Vacina contra febre amarela: dose fracionada não serve para viajar

Viajante: vacine-se contra febre amarela (ou emita o seu certificado de isenção)

Vacina contra febre amarela para viagem

Vacina contra febre amarela para viajantes

Entre 2017 e 2018, vários países da América do Sul, América Central e Caribe passaram a exigir certificado de vacinação contra febre amarela de brasileiros. Outros mais podem passar a exigir a qualquer momento.

Atualmente, para brasileiros, ter um certificado internacional de vacinação contra febre amarela é tão fundamental quanto ter um passaporte válido.

Atenção: dose fracionada NÃO dá direito a certificado

Em janeiro de 2018 o Ministério da Saúde deflagrou uma campanha de vacinação contra febre amarela nos estados de São Paulo e Rio usando doses fracionadas. Essas doses imunizam por até 8 anos, mas não são suficientes para emitir o certificado internacional de vacinação.

Se você vai se vacinar em São Paulo ou no Rio, para receber a dose-padrão vai precisar mostrar passagem comprada.

Caso você more em outro lugar, aproveite enquanto não fracionam (nem racionam) a dose no seu estado, vacine-se, emita o certificado internacional e tire essa preocupação da cabeça por todas as suas viagens.

Se possível, vacine-se mesmo sem viagem marcada

Você vai ver que as informações mudam a todo momento. E são desencontradas. A cia. aérea vai dizer uma coisa. O consulado vai dizer outra. A internet vai dizer umas 10 outras coisas. A Anvisa talvez seja vaga. É um inferno.

A lógica da exigência da vacina é a seguinte. Todo país situado em latitude tropical ou subtropical, que tenha área de floresta onde proliferem mosquitos transmissores, corre o risco de ver surgir um surto de febre amarela. Todos querem se defender disso. Como o Brasil viveu recentemente um surto de febre amarela entre o Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o sinal de alerta acendeu em vários países tropicais.

Só entre 2017 e 2018, Panamá, Colômbia, República Dominicana e Cuba, entre os destinos mais importantes, passaram a exigir a vacina. No Caribe, Aruba, Curaçao, Bonaire, Bahamas, St. Maarten e Barbados passaram a pedir também. Na América do Sul, também Bolívia, Equador, Venezuela e Paraguai agora também exigem.

Dos destinos latino-americanos mais procurados pelos brasileiros, só México, Peru, Argentina, Uruguai e Chile não exigem a vacina. (Mas se houver mais um surto no Sudeste ou no Sul, essa lista vai diminuir.)

Além disso, boa parte dos países da África, da Ásia e da Oceania exige a certificação. Só mesmo Europa, Canadá e Estados Unidos nunca exigirão a vacina. (Se bem que, no caso dos Estados Unidos, ‘nunca’ pode ser uma palavra muito forte, já que a Flórida tem florestas subtropicais.)

Caso no seu estado não estejam exigindo a passagem internacional para vacinação com dose integral, aproveite. Quando a emergência chegar, vai ser mais difícil e mais trabalhoso obter tanto a vacina quanto o certificado.

Depois de 10 dias, a vacina vale por toda a vida

O maior problema de deixar para se vacinar na última hora é que, quando um país passa a exigir a vacina, a última hora não funciona. Só são aceitos certificados internacionais emitidos até pelo menos 10 dias antes do embarque.

Muitos brasileiros foram barrados ainda no check-in quando a Colômbia, Cuba e Panamá passaram a exigir a vacina, de uma hora para a outra.

Além disso, sempre fica a dúvida quanto à conexão. Normalmente, se você apenas faz conexão num país (Panamá ou Colômbia, por exemplo), sem sair do aeroporto, a cia. aérea não exige a vacina. Mas se você ligar para o consulado, vão dizer que você precisa. Informação preto no branco, garantida por alguma fonte oficial, você não vai encontrar em lugar nenhum.

Ou seja: vacine-se. Vacine-se já. Vacine-se sem viagem marcada. Viagens aparecerão, e com elas virão a necessidade da vacina — ou pelo menos a necessidade de informação garantida sobre a necessidade ou não da vacina. Não queira estar nessa incerteza.

Caso você não possa se vacinar por questões de idade ou de condição de saúde, providencie o seu certificado de isenção. É simples (veja aqui).

A boa notícia é que aparentemente todos os países já concordam com a resolução da Organização Mundial de Saúde que dispensa novas doses da vacina. Até 2013 a recomendação era de renovar a vacina a cada 10 anos. Agora, toda vacina, mesmo a que já tenha ‘vencido’ no certificado, é considerada válida por toda a vida.

Que países exigem a vacina contra febre amarela?

Como essa lista só faz aumentar, a partir deste post o Viaje na Viagem deixa de publicar listas atualizadas de países que exigem ou não exigem a vacina.

A maneira mais garantida de ver a lista atualizada é consultar esta página do site da Anvisa.

Veja o tela a tela para consultar o site da Anvisa


Site Anvisa febre amarela

Ao acessar esta página do site da Anvisa, clique em “Verifique as orientações para o país de destino”.


Febre amarela Anvisa lista

Quando carregar a página seguinte, clique no campo: País [Selecione]. Vai aparecer um menu de países em ordem alfabética.

Selecione o país desejado.


Vacina febre amarela República Dominicana

Ao selecionar um pais, a página seguinte carrega um quadro com as vacinas correspondentes. Preste atenção na última linha, onde está escrito “Recomendação ou Exigência”. Se estiver escrito “Exigência”, é porque você precisa se vacinar para poder viajar. Se estiver escrito “Recomendação”, é porque dá para viajar sem a vacina.

No quadro da República Dominicana está escrito “Exigência”. Ou seja, você precisa se vacinar e emitir o certificado para viajar.


Anvisa febre amarela Peru

Já o quadro do Peru informava, em 9 de abril de 2018, “Recomendação”. Ou seja, não era necessário se vacinar.

Atenção: confirme a exigência/recomendação de vacinação pelo menos 10 dias antes de viajar

Meu certificado venceu, e agora?

Se você tirou seu certificado antes de 2015, está anotada a validade de 10 anos. A Organização Mundial de Saúde já orientou os países para que aceitem certificados ‘vencidos’, já que a validade agora é para a vida toda.

Mas se você não quer levar um lero com um agente de imigração em Barbados ou na Tailândia, vá até o posto certificador da Anvisa mais próximo e peça uma segunda via do certificado. Nele já constará a validade ‘LIFE’, para a vida inteira.

Onde me vacinar e fazer o certificado internacional?

  • Tome sua vacina num posto do SUS; você receberá seu certificado nacional
  • Com a vacina tomada, faça pré-cadastro para o certificado internacional no site da Anvisa (funciona melhor em Explorer)
  • Com o pré-cadastro feito, procure um Centro de Orientação ao Viajante da Anvisa (veja lista aqui) para emitir seu certificado internacional

Mostramos o passo a passo neste post.

Como emitir o certificado de isenção?

A vacina contra febre amarela não pode ser aplicada em:

  • Mulheres grávidas
  • Bebês com idade inferior a 6 meses
  • Maiores de 60 anos
  • Pessoas em tratamento com corticóides, quimioterapia ou radioterapia
  • Portadores do vírus HIV
  • Pessoas alérgicas a componentes da vacina

Caso você se enquadre num desses casos, nem é necessário ir à Anvisa.


Anvisa certificado isenção

Leia mais:


Que moeda eu levo para a Colômbia real peso dólar

211 comentários

Tenho um dúvida que não sei se alguém saberá responder: Moro na Europa, não sou nem nunca fui vacinada e tenho passaporte brasileiro e português. A única viagem que fiz até agora para um destino que pedia a vacina foi pra Tailândia, e entrei com o passaporte português justamente pra evitar confusão na imigração.

Porém, se um dia eu decidir viajar pra algum país onde for mais fácil entrar com um documento brasileiro (América Latina, por exemplo), será que vai dar confusão, ou o documento brasileiro + minha permissão de residência no país onde moro (que ainda por cima diz que sou portuguesa… caos! haha) vai resolver a história? Alguém já passou por alguma situação como essa? Porque não tem sentido eu ser obrigada a tomar a vacina por causa da nacionalidade, e sim por causa do país/região de residência.

    Olá, Nati! Para não ter problemas, você pode se vacinar onde mora. Ou entrar sempre com o passaporte europeu nos países em que a vacina é exigida.

    Evite ao máximo situações em que você vai precisar discutir/se explicar/buscar racionalidade de agentes de check-in e de imigração.

Uma dúvida:
no site da Anvisa (o link do pdf) que lista os Centros de Orientação ao Viajante da Anvisa, alguns centros são listados como “Privado”.
Isso quer dizer que nesses locais eu terei que pagar para tirar o certificado internacional?

    Olá, Vinicius! Os centros ‘privados’ só emitem o certificado de quem tomar a vacina lá. Nesse caso, a vacina será cobrada.

Minha esposa e eu quase tivemos problema p/ entrar no Panamá, pois nosas carteiras internacionais de vacinção haviam sido emitidas antes de 2015 e a emigração quis complicar com a validade. Aí, perguntaram p/ várias pessoas e ao fim fomos liberados. É bom sim trocar a carteira. Falei com a Anvisa em Porto Alegre e, em princípio, não fazem a troca, mas me orientaram a explicar a situação ocorrida no Panamá quando for pedir a reemissão.

No mês passado liguei para a Anvisa do aeroporto de Florianópolis, pois queria saber o que teria que levar para pegar a carteira internacional da vacina, e para a minha surpresa o atendente me disse que por cortes no orçamento, está sendo fornecida apenas aos que forem viajar para países que exigem a vacina, como a África e a Ásia. Esta medida pode ser um problema aos que tiverem que fazer uma viagem de última hora!

Duas observações quanto às contra indicações:
1) Pessoas vivendo com HIV podem ser vacinadas sim, desde que avaliados previamente (quanto ao grau de imunidade)
2) Não são todas as pessoas com mais de 60 anos que não podem se vacinar. Novamente, devem passar por avaliação médica e caso não haja contra-indicação, também serão vacinados.
Dependendo do destino da viagem, é muito importante que a vacina seja realizada, pois pode haver risco real de febre amarela durante a viagem. Em situações extremas, nas quais a pessoa não possa receber a vacina, e o destino tenha risco importante para a febre amarela, pode ser necessário até revisar o destino.

Uma pergunta: se tenho o certificado de vacinação, este serve como prova/atestado mesmo que já tenham se passado 10 anos? Ou seja, como não há necessidade mais de renovação da vacina, basta ter um atestado internacional?

    Olá, Álvaro! Sim, basta pegar o seu certificado de vacinação e levar a um posto da Anvisa que emita o internacional.

Bastante esclarecedor, meu certificado foi emitido antes de 2015 e tem validade de 2018. Vou solicitar a segunda via pra não ter dúvidas. Será que pra isso preciso fazer os trâmites do site?
Adoro o VnV!!

    Olá, Maisa!

    Não sabemos. O link para os Centros de Atenção ao Viajante informa os horários de atendimento e telefones de todos os centros. Dê uma ligadinha para ver qual é a orientação do seu centro.

Não é bem assim “vacine-se sem viagem marcada”. Até então, tinha planos de ir à Ásia próximo ano. Fui tomar a vacina aqui no posto de saúde onde moro e a agente de saúde perguntou pra onde eu iria e se eu já tinha passagem comprada. Disse o destino e respondi que não tinha passagem. Não tomei a vacina. Agora, tenho viagem marcada para março/2018, com bilhetes emitidos. Não retornei ao posto ainda pra tomar a dose. Como viajarei com meus pais e não moramos juntos, esperarei o fim do ano para que possamos nos vacinar.

    Olá, Diógenes! Essa exigência de passagem é abusiva, já que temos um surto no Brasil. Diga que vai para Minas Gerais de carro. pronto.

    Exatamente.
    Você deu azar de pegar uma agente “cri-cri”. A maioria dos postos nem pergunta. Além do mais, a vacina vale por 10 anos. Você não precisa tomar apenas na véspera.
    Fale o que eles querem ouvir (como disse A Bóia) e problema resolvido.

    Vacinei-me em minha cidade, em posto publico de saúde. A única exigência, tendo mais de 60, foi de um atestado medico indicando que poderia tomar a vacina. Estou pronto para qualquer viagem.

    Olá, Sebastião! Para viajar a países que exigem a vacina, você precisa também de um certificado internacional. Procure o posto da Anvisa mais próximo da sua cidade.

Ainda bem que o Viaje na Viagem está atento a acontecimentos.
A divulgação de que a vacina vale por toda a vida deveria ser feita periodicamente pela mídia que, infelizmente, só se interessa por notícias ruins.
Obrigado Ricardo!

Como sempre vocês arrasando nas informações. Parabéns. Não viajo , sem antes consulta- los

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