48 do 2º (minha crônica no Divirta-se do Estadão)

Saguão de Cumbica, 8 de dezembro, 15h30

São três da tarde de quarta-feira dia 8. Chego ao terminal D de Cumbica e encontro o saguão aprazivelmente vazio. Nada daquele caos do fim de noite, quando parece que o mundo vai acabar antes que toda a turba consiga embarcar nos seus vôos internacionais. Passo pelo check-in da South African: um grupo de colorados está na fila (sim, dá para chegar a Abu Dhabi via Johanesburgo).

Atravesso o saguão até o fim, onde estão os guichês da TAP. Ainda faltam três horas para o voo sair, mas a fila está compridíssima. É horrível a sensação de chegar três horas antes do vôo e a fila estar nos cafundós. Minha primeira reação é conferir a hora da partida no painel: não, não trocaram o horário. O povo é que está chegando mais cedo, mesmo. Logo a fila aumenta atrás de mim. Aparece outro colorado paramentado (sim, dá para chegar a Abu Dhabi via Europa).

Na minha frente, o casal oriental de repente vira uma família oriental de oito. Niponicamente o grupo posa para uma foto acenando com vouchers da CVC. Ao longe passa um grupo de colorados paramentados – dois deles, de bombachas. Olho para os guichês ao lado. São da LAN. Não há colorados paramentados por ali (não, não faz sentido ir a Abu Dhabi via Santiago).

Eu também sou colorado, mas não estou paramentado. A camiseta está na mala. Também vou para Abu Dhabi, mas não agora. Primeiro tem Lisboa, onde pego uma conexão para uma parada de três dias em Munique. O tempo entre os vôos é apertado. Corro o risco de extraviarem a minha mala. Penso na camiseta, agora é tarde.

Na verdade, ainda é cedo. Tenho que fazer tanta coisa antes de poder entrar no clima do mundial interclubes que mal consigo pensar nele. Não me lembro da última vez que tenha partido para uma viagem longa com os compromissos zerados. Que inveja das pessoas que sabem dizer não.

Na reta final, a família japonesa de oito vira um grupo de quatro. Os outros tinham ido só se despedir. A caminho do embarque, passo de novo pelo guichê da South African – vazio, apenas com um grupo de colorados paramentados tentando a sorte na lista de espera.

Saguão de Cumbica, 8 de dezembro, 16h30

Passo pelo raio x e pela imigração. Não acho nenhuma tomada livre. Não tem importância. O texto já está todo composto na cabeça, não há perigo da bateria terminar. Despejo. Fui!

23 comentários

As pessoas estao cada vez chegando mais cedo mesmo em GRU. Acho que ninguem tem noçao do horario de chegada por causa do transito, entao isso tem acontecido mais e mais. Eu sou a maior estressada de aeroporto, ja cheguei 5hs antes do voo ( ok, concordo que foi demais), mas 4 hs antes, a fila de embarque da United ja ta lotada, e els so abrem o check-in 3 hs antes. É meio estranho mesmo, eu tb sempre vou conferir o horario do voo.

    COnferir o horário do voo tem que ter! Já aconteceu comigo: procurar o check in, não achar e ir conferir o horário do voo e ele não existir.. por erro da companhia e não meu…

O vôo da delegação do Inter para Abu Dhabi atrasou só 4 horinhas… Sou Tricolor (Paulista!), mas serei Colorado no Mundial! Boa Sorte, Inter de POA!

Eu sou VASCOOOOO, mas o INter foi campeão no ano em que nasci, o que sempre me deu liberdade poetica para dar uma torcidinha pelo colorado. NADA muito exagerado( camisa ou gritinhos) , somente uma coincidência astral rrsrsrs que me diverte até hoje!

Eu até não duvidava que o Estadão fosse manter os nomes das cias. aéreas, mas fiquei pasmo ao ver que não eliminaram o nome da CVC!

Riq, ótimo texto! Realmete GRU nao tem quase nenhuma tomada , e as que tem, estao sempre cheíssimas. Faz tempo que eu nao pego GRU assim, zen.
A gente chega mais cedo, cada vez mais, por causa da desordem generalizada, das filas intermináveis, do horror dos aeroportos!
Boa sorte ao Inter!Relax!!!

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