Masp

Masp: o pioneiro da Avenida dos Museus continua imperdível

Com a inauguração do Instituto Moreira Salles e da Japan House, a avenida Paulista — que já tinha o Masp e a Casa das Rosas — se tornou uma espécie de Avenida dos Museus paulistana.

Com 70 anos recém-completados (59 deles, na Paulista), o Masp continua o museu mais importante da avenida — e de São Paulo. Nenhum museu do hemisfério sul tem uma coleção comparável de arte europeia. E ao lado de Van Gogh, Rembrandt, Renoir e Monet você ainda vê Di Cavalcantis e Portinaris.

Desde 2015, o Masp voltou a expor seu acervo permanente nos caveletes de cristal projetados por Lina Bo Bardi, que tinham sido desativados por quase vinte anos. Aproveite a viagem para ver as novidades da Paulista e (re)visite o decano da avenida.

Masp: um pouco de história

Masp e av. 9 de Julho

A fantástica coleção que originou o Masp foi possível graças a dois fatores. O primeiro: a penúria da economia europeia depois da Segunda Guerra. O segundo: o poder de persuasão do jornalista Assis Chateaubriand, dono dos poderosos Diários Associados, junto a empresários brasileiros, para conseguir polpudas doações (muitas delas, sob chantagem).

A partir de 1947 e durante toda a década de 50, Assis Chateaubriand e o curador italiano Pietro Maria Bardi faziam viagens ao Velho Continente. A missão era arrebatar pinturas e esculturas dos grandes mestres e com elas abrir o primeiro museu brasileiro de categoria mundial.

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Mas o Masp não esteve sempre na Avenida Paulista. Ao ser inaugurado, em outubro de 1947, Chateaubriand aproveitou quatro andares do prédio dos seus Diários Associados, na Rua 7 de Abril, ainda com uma coleção incipiente.

Foi só em 1968 que o prédio hoje clássico — projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, mulher de Pietro — despontou no espigão da Paulista.

Foram 12 anos de trabalho entre o desenho e sua execução. O terreno tinha sido doado à prefeitura (por Joaquim Eugênio de Lima, hoje nome de rua) com uma exigência. Qualquer obra que fosse erguida ali deveria preservar a vista para o centro da cidade e para a Serra da Cantareira.

Para resolver a equação, Lina criou o conceito das quatro colunas de concreto sustentando um museu envidraçado. A 8 metros acima do chão, a estrutura deixaria livre o vão de 74 metros. De início, o hoje conhecidíssimo ‘vão livre do Masp’ foi pensado como uma praça pública. As colunas só foram pintadas de vermelho na década de 90.

Tryp Paulista

Hospede-se na Avenida dos Museus

Masp: o acervo permanente

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O edifício tem cinco andares — em dois blocos : elevado e subterrâneo — e é tombado pelo Iphan.

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Seu acervo contém mais de 8 mil obras entre pinturas, esculturas, fotografias e outros itens, englobando a produção europeia, africana, asiática e das Américas desde o século IV até os dias atuais.

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Aqui estão obras de Rafael, Bellini, Delacroix, Renoir, Monet, Manet, Cézanne, Van Gogh, Gaugin, Degas (uma coleção completa de 73 esculturas), Modigliani, Diego Rivera, Portinari, Anita Malfatti, Brecheret e muitos outros nomes brasileiros e estrangeiros.

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A nata do acervo permanente está exposta no segundo andar, de volta aos cavaletes de cristal de Lina Bo Bardi. Para quem visitou o Masp no período em que as obras ficaram expostas de maneira convencional, na paredes (entre 1997 e 2015), esta é uma experiência inteiramente nova.

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Os quadros parecem flutuar no espaço. E são apreciados antes mesmo de se apresentarem formalmente -– já que a ficha com nome da obra, autor, ano de criação e informações de contexto fica no verso do quadro. A quebra de padrão concebida por Lina Bo Bardi em 1958 continua desconcertante — e só isso já vale a visita.

Masp: os outros andares

O primeiro andar do bloco elevado e o subsolo são dedicados a exposições temporárias. No primeiro andar, entre 20 de outubro de 2017 e 14 de fevereiro de 2018 estará em cartaz a exposição Histórias da Sexualidade.

Café Suplicy no Masp, em São Paulo
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No subsolo você também encontra uma pequena unidade do Café Suplicy. E, claro, a lojinha do museu, que traz livros sobre arte e sobre as exposições em cartaz, além de objetos de decoração e lembrancinhas.

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Até 14 de fevereiro de 2018, o entorno das rampas para o segundo subsolo vai ser ocupado pela exposição Guerrilla Girls. O grupo, formado em 1985 por ativistas feministas com máscara de gorila, usa fatos, humor e imagens para expor preconceitos étnicos e de gênero na arte e na cultura pop.

Guerrilla Girls questionam Masp
Guerilla Girls

Dos 116 trabalhos da mostra, dois foram criados especificamente para o Masp (o que não é exatamente uma homenagem, veja bem). O museu não se furta a fazer um mea culpa. E mostra que, apesar dos números de mulheres na arte brasileira serem melhores do que em outros países, ainda há muito a ser feito.

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O segundo subsolo é onde está a biblioteca do Masp (que recebe visitantes em horários pré-agendados), o restaurante e as salas de vídeo.

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Até 18 de novembro é ali que estão também algumas obras de Pedro Correia de Araújo, na exposição Erótica. De família pernambucana, o artista nasceu em Paris e tem entre suas características o uso de traços geométricos na construção de seus trabalhos. Seu erotismo, portanto, é racional e matemático, segundo a introdução oferecida aos visitantes. A seleção de suas obras, de 1929 a 1955, traz representações femininas de índias, negras, caboclas e mulatas, além de danças típicas. Alguns desenhos estão cobertos, mas são poucos em comparação com os que estão à vista.

Japan House, fachada, divulgacão

Japan House

2017 tem festa de aniversário

Por conta do aniversário de 70 anos do Masp, vários eventos especiais e gratuitos estão previstos. Concertos com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, oficinas e exibição de filmes da Mostra Internacional de Cinema estão entre as atividades. Conheça a lista completa aqui.

O Masp fica próximo da estação de metrô que leva seu nome, Trianon-Masp (Linha Verde). O museu oferece também guarda-volumes e bicicletário. Há convênio com alguns estacionamentos da região: consulte os nomes aqui.

E domingo tem feirinha

Masp: feirinha

Todo domingo o vão livre é tomado por uma tradicional feira de antiguidades.

Masp – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

  • Avenida Paulista, 1578 | Tel.: 11/ 3149-5959 | De terça a domingo das 10h às 18h, quintas das 10h às 20h | Entrada gratuita às terças; nos outros dias, ingresso a R$ 30

Masp: o entorno

Parque Trianon

O Masp fica exatamente em frente ao Parque Trianon, que reconstitui a mata atlântica no coração de São Paulo.

As copas das árvores proporcionam sombra em praticamente todo o parque. Num dia de calor, passear por ali é como entrar num ambiente refrigerado.

Atrás do Masp, o Mirante 9 de Julho é uma mistura de centro cultural, café, restaurante e point hipster. Passe para tomar café e apreciar a vista para a avenida 9 de Julho — uma vista mais paulistana, impossível. (Atenção: assim como o Masp, o Mirante não abre na 2ª feira.)

Perto do Masp também fica um dos restaurantes mais cultuados da cidade, o Spot (Ministro Rocha Azevedo, 72, tel. 11/3283-0946). O almoço vai até as 15h (sábado, domingo e feriado até as 17h). Vale a pena enrolar pela avenida até as 19h30, quando abre as portas para o jantar, que é sempre bochinchado.

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    1 comentário

    A Paulista ainda possui o Itaú Cultural e (algum dia) terá o SESC funcionando novamente. O MASP é realmente espetacular, melhor acervo da América do Sul.

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