé, mas imprevistos assim podem acontecer em qualquer lugar, e atendimento médico custa uma pequena fortuna no exterior. Prefira seguros que prestem assistência em português, como a Allianz Travel, nossa parceira, para que fique mais fácil explicar os sintomas em caso de necessidade.

6. Não dê bola para estranhos!

Sobretudo na Europa, há quadrilhas especializadas em aplicar golpes em turistas. São oportunistas que se aproveitam da boa vontade e da atenção alheia para sumir com carteiras e bolsas em um piscar de olhos. Puxam conversa, pedem assinaturas para alguma petição, avisam sobre um suposto anel perdido, e quando a pessoa abordada se dá conta, já é tarde demais.

É preciso ter atenção redobrada em locais muito turísticos e no transporte público, que são os lugares preferidos dos batedores de carteira e malandros bons de papo nesse tipo de ação.

É importante também escolher bolsas que dificultem a ação de espertinhos. Muitas senhoras usam apenas aquele modelo de bolsa que se carrega no ombro. É mais seguro usar uma bolsa transversal, com zíper, e carregar na frente do corpo.

Carteira em bolso de calça também é altamente não-recomendável, e lugar de passaporte é no cofre do hotel. (Para sair com uma identidade, leve seu RG mesmo.)

7. Filho: não satisfaça apenas as suas vontades

Viagens em família pedem generosidade e paciência de todas as partes. Se você está acostumado a viajar de maneira independente e desempacotada, e agora vai acompanhar seus pais ou avós, pense que organizar um roteiro 100% por conta própria, para eles, pode ser algo completamente novo e desafiador.

Em vez de se conformar a acompanhar a turma nas excursões da “melhor idade”, desenhe um roteiro independente que inclua aqui e ali passeios organizados, como os do catálogo da Viator.

Um giro pelas padarias de Paris, uma aula de tango num salão tradicional de Buenos Aires ou um tour pelo Douro com degustação de vinhos são passeios que não sufocam quem não gosta de excursão enquanto também ajudam a organizar o tempo e o roteiro de quem não tem hábito de determinar seu próprio itinerário. Além de serem uma bela oportunidade de se conhecer gente nova, de todas as idades.

Agora queremos saber de você, que já viajou com mais velhos: quais foram as suas melhores experiências? Conta pra gente!

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    118 comentários

    Hahaha, adorei esse post!! Já estou nessa faixa!!!
    Acrescentaria algumas coisas q já faço nas minhas viagens:
    – leve um antibiótico para uma dor de garganta (ou de dente), ppalmente se viajar no inverno. Em qq lugar, precisam de receita. Então, é + fácil já sair daqui c/ele.
    – se tiver milhas sobrando, use p/fazer um upgrade na ida. Chegar num país diferente, em língua estranha, c/mudança de fuso um pouco menos cansada ajuda bastante. Na volta, ñ precisa pq pode descansar em casa!
    – caso ñ tenha milhas suficientes, chegue 1 dia antes de efetivo início da viagem e use esse dia p/se recuperar da maratona do vôo. Uma nt de htl a + é bem + barato q a diferença de preço da econômica p/a executiva.
    – tente fazer a mala + enxuta possível, como insiste o comandante. Fica + leve e mto + fácil de puxar, tirar da esteira e minimiza o risco de sentira a coluna, o ombro, e traz + independência. Na hora de ir embora então, é vapt vupt!
    – acho q já falaram, mas acho importantíssimo a localização do htl. Sendo central, dá p/passar no htl antes de ir jantar ou do show noturno, trocar de sapato, deixar/pegar algum acessório (casaco, guarda chuva, óculos escuros), ou até mesmo fazer uma “produção” p/a próxima etapa.
    – o fato de ser central tb te permite fazer mta coisa a pé (caso ñ haja restrições físicas), o q faz mto bem à saúde, além de ser uma delícia.
    – estudar bem o roteiro e as cidades q vai visitar antes da viagem torna td + fácil e traz + segurança. Ficar no htl pensando aonde vai e como é uma perda de tempo e desgaste desnecessários
    – ñ pegar vôos cedo demais, comprar entradas dos museus pela Internet p/ñ pegar fila, ir aos rest estrelados p/almoçar em vez de jantar (em geral são + baratos), fazer piqueniques em parques (se o tempo permitir) c/produtos comprados em delis.
    Boas viagens a tds, jovens ou idosos, pq viajar é uma das melhores coisas do mundo!!! Bjssss

    Meu marido e eu temos 70 anos.Nos últimos 10 anos, nas minhas férias, pois continuo trabalhando, ,ou para a Flórida onde mora meu filho e dali, para Nova York, Vegas, Orlando, ou intercalamos com Buenos Aires, Portugal e Itália e em abril iremos novamente a Buenos Aires e ao Uruguai, conhecer Montevidéu, Colonia do Sacramento e Punta del Este. Não gosto de excursão, me baseio nos roteiros do site do viagem.

    Gosto desse site, leio todos os relatos e estou começando a me animar, par viajar ao exterior sozinha. Tenho 61 anos, aposentada, filhos casados,concordo plenamente com o Antônio Carlos, quando diz que, a partir dos 60 anos o bem mais precioso não é o dinheiro e sim o tempo. Tempo é o que mais tenho, após trabalhar por 34 anos, dinheiro nem tanto, mas posso abrir mão de algumas coisas para fazer o que mais gosto: Viajar. Não gosto muito de excursão, prefiro traçar meu próprio roteiro, já viajei de excursão e não aproveitei como gostaria.O TEMPO corre rápido após os 60, preciso me apressar, rssr, deixar a tristeza e a solidão e procurar viver mais.Abraços a todos.

    Que texto bacana! Vou viajar com Meus pais pela primeira vez daqui a duas semanas e instintivamente segui muitas dessas dicas. Contratei um transfer aeroprto-hotel-aeroporto, fiz um bom seguro saúde, hotel central, com elevador eficiente. Estou preocupada com o quesito comida um pouco, mas vai dar tudo certo

    tenho 58 e meu marido 68….e nao me sinto velha e fazemos de tudo…na boa…mas sempre com uma paradinha basica..p dar um descanso merecido…eu tenho problema nos tornozelos..mas nada me impede….por isso q escolho os meses de março ou final de verao..tipo outubro novembro
    minha proxima parada…..fiordes noruegueses…e os balticos…….viajo com muita vontade…..e ja destrincho todo o roteiro..e ja to expert em tudo..entro em seu blog e vejo todas as dicas…sou bem atualizada e moderna..hoteis roteiros tudo bem planejado………beijocas

    Tenho 77 anos e o meu marido tem 81. Sempre fazemos uma viagem anual grande para o exterior. Este ano, estivemos em Paris por 2 semanas + uns dias em Malta, uns dias na Sardenha e 1 semana na Córsega. Ele dirigiu nessas 2 últimas ilhas. Principalmente, na Córsega as estradas sào perigosíssimas, com muitas curvas, precipícios, subidas e descidas. Sei que somos considerados aventureiros para a nossa idade, mas, felizmente, tem dado tudo certo!

    Há 5 anos, desde que ficou viuva, minha mãe, atualmente com 67 anos, se tornou minha parceira de viagem. Já fomos a NY, Provence, Costa Rica, Turquia e a ultima para Bonito. Normalmente ela me surpreende, na ultima encarou o Abismo de Anhumas com muita naturalidade, sempre encontra os seus “anjos da guarda” como costuma chamar as pessoas que lhe ajudam nas partes difíceis.
    Costumo seguir as dicas aqui postadas, e acrescentaria mais uma – hotel com café da manhã ou certeza de um local para tal ao lado do hotel.
    Este detalhe e dormir mais cedo foram as grandes mudanças que fiz no meu modo de viajar, e acredito ter me feito muito bem.

    Já viajei em várias oportunidades com meus sogros (ambos na casa dos 70) e, até instintivamente, segui muitas das dicas do texto.

    Procuro programar uma visita pela manhã e uma pela tarde, sem correria, em locais próximos entre si, com tranquilidade para almoçar e jantar sentado, tomando vinho.

    Também faço o possível para sair com o máximo possível de atrações e ou passeios reservados e pré-pagos, ou adquirindo passes como o Roma Pass ou o Paris Museum Pass, por exemplo, para evitar filas e esperas que são particularmente mais cansativas na terceira idade.

    Sempre que a viagem envolver algum voo longo contrato um serviço de transfer para nos apanhar logo na saída do desembarque, não é muito confortável desembarcar da classe econômica, moído, muitas vezes insone (eu…), e descobrir onde tomar o ônibus, ou o trem, ou negociar com o taxista, arrastando malas e cuidando do pessoal maduro.

    Logicamente a boa (ótima…) condição física e de saúde de ambos ajuda muito, já dormimos em albergue em Florença (quarto individual com banheiro privativo), encaramos um cruzeiro pela Patagônia, as praias do Desembarque na Normandia, a altitude de Cusco e Machu Picchu, bate pernas em Nova York e Washington DC, montanhas russa em Orlando…

    Percebo que investir em um hotel bom, com cama boa, etc. e respeitar um ritmo mais compassado, faz muita diferença.

    Seguro saúde sempre, e acabo tomando dois cuidados, contratar um limite mais alto do que o usual e com uma cobertura ampla e estendendo a sua duração para um ou dois dias após a duração da viagem (conforme o caso), dessa forma, se houver alguma coisa fora dos planos ele não ficam sem cobertura e o acréscimo no preço final do seguro não chega a ser significativo.

    Como disse a Carla logo acima, imagino que funcione porque eles encaram qualquer viagem conosco e, como também já se aposentaram, estão sempre a postos.

    66 anos…aposentada..viuva…até um ano atrás viajava sozinha..Mas minha amiga 61 anos..Mara .. aposentou e somos companheiras inseparaveis de viagens.Já rodamos todo Nordeste…fora do país já fomos para o Chile..eu ja tinha ido para Argentina e Paraguai.Formamos o par perfeito,pois gostamos das mesmas coisas…Ela gosta do mais caro…eu mais páo dura…então chegamos ao meio termo com conforto.Andamos o dia todo…mas a noite assistimos nossa novelas..usamos computador…nada de noitadas.Agora estamos arrumando as malas para Rodar o Sul…pasmem…de carro.Oramos a Deus para dar saúde…e vamos que vamos.Viajaremos até a cabeça e as pernas aguentarem….sem filhos…kkkkk…ficam de longe monitorando…Ahhh…temos nossa Agente de viagem que cuida de tudo…a Michelle..e cuida das idosas de longe.

    Eu carrego meus pais pra cima e pra baixo há mais de 10 anos. Eles estão agora na casa dos 70. Foram vários destinos no Brasil, depois Argentina, Uruguai, Chile, um cruzeiro na Patagônia, Estados Unidos e um pouco da Europa esse ano. Eu organizo tudo, das passagens aos hotéis, do roteiro diário ao controle de gastos. Brinco que estou guiando a 3a. idade mundo afora… 😉 Acho que o que faz dar certo é perguntar a eles, logo no início do planejamento, qual é a expectativa que eles têm sobre o lugar e procurar encaixar esses “sonhos”. Não tento esgotar lugar nenhum, não obrigo ninguém a ir a museus ou pontos turísticos de que eles nunca tinham ouvido falar. Prefiro levá-los a passeios de barco, algumas caminhadas, pausas para um café e algumas refeições gostosas (que nem precisam ser caras ou sofisticadas). Julgando pela insistência com que o meu pai quer viajar comigo (esquecendo às vezes que ele é aposentado, mas eu não, rsrsrs…), acho que o sistema tem dado certo!

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