Introdução aos Lençóis Maranhenses

Guia dos Lençóis Maranhenses

Lençóis Maranhenses

É lindo. É único. É o ecossistema mais original do Brasil.

Mas de “deserto”, os Lençóis Maranhenses só têm mesmo a areia. Chove bastante no primeiro semestre: é o que faz as lagoas encherem, ano após ano.

Lá por junho, as chuvas cessam e o sol passa a brilhar todos os dias. E então as lagoas começam, lentamente, a secar. Em meados de outubro, a maior parte estará vazia.

Entre junho e setembro você pode ver de perto essa paisagem única no mundo de lagoas entre dunas. Mas além de acertar no timing, vale a pena planejar a sua movimentação pelos Lençóis Maranhenses.

São três bases possíveis para se chegar aos Lençóis Maranhenses: Barreirinhas, Atins e Santo Amaro. Enquanto Barreirinhas pouco mudou nos últimos anos, Atins e Santo Amaro sofreram muitas transformações (a maioria delas, positiva).

Entender o perfil de cada base dos Lençóis Maranhenses vai ajudar você a fazer a viagem mais redonda possível.

A Bóia recomenda:

  • Venha entre junho e setembro para encontrar lagoas com volume e sol constante
  • Se ficar até 3 noites, hospede-se numa única base
  • Com 4 a 5 noites, durma em duas bases
  • A partir de 6 noites já dá para ficar nas três bases
  • Acredite: Barreirinhas não é essencial
  • Não deixe de fazer os passeios de Santo Amaro
  • Atins é a base ‘cool’ (mas o kitesurf é mais importante que as lagoas)

Barreirinhas não é base obrigatória

Barreirinhas é a “capital” dos Lençóis Maranhenses. Por ser a base de acesso mais fácil e ter a melhor estrutura, muita gente acha que é indispensável ficar aqui.

Não é. Barreirinhas é a base mais econômica e que oferece os melhores passeios não relacionados a lagoas. Os circuitos de lagoas visitados a partir de Barreirinhas são lindos, mas dão trabalho para chegar – é preciso atravessar o rio de balsa e ainda rodar 30 a 40 minutos por estradinhas de areia.

Por isso, antes de bater o martelo na sua estada em Barreirinhas, leia sobre as vantagens e desvantagens de Barreirinhas, e informe-se sobre Santo Amaro e Atins.

Santo Amaro é o filé dos Lençóis Maranhenses

É incrível como tanta gente nunca ouviu falar de Santo Amaro do Maranhão. Na minha primeira viagem aos Lençóis Maranhenses, em 2005, um leitor me deu a dica: não perca Santo Amaro! As lagoas mais bonitas estão lá!

De fato, Santo Amaro está praticamente dentro do parque nacional. As lagoas estão pertíssimo do povoado, e sua localização permite acesso fácil a lagoas situadas no miolo do parque – as que demoram mais a secar.

Santo Amaro continua com vida social zero, mas o acesso agora não deve nada a Barreirinhas: a estrada está asfaltada e uma ponte, inaugurada em 2021, permite que qualquer carro chegue até o centrinho da vila.

A questão de hospedagem, que sempre foi o fraco de Santo Amaro, já está evoluindo. Hoje o povoado já tem uma meia dúzia de opções dignas (e algumas, até charmosas).

Leia sobre as vantagens e desvantagens de Santo Amaro.

Atins é o lado cool dos Lençóis Maranhenses

Situada na foz do Rio Preguiças, Atins é o único vilarejo dos Lençóis Maranhenses com praia. Graças aos ventos que sopram forte entre agosto e janeiro, Atins há muitos anos virou point de kitesurf.

Kitesurfistas sempre fazem surgir pousadas e restaurantes bacanas onde velejam, e Atins não fugiu à regra. Pelo contrário: Atins sempre foi o lugar com a hospedagem mais charmosa dos Lençóis.

Nos últimos tempos, porém, Atins deixou de ser apenas um point de kite para se tornar um vilarejo de praia badalado. É a versão maranhense de São Miguel do Gostoso: um lugar de praia em que a praia não chega a ser bonita, mas atrai um público descolado (e junto com eles, os riquinhos também).

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    A mudança de perfil não afetou a aparência do povoado: as ruas continuam de areia, e o combo esquadrias + blindex ainda não é norma. Mas mudou bastante a hospedagem e a vida social.

    A nova geração de pousadas tem ar condicionado (e algumas, piscinas), novos restaurantes abriram, e a praia ganhou um beach lounge que seguidamente recebe superlanchas vindas de Barreirinhas.

    A temporada de lagoas é mais curta que em Santo Amaro, mas a temporada do kite se estende até depois do Réveillon (que, por sinal, é bastante procurado).

    Leia sobre as vantagens e desvantagens de Atins.

    555 comentários

    Irei conhecer os lençóis maranhenses dia 9 de agosto de 2016. Saio de Salvador, com meu marido, de carro próprio.
    É possível fazermos uma rota independente para conhecermos Delta do Parnaíba e Jericoacoara?
    Gostaria de saber se tem trecho pavimentado e seguro para tal, se vale a pena é quais as dicas para essa ‘Rota das Emoções’ por conta própria.

    Bom dia. Regressei ontem dos lençóis. Como utilizei muitas dicas aqui vou tentar contribuir com algumas informações. Fiz uma viagem de 10 dias divididos em três bases diferentes: São Luís, Santo Amaro e Atins. Abaixo deixo algumas dicas:
    a) O centro histórico de São Luís realmente está bastante degradado, mas mesmo assim tem uma arquitetura interessante. Vale a pena separar pelo menos um dia inteiro para explora-lo. Durante o dia me senti seguro mas a noite nem tanto. A rua boêmia fica em frente ao bar senzala.
    b) Vale muito a pena separar um dia para conhecer Alcântara. Ao chegar em Alcântara você será abordado por muito guias oferecendo serviços. Vale a pena negociar e contratar um guia por algumas horas. A história da cidade é bem legal. A viagem de São Luís a Alcântara de barco não é muito tranquila e pode ser importante, para não dizer fundamental, tomar um remédio para enjoo.
    c) Em relação aos lençóis não percam muito tempo escolhendo a cidade base. O melhor dos lençóis está, sem dúvida, em Santo Amaro. A estrada para chegar até a cidade é bem tranquila e não tive dificuldade nenhuma de me deslocar de São Luís até lá. Quem quiser uma dica de hospedagem com uma ótima relação custo x benefício pode tentar se hospedar na Pousada São José (a Marineide, dona da pousada, auxilia inclusive no agendamento dos passeios que são feitos na cooperativa local).
    d) Há vários passeios para fazer a partir de Santo Amaro. Sugiro que façam os passeios de Quadriciclos. Assim é possível explorar melhor as lagoas e você consegue fazer passeios praticamente privados. Um excelente guia, também com uma ótima relação custo x benefício, é o Vinícius { (98) 999087045}.
    e) Atins é a parte mais roots dos Lençóis. É legal conhecer. Tem dois passeios tradicionais (o canto do Atins e a Lagoa da Capivara). No Canto de Atins há dois ótimos restaurantes: o tradicional restaurante da Luzia e o Antônio. Almocei nos dois e gostei de ambos. A diferença é que o do Antônio aceita pagamento em cartão (e é um pouco mais caro).
    f) Passei por Barreirinhas, mas sinceramente não tive nenhuma vontade de conhecer, principalmente depois de explorar as paisagens surreais dos lençóis a partir de Santo Amaro.
    Espero ter ajudado. Foi uma viagem bem legal que superou minhas expectativas.

      Assim como os demais, também buscamos muitas dicas aqui antes de nossa viagem a Santo Amaro.
      Infelizmente fizemos contato com o Vinicius, aqui recomendado. Confirmamos e reconfirmamos o passeio com 3 quadriciclos, mas para nossa grande decepção ele não apareceu. Atendeu o telefone a primeira vez, mas não deu qualquer explicação e nem respondeu às inúmeras mensagens. Realmente decepcionante!! Fomos depois informados que com frequência ele não aparece… e principalmente ficamos sabendo que o passeio de quadriciclo não é autorizado pelo parque (https://www.icmbio.gov.br/parnalencoismaranhenses/guia-do-visitante.html).

    Parabéns pelo site!
    Vou para os lençóis na primeira semana de agosto e estou tendo problemas para arranjar traslados de São Luis/Santo Amaro e Santo Amaro/Barreirinhas (todos cobram valores acima de 500 reais no privativo – não queria pegar van na madruga!). Vocês têm alguma dica? A estrada de Sangue para Santo Amaro está melhor mesmo? Alguém poderia me ajudar? Desde já agradeço

    Olá amigos da bóia, estive recentemente visitando aos lençóis maranhenses e tive conhecimento do projeto de instalação de um parque eólico na região entre Paulino Neves e Barreirinhas, o que significa implantar alguns elefantes brancos (neste caso hélices gigantes) para captar o vento e produzir energia em uma região de belezas únicas onde encontram-se os lençóis maranhenses.
    O grupo Omega responsável pela instalação do parque eólico em 2018 alega, como na maioria dos grandes projetos deste país, que os investimentos de cerca de R$ 1 bilhão proporcionarão o desenvolvimento econômico da região através dos royalties oferecidos à comunidade do entorno, no entanto é já sabido que o estado do maranhão é autossuficiente na produção de energia e esta energia seria utilizada pelas regiões do Sul e Sudeste do Brasil (já não basta a Usina de Itaipu para isso?!). Desta forma, acredito que a instalação deste complexo se faz altamente desnecessária e será altamente capaz de destruir o teor paisagístico desta região que atrai visitantes de diversas partes do mundo.
    Com base na afirmação de uma visitante chinesa que impressionada com a beleza dos lençóis me confessou que somos abençoados por ter esta riqueza no quintal de casa e não precisar dar a volta ao mundo para desfrutá-lo é que venho expor a minha total desaprovação à instalação deste parque eólico e a visível descaracterização da paisagem natural de um dos patrimônios naturais de nosso país. Peço que compartilhem também esta ideia e ajudem a protege-lo para que não se torne mais um dos grandes projetos falidos e descabíveis deste governo e desta sociedade incapaz de reconhecer o valor dos seus próprios recursos.

    É uma viagem maravilhosa, mas tem que incluir Santo Amaro, onde as lagoas quase nunca ficam vazias

    Pessoal, alguém tem alguma fonte confiável para dizer como foram as chuvas na região? Comprei passagens para a primeira semana de agosto, mas já teve agência me dizendo que não choveu muito (abaixo do esperado) e agência me dizendo que choveu sim.
    Obrigada.

      Olá, Marcelle! O Ricardo Freire estará lá na semana que vem e postará informações frescas.

      Oi, MArcelle
      Acabei de voltar de Santo Amaro, Barreirinhas e Atins.
      Choveu menos que o normal este ano, o nível das lagoas está mais baixo que o normal, mas minha aposta é que, na 1ª semana de agosto, voce ainda pegará varias lagoas com agua!
      E, não desmarque sua viagem!
      Com a terraplenagem da estrada para Santo Amaro, 2016 será talvez o ultimo ano de lá ainda do jeito paradisiaco que é até agora…

      Eu vou na segunda semana de agosto Marcelle!!! Pede para segurarem a água nas lagoas para mim!!!! 😛 😀

    Olá Boia,
    Pelos comentários que li, temos que pernoitar em Atins e Santo Amaro para fazer os passeios das lagoas desses pontos, que são as mais legais. Isso é pq os passeios saem bem cedo, ou pq o trajeto para Atins e Santo Amaro e muito puxado para fazer de bate volta?
    Pergunto isso pq estou indo com duas crianças de 4 e 7 anos a Lençois agora em Julho e fico na dúvida se dar pra ficar tranquilo com elas em Atins e Santo Amaro.
    E os parques de Tutóia, compensa esticar até lá?

      Olá, ARS! As lagoas cristalinas estão apenas nos limites do parque. Nos Pequenos Lençóis, na Ilha do Caju, em Tutóia as lagoas são escuras. Desista das lagoas de Santo Amaro com crianças. As de Atins são factíveis, se você fretar uma voadeira e já tiver transporte esperando em Atins.

      Boia, me permita discordar de voce desta vez, sim?
      Estive em Santo Amaro esta semana com minha filha de 7 anos e foi uma viagem perfeitamente adequada para ela com esta idade, por causa da maior facilidade de acesso para Santo Amaro (Apenas 1 hora de areia, a partir da estrada de asfalto)

      Olá, Guilherme! A informação foi dada antes de sabermos do novo acesso. O Ricardo Freire também esteve por lá essa semana e acaba de publicar um post. A próxima fase é atualizar o conteúdo existente.

      Oi, Boia
      Na verdade, quis dar minha opinião, menos por ter usado a rota já terraplenada, e mais pelo fato de ter estado lá esta semana com uma criança da mesma idade que a dela, e não ter tido nenhum perrengue… 😉

      Guilherme, o nosso ~problema~ era mais com o transporte, mesmo. Agora que ficou fácil já mudamos de opinião 🙂

    Qdo pesquiso no índice de posts, só aparecem 4 e sei q há mtos +. Eu mma peguei várias dicas nos anteriores.

      Olá, Lu! Mantemos aqui listados os que não desatualizaram demais. Não vale a pena manter posts muito velhos listados só por causa de dicas nos comentários, quando o texto principal já caducou…

      Obrigada por ter mandado. Entendi pq n aparece. Sempre q n achar um post, posso te pedir? Ou há alguma forma de encontra-lo sem te incomodar?

      Olá, Lu! Pode pedir, claro!!!! Mas dá pra achar pelo Google também — foi como eu achei :mrgreen:

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