quantos dias em cada capital da europa

Europa: quantos dias em cada lugar?

Eu sei: é muito difícil planejar uma viagem à Europa com poucas escalas. Nossa vontade é abraçar o continente inteiro a cada viagem.

Com a desculpa “ah, depois eu volto com mais calma”, a gente acaba com uma coleção de viagens feitas pela metade, e com uma lista enorme de lugares para voltar. Na prática, a gente só aprende isso depois de viajar (e gastar) muito. Aproveite essas dicas para viajar bem desde o início.

Vai por mim: voltar é ótimo quando a gente tem saudade de um lugar — mas voltar a uma cidade porque não visitou direito é gastar duas vezes para visitar um lugar só. Veja aqui nesse post quantos dias você precisa ficar em cada um dos principais destinos da Europa.

Precisa mesmo tantas paradas assim?

Arezzo
Arezzo

Não se iluda quanto à aparente proximidade entre cidades na Europa.

Qualquer deslocamento envolve mais tempo do que a gente imagina. Quando o deslocamento inclui mudança de hotel, gasta-se ainda mais tempo e energia. É preciso fechar as malas. Fazer check-out. Deslocar-se com malas à estação ou ao aeroporto. Ou enfrentar a saída da cidade, se estiver de carro.

Na chegada à outra cidade, é preciso encontrar o caminho do hotel. Fazer check-in, ou pelo menos deixar as malas. Só depois de tudo isso é que dá para dizer que você chegou realmente.

Em termos: você chegou, mas boa parte da sua energia se perdeu pelo caminho. Viajar com a casa nas costas — nem que seja uma mala de quatro rodinhas — é estressante, e no final do processo você vai se sentir mais aliviado do que propriamente louco de vontade de sair por aí.

Por isso a primeira dica geral é: não considere o dia do deslocamento na sua conta de dias no lugar. O dia da chegada é para desestressar e fazer coisas descompromissadas, que não requeiram planejamento ou reserva. No dia da chegada, tudo é lucro. Encarando assim, a chegada é mais prazerosa.

Quantos dias ficar em Paris?

Se é a sua primeira vez em Paris, pense em uma estadia de 5 a 6 dias (ou seja, de 5 a 7 noites). Idealmente, fique uma semana em Paris. A cidade não se esgota em city tours.

Quantos dias ficar em Londres?

Londres pede uma semana para ser minimamente visitada. Planeje ficar entre 5 e 7 noites

Quantos dias ficar em Lisboa?

Planeje no mínimo 4 dias inteiros (ou 5 noites) para Lisboa. É o que você precisa para ver os cartões postais e as principais atrações da cidade. Se puder ficar mais um dia, escolha um bate-volta – a Fátima, a Sintra ou a Cascais.

Quantos dias ficar em Madri?

Madri merece pelo menos 4 dias inteiros (5 noites), mas é melhores visitadas se você puder ficar entre 5 e 7 dias inteiros. Um roteiro de 4 dias dá conta das atrações mais visitadas, e os outros dias acomodam os bate-voltas – no caso de Madri, podem ser Toledo, Ávila, Segóvia, Aranjuez ou Córdoba.

Quantos dias em Barcelona?

Barcelona não é capital de país, mas é capital da região da Catalunha – e uma cidade tão procurada por turistas que merece estar na lista ao lado de capitais europeias.

Reserve 4 dias inteiros para Barcelona (5 noites). Se puder ficar mais, acrescente um dia em Montjuïc (colina aonde se chega de teleférico e de se vê parte da cidade) ou bate-voltas (Girona e Tarragona são algumas das possibilidades).

Quantos dias ficar em Berlim?

Programe pelo menos 3 dias completos em Berlim. Se puder ficar 5 dias, dá para incluir no roteiro um bate-volta a Potsdam, para visitar o palácio e os jardins e talvez até Dresden.

Aliás, Dresden se encaixa muito no itinerário de quem pretende seguir a Praga.

Quantos dias ficar em Roma?

Roma pede um mínimo de 4 dias inteiros para se conhecer o básico. Ficando mais um dia em Roma, encaixe um bate-volta a Nápoles e Pompéia.

Quantos dias ficar em Amsterdã?

Amsterdã e Istambul são capitais que merecem um mínimo de quatro dias inteiros (5 noites). Um eventual quinto dia pode ser usado para um bate-volta.

Quatro dias costumam ser suficientes para as atrações principais. Ao fim da estada, você deixará a cidade com algum senso de localização, e sabendo mais do que sabia antes de chegar.

Quando você passa muito rápido por um destino, só tem tempo de confirmar a existência do que já estava careca de saber antes de sair de casa.

Quantos dias em Budapeste, Viena e Praga?

Budapeste, Viena, Praga são cidades que dá para resolver em 3 dias inteiros (idealmente, programe quatro noites porque o dia da chegada nunca será inteiro) e que podem ser combinadas em um roteiro de trem.

O que dá pra ver em 4 dias em uma cidade grande na Europa?

Quatro dias costumam ser suficientes para as atrações principais. Ao fim da estada, você deixará a cidade com algum senso de localização, e sabendo mais do que sabia antes de chegar.

Quando você passa muito rápido por um destino, só tem tempo de confirmar a existência do que já estava careca de saber antes de sair de casa.

Quantos dias ficar em uma cidade eurpéia de porte médio

Florença, Veneza, Sevilha, Porto são cidades européias de porte médio que valem três dias inteiros (programe três noites).

Dá para ficar mais tempo?

Claro! Sempre haverá mais o que descobrir na cidade, ou passeios aos arredores.

Dá para ficar menos tempo?

Sim, mas você vai ter dias intensos e 100% turísticos, sem tempo para descobertas fora do roteiro padrão (e essas descobertas, acredite, normalmente são os momentos mais memoráveis de uma viagem).

De todo modo, procure não programar menos de duas noites numa cidade. Explico o porquê no próximo tópico.

Evite ficar apenas uma noite

Florença
Florença

De vez em quando será inevitável dormir apenas uma noite em cidades eurpéias que estejam no meio do caminho e/ou que se resumam a um monumento ou atração, sem mais nada de interesse.

Ainda assim, procure não fazer uma seqüência de cidades de uma noite só, para não perpetuar a rotina fechar mala/check-out/viajar com a casa nas costas/achar hotel/check-in/se livrar da mala.

Sempre que o seu roteiro acusar a necessidade de uma seqüência de pernoites picadinhos, verifique se não é possível (1) montar base numa dessas cidades e fazer as outras no esquema bate-volta ou (2) roubar no jogo e visitar alguma delas como pit-stop sem pernoite. (Mais detalhes a seguir.)

Como fazer bate-voltas

Apesar do inconveniente de (quase sempre) ir e voltar pelo mesmo caminho, o bate-volta é o meu modo favorito de visitar lugares que não valham o pernoite. Você sai do hotel sem precisar fechar conta nem arrastar mala, e quando chega ao destino do dia, é só sair passeando.

Dá pra usar a ida para se preparar, relendo o guia (no trem ou no banco do passageiro do carro) e a volta para descansar. Você aproveita o dia com energia total, e de repente ainda tem gás para sair à noite na cidade-base.

Para dar certo, o importante é que a viagem dure uma hora, no máximo uma hora e meia. Mais do que isso fica cansativo — você provavelmente vai querer chegar de volta ao hotel e dormir direto.

Como fazer pit-stops

Bruxelas
Bruxelas

Visitar um lugar a caminho de outro é uma maneira interessante tanto de saciar o seu apetite de ticar lugares quanto de tornar divertido um trajeto longo e chato (Bruxelas ou Bruges entre Paris e Amsterdã; Dresden entre Berlim e Praga).

Também é um jeito inteligente de evitar um bate-volta, fazendo o caminho apenas num sentido (Córdoba entre Madri e Sevilha).

O raciocínio do pit-stop deve ser parecido com o de uma escala de cruzeiro. Você precisa ter em mente que não dá para ver e experimentar tudo. É preciso foco. Reduza, conscientemente, aquela cidade à sua principal atração e seu entorno.

O que torna o pit-stop atraente é a dinâmica de interromper a chatice de uma viagem longa por algumas horas de atividade intensa. Daí você usa a segunda parte da viagem para descansar (no trem ou no assento do passageiro).

Provavelmente você vai chegar moído no seu destino final; mas, como eu disse lá em cima, o dia do deslocamento nunca conta, e no esquema pit-stop você não terá perdido esse dia.

Mas atenção: antes de programar um pit-stop, pesquise direitinho onde você vai deixar suas malas. Essa questão é fundamental. Estando de trem, google as palavras-chave “lockers” ou “left luggage” ou “luggage storage” junto com o nome da cidade (tente também com a palavra “station”).

Caso você esteja de carro, deixe o carro sempre em estacionamento fechado e pago, com todas as malas, bolsas e sacolas no porta-malas, sem nada à mostra.

Ferramentas úteis

  • Para pesquisar horários de trem: Deutsche Bahn (use datas nos próximos 60 dias)
  • Para simular roteiros rodoviários: Via Michelin

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    454 comentários

    Riq, vou estar indo (amo gerúndio!!) para a Europa conhecer uns 10 países no mês que vem e queria saber se meu roteiro com Londres, Paris, Madrid, Roma, Praga, Amsterdã, Lisboa, Bruxelas, Viena, Estocolmo está bom??(afinal dá pra ticar o país conhecendo a capital em 2 dias né???) 😀

    Eu morro de rir com esses comentários!!! E apesar de saber que agora a resposta para esses comentários será esse link, não consigo me iludir que quem fizer a pergunta irá se satisfazer com esse link… aposto que sempre terá um MAS para fazer mais infinitas perguntas… hehehe

    De toda forma, ótimo post como sempre!

    P.S: Eu amo adotar cidades base para fazer uns bate-volta de 1 dia! Sempre acho que esse é o diferencial de Madrid em relação a Barcelona por exemplo! hehehe

      Saber que eu estava pensando nisso? Sem querer ser rude, nem nada, acho que algumas pessoas gostam da ideia de fazerem uma “viagem personalizada”, mas não querem correr nenhum risco, então só querem trocar o agente de turismo tradicional pelo blogueiro hahah.

    Adorei Riq! Principalmente a parte de não contar com o dia de ida e volta.
    E vai uma sugestão: em circuitos de poucos dias em lugares que ficam perto de cidades grandes (tipo perto de Lisboa que tem Coimbra, Fátima, Óbidos, Alcobaça, Mafra, etc) dá pra deixar a mala grande no guarda volumes do aeroporto pra economizar com diária de hotel e rodar só de mochila.
    Vale também pra outros lugares, por exemplo pra ir pra safaris que ficam um pouco afastados de cidades grandes na África.
    Abraço!

    Riq, parei um pouco de acompanhar diariamente, quando o blog tinha se tornado um vício completo. Mas, volta e meia volto e, sempre, sou surpreendido. Agora, pela organização, pelo cuidado (como sempre), pela qualidade das dicas e pelo carinhos dos colaboradores. Sempre vou ser grato. Parabéns pela milésima vez.

    Dicas para quem vai alugar carro para fazer bate-e-voltas ou outros programas e quer programar distâncias/dias:

    – você fará melhor uso do carro montando base do que usando a mobilidade que ele proporciona para fazer pinga-pinga ao estilo acordar-empacotar-rodar-desempacotar.

    – não confie *tanto* assim no tempo de viagem informado por sites como Michelin e Google Maps: adicione uns 15-20% para auto-estradas e 30-40% para percursos em estradas locais ao calcular o quão longe, em tempo, os lugares que vc pretende visitar realmente são de uma base.

    – estar de carro mata o problema de ter de ir pelo mesmo caminho da volta. Quase sempre haverá uma vila, cidade, montanha, parque anônimo ou semi-anônimo que vale o desvio ao lado. Não programe uma viagem de carro como se estivesse no trem. Use o GPS, mas não fique escravo dele.

      Assino em baixo!
      Carro também é bom pra “esticar” os lugares mais legais. Se vc gostou de um lugar, pode deixar pra ir embora só de tarde; se não foi bem a sua praia, já dá pra seguir direto pro próximo destino cedinho, sem tristeza.
      Eu sempre programo pit-stops na viagem, pra conhecer lugares que, com pouco tempo, já dá pra matar (tipo Pisa, que só tem a torre e o batistério mesmo – fui passear no resto da cidade pra ter certeza, mas não tem mais nada imprescindível). Com carro, dá pra ter flexibilidade e escolher o mais legal, se é demorar mais em algum lugar, e pular o pit-stop, ou seguir direto pra ele. Sem contar as várias surpresas não planejadas…

    Sensacional,Riq!!Resumido c/objetividade!E várias dicas valem tb p/outras regiões.Definitivamente, vc é o cara!!
    Bjs,
    Lu

    Algo importante tambem de nao deixar tao apertado sao as emergencias. Estou em Viena, onde programei 3 dias + bate-e-volta a Bratislava. Pois tive um problema medico (nada serio, mas o suficiente para preocupar) e acabei perdendo praticamnente o dia todo de hoje (so fui liberado as 16). Como o dia esta bastante longo, vou tentar correr um pouco nos proximos 2 para ver se mantenho a agenda, porem na pior das hipoteses sempre terei o dia do bate-e-volta para simplesmente ficar mais por aqui em viena mesmo…

    Acho que vou passar o link deste post quando os meus clientes comecarem a perguntar o porque de eu achar que nao dá pra ver 20 cidades em 1 semana! heheh
    Excelente post, Riq!

    O pouquinho que sei sobre viagem, aprendi aqui.
    Antes, vivia na correria, mas passava pelos lugares do que realmente conhecia.
    É muito mais gostoso curtir com calma e aproveitar cada lugar como se é devido.
    Belo post…

    Muito bom, Riq!
    Mais uma dica: vale também deixar a bagagem numa capital e sair fazendo pela região alguns pit-stops com uma mochilinha essencial.
    Comigo sempre dá certo!

    eu sou bem preguiçosa e muito lerda.

    Essa história de três países em 10 dias acho uma perda de (meu) tempo.

    afinal viajo para espairecer, descansar, desacelerar…

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