Os planos dos viajantes brasileiros pós-pandemia
Quando voltarem a viajar, os brasileiros querem ir, especialmente, para destinos de praia. Pretendem se locomover principalmente de avião e indicam que os dados sobre o estágio da contaminação pelo novo Coronavírus no destino escolhido será o aspecto mais relevante na organização da viagem. Essas são algumas das informações reveladas pela sondagem "Como voltaremos a viajar? – impacto da Covid-19 no comportamento do viajante brasileiro".
A pesquisa, estruturada pela professora e pesquisadora Mariana Aldrigui, do curso de Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, recebeu 3.243 respostas válidas de leitores e seguidores do Viaje na Viagem. Muito obrigado! Você que participou do estudo merece saber dos resultados em primeira mão.
Como a pandemia impactou as viagens já programadas?
Nada menos que 80% dos que responderam à pesquisa tiveram que adiar ou cancelar viagens por conta da pandemia da Covid-19.
Dos que adiaram, 53% ainda não sabem quando vão fazer a viagem; 14% planejam retomar os planos entre outubro e dezembro deste ano.
A maior parte das viagens canceladas ou adiadas era para o exterior (mais de 60%).
A crise econômica e os viajantes
A crise econômica derivada da pandemia já impacta os planos de viagem dos brasileiros. Os que perderam emprego, tiveram renda reduzida ou sofreram redução de renda no núcleo familiar somam 53% dos participantes da sondagem.
Vamos viajar a turismo ainda em 2020?
Quanto à possibilidade de viajar ainda neste ano, os participantes da pesquisa se divide em três grupos praticamente do mesmo tamanho. Pouco mais de um terço (35%) afirmam que vão viajar em 2020. 33% não planejam viajar este ano, enquanto 32% ainda não sabem.
Entre os que pretendem viajar em 2020, metade considera se locomover de avião (50,6%), ao passo que 45% têm intenção de usar o próprio carro.
Para onde queremos viajar?
Destinos de praia lideram a preferência pela primeira viagem pós-quarentena ou pós-pandemia – 33% das respostas. Cidades grandes (18%), destinos de natureza (17%) e cidades pequenas (12%) aparecem em seguida. O grupo dos viajantes que ainda não escolheu destino soma 14%.
O que vamos levar em conta para decidir a viagem?
Embora haja preocupação com os protocolos de segurança e higiene para uma viagem, o aspecto mais relevante na organização da viagem serão os dados sobre o estágio da contaminação pelo novo Coronavírus no destino escolhido.
Já em relação à hospedagem, hotéis, pousadas ou resorts são as principais opções que despontam nos planos dos participantes do estudo – somam 65% das respostas. Os que planejam alugar casa para férias ou feriado chegam a 14%.
Os participantes do estudo foram convidados a avaliar a importância de cinco critérios de segurança que constam dos diferentes protocolos adotados em destinos e estabelecimentos como hotéis e restaurantes. Todas as cinco afirmações foram consideradas 'Absolutamente importante' ou 'Muito importante', na seguinte ordem:
- 1º Hospedagem com selo de higienização
- 2º Evitar destinos com aglomerações
- 3º Disponibilidade de álcool em gel, máscaras e outros no destino
- 4º Hospedagem onde o próprio viajante possa controlar a higiene do quarto/casa
- 5º Destino com selo de segurança emitido pelo governo ou entidades do turismo
Como estão distribuídos os perfis dos viajantes?
A pesquisa convidou os participantes a se identificarem com uma entre cinco frases que sintetizam diferentes tipos de comportamento ante a pandemia.
Os viajantes que vão retomar primeiro as viagens são os Despachados, que somam 27,4% dos participantes, mas que se subdividem em três perfis bem distintos:
- Os Tô-Nem-Aíners, que não têm medo da pandemia (1,6% dos participantes)
- Os Fugitivos, que querem viajar para fazer quarentena em outro lugar (7% das respostas)
- Os Desconfinados, que já retomaram parte de sua rotina anterior à pandemia e pretendem viajar aderindo aos protocolos de segurança (18,8% da amostra)
O segundo grupo é dos Ressabiados, que querem viajar, mas vão esperar até os índices de contaminação baixarem. Eles formam o maior grupo entre os participantes: 46,4%.
E o terceiro grupo, o dos Abstinentes, reúne aqueles que não tem a menor intenção de viajar enquanto não houver vacina, cura ou fim da circulação do vírus. Foram mais de 1/4 dos viajantes: 26,1%.
Quer assistir ao vídeo em que eu explico esses 5 perfis de viajante? Está no nosso IGTV -- clique aqui.
A pesquisa foi realizada entre 14 e 20 de julho. Conta pra gente: de lá para cá, mudou alguma coisa na sua cabeça? Você está mais aberto ou mais refratário a viajar do que antes?
10 comentários