Furtos Orlando

Furtos a turistas brasileiros no exterior: por que somos tão visados?

Furtos Orlando

De uns tempos para cá, o Facebook anda fervilhando com relatos de brasileiros que tiveram cofre arrombado e malas surrupiadas de dentro de quartos de hotel em Orlando. Mas o fenômeno não é novo.

Em 2011 a gente já publicou aqui um post sobre as quadrilhas que agem nos estacionamentos dos shoppings, limpando os porta-malas de carros de brasileiros que chegam com compras fresquinhas de outro outlet.

Antes de Orlando, o problema era em Buenos Aires (na época em que Buenos Aires era um destino de compras).

E sempre que a gente abre qualquer post para comentar sobre golpes contra turistas na Europa, são inúmeros os leitores que vêm relatar casos em que foram vítimas.

Será que somos especialmente visados? Em Orlando e na Argentina, provavelmente sim. Na Europa, apenas engrossamos a estatística dos incautos.

Por que será? Eu tenho cá comigo algumas hipóteses.

Porque baixamos a guarda

Por viver num país desigual e inseguro, achamos instintivamente que não corremos riscos em destinos mais desenvolvidos. Não passa pela nossa cabeça que existam quadrilhas especializadas em identificar quem deixou o carro estacionado com compras ou bagagem no porta-malas. Ou que haja batedores de carteira agindo tão livremente no transporte público e nos pontos turísticos da Europa.

Porque não estamos acostumados com ~este~ tipo de crime

No Brasil temos medo da arma apontada no semáforo, e também de qualquer rua erma depois de escurecer. Mas sabemos que não temos muito a temer se sairmos para caminhar à luz do dia sem jóias nem relógios caros. E jamais passaria pela nossa cabeça que alguém entrasse no nosso hotel em Fortaleza para roubar as compras da feira de artesanato.

Porque compramos demais

Compare a fila de check-in de um vôo de volta dos Estados Unidos para o Brasil com qualquer outra fila de check-in no mesmo aeroporto, e você verá a montanha de coisas que trazemos para casa a cada viagem. Antes de irem para as malas, as compras são facilmente identificáveis pelas sacolas das lojas em que foram compradas — e podem ser avaliadas no estacionamento do outlet ou ao passar pelo lobby do hotel. Somos alvos fáceis dos profissionais de furtos.

Porque carregamos dinheiro vivo

Desde que os cartões pré-pagos passaram a pagar IOF, muitos brasileiros começaram a viajar com mais dinheiro vivo do que antes. Tenho pra mim que isso aumenta o sex appeal de cofres e malas com cadeado deixadas em quartos de hotel.

O que fazer?

1 | Calma, não é tão comum assim

Cada caso que lemos é triste e traz a história de férias arruinadas e sofrimento de gente que não merecia passar por isso. Mas estatisticamente um brasileiro corre muitíssimo mais risco de ser parado na alfândega e pagar multa por não ter declarado os eletrônicos (ops: não tô desejando isso pra você não! toc, toc, toc) do que de ter suas compras furtadas do porta-malas ou do carro. Tome essas notícias apenas como um aviso para se precaver e dar menos bandeira.

2 | Esvazie as malas

Malas fechadas com cadeado dão a entender que contêm objetos de valor, documentos ou mesmo dinheiro. Guarde as roupas nos armários (inclusive as que você for comprando) e deixe as malas vazias e abertas.

3 | Cartão de crédito não é esse mau negócio todo não

OK: neste momento de instabilidade cambial, com o dólar sendo alvo de forte especulação, o cartão de crédito traz um certo risco. Mas em tempos de paz, é um meio prático, seguro e que cobra muito pouco por essa praticidade e segurança: a cotação “pura” (antes do IOF) é sempre melhor do que a do dólar vivo; a diferença acaba sendo sensivelmente menor do que os 6% do sobrepreço do IOF (pense aí nuns 3,5%, 4%). E não esqueça que essa diferença pode voltar para o seu bolso sob a forma de milhas. Na minha opinião, a tranqüilidade de não andar por aí com bolos de dinheiro… não tem preço.

(E em épocas de turbulência cambial como esta, vá com o velho pré-pago, que não dá milhas mas dá segurança.)

4 | Deixe as compras mais caras para o último dia

Para mandar a paranóia para longe, deixe as compras de eletrônicos para a véspera de voltar. Tá bom: a câmera dá pra comprar ao chegar (você vai sair usando e não vai se separar dela durante toda a viagem). As demais compras caras deixe para o último dia. Saia com uma mala vazia para ir guardando as compras, e ande com ela nas lojas e shoppings (não, em Orlando isso não é mico).

5 | Passaporte: no cofre ou no bolso?

Eu ainda acho que é mais arriscado sair na rua com o passaporte (não por furto, mas pelas inúmeras oportunidades de perda e extravio) do que deixar no cofre do quarto. Mas faça o que deixar a sua consciência mais tranqüila.

Seja qual for sua decisão, digitalize a folha de rosto do seu passaporte (a que contém a sua ficha) e mantenha uma cópia na nuvem do seu e-mail, de onde pode ser baixada caso você precise dos dados.

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40 comentários

Minha irmã esteve em Londres em julho com uma amiga. .como não gostaram do quarto que lhes deram pediram para mudar para um outro, solicitando que só fizessem a mudança na sua presença quando voltassem do passeio, porque naquele momento não havia quartos disponíveis. Minha irmão deixou então no cofre os documentos(passaporte inclusive) e quase todo o seu dinheiro.Quando voltaram já tinham transferido a bagagem para outro quarto e o cofre estava vazio. Questionados os funcionarios negaram que houvesse alguma coisa no cofre. A partir daí foi chamada a polícia, que atendeu muito mal e nada se resolveu até hoje. Teve que tirar novo passaporte e perdeu mais de 2000 libras.
E olhe que não era um hotel barato não!!! (4 estrelas) de uma rede inglesa.
Agora não deixo mais nada no cofre do hotel pois nada é confiável. Todas as dicas acima são valiosas e devem ser usadas de acordo com as possibilidades de cada um. Parabéns pelo post.

Outra dica é fazer um cartão pre pago adicional vinculado ao principal; no Visa Travel Money por exemplo o adicional é sem custo algum. Chegando no destino eu deixo o principal no cofre e ando com o adicional. Se ocorrer algum furto – e já ocorreu comigo em Roma – e só cancelar o adicional que não atinge o principal. Já o contrário, ou seja, cancelar o principal invalida o adicional. Quando fui furtada em Roma precisei bloquear o meu cartão VTM e como era o principal bloqueou o do meu marido também. Foi assim que aprendi. E o pior é que o furto foi em uma sexta feira e demora alguns dias úteis para repor o cartão mas eu fui embora no domingo então não deu tempo. Esta questão da reposição no exterior é burocrática e eles não explicam direito.

    Gostei da sua dica do adicional Liana! Eu já precisei de reposição do cartão, no início de uma viagem, e isso foi super tranquilo. Liguei para o telefone no Brasil e indiquei o hotel que estaria no dia aproximado da entrega. Ao chegar na recepção o cartão estava lá me esperando!

Ia responder aos posts, mas como são vários cometários resolvi concentrá-los:
– Da mesma forma que em casa não paramos para dar atenção a um estranho (mamãe ensinou isso desde pequenos), porque diabos falar com ciganos ou quaisquer outros que nos abordarem nas ruas? Siga seu rumo e se precisar de ajuda procure um policial ou segurança uniformizado. Na falta deles gosto de perguntar para crianças brincando, que não estão interessadas em você…
– Coisas expostas dentro do carro, jamais. Já fiz viagem onde meu “armário” era o porta malas, mas sempre trocava o que era preciso antes do meu destino, assim ninguém sabe que tem algo dentro.
– Não costumo viajar para compras, logo não sou visada, mas coisas de valor sempre no cofre. Só quando não cabe é que vão para a mala, mas minha mala só abre com makita. Malas com fecho eclair são facilmente arrombáveis, tanto no hotel quanto nos aeroportos.
– A segurança dos cartões de drédito é obrigação do banco. Muitos querem cobrar um pequeno adicional por isso, mas o que poucos sabem é que é deles o ônus da prova que você usou o cartão. Isso não vale para furtos e roubo de bens adquiridos. Verifique a cobertura do seu cartão ou do seguro viagem contratado

    Gostaria de poder ter encontrado um policial ou alguém uniformizado nas proximidades da 1768 S DIXIE HWY US 1 FX (Cruise America)
    para pedir informações.Fomos devolver o RV alugado e na volta resolvi voltar de onibus para ter um contato maior com as pessoas.Mesmo sabendo que em Miami tudo deve ser feito com carro achei válido ter essa experiência e por pouco não aconteceu algo de mais grave conosco.Ao pedirmos informações a uns garotos que estavam aguardando o coletivo,nos tornamos alvo dos mesmos
    que por duas vezes tentaram nos confundir mandando nos descer em local errado a primeira e na segunda entrando conosco num vagão do metrorail que não nos levaria ao local desejado (aeropoporto) fomos alertados por outros passageiros de fala hispanica que era do outro lado que estava o que nos levaria a nosso destino.Só ao chegar ao aeroporto foi que um policial nos alertou que os rapazes eram ” drogaditos” que usavam os valores obtidos ilicitamente para uso de entorpecentes.É claro que no aeroporto eles não entraram pois o local está sempre repleto de policiais e eles seriam vigiados.Nem por isso vou deixar de querer me misturar às pessoas comuns nos locais para onde for passar minhas férias, e a Flórida toda é um espaço a ser descoberto não apenas para compras mas para tomar conhecimento dos usos e costumes da população .

É cada um é cada um. Jamais deixo o meu passaporte no cofre e não concordo em deixar as roupas nos armários, prefiro dentro das malas, alás deixo tudo dentro da mala, não deixo nada exposto, e claro não fico em hotéis baratos e com portas pra fora, procuro lugares mais seguros. E gostei muito dessas dicas, não sabia, então já pedirei o meu master black.

“Chegou a esperada hora de fundir os temas dos programas de recompensas com a segurança. Voltando ao caos de Orlando, todas as reportagens, sem exceção, que eu li a respeito não foi mencionado nenhum tipo de mecanismo para proteger o turista e suas compras. Fiquei com uma certa estranheza, pois até mesmo os Blogs colegas do assunto não citaram nada a respeito desse mecanismo que existe porém é quase nunca divulgado. Li dicas ridículas como não deixar seus pertences abandonados, ou procurar indicações no TripAdvisor, ora por favor, sejamos realistas, não vai estar escrito no TripAdvisor que o hotel é a prova de ladrão, e também acredito eu que, com exceção do Japão, em qualquer lugar que você deixar algo abandonado é uma questão de tempo para que seja indevidamente apropriado por terceiros. Mas vamos ao que interessa, algo que ninguém escancarou até o momento, e não sei o motivo pelo qual ainda não o fizeram. Infelizmente essa instrução não serve para todos, pois nem todos tem acesso a esse produto, mas aqueles que tem podem ir as forras em Orlando sem medo de ser feliz. TODOS OS CARTÕES VISA INFINITE, MASTERCARD BLACK E AMEX THE PLATINUM POSSUEM PROTEÇÃO DE COMPRA. Cada um tem seu limite global diferenciado, mas o máximo menor é de 4 mil dólares americanos por bandeira, ou seja, caso você tenha 1, 2 ou 3 desses cartões, e irá viajar, sempre compre com eles pois todos tem uma proteção de compra em até 45 dias após a data da compra, onde os mesmos reembolsam de forma integral o valor do bem, inclusive do IOF, que foi o caso do meu Laptop com o Cartão Master Black. Se por um acaso você tem adicional o limite também dobra, pois é por CPF e Bandeira, então, caso você decida ir com sua família para Orlando e possui 2 cartões, o Master Black, e o AMEX The Platinum, com 1 adicional para sua esposa/marido cada. Você terá aproximadamente 8 mil dólares de proteção nos 2 cartões titulares, e sua esposa/marido terá mais 8 mil dólares de proteção nos 2 dela/dele.

Funciona mesmo? Sim, e sou prova viva disso. A burocracia não é chata, bastando anexar a cópia do Boletim de Ocorrência americano com a nota fiscal do Produto (Sempre envie nota fiscal por email ou anote o código da mesma, pois a loja pode reimprimir nos EUA sem burocracia nenhuma pelo código da nota, geralmente denonimada “CUSTOMER SERVICE PIN”) e pronto. Em até 48h após aprovação do seguro, que demora uns 3 dias úteis, os gastos são reembolsados para sua conta corrente, podendo você escolher recomprar os produtos, ou não. Está aí, de forma clara, para que você conheça esse seu direito, e faça bom uso do mesmo. Por mais que o seja doloroso pagar o IOF, vale a pena pela garantia de você estar seguro. Geralmente quando eu viajo, eu deixo o dinheiro separado para serviços, como alimentação, transporte, ingressos, entre outros, e o cartão separado para produtos, compras em geral, justamente pela proteção que o mesmo garante. Como disse no início, infelizmente é algo que não está disponível para todos, mas se você tem a possibilidade, adquira um desses cartões, nem que seja somente para viajar, pois na maioria dos casos a anuidade é alta, para se proteger e poder viajar com a tranquilidade devida. Não achei essa dica em lugar algum de todas as reportagens que eu li, e me vi obrigado a falar sobre esse mecanismo que você deve ter direito, e às vezes nem tem conhecimento do mesmo. Agora você já pode gastar a vontade sem medo de ser feliz, mas lembre-se, sempre respeite os limites das compras!”

    Eu tenho visa infinite e não sabia desse benefício. Ótima a sua intervenção! Obrigada.

    No caso de sites como tripadvisor e Booking eles servem sim para denuncias de roubos.. não é garantido, mas se você procura um hotel e lá há diversas historias de roubo, obviamente você não fará a reserva! isso já ocorreu comigo e sempre reservo apenas após checar esses sites. até agora deu certo!

    Acabo de ler o Regulamento do Mastercard Black e, pelo o que eu entendi, a proteção de compras não se aplica aos EUA, bem como não se aplica a furtos; você teve alguma condição especial?
    Grata.

Os brasileiros são visados no exterior porque somos o único país com essa lei anacrônica na qual os passageiros com destinos internacionais (exceto América do Sul) podem levar 64 kgs de bagagem, fora a bagagem de mão. Ou seja, o mesmo governo que reclama do aumento das compras no exterior e fiscaliza fortemente a chegada de turistas, é quem autoriza a que os turistas brasileiros tragam carga dentro dos aviões, e obriga as empresas aéreas a aceitar isso. E não pensem que isso é bom para todos os turistas brasileiros. As companhias aéreas não são boazinhas, então esse espaço que ela poderia vender para carga, elas acrescentam ao preço do bilhete. Um viajante normal, com uma mala decente de no máximo 23 kgs, financia parte da passagem desses burros de carga com 64 kgs. Tenho certeza que se essa aberração terminasse, haveria uma queda no preço final de uma passagem para os EUA ou Europa. E os malandros de todo o mundo sabem disso, que um brasileiro é sinônimo de muitas e muitas compras.

    Burrice é pagar os preços abusivos no Brasil. Esse excesso de compras ocorre pq a diferença nos preços é enorme. Sempre que viajo volto revoltada com os preços no Brasil. Adoraria viajar só pra passear e não ser um “burro de carga” como vc mencionou. Até pq é exaustivo. Mas nao tem como nao aproveitar uma viagem para passear e renovar guarda roupa e eletrônicos…..Nos outros paises isso realmente nao acontece, mas pq eles podem comprar em seu pais mesmo já que a diferença nos preços nao compensa sacrificar horas de passeio e cultura para fazer compras.

Mais uma dica como agente de viagens. Tem seguro viagem que com um pequeno adicional tem cobertura de compras protegida ou seja se você fez a compra com o CARTÃO DE CRÉDITO e tem as notinhas o valor pode ser reembolsado até o limite contratado. Vale dizer que no caso de um roubo no quarto do hotel ou qualquer outro lugar procure tirar fotos e mostrar do modo mais claro possível o que aconteceu para ter as provas.

Gostaria de sugerir uma reportagem(ou nova) sobre Bed Bugs, essa praga que assola os hotéis da Europa, EU, Canadá, etc.
Existe um site para denunciar hoteis com estas nojeiras e como reconhecer a existência. http://www.bedbugsreport.com
Abraço

Como proceder no caso de roubo no quarto? Parece que nos casos recentes os hotéis não se responsabilizaram.

    Olá, Raquel! Você pode contratar um advogado nos Estados Unidos, mas aí já começam a incorrer custos.

    Olá, Raquel! Você pode contratar um advogado nos Estados Unidos, mas aí já começam a incorrer custos.

É melhor tomar todas estas precauções mesmo, já que , uma vez roubados, parques e hotéis não dão qualquer acessoria aos que tiveram seus bens usurpados. Ignoram!!

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