Ilha Uros

Diário das alturas: uma noite flutuando no Lago Titicaca

Eu estava pesquisando hotéis em Puno quando deparei com esta curiosidade: um hotelzinho funcionando numa das ilhas Uros, as ilhas flutuantes do Lago Titicaca! E o que era ainda mais surpreendente: com resenhas ótimas – entre elogiosas e apaixonadas.

A 72 dólares a noite, parecia caro para dormir numa cabana de palha sem aquecimento e com banheiro compartilhado. Por outro lado, quando eu teria outra oportunidade como esta? Se não fosse tão bom quanto os resenhadores me levaram a crer, pelo menos eu teria uma boa história para contar.

Fiz minha reserva online (uma reserva online para um hotelzinho de palha numa ilha flutuante no fim do mundo!) e no fim do dia seguinte recebi um email assinado por uma certa Sara, perguntando se eu queria trânsfer (12 dólares desde qualquer ponto em Puno) e informando que almoço, jantar e passeios custavam 10 dólares cada, por pessoa — ah, sim: e que o pagamento tinha que ser em dinheiro vivo. Respondi que topava o trânsfer, e no fim do dia seguinte ela me respondeu pedindo outros detalhes. E assim fomos nos correspondendo, uma vez por dia, ao longo de quase uma semana.

Eu imaginava Sara todo dia ligando um gerador às 5 da tarde e subindo numa torre para conseguir o sinal que lhe permitisse responder os emails acumulados nas últimas 24 horas.

Na véspera: um passeio comum pelo Titicaca

Na véspera, hospedados num hotel convencional em Puno, fizemos o passeio clássico pelo Lago Titicaca. Quer dizer, nem tão clássico assim: o barco rápido da Titicaca Uncovered, como todo os outros, cruzou o lago até a ilha Taquile (uma ilha natural, feita de terra), mas desembarcou numa ponta ainda livre de (outros) turistas.

Em vez de almoçar na Plaza de Armas do povoado principal (de onde nem chegamos perto), fomos levados para um ponto isolado em terra firme, onde nos serviram uma pachamanca — carne, batatas e legumes assados debaixo da terra, entre camadas de pedras quentes. E de lá, partimos para a terceira etapa do passeio: uma visita ao arquipélago das Uros, com desembarque numa ilha flutuante. Já já teríamos uma noção do que nos esperava no dia seguinte.

Ilhas Uros

“Há 30 anos só três ou quatro dessas ilhas estavam ancoradas perto de Puno. Todas as outras estavam espalhadas pelo lago”, explicou o guia, enquanto o barco adentrava o arquipélago. “Aos poucos vieram quase todas para cá, por causa do turismo. Hoje são duas cidades flutuantes de 25 ilhas cada, visitadas em dias alternados”.

Foi um choque. As ilhas, que nas fotos parecem avulsas, ao vivo ficam bastante próximas umas das outras. Portais de boas-vindas e barcos que mais parecem carros alegóricos mostram a adaptação do modo de vida ao turismo. O povo Uro transformou seu habitat num Epcot feito de palha. O lugar é mágico, mas não como um sítio primitivo; o lugar é mágico como um parque temático.

Acredita-se que os Uro sejam descendentes de migrantes que há mais de 500 anos deixaram a selva (um ponto que hoje pertenceria à Amazônia boliviana) e se fixaram às margens do Titicaca. Com a chegada dos incas conquistadores, em meados de 1.500, foram se esconder por trás dos altos (e espessos) capinzais que brotam no lago. Ali aprenderam a usar o capim (chamado totora) para construir seus esconderijos flutuantes — e acabaram criando um estilo de vida único.

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Desembarcamos numa das últimas ilhotas, e começou o show. (Pesquisando depois, descobri que o script é o mesmo em todas.) Dois moradores da ilha demonstram como a totora é entrelaçada e prensada para a construção da base da ilha, e contam que os ilhéus estão o tempo todo cortando mais totora para cobrir a superfície (o chão precisa ser encorpado de duas a quatro vezes por mês, dependendo da estação). A palha de totora também é usada para construir as casinhas e os barcos, e também para fazer fogo – e até seu palmito é usado na alimentação diária.

Entre uma demonstração e outra, o guia do passeio dava o contraponto com informações nada róseas. Devido à umidade impregnada na totora, a população das ilhas sofre de doenças respiratórias e tem uma expectativa de vida entre 10 e 15 anos menor do que os habitantes da terra firme. Existem escolas primárias nas duas cidades flutuantes, mas a partir do secundário os jovens vão estudar em Puno. de onde dificilmente voltam. Só os mais velhos e as crianças pequenas continuam a morar nas ilhas; provavelmente esta é a última geração de ilhéus. E por que não se mudam para a terra firme? Porque os terrenos são caros – mas também porque tiram seu sustento do turismo.

(Na internet você vai achar muita gente que duvida que os Uro morem nas ilhas, e têm certeza de que só aparecem por lá para trabalhar e fazer figuração. Não tenho como afirmar ou contestar isso, mas entenderia perfeitamente – apoiaria, até – se fosse verdade.)

Depois do tutorial da totora, demos uma voltinha pela ilhota. Devagar: é difícil caminhar sobre a palha solta (e a 4.000 metros de altitude). Uma senhora convidou para olhar dentro da sua casinha — a gente olhou para não fazer desfeita, e ficou horrorizado com a precariedade. Tudo parecia bem mais insalubre do que eu esperava. Já começava a achar que a aventura do dia seguinte seria bem mais antropológica do que a encomenda.

Ilhas Uros

Mas a parte mais constrangedora ficou para o fim. Cinco mulheres da ilha se puseram a cantar trechos de músicas conhecidas em quatro idiomas (enquanto era só em aimara, dava para encarar; mas ‘Dominique nique nique’ em italiano foi demais). Embarcamos num barco-carro-alegórico para um breve cruzeiro pela cidade flutuante, e elas se despediram com um “Vamos a la playa, oh oh oh oh”.

Fazia um mês que Sara não me mandava nenhum email. Eu já não ficaria triste se, na manhã seguinte, o trânsfer não desse as caras.

A experiência na Ilha Uros

Uros Aruma Uro

Às 10 da manhã em ponto, Juanito já estava no lobby do Sonesta Posadas del Inca nos aguardando. Fechamos a conta (a 99 dólares a diária, o 4 estrelas saiu só um terço mais caro que a cabana de palha) e embarcamos no táxi. Para minha surpresa, o carro não seguiu ao (confuso) porto de Puno, que já conhecíamos do passeio da véspera. Tomando o rumo oposto, em 5 minutos chegamos a um ponto à beira-lago próximo à estrada, onde esperamos mais 5 minutos até a nossa voadeira chegar.

Lago Titicaca

Navegando por canais estreitos entre os totorais (sim, já tô neologismando) entramos na cidade flutuante pela porta dos fundos. Nossa ilha, a Uros Aruma Uro, parecia ser a última do grupo. Ainda assim, a viagem desde o ancoradouro não deve ter passado de 10 minutos. Desembarcamos, e Juanito já levou nossas maletas para a cabana.

Uros Aruma Uro

Demos os primeiros passos, e o chão se revelou bem mais estável que o da ilha do dia anterior. Não só isso. As cabanas eram mais bonitinhas e bem distribuídas.

Uros Aruma Uro

Juanito nos mostrou a nossa, e já gostamos do chão de madeira compensada (a que vimos na véspera tinha chão de palha).

Uros Aruma Uro

Demos uma olhada nos banheiros e na cabana das duchas — tudo organizado e asséptico.

Uros Aruma Uro

Entre as cabanas, nichos para descansar sob a sombra de quiosques e ombrellones feitos de totora. No meio da ilha, o tanque das trutas tinha sua própria ponte. A gente ainda estava reconhecendo o terreno quando apareceu a senhora para nos dar boas-vindas: “Hola, me llamo Elsa. Soy la mamá de Juanito”. Apontou para o marido, que nos saudou de longe: “Y éste es Juan”. Perguntou se íamos almoçar, e disse que de tarde falaria das atividades. “Ahora descansen”.

Uros Aruma Uro

Pedimos duas Cusqueñas, que mesmo à temperatura ambiente chegaram mais geladas do que as tínhamos tomado recentemente. A ilha parecia que seria só nossa para o dia. Além de nós, a única visitante visível era uma garça, que andava despreocupadamente pela palha. Escolhemos um quiosque e começamos a relaxar. Que alívio: tudo era muito mais limpo e aconchegante do que (depois do susto da véspera) o esperado. E naquele momento a gente estava se permitindo um luxo inédito nessa viagem. Depois de 10 dias, pela primeira vez não tivemos que acordar cedo, nem que encarar nenhum deslocamento cansativo. O sol estava brilhando, o 3G pegava no celular e doña Elsa tinha dito que dava para recarregar as baterias no gerador de energia solar. Uros Aruma Uro seria o nosso spa flutuante de palha por 24 horas.

Uros Aruma Uro

Opa: não estávamos sozinhos. O barquinho da ilha — semi-alegórico, de um andar só, enfeitado só com uma carranca de gato — chegou do passeio da manhã, com uma família com três crianças a bordo. Quem seriam os malucos que trariam três filhos pré-adolescentes para uma ilha flutuante de palha? Um casal costa-riquenho (mas que podia passar por americano ou francês).

Antes de sair do barco, as crianças começaram a jogar peixinhos miúdos (que tinham acabado de pescar no lago) para a garça, que chegou a abocanhar um em pleno ar. Depois de desembarcar, as crianças foram subir no mirante, cruzar a pontezinha do tanque, catar palha no chão para brincar de espada, brincar com o casal de bebês temporões de doña Elsa. Só pararam quando a mãe decretou que era hora do banho. Pensando bem, quem seriam os malucos que não trariam três filhos pré-adolescentes para uma ilha flutuante de palha?

Uros Aruma Uro


Sem as crianças para assistir, nossa atenção foi capturada por uma moça que passou ao longe, lá para os lados da cozinha, com um avental. Ela claramente não era da família, tampouco nativa; o Nick achou parecida com uma passageira do passeio da véspera. Eu não achei. E se ela fosse a Sara dos emails?

Uros Aruma Uro

No exato momento em que doña Elsa chamou para o almoço, a voadeira de Juanito chegou com mais um hóspede. Um fotógrafo japonês que estava terminando um ano sabático passado em Nova York. Soube disso porque veio se sentar à nossa mesa. Na outra, ficaram os costa-riquenhos.

Uros Aruma Uro
Almoço Uros Aruma Uro

O restaurante é uma casinha de verdade, digo, de madeira. Elsa trouxe os pratos: truta na chapa, milho, batata, batata-doce, salada. Tudo gostoso e inocente, à prova de efeitos colaterais (se é que você me entende). Eis que então chega a moça do avental. Sim, era quem o Nick achava que fosse. Uma mexicana que estava no nosso passeio da véspera e que, enquanto a gente fazia o passeio de barco alegórico, foi deixada em Uros Aruma Uro para pernoitar. Ela estava de avental porque passou o fim da manhã com a mão na massa, ensinando Elsa a fazer truta ao forno em crosta de nozes. “Quieren eso para la cena?”, ofereceu Elsa.

Fui combinar o passeio da tarde com Juan. Combinamos para as 3 e meia — depois da siesta.

Sob o sol forte do inverno, a cabana estava quentinha. Um vento moderado porém constante insistia em passar pelas frestas da palha, nos fazendo temer pela noite que teríamos adiante. Mas até ali, tudo tinha sido confortável e divertido. A ilha estava em silêncio, porque a família da Costa Rica — que passaria ainda mais uma noite na ilha — tinha ido a Puno para fazer o passeio às tumbas de Sillustani. Botei o celular para despertar às 3 e 25.

Uros Aruma Uro

Éramos cinco no nosso passeio: nós, o japonês e um casal de galeses que tinha chegado depois do almoço. Nos acomodamos no barquinho semi-alegórico com carranca de gato, construído com palha de totora e recheado de garrafas PET de 2 litros para melhor flutuação. “Hacemos reciclaje”, informou, orgulhoso, Joel, nosso barqueiro-remador. “El barco se llama Titánic”, ele disse, e só o Nick e eu rimos. Resolvi traduzir: “The boat is called Taitênic”, e então o japa e os galeses caíram na risada. Pronto, Joel me nomeou o intérprete da viagem.

Uros Aruma Uro

Joel nos levou para fora da cidadela habitada, até um totoral. Ali demonstrou como se colhe a torora, como se limpa a totora, como se carrega a totora no barco, como se come a totora (o caule tem um palmito poroso/esponjoso feito jambo — ou biribiri –, perfeitamente insosso mas rico em iodo) e, finalmente, como se usa a totora para armar redes para pescar os peixes minúsculos que habitam a parte rasa do lago. (A truta e o peixe-rei precisam ser pescados mais longe.) Ou seja: trabalhei pra dedéu (I worked very hard).

Na volta, tínhamos mais duas vizinhas: uma dupla de amigas chinesas, uma totalmente dublada (tinha morado em Minnesota), a outra esparsamente legendada.

Uros Aruma Uro

Como tudo tem sua hora, tinha chegado a hora daquilo que jamais pode faltar em qualquer passeio no Peru: a hora da lojinha. Joel, sua mulher e uma ajudante de cozinha estenderam seus panos na palha com bordados, bonequinhos e barquinhos. Infelizmente, tudo nível souvenir. Como a gente não estava só de passagem, não deu pra não comprar alguma coisinha. E foi assim que estamos trazendo um pequeno Titánic pra casa.

Uros Aruma Uro
Uros Aruma Uro

A família aventureira voltou ao anoitecer, bem na hora em que Joel usava totora para fazer a fogueira. Caiu a noite, e todo o grupo estava reunido em volta do fogo: os costa-riquenhos, os galeses, o japa, as chinesas, os dois brazucas aqui. (A mexicana já tinha ido embora.) Gente de cinco países e três continentes diferentes que tinham ido parar numa ilha flutuante de palha no fim do mundo, fazendo uma reserva em três cliques pela internet e depois seguindo as instruções da Sara. Não é incrível?

Uros Aruma Uro

No jantar, a nossa truta ao forno estava bem mais apetitosa do que o filé de frango brancão que os galeses escolheram (e quase não comeram). A voadeira de Juanito trouxe uma nova hóspede, uruguaia. O japa foi procurar no mapa e achou o Paraguai. Ficou pasmo quando ela contou que o país tinha 3 milhões de habitantes (“but it’s like a city!”). E desacreditou ao ser informado que, mesmo assim, o Uruguai era uma potência no futebol.

Não eram nem oito horas, mas a sensação era de meia-noite. Vai-se para a cama cedo em Uros Aruma Uro.

Rumo à parte mais difícil do desafio: dormir no frio. Nossas duas noites mais recentes a 4.000 metros de altitude não tinham sido nada tranqüilas. Deitado, eu não conseguia respirar somente pelo nariz — tinha que ser pela boca, que ficava seca e me fazia acordar várias vezes para tomar água (e ir ao banheiro). Agora, a falta de calefação (e de banheiro no quarto) acrescentariam dois obstáculos a uma noite efetivamente restauradora.

Entre nós e o frio da madrugada (segundo o meu celular a temperatura cairia a 2ºC depois das 2h) havia a parede de palha, um lençol, uma manta e quatro cobertores pesados como tapetes kilim. Os andinos devem acreditar na geração de calor por imprensamento. Felizmente não tinha vento. Ah, e ganhamos também duas bolsas de água quente. Mas não foi uma noite fácil. Sono leve e intranqüilo, com duas idas à casinha lá fora — schlep schlep schlep no chão de totora, espero não ter acordado os vizinhos. A chegada da manhã trouxe a mesma alegria de quando o avião aterrissa depois de uma noite maldormida na econômica. Fui direto para o banho — box limpo, ducha fraca e quase fria. Depois de um dia de turista, uma noite de escoteiro.

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    No café – boas crepes! – as últimas despedidas dos companheiros de aventura. Os galeses já tinham ido cedinho para pegar o trem das 8h a Cusco.

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    Sentei com Elsa para fechar a conta. A moeda preferida nas ilhas Uros é o dólar.

    Uros Aruma Uro
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    Valeu! Hospedar-se na ilha foi infinitamente mais digno do que a visita que tínhamos feito na antevéspera. Não aproveitamos tanto quanto as crianças da Costa Rica, mas vamos levar lembranças divertidas. Se este for um modo de vida que precisa do turismo para não desaparecer, fizemos a nossa parte. Mas se tudo for só um circo, tudo bem: dormimos no circo! (E curtimos à beça.)

    Ah, sim. Esqueci de perguntar sobre a Sara. Foi um pouco frustrante descobrir que ela não mora na ilha e, mesmo se morasse, não precisaria esperar até as 5 da tarde para ligar o gerador, nem subir na torre para catar sinal de internet. Qualquer dia ainda falo com ela. (Eu tenho o email, lembra?)

    50 comentários

    Quando visitei uma dessas ilhas flutuantes, na década de 70, fiquei cheio de piolhos. Eles devem ter resolvido esse problema…

    Saudade dos seus textos, Ric. Dei muita risada com o Dominique nique nique e fiquei imaginando a cara de vcs entrando no cruzeiro barco-carro alegorico. 🙂
    Uma aventura e tanto e uma bela história pra contar.

    Hahaha SENSACIONAL meu guri !
    Histórias pra lembrar , compartilhar e se divertir.
    Disso são feitas as viagens : estrelas e tacapes.
    Tudo junto e misturado 😉

    Fui ao Peru no ano passado e fiquei fascinada pelo Lago Titicaca e pelas ilhas Uros. Seu relato me encorajou a quem sabe um dia retornar para fazer esse pernoite…

    Em 2011, partindo de Puno e passando por Uros, dormi na Ilha Amantani, em casa familiar também, muito mais rústico (o banheiro era só um buraco, achei esse aí um luxo!).
    Para mim foi uma experiência deliciosa. Lago Titicaca é mágico!

    Mais um daqueles posts do VnV pra favoritar e reler! E pensar que uma ilha flutuante do Lago Titicaca faz reservas por internet e um monte de hotéis e pousadas ainda não.

      Pensei o mesmo, Alexandre! Tem hotel / pousada relativamente perto de casa que te faz ligar pra reservar e pede depósito de 50% em plena era do cartão de crédito…

    Relato sempre delicioso, Riq. Adorei a teoria do imprensamento. Quando fui à Bolívia e ao Peru os perrengues eram mais autênticos, mas posso garantir que o resultados eram os mesmos. Beijos.

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