863 (minha crônica no Divirta-se do Estadão)

Meu Orkut

Um dia qualquer, lá no início do remoto ano de 2004, o Rui, um colega nerd-chique que era meu vizinho de mesa, me apresentou a um site revolucionário que tinham acabado de lançar. Você se inscrevia e podia encontrar pessoas importantes de qualquer área, que respondiam às suas dúvidas e ajudavam nas suas pesquisas como se fossem velhos amigos. O site tinha um nome esquisitíssimo: Orkut.

Sim. Entrei no Orkut nos primórdios daquilo que veio a ser conhecido como “mídias sociais”. Meu perfil orkutiano está preenchido em inglês não por pedantismo, mas porque essa era a única língua disponível. Não, nem tente me achar: deve haver mais ou menos uns 4.981 Ricardos Freires no Orkut.

Nunca entendi direito para que aquilo servia, fora me ver obrigado a dar feliz aniversário para todo mundo e ser constantemente ameaçado com convites para reuniões da turma da escola. No fim daquele ano iniciei meu blog, para onde acabei desviando toda a minha vida social online.

Assisti de fora a invasão brasileira ao Orkut, sua massificação e declínio. No ano passado, no entanto, resolvi dar uma chance a seu sucedâneo, o Facebook. E, num surto de socialização virtual, acabei entrando na mesma hora no Twitter.

O Twitter e eu nos entendemos desde o instante zero. Descobri nele um substituto perfeito para o telefone, o email e as homepages dos grandes portais. Encontrei gente bacana, fui descoberto por outros tantos, ganhei um lugar para falar bobagens descartáveis e ensaiar textos maiores.

Enquanto isso, no Facebook… me sinto enganando os 863 amigos que gentilmente me procuraram para celebrar nossa amizade online. São pessoas não apenas queridas, como entusiasmadas, que me mandam convites, presentes, solicitações para eventos tanto físicos quanto virtuais.

Precisei ver o número de demandas empilhadas na minha página inicial do Facebook para descobrir por que gosto tanto do Twitter. O Facebook é mais um escaninho para armazenar tarefas que não poderei cumprir. Já no Twitter tudo é instantâneo. O que passou, passou.

Não adianta: ou bem você feicebuca, ou bem você tuíta. (Ops: preciso tuitar isso.)

32 comentários

Eu entrei no ICQ em 97 e achei o máximo, pois podia conversar com meus amigos de longe, sem gastar com telefone. Reativei uma conta antiga de email (que játinha sido vendido para outra empresa e portanto, mudado de nome, mas depois vltou) só para poder ter minha senha do ICQ de volta. Acho que o ICQ nem existe mais, não? Foi totalmente substituído por Msn e skype.

No orkut reencontrei algumas pessoas que não via há séculos. Foi bom, mas acho que a minha atuação nele foi igual a de todos os outros aqui. No Facebook então, até hoje não sei o que fazer. Cada vez que entro lá tomo um susto!

Ainda não entrei no twitter; não queria. Lembro bem do seu primeiro post a respeito, quando escreveu exatamente isso: “ou bem você facebuca ou bem você tuita!” Depois li (acho que foi você novamente) que o twitter era uma excelente ferramenta para você ser seu próprio editor. Achei isso muuuito legal 🙂

Nos últimos tempos vejo twitter em tanto lugar (a corretora de valores, a loja onde compro roupas, a estação de rádio que escuto, o jornal que leio, o blog, a revista, o hotel, o bar, etc., etc., ufa!), que estou sempre me cobrando de me cadastrar nesta coisa. Mas acho que acabaria dando pra ele a mesma desatenção que dei para seus “irmãos sociais”. E aí como disse a Patty outro dia: “quem iria me seguir se eu não escrevo nada?”

A propósito, Riq. Adorei a sua twittada que li outro dia no Estadão a respeito do vulcão da Islândia :mrgreen:

    Não era minha! Eu apenas retuitei, com crédito! (Acontece muito isso: você retuíta alguma coisa de alguém e no meio do caminho alguém tira o nome da pessoa que escreveu originalmente….)

Eu acho que um tuiteiro não consegue feicebucar e vice-versa. A dinâmica é outra. No Facebook você tem que atualizar perfil, baixar fotos, ter convites pra Farmiville ou semelhantes (não me perguntem o que é, não sei, mas vejo toda hora), é muito trabalhoso e nunca vi utilidade.
O Orkut eu mantenho por causa da Comunidade Dicas “Imperdíveis” de Viagens que tem 12000 participantes e muitas dicas legais, mas não faço nenhum outro uso além desse.
Meu negócio é o twitter: rápido, prático e divertido.

Acabei de ver na Rosana Hermann!
Chávez para Evo: no tienes Twitter?
“Evo, ¿tú no tienes Twitter?” 😆

Muito bom, hahaha! E é verdade, Facebook e Orkut nos fazem escravos de nossas amizades. E o pior, não de amigos, de nossas amizades virtuais, apenas o “social”
Abs, Riq

Amélia,

Sou como você: viajonaviagem. O resto nem sei do que se trata.

    Amélia e Anna Francisca, que bom saber que existe gente como eu, que nao sabe (e esta bem feliz assim)nada alem do VNV!!!

Riq, veja o facebook como um espetacular multiplicador de seu trabalho. Ninguém melhor que você próprio divulgando seu portal, seus livros, suas palestras, pra milhares de pessoas. Todas as pessoas que fizerem um comentário ou curtirem com um polegarzinho pra cima seu post, estarão redistribuindo para todos seus contatos. Se eu fosse você, eu veria com outro$ olho$ essa midia.

    Hehe, de certa maneira eu já faço isso no Twitter. Mas como eu me envolvo de verdade, não enxergo como um negócio. Já no Facebook eu me sinto muito mercenário…

Meu orkut foi declarado morto e meu facebook respira por aparelhos. Mas o twitter… ah, esse ta vivinho da silva. Nao sei feicibucar, mas eu tuito, logo existo 😉

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