Cartão de débito nos Estados Unidos

Dri Setti aponta os perrengues de usar cartão de débito nos EUA (acrescente os seus!)

cartão de débito nos Estados Unidos

Dinheiro pra viagem é um assunto mais espinhoso do que gostaríamos. Todo mundo quer fugir do IOF e da possibilidade de variação cambial, que são os pontos fracos dos cartões de crédito. O problema é que todo mundo sabe de cor e salteado os pontos fracos dos cartões de crédito, mas geralmente ignora os pontos fracos dos outros meios de pagamento. Eu aponto alguns deles neste post aqui, Por que nunca deixei de usar o cartão de crédito.

Pois eis que, semana passada, a fabulosa Dri Setti publicou (no seu blog Achados, hospedado no portal Viaje Aqui), trouxe à luz os problemas de outro desses meios de pagamento, o cartão de débito (aquele que debita diretamente da sua conta corrente à medida que você vai usando). Depois de uma viagem pelos Estados Unidos em que planejava usar exclusivamente o cartão de débito, ela publicou esse post-alerta — Cartão de débito nos Estados Unidos: depender dele é roubada.


Orlando: o que fazer - Magic Kingdom
Primeira viagem a Orlando

Confesso que não tenho muita experiência com cartão de débito de conta corrente. Uso apenas para saques em moeda local no caixa automático (valem a pena em saques de valor alto, para diluir o custo das tarifas de saque e uso do equipamento) e pagamentos eventuais em locais que não aceitem crédito. Mês passado, durante uma viagem de 20 dias pelos Estados Unidos, usei cartões de débito (de dois bancos diferentes) umas 5 ou 6 vezes, com sucesso. Mas a Dri levou o cartão de débito para pagar hotel, restaurante, carro e compras.

Em hotéis e locadoras — e isso a Dri já sabia — as cauções (pré-autorizações) exigidas no check-in são debitadas na hora. E como são maiores do que a conta final (porque embutem a possibilidade de danos ou gastos extras), a diferença só é devolvida ao seu cartão até 30 dias depois do check-out. (No cartão pré-pago isso também ocorre e pode sumir com a moeda que você carregou e pretendia usar durante a viagem.)

O choque maior foi nos restaurantes. Por causa do sistema americano de gorjeta, que é incluída depois de passar o cartão pela primeira vez, as contas vinham debitadas duas vezes: primeiro, o valor total, sem gorjeta. Depois, o valor total, acrescido da gorjeta. O primeiro débito foi devolvido sempre, mas só depois de três dias da data da despesa. (Pela lógica, com cartão pré-pago deve ser assim também. Alguém já pagou restaurante — e deu gorjeta — no pré-pago pra contar pra gente?)

No comércio, a Dri precisou pagar gasolina dentro do posto (as bombas não aceitam débito), teve problemas em metade das lojas em que tentou comprar, e não conseguiu usar o débito em nenhum estacionamento ou parquímetro.


Mission Dolores Park
California dreamin’?

O cartão da Dri foi emitido na Espanha, onde mora. Até onde eu sabia (mas isso pode ter mudado), no Brasil os cartões de débito vinculados a contas-correntes oferecem um limite de gastos bastante inferior ao saldo da conta. Esse limite de gastos, diário ou semanal, inviabilizaria depender exclusivamente do débito vinculado à conta corrente como meio de pagamento exclusivo (ou mesmo preferencial) de uma viagem. Mas esse problema que a Dri enfrentou com máquinas e lojas é algo que afetaria até os usuários com limite baixo.

Por isso, resolvi pegar o gancho dos perrengues da Dri Setti para fazer uma enquete e recolher todos os galhos que podem aparecer nos Estados Unidos para um usuário de cartão de débito vinculado a uma conta-corrente brasileira.

Se você quiser lembrar algum perrengue com cartão pré-pago (que você carrega com moeda e pode recarregar depois, tipo VTM), também pode — mas deixe claro que você está falando deste tipo de cartão.

Ah, sim: pode falar das vantagens, também 🙂

Leia mais:


dinheiro-para-viagem

35 comentários

Daqui há 15 dias viajarei para Emirados Árabes, Israel e Jordania, vou por uma agencia, pacote completo, exceto almoço em alguns passeios, vou levar o moneycard bradesco com dois mil dolares e mais 500 dolares em espécie, levarei também um cartão internacional de meu banco, mas por precaução, sempre opto por levar mais do que seria necessário, é a minha primeira viagem em excursão, nos anos anteriores viajei sozinho, e não tive problemas com dinheiro, mas diferente desta vez, levarei além de dolares em espécie, um cartão de débito em moeda estrangeira, segundo amigos que já foram por este roteiro, é super aceito o cartão de débito em moeda estrangeira, tanto para saques com para compras.
Na volta, farei um relato de m,inha experiencia.

Já aconteceu algumas vezes comigo de escolher a função débito e vir na fatura do cartão de crédito, pois meu cartão de débito é multifunção. Isso tanto nos EUA quanto na Europa.

Quando isso acontece é chato, porque a opção que escolhi foi devido a algum motivo (a algum tempo atrás, fugir do IOF maior…) mas nunca foi grande problema.

Depois que o IOF foi equalizado nas operações de débito e crédito, prefiro usar o crédito, sempre.

Oi pessoal, vou pro Egito em Maio/2017, alguém já teve alguma experiencia com os cartões de crédito por lá (utilização no comercio, saques em cx eletrônico….. ),grato

Em uma viagem na Croácia por duas vezes tentamos sacar dinheiro e por algum motivo este não foi liberado só que era dado como debitado do valor em moeda estrangeira carregado no meu cartão. Posteriormente houve o estorno desses valores só que como crédito em “reais”, resultado faltou moeda estrangeira no final da viagem e tivemos que usar a função crédito.

Quando eu morei em San Francisco entre 2011/2012 eu usava mais meu cartão de crédito do Banco do Brasil, mas usei débito algumas vezes e não tive problema nenhum, sempre passou e quando eu precisava eu sacava dinheiro da minha conta do Brasil em qualquer caixa eletrônico. Nas viagens que eu fiz depois, os problemas começaram: em 2013/2014 eu queria usar débito, escolhia função débito, mas ia tudo pro cartão de crédito de uma maneira super confusa com todas as taxas e impostos de cartão de crédito; no final de 2015 vim para San Diego e foi um drama total. Muitos lugares ainda estão em transição para cartão de chip, aí várias vezes o cartão não passava (nem crédito, nem débito), ou não conseguia sacar dinheiro no caixa eletrônico, tinha que ir tentando vários bancos até algum funcionar. Mas pela internet sempre funcionou.

    Esse problema da transição de sistema (chip) já acontece há muitos anos no que vocês chamam de “primeiro mundo…”

Já usei e me lasquei uma vez. Foi em Nova York em uma loja de roupas na 5 avenida. Vi uma blusa e resolvi comprar. Como na máquina não aparecia o valor, só vi que o preço da peça de roupa era outro quando a vendedora me entregou o comprovante do débito. Pedi para cancelar a compra, devolvi a blusa e quando voltei ao Brasil recebi a fatura veio registrada. Hoje, evito cartão de débito para compras no exterior.

Eu uso sempre o pré-pago em viagem; é o jeito mais fácil que encontrei de controlar os gastos.

O primeiro pré-pago que eu tive (da Cotação) não tinha relevo, era lisinho, e foi recusado em algumas lojas (como a Macy’s, por exemplo); o cartão também não era nominal nem tinha chip, mas como nos EUA dificilmente pedem senha, acho que o problema pode ter mesmo sido desconfiança de um cartão sem titularidade definida e sem relevo. (E faz tempo, era 2007/2008.) Depois que passei a usar o Cash Passport (Mastercard, emitido pela Novo Mundo) nunca mais tive problema – não sei se foi sorte ou não, mas esse tem chip E relevo. (E, mesmo assim, nos EUA um ou outro lugar só pede senha.) Acabei de voltar de Londres e não tive problema absolutamente nenhum; pediram senha em todos os lugares, como tem que ser.

Nos EUA sempre uso para restaurante/gorjeta, mas nunca notei se eles debitam duas vezes e depois estornam; eu tenho a impressão de que notaria se eles fizessem isso.

E nunca tentei usar o débito da conta corrente. Tenho Bradesco e vou tentar essa modalidade na próxima viagem só de curiosidade! 🙂

Achei muito útil o relato.
Assim como dito acima, já usei mais, quando o IOF para o débito não era de 6,38%. Era uma festa!
Recentemente nos EUA até ia passar o débito para o hotel, mas o recepcionista gentilmente me lembrou da questão da pré-autorização/bloqueio. Vendo o relato, acho que o alerta procede sim, mas que foi sacanagem do atendente não avisar deste delay. 🙁
A do restaurante é um absurdo e caso de polícia. Valeu pelo alerta.
No geral, nunca tive problemas, nem nos EUA, nem em outros destinos com o cartão de débito.
Hoje, utilizo ele para sacar dinheiro dos ATMs, especialmente onde a moeda não é euro nem US$ (para onde prefiro um mix de dinheiro vivo e crédito).
Tenho ciência de problemas (raros) em alguns bancos sim, mas trabalhando com o Itaú e Santander, o máximo que encontro de problemas é que eventualmente um ATM não aceitar, ai troco de cartão ou de terminal e acaba resolvendo.
Nos meus posts a respeito noto que a maioria dos problemas ali relatados decorrem da dificuldade quanto às senhas (que podem ser diferentes no exterior 4/6 dígitos) ou simplesmente dos bancos não processarem o pedido de desbloqueio da função débito no exterior.
Creio que a dica mais importante seja aquela que inclusive o Riq já deu em outros posts e que concordo e sigo: nunca tenha apenas uma ou duas opções de pagamento, diversifique para não passar aperto.

Além disso, os cartões VTM não pontuam nos programas de pontos! Viagem pra fora do Brasil, é dinheiro ou cartão de crédito, que mesmo os 6,38% de iof serão revertidos em pontos. E em alguns países, como Uruguai por exemplo, pagando no cartão de crédito brasileiro, o imposto local é descontado (de 18% a 22% de estorno ou na fatura do cartão ou direto na comanda!)

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