Budapeste, com afeto: as dicas da Ali 1

Budapeste, com afeto: as dicas da Ali

Budapeste

O itinerário básico de viagem pela Europa Central, segundo a recomendação do Comandante, segue esta exata ordem: Budapeste, Viena, Praga e Berlim. É um roteiro que faz sentido em termos práticos, com deslocamentos mais inteligentes, e que deixa para o final as cidades pelas quais se costuma ter mais expectativas.

A Ali foi para esta região, mas experimentou um outro roteiro: Budapeste, um desvio para Berlim, Dresden e Praga (a viagem ainda continuou rumo a Londres). A capital da Hungria surpreendeu a Ali, que sem rodeios assume ter se encantado mais por Budapeste do que por Praga. Quer saber por quê? Vai por ela:

Texto e fotos | Ali

Roteiro

Pavilhão dos pescadores, Budapeste


Eu segui uma receitinha diferente e contra-intuitiva, mas que deu super certo. Primeiro, eu fiz o que todo mundo diz ser necessário fazer: comecei por Budapeste. Não queria correr o risco de ter um sentimento de anti-clímax durante a viagem. Mas também não estava a fim de passar pela adrenalina de comprar as passagens de trem apenas ao chegar lá, em alta temporada. Fui então para Berlim de Easy Jet (foi bem baratinha a passagem) e de lá segui de trem para Dresden (2 horas), onde passei uma noite, e de Dresden segui para Praga (2 horas e meia).

Dessa experiência extraí a seguinte lição: trem, no verão, só em primeira classe. O trem de Berlim para Dresden, que vinha precisamente de Budapeste, estava super-hiper-mega lotado. O perrengue só não foi maior porque o trajeto era curto. As pessoas e as malas viajavam amontoadas no corredor. Eu tinha pago reserva dos assentos, mas não consegui chegar até eles porque havia um amontoado de malas empilhadas e mochileiros dormindo no corredor. A gente viajou sentado em cima das mossas malas na entrada do trem. Uma aventura, para dizer com olhos otimistas.

Ao chegar em Dresden troquei as passagens do dia seguinte para a primeira classe. Vale cada centavo. No verão, não hesite: compre a passagem de trem de primeira classe. É perrengue-free.

Viena ficou para uma próxima vez, quando eu for à Suíça. Ao pesquisar os preços dos hotéis, achei todos caros demais e considerei, ainda, que o roteiro ficaria excessivamente repetitivo. Resolvi passar os últimos dias em Londres (hotéis no mesmo valor de Viena).

Budapeste x Praga

Ao contrário de 95% dos turistas, eu prefiro Budapeste a Praga.

Não há como discutir que a beleza de Praga é de tirar o folêgo. É realmente embasbacante. Mas a vibe de Budapeste, na minha opinião, é muito melhor. Eu poderia ficar uns 10 dias por lá. Parece Paris uns 15 anos atrás, quando era possível flanar e ter a sensação de que certos recantos tinham sido descobertos por você.

Budapeste é mais espalhada. Isso é uma vantagem e uma desvantagem. A desvantagem é que você não tem a sensação nossa-vi-tanta-coisa-em-tão-pouco-tempo que Praga proporciona. A vantagem é que nenhuma atração fica apinhada de gente. Andar na rua em Budapeste é uma experiência mais autêntica do que em Praga. Comer em Budapeste é mais fácil. Considero comer em uma cidade fácil quando consigo acertar mais de uma vez apenas seguindo minha intuição, sem precisar devorar todos os guias.

Não me senti numa festa no formigueiro. Em Praga, por vezes, parecia que eu estava na Disney, que aquilo tudo não era de verdade. Em alguns momentos tive a sensação de estar num parque temático do Leste. Claro que isso foi influenciado pela estação. Will Tizard, que vive em Praga desde 1994, diz que a melhor época para conhecer a cidade é o outono.

Budapeste no verão é alegre, mas não é superlotada, apesar de ser a sexta cidade mais visitada da Europa.

Enfim, me apaixonei por Budapeste.

Dicas de Budapeste

Importante dizer o seguinte sobre táxi em Budapeste. Para quem chega de avião, o aeroporto opera apenas com uma empresa de táxi chamada Fötaxi, que possui balcões na saída dos terminais. (A foto que aparece no site é do balcão que funciona no aeroporto.) Eles estão trabalhando com tarifas fixas, que são as mais baixas de Budapeste. Outra opção é o serviço de shuttle Minibusz do aeroporto que custa 3200 HUF ou 11 euros por pessoa. É logo na saída do controle de passaporte e não precisa de reserva.

Não precisei usar táxi em Budapeste porque o transporte público é eficiente e andei muito a pé, mas para pegar na rua ou chamar por telefone também li relatos na internet recomendando a Fötaxi.

Fiquei no InterContinental Budapest, com uma vista soberba. Pena que o hotel por fora é feio e destoa da cidade.

Gostei de passear e ver vitrines na badalada Váci utca, mas os restaurantes dessa região têm um jeitão mais turístico. Os restaurantes freqüentados pelos locais ficam nas ruas que circundam a Basílica, em torno da Szent István tér (praça Szent István). Ao menos no verão, a noite lá é bem animada. As opções de bons restaurantes são inúmeras, dá para escolher na intuição.

Os Meninos da Rua PauloRoda-gigante da praça Erzsébet

A praça Erzsébet fica lotada de gente jovem, há vários bares, barracas e uma roda-gigante no verão.

Ah, por fim, tive uma refeição memorável nesse italiano: Tom George.

Muito obrigada, Ali!

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52 comentários

Bom dia, estou pensando em fazer esse roteiro em junho do ano que vem. Comparando horários de chegada dos voos que pesquisei, seria mais vantajoso fazer o roteiro em ordem inversa. A recomendação budapeste – viena – praga é apenas para evitar uma possível decepção ou tem algum outro ponto prático?
No começo de junho Praga já é muito cheia?
Obrigada.

    Olá, Fernanda! O Ricardo Freire sugere Budapeste antes de Praga porque acha que Praga é bem mais esplendorosa e Budapeste pode decepcionar se for deixada para depois. A Ali achou justamente o oposto, ficou decepcionada com Praga depois de Budapeste, por isso fez esse texto. Não existem verdades absolutas em viagem.

    Eu fiz o roteiro inverso, Praga antes de Budapeste, e não me arrependi. No geral, gostei mais de Budapeste do que de Praga.

Bom dia! por favor, estou fazendo o trajeto Berlin/praga/budapeste (chegando em berlin e voltando por budapeste) gostaria de conhecer a capital da Slovenia, qual seria a melhor forma? poderia me ajudar? obrigada

    Olá, Marai! Ljubljana está a 8 horas de trem de Budapeste. Está fora da rota natural do seu itinerário.

Olás!
Budapeste e Praga são duas cidades lindas que valem a pena, mas a superlotação de Praga (fui no início da primavera, porém com clima de inverno ainda) atrapalha o charme da cidade.
Fiz o seguinte roteiro e não me arrependo: Berlin > Praga > Budapeste > Munique.
Ao contrário dos que guardam Praga para o final para o grande impacto, achei interessante conhecer a cidade antes de Budapeste, pois, a segunda ficou na lista sem muita expectativa e acabou se tornando uma bela surpresa.

Viajarei em Julho para Alemanha/R.Checa/Austria/Hungria e já li muita coisa a respeito, mas as vezes bate insegurança. Estudei algumas rotas e optei fazer Munique/rota romântica até Berlim de carro e de Berlim e demais países de trem, voltando a Munique por Viena/Salzburg. Não sei se é a melhor opção, mas foi a conclusão que cheguei considerando que vou entrar e sair por Munique. Espero ter feito a escolha certa, mas tbm é questão de sorte dar tudo 100%, mas vai que dá. Tenho aproveitado bastante as dicas do blog de vocês, se puder fazer algumas considerações a respeito de minha opção, agradeço.

Ola, por favor, pode me ajudar? Quero visitar Amsterdam, ir de trem noturno para Praga e de lá para Viena e Budapeste. Que vc acha? Qtos dias em cada cidade? Como ir de uma p outra?
Obrigada

Boa noite amigos viajantes

Pessoal que foi pra Budapeste… 15 euros/dia pra alimentação em média, tá bom?

A idéia é intercalar um restaurante médio (nem dos mais chiques, nem as espeluncas) com uma refeição rápida ou algo de supermercado

abs.

    Olá, André! É bastante pouco. Leve cartão de crédito, você pode precisar.

Boa Tarde amigos. Pretendo visitar Budapeste em julho deste ano e gostaria de saber como é a melhor forma de fazer o câmbio, se no aeroporto, em casas de câmbio, a segurança, enfim, tudo o que for possível. Grato pela atenção de todos.

    Olá, Otto! Não use casas de câmbio no aeroporto, em lugar nenhum do mundo. Sempre oferecem a pior cotação.

    Mas mesmo no centro da cidade, é bastante complicado usar casas de câmbio. As informações de cotação e comissão nunca são claras; muitas vezes apregoam um valor e na hora de você trocar dizem que é outro, porque o valor anunciado é para grandes quantidades.

    Ao levar dólares ou euros vivos do Brasil para trocar por lá, saiba que pelo menos 5% da cotação oficial será “comido” em comissões; logo, não tem tanta diferença do IOF de 6,38% cobrado no Brasil para pagamentos eletrônicos. Por isso vale a pena usar cartão de crédito e tirar dinheiro diretamente do caixa eletrônico, habilitando para isso o seu cartão de conta corrente.

Ricardo, tudo bem? Então, devo ir a Polonia, HUngria, Eslovaquia e Republica Tcheca em março de 2014, mas estou na dúvida se as atrações ficam abertas ou não nesses lugares. Comprei um guia de viagem da DK (equivalente ao PubliFolha daqui no Brasil) e todos os lugares que pretendo ir aparecem com opção de abertura somente a partir de abril, tipo: museus, castelos, entre outros. Sabia me ajudar com esta informação? Desde já te agradeço!

    Olá, Lina! É estranho. Um ou outro castelo bem no interiorzão pode ser que só abra no verão, mas museus? Procure o site das atrações que quer visitar e você encontrará os horários.

Estive no Leste Europeu agora em setembro. Adorei todas as cidades, mas tb gostei mais de Budapeste. A visão do Parlamento e especialmente do castelo iluminado à noite! O que que é aquilo!!! E como disse outro leitor, a arquitetura de Budapeste é fora de série. A Basílica de Sto Estevão maravilhosa, os doces da doceria Gerbaud, os banhos termais, os bares à noite fervilhantes, os souvenirs, restaurantes legais… Fica difícil falar de tanta coisa bacana. E eu não consegui ver tudo. Quanto à Praga, é linda, vale muito a pena ir, mas eu achei que está bem caída. Os monumentos, prédios e igrejas estão pretos de sujeira acumulada, falta manutenção.

    Estive também nas duas cidades no final de 2012/13 e concordo com os comentários acima. Tive o mesmo sentimento.

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