Natal: como é o passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte (peça ‘sem emoção’)

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte

“Com emoção ou sem emoção?”

Fazia muitos anos que eu não ouvia essa pergunta. A última vez que eu tinha feito passeio de bugue em Natal foi em 2008, num tour free-style bolado pelo saudoso Eduardo Bagnoli. Como eu estava atualizando o guia de Natal (que está no ar!), precisava refazer o passeio, para ver o que tinha mudado. Aqui, vai, então, o relato de um passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte feito em outubro de 2016.

Este o passeio-síntese de Natal, com várias atividades envolvidas — além do sobe-desce pelas dunas, oferece travessia de rio com balsa, banho de mar e banho de lagoa. Pagando à parte, dá para visitar Aquário, montar em jegue e em dromedário, fazer esquibunda (sandboard sentado) e aerobunda (tirolesa).

O bugueiro pega você no hotel antes das 9h e atravessa a ponte nova na direção de Genipabu.

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: Aquário de Natal

A primeira parada — se o grupo quiser parar — pode ser no Aquário Natal, que está no caminho. Seus tanques expõem peixes do oceano e também de rio (como o pirarucu). Tem também tartarugas, pingüins, um hipopótamo e um tanque onde se pode tocar um tubarão manso de 2 metros. Com tempo (e pagamento extra) também dá para mergulhar de cilindro com tubarões. Caso esteja interessado, minha sugestão é pedir para deixar para a volta (abre diariamente até as 17h; R$ 20 inteira, R$ 10 meia).

As paradas seguintes serão nas nas dunas fixas de Genipabu.

(Historinha: antigamente, quando o passeio era bem menos organizado do que hoje, os bugueiros avulsos acertavam um preço para subir até aqui e depois davam um golpe: para continuar pelas dunas móveis, é preciso pagar xis a mais. Hoje isso não acontece mais — primeiro, porque os passeios já são normalmente contratados via agências, que distribuem seus passageiros entre os bugueiros. E depois, porque as dunas móveis de Genipabu estão protegidas e não podem mais ser percorridas por bugues.)


Natal: onde ficar - Vila Bonita
Onde ficar em Natal

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: Lagoa de Genipabu

O primeiro pit stop na duna de Genipabu é mirante para a Lagoa de Genipabu (a descida hoje é proibida; em 2008, eu tomei banho ali…).

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: passeio de jegue

Quem quiser pode tirar foto ou andar de jegue (desculpe, esqueci de perguntar o preço).

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: Genipabu

A segunda paradinha é no alto da duna com vista para a Ponta de Genipabu — é quando você tem a chance de fotografar o segundo cartão-postal mais famoso de Natal (o primeiro é o Morro do Careca, em Ponta Negra).

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: dromedários

A terceira parada desta etapa é junto aos dromedários que estão a postos para tirar fotos e fazer passeios (R$ 65 por pessoa o passeio de 15 minutos).

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: travessia do Ceará-Mirim

De Genipabu os bugues vão para a fila das pequenas balsas que fazem a travessia do rio Ceará-Mirim (dois bugues por balsa). Ali é cobrado um extra (obrigatória) de R$ 10 por passageiro (que dá direito também à entrada no parque de dunas móveis logo adiante). Para não perder muito tempo na balsa, a dica é sair o mais cedo possível de Natal.

Depois de atravessar o rio, o bugue segue pela beira-mar. Acontece então uma parada de 30 minutos para banho de mar (o bugueiro escolhe um trecho de praia em função da maré; é certo que haverá uma barraca de praia de apoio).

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: Lagoa de Pitangui

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: Lagoa de Pitangui

Depois do banho de mar tem banho de lagoa: o bugue pára na Lagoa de Pitangui. Aqui dá para fazer stand-up paddle (R$ 25), caiaque (R$ 15 o caiaque) e andar de pedalinho (R$ 20 para dois adultos e uma criança). Se você não estiver interessado nessa atividade, negocie com o bugueiro para que a parada para banho de lagoa seja na lagoa seguinte, a de Jacumã, que tem água mais bonita.

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: dunas de Pitangui

Na seqüência vem a parte mais esperada por muitos passageiros: o passeio pelas dunas móveis. Como as dunas móveis de Genipabu estão interditadas para trânsito, o passeio é feito em terreno particular que ocupa parte dunas de Pitangui e Jacumã.

É aqui que os bugueiros capricham no modo “com emoção”. O meu bugueiro nem sequer fez a pergunta do “com ou sem?”. Animado pelos gritos das três argentinas que estavam no banco de trás, e que urravam a cada acelerada desde o início do passeio, ele já sabia o que se esperava dele.

Sem querer ser chato, mas sendo, devo lembrar que os bugues não são equipados com nenhum equipamento de segurança — os três passageiros que vão atrás vão totalmente soltos. O sucesso de quatro ou cinco manobras bastante arriscadas neste circuito depende exclusivamente da perícia do bugueiro.

Não entendo como um passeio tão essencial e tão popular continue totalmente desregulamentado no quesito segurança. Veja a diferença entre os bugues usados em Natal e em Huacachina, no Peru, onde os passeios de duna também são o ponto forte do destino. (Em Dubai, os passeios são feitos em jipões 4×4, com mais segurança ainda.)

Huacachina, Peru

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte:

Se eu fosse você, não arriscaria a coluna: fecharia um bugue inteiro para o seu grupo e acertaria um passeio sem emoção — que já é suficientemente emocionante, acredite.

Tá bom. Fim do sermão. Segue o passeio.

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: esquibunda

Entre as dunas móveis de Pitangui e Jacumã há uma parada para esquibunda (R$ 13), num local equipado com um elevadorzinho de trilho, para subir de volta sem esforço. Achei muito bem bolado, antigamente tinha isso não — mas a leitora adverte: não é totalmente seguro.

Passeio de bugue a Genipabu e Litoral Norte: aerobunda

E depois da duna de Jacumã acontece a parada para o aerobunda (R$ 13), que é como se chama tirolesa em potiguarês. Também tem o mesmo esqueminha de volta sem esforço: um barquinho recolhe o náufrago aerodesbundado no meio da lagoa e traz até a margem, de onde ele sobe no plano inclinado de cadeirinha.

Na continuação, eu sugeriria a parada para banho de lagoa na Lagoa de Jacumã, no lugar da Lagoa de Pitangui mais cedo.


O que fazer em Natal: Perobas
O que fazer em Natal

A essa altura, já estará perto da uma da tarde: o bugueiro levará até a parada de almoço. O restaurante mais bem-apessoado dessa costa é o Naf Naf, na praia de Jacumã (tel. 84/3228-2228); peça para seu bugueiro levar você lá (eu fui levado a outro, e quando passei pelo Nif-Naf na volta, vi que tinha muito mais a minha cara…)

Na volta, o bugueiro vai voltar pela praia se a maré estiver baixa; se a maré estiver alta, a volta vai ser pela estrada. Nas duas opções, dá para passar no Aquário antes de atravessar de volta a Natal.

Dica: nas luas cheia e nova, a maré baixa acontece de manhã, e por isso a volta terá que ser pela estrada. Nas luas minguante e crescente, a maré baixa acontece de tarde, e a volta será pela praia.

O passeio pode ser agendado pelo seu hotel ou pousada ou por agências de receptivo de Natal, que encaixarão você num bugue. No calçadão de Ponta Negra também há vendedores avulsos. Nas agências, o passeio começa em R$ 110 por pessoa (preço de outubro/2016).


Garanta seu passeio:

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12 comentários

Oi Ricardo, li sua matéria, gostei, sou Bugueiro em Natal e só gostaria de pontuar algumas coisas importantes para que o leitor não fique com uma impressão errada do buggy por aqui. Quero lembrar antes de mais nada que o serviço de cada profissional é diferente um do outro. Trabalho há 16 anos por aqui sem ter tido nenhum acidente e isso me faz acreditar que existe um nível de segurança em meu trabalho quando ele é feito de forma correta. Meu buggy dispõe de 5 cintos de segurança e eu não permito que os turistas sentem na parte de cima durante o trajeto inteiro se expondo ao risco, ele anda mais livre ou mais alto com o buggy estando na beira mar e em baixa velocidade. As dunas móveis de Genipabu nunca estiveram fechadas à circulação de buggys, elas apenas funcionam como um parque de duna opcional que é oferecido durante o trajeto caso o turista queira um plus na emoção ou no próprio trajeto, se não quiser não terá problema algum, embora seja o principal, pois ele andou em outros 4 parques de dunas durante o passeio que convencionalmente é vendido. A dica que você deu das fases da lua não estão coerentes pois existe maré alta tanto pela manhã quanto a tarde e vice versa. Quanto a esse “encaixe” de passageiros desconhecidos feito pelas agências de turismo isso também não é regra pois a minha empresa não faz esse tipo de composição visando a maior satisfação do turista no tocante à privacidade e segurança. No mais, estou a sua disposição e de todos os seus seguidores para orientações e dúvidas. Instagram: NETINHO BUGGY.

Já fiz diversas vezes o passeio de bugue, sempre pedi com emoção (gosto de aventura) mas da última vez confesso que foi difícil ficar em cima do bicho, pulava mais que um touro, segurança zero.
Dias depois, meu primo que é médico em Natal, disse que todos dias chegam acidentados por causa do passeio de bugue, então é bom tomar muito cuidado!

Fui a Natal em 2008 em lua de mel, e fiz esse passeio. Lembro de ter fechado a 200 reais o bugue, foi eu e meu marido.
Ao meu ver o passeio continua o mesmo e nada mudou desde 2008.

Olá,
Estive em Natal e Pipa também em outubro e fiz esse passeio de Buggy. Nosso motorista era fantástico, depois do passeio terminar e quando já estávamos próximos à Ponta Negra regressando aos hotéis, ele perguntou se queríamos conhecer o famoso maior cajueiro do mundo, claro que nos cobrou a parte, um valor baixo, mas muito bacana dele oferecer, já que eu não iria lá durante minha estada em Natal. No meio do caminho ele parou na Barreira do Inferno e pudemos ver um pequeno centro de informações sobre o local (lançamento de foguetes). Bem bacana. Natal não é muito meu estilo de cidade, com esses tours fechados e caros, não dá pra fazer muita coisa sozinho, a não ser que alugue carro, e o aeroporto longe igual o capeta, tirando esses pormenores, foi divertido, super recomendo hospedagem em Airbnb, ótimo e barato comparado aos hotéis.

Conheci Natal no começo deste século (:-o) e dentre tantas coisas bonitas, lembro-me de duas coisas negativas:

1-Em julho não é uma boa época! Não época eu não conhecia o VnV e por isso não sabia que esta época é justamente a época de chuvas… 🙁 Mesmo assim deu pra curtir o passeio de bugue pelas dunas (até a nuvem negra nos fazer correr..).

2-Quando o bugueiro nos pegou no hotel, de manhã, ele nos vendeu a ideia de que “estava a nossa disposição o dia inteiro, o tempo que quiséssemos” e que nós é que ditaríamos o ritmo do passeio e o tempo de parada em cada atrativo.
Porém como normalmente somos turistas de primeira viagem (novamente eu não tinha o VnV como consulta prévia) não dá pra opinar a respeito desta “personalização” de roteiro. No final das contas, com uma boa parte do dia ainda pela frente, já estávamos no final do passeio e, curiosamente, todos os outros bugueiros estavam no mesmo lugar na mesma hora! 😐 Ou seja, eles têm (ou tinham) os tempos todos esquematizados…
Fica a dica: consultem sempre o VnV! 😀

Como são as coisas… Morei em Natal por quase 20 anos e nunca fiz esse passeio. Hoje, morando em outro estado, fico com vontade. Fui a Genipabu umas 3 vezes. O aquário em conheço.

Quando fui a Natal, em 2010 ou 2011, não lembro, fiz esse passeio e foi muito legal! Realmente, andar de bugue pelas dunas e pela praia já é super emocionante por si só! E recomendo levar um óculos de sol, porque é muito vento e areia na cara!

Na época, fiz o aerobunda e foi muito legal, super recomendo!

Quanto aos jegues e dromedários, tenho pena, acho um pouco de exploração com os bichos e nem fiz questão… E quanto ao aquário, eu não sabia que existia, na época não foi oferecido para nós, uma pena, adoro aquários! 🙁

Amei o post, Riq!
Concordo com você quanto ao “sem emoção”.
Meu marido e eu fizemos o passeio em 2012. Foi sem emoção e já deu para comer areia. Nós amamos o passeio, mas também achamos que “sem emoção” foi suficientemente emocionante.

Passeio de bugue SEMPRE sem emoção. Quatro PAX num bugue é muito. Amei o elevadorzinho de trilho, até faria o esquibunda.

Olá Ricardo, adoro seu blog e sempre o consulto quando quero saber sobre um destino , por isso achei importante vir aqui avisar de certos perigos que infelizmente não são tão divulgados. Estive em Natal em 2008 e vivi um pesadelo, meu marido sofreu um acidente gravíssimo em uma duna em genipabu. Esse carrinho que é utilizado para subir a dona e descer de esquibunda (tem uma foto na matéria ) , não é nada seguro. Ele utilizou o mesmo para subir a duna e quando estava quase no alto o cabo de aço que segura o carrimho estourou e as 4 pessoas que estavam no carrinho caíram de lá de cima . Todos se machucaram , meu marido caiu numa calçada de cimento , ficou com a orelha pendurada , quebrou a clavícula e precisou de cirurgia fora o pânico. Ninguém do parque ajudou , em cinco minutos o parque estava fechado e não havia mais ninguém só os acidentados. Quem chamou a emergência foi o bugueiro que havíamos contratado. Estamos até hoje na justiça , ganhamos o processo e ainda não recebemos . Quando estava na samu o motorista me contou que acontecem acidentes nas dunas quase todos os dias, mas nesse caso são ocasionados pelo passeio de bugue, então todo cuidado é pouco. Natal e um lugar lindo, mas ninguém merece ter suas férias arruinadas dessa forma.

    Puxa vida, Carolina. Obrigado por compartilhar. Vou linkar o comentário.

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