Dia de Copa: como é ir a um jogo em Brasília (saindo de Goiânia)
Quando a Fifa abriu a venda direta de ingressos, sem sorteio, entrei no site e insisti até conseguir um ticket. OK, não era pra nenhum jogão: o jogo que deu pra comprar foi Equador x Suíça, em Brasília. Mesmo que as duas seleções fossem, com boa vontade, do pelotão intermediário, a data era bacana: no domingo, ainda na primeira rodada da Copa. Seria uma ótima chance de documentar a Copa no comecinho ainda.
Achei que seria um daqueles jogos que iam acabar com imensos clarões na arquibancada, de ingressos não-usados das cotas dos patrocinadores. Mas comecei a ver que havia uma certa procura, sim, porque as tarifas dos hoteis estavam nas alturas: tudo a R$ 900 a diária.
Foi quando pensei na alternativa de ficar em Goiânia, a apenas 220 km. Pesquisei hotel, e consegui o ótimo e bem-localizado Blue Tree Towers (pertinho dos bares e restaurantes do Setor Marista) a R$ 198. Um mês depois, aproveitei um dos fins de semana de promoção de passagens domésticas e descolei São Paulo-Goiânia-São Paulo por R$ 220, já com taxas. Por menos do que eu gastaria numa noite de hotel em Brasília, paguei avião e três noites num hotel 4 estrelas em Goiânia.
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O jogo era à uma da tarde. Para não dar sopa pro azar, resolvi pegar o primeiro ônibus da manhã, às 6h. Um horário bem ruim, que significava não aproveitar a noite anterior e madrugar. O esquema funcionaria melhor num jogo mais tarde (mas o único em outro horário em Brasília será Brasil x Camarões, às 5 da tarde).
Comprar a passagem de ônibus foi o único passo que causou algum perrengue. O site da Viação Araguarina simplesmente não completava a compra. Tive que deixar para comprar ao chegar.
[Sexta no guichê | Domingo no embarque]
Fiz da rodoviária de Goiânia uma escala entre o aeroporto e o hotel. O táxi aeroporto-rodoviária (mesmo os do aeroporto usam taxímetro) saiu R$ 18. A rodoviária de Goiânia fica num shopping. Comprei, na sexta-feira, a ida para o domingo às 6h e volta no domingo à noite. Ida e volta saiu R$ 70. O táxi da rodoviária ao hotel, mais R$ 18.
O horário das 6h é operado pela Viação Goiânia, do mesmo grupo da Araguarina. Bem confortável; mesmo não sendo leito, dá pra dar uma cochilada. A viagem leva 3h30, porque antes de Brasília o ônibus faz uma parada na rodoviária de Taguatinga.
[Chegando | Guarda-volumes]
A Rodoviária Interestadual de Brasília é moderna e bastante funcional. O guarda-volumes fica na saída. Se você estiver levando mochila, vai precisar deixar ali, porque não dá para entrar no estádio com bolsas maiores que 25cm³.
[Metrô]
O transporte da Rodoviária Interestadual para a área central de Brasília é civilizadíssimo. O metrô fica ao lado da rodoviária, conectado por uma passarela coberta.
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Em 15 minutinhos (e a R$ 2) ele te deixa na estação Central, que fica na antiga rodoviária do Plano Piloto, bem no cruzamento do Eixo Monumental com o Eixo Rodoviário.
[Estação Central | Rodoviária do Plano Piloto]
De lá você pode ir caminhando até o estádio (meia horinha sem muito esforço). Também dá pra pegar os ônibus grátis que levam até pertinho do estádio.
[Feira da Torre de TV]
Querendo fazer um esquenta, Brasília é privilegiada: a praça de alimentação da Feira da Torre de TV, mesmo estando superperto do estádio, teve seu funcionamento permitido em dias de jogos. Além de ponto de encontro natural das torcidas, a Feira é o lugar ideal para forrar o estômago com comida de verdade antes do jogo. A venda de cerveja é liberada; os latões são vendidos entre R$ 8 e R$ 9 (no estádio, o latão Brahma custa R$ 10, e Budweiser, R$ 13).
Se não estiver interessado no esquenta e ainda for cedo, você pode aproveitar também para subir ao mirante da recém-reaberta Torre de TV, que oferece a melhor vista da Esplanada dos Ministérios e do estádio Mané Garrincha.
[Fila de entrada | Detector de metais]
Quando faltarem duas horas para o jogo, dirija-se aos portões do estádio. Eu cheguei faltando 1h30 para o jogo e fiquei 22 minutos na fila. Mas teve gente que pegou detectores de metais com defeito e não teve a mesma sorte. Segundo o Diego Paiva, do Nós no mundo, havia portões de entrada sem movimento, mas que ninguém via porque já entrava no fim de uma fila grande. Espera-se que nos próximos jogos os voluntários da Fifa sejam mais eficientes ao direcionar as pessoas — mas o melhor mesmo é seguir a dica das duas horas e entrar cedo no estádio.
Se você ainda não comeu, coma antes de subir ao seu assento. Tem hambúrguer, cachorro-quente e sanduiche natural, e as filas são encaráveis. (Nas arquibancadas, só vão passar ambulantes de pipoca de microondas.) Faça o seu estoque de água para o jogo inteiro.
Não deixe para comprar comida ou bebida no intervalo: os 15 minutos são insuficientes para descer do seu lugar, enfrentar as filas imensas dos bares do intervalo, comprar comida (ou bebida) e voltar à arquibancada. Metade do povo que desce volta atrasado. Não perca sua Copa do Mundo na fila do bar…
Ah, sim. Alá a Copa!
A saída foi incrivelmente fluida. Em cinco minutos estava fora do estádio.
E agora? O que fazer na tarde brasiliense?
O almoço mais prático é na Feira da Torre de TV, onde de quebra você pode se juntar à festa da torcida vencedora.
Há também três shoppings na região, e as praças de alimentação funcionam normalmente — o Shopping Brasília, no lado norte (o mesmo lado do estádio), o Pátio Brasil, no lado sul (atrás do complexo Brasil 21) e o Conjunto Nacional, ao lado da rodoviária do Plano Piloto.
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A churrascaria chique Fogo de Chão é a opção mas classuda do pedaço. Mas muita gente terá a mesma idéia; prepare-se para a espera.
Se você nunca foi a Brasília, esta também é a sua chance de fazer um citytourzinho básico. Voltando à rodoviária do Plano Piloto (a pé ou nos ônibus gratuitos), você pode pegar os ônibus que vão até a Praça dos Três Poderes — 108, 108.3 e 108.5. Dá para parar na Catedral e depois fazer fotos no Congresso, no Itamaraty e no Planalto.
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O city-tour mais redondinho, porém, pode ser feito negociando com um taxista na rodoviária do Plano Piloto. Peça para fazer o circuito Catedral – Congresso – Palácio da Alvorada – Ponte JK, com paradas para fotos, terminando no Pontão do Lago Sul, um complexo de bares e restaurantes à beira-lago. De lá você vai de táxi à rodoviária.
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Outra opção bacana para o almoço é pegar o metrô na rodoviária e descer na 108 Sul; você estará a uma quadra do Beirute, o botequim mais tradicional de Brasília, que fica na 109 Sul. Depois, é só seguir de metrô para a Rodoviária Interestadual.
Boa Copa pra você também!
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20 comentários
Cara, seu post é o maximo! estou indo pro jogo das oitavas e estava pensando como que ia fazer, mas agora com seu post tenho td claro! vou fazer exactamente o msm trajeto, pois vou desde goiania, valeu! abraços!
Que bom que gostou, Ricardo!
Só algumas ressalvas…
A Estação Central do metrô fica na Rodoviária do Plano Piloto. Não existe “antiga” Rodoviária do Plano Piloto, só aquela mesmo.
Ouvi a informação de que as filas que ficam mais à esquerda não estavam demorando nem 5min para entrar. Acho que como a maioria dos torcedores faz o trajeto que você fez, pegam a primeira fila que veem e as filas mais pra frente acabam ficando vazias mesmo. #ficaadica
Beijos e sucesso!!!
Olá, Sabrina! Quem responde é A Bóia. No tempo em que o Ricardo Freire morou em Brasília, a única rodoviária era a do Plano Piloto. Com relação à nova rodoviária Interestadual, ela é a rodoviária antiga, sim.
Show de post, Riq! Não dá mesmo pra perder um jogo da Copa do Mundo tão pertinho.
Volte sempre pra nossa cidade!
[]s
Camila