Como visitar a Galeria Uffizi e a Accademia sem fila

Florença: furando fila na Uffizi e na Accademia

Numa encarnação prévia eu já tinha ido dar oi pro Davi de Michelangelo na Accademia, e já tinha percorrido o corredor mágico da Galleria degli Uffizi.

Mas nesta nova ida a Florença fiz questão de voltar aos dois museus — não exatamente por amor à arte, mas por amor aos esqueminhas que poupam o leitor do Viaje na Viagem de perder horas nas filas dos lerês.

Uffizzi

Não ia desperdiçar essa chance de fazer uma sintonia fina em duas das mais importantes atrações listadas no post Como furar fila legalmente na Europa e em Nova York.

Com vinte dias de antecedência (caso você vá no verão europeu, reserve pelo menos um mês antes), entrei na bilheteria online oficial do Polo Museale florentino e reservei as duas entradas. Marquei às 13h15 na Uffizzi e às 16h na Accademia. Mas se você for Ratatouille de museu, deveria reservar um turno inteiro para a Uffizi. (A Accademia é piccolina.)

Reserva na Galleria Uffizzi

A confirmação vem por email; você então precisa imprimir a reserva e trocar pelo ingresso.

Preços dos bilhetes online em 2023:

Visitantes até 17 anos, de qualquer nacionalidade, não pagam. Cidadãos europeus entre 18 e 25 anos pagam meia.

Vamos à sintonia fina, então:

Uffizzi

Fila na Galleria Uffizzi

Do lado de fora, a Galleria degli Uffizzi é uma confusão só, com uma parte coberta por tapumes e uma galeria de estátuas vivas à la Ramblas de Barcelona. Acho um desrespeito com o prédio, construído para abrigar os escritórios (uffizzi) dos magistrados da Florença renascentista.

É difícil descobrir sozinho onde você troca a sua reserva pelo ingresso, porque a sinalização é deficiente. Parece que tudo acontece na ala à esquerda de quem vem pela Piazza della Signoria; é ali que estão as estátuas vivas e a fila quilométrica dos que não têm reserva.

Tudo leva a crer que você deva trocar o seu ingresso na Porta 2, onde se lê “Booking service/Servizio prevendita”. Mas não. Esta porta é para quem não conseguiu comprar pela internet, mas quer comprar ingresso por hora marcada para os dias seguintes.

A propósito: se você perdeu o lote online e tem uns diazinhos ainda na cidade, vale a pena tentar. Custa os mesmos €4 de taxa de reserva.

Depois de pegar seu ingresso na Porta 3, então é só atravessar a rua e procurar a Porta 1, por onde entram os que têm ingresso com hora marcada.

Para gente como você e eu, que reservamos pela internet, a bilheteria a usar é da Porta 3, na ala oposta — à direita de quem vem da Piazza della Signoria.

Encontrou? Pois agora tem a pegadinha: só dá para retirar o ingresso 15 minutos antes da hora marcada. Ou seja, não adianta chegar cedo. Aproveite para dar um rolê pela Piazza della Signoria e apreciar as magníficas estátuas que habitam a Loggia dei Lanci, que sozinhas já valem por um museu de primeiro time.

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Accademia

Accademia: fila dos sem-hora marcada

A Accademia fica numa rua bem menos movimentada, fora do burburinho do eixo Duomo-Ponte Vecchio. Também aqui não adianta chegar antes da hora na Accademia. Não há sequer bilheteria específica para retirar o seu ingresso. Na hora marcada, você faz a fila dos com-horário e, à entrada do prédio, mostra o seu email para o funcionário, que então entrega o ingresso.

Accademia: fila dos com-hora marcada

As visitas

Pela limitação de público e, admito, pela proibição de uso de câmeras, os dois museus são uma alegria de visitar.

Na Uffizzi, o interior é o oposto absoluto da muvuca do entorno. Como sempre, o que mais me emociona é a arquitetura. Os corredores envidraçados do último andar — a “galeria” original — permitem que você aprecie as esculturas sob luz natural.

As legendas das obras são de arrepiar, quando informam coisas como “desde 1570 no acervo da galeria”.

Aberto ao público em 1675, é um dos museus mais antigos do mundo. E não tem uma só obra pilhada a quem quer que seja… Estude antes o acervo para não perder o que procura nas salas internas.

Ou flane sem pressa, aproveitando que não há uma  multidão andando de forma compacta nem nenhum guardinha dizendo “No photos!” a cada trinta segundos, como em outros museus famosos pelaí…

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    Já a Accademia é bastante compacta. Sua atração principal, o original do Davi de Michelangelo, trazido da Piazza della Signoria em 1873 por razões de conservação, está bastante perto da entrada — então não dá tempo (nem haveria público suficiente) para se formar aquele rio de gente que escorre em direção à Monalisa no Louvre ou à Capela Sistina no Vaticano.

    Você pode admirar o capolavoro de Michelangelo com serenidade; a turba aqui não interfere na apreciação da obra.

    Como disse lá no começo do post, preciso admitir que a proibição de fotos ajuda muito a manter a dignidade do ambiente (e dar mais proveito à visita). Mas durante o percurso da Uffizzi há um momento em que dá pra fotografar a vista. E eu não poderia voltar para o hotel sem o Ponte Vecchio visto deste ângulo para o site…

    Ponte Vecchio visto da Uffizzi

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    531 comentários

    Riq, cá entre nós, os sites da Accademia e da Uffizzi são uma enorme tranqueira. Poooooooobres, pobres mesmo!

    Qnd fui, só entrei na Accademia pq tinha a exposição temporária do Mapplethorpe. Se não fosse por isso, acho que não teria entrado: só tem o Davi e o que tá do lado de fora é IDÊNTICO. E no Verão suuuuper vale comprar os ingressos on-line, pq facilmente se fica 2 horinhas na fila. E na Accademia ainda é embaixo daquele sol “super tranquilo” da Itália!
    oh cidade linda! ave maria! 🙂

    Oi Riq, uma outra solução válida é sempre perguntar no hotel de eles fazem a reserva para os museus. Eu estive em Florença em junho (numa temporada de 40 dias pela Itália) e como não tinha certeza dos dias exatos que estaria na cidade, acabei não fazendo a compra pela internet.
    No dia que cheguei na cidade tentei comprar os bilhetes online mas já não estavam mais disponíveis. Mas, felizmente, a recepcionista do hotel conseguiu facilmente reservas para a Accademia no dia seguinte! 🙂
    Eu fiquei hospedada no Giada, que é um hotel super pequeno. Então acredito que deva existir um esquemão para os “esquecidos”.

    é isso ai mesmo, o post esta bem explicadinho : fiz as resevas pela internet para a Uffize e a Accademia, e bati um pouco de cabeça até achar as bilheterias e as portas de entrada. As filas estavam enormes, mas durante a visita foi tranquilo, fiz em slow, com parada no Davi por quase meia hora de admiração.Fantastico.

    que saudade vendo essa foto…
    além dessa reserva pela internet, tem alguns hotéis que fazem isso, por uma taxa muito parecida. É outra opção

    Eu ADORO museu cheio, quanto mais gente, vendo arte, melhor! Sou contra a proibição das fotos, ñ tem lógica nenhuma, a ñ ser vender + na lojinha. Se é para isso que cobrem para tirar fotos.
    André, existem programas assim, mas costumam estar destinados aos amigos do museu, que pagam uma quota anual, e tem direito a visitas super exclusivas e normalmente com o curador das expos ou mesmo com o diretor do museu. E até tem o direito de tirar fotos.
    Eu acho que o grande problema nas visitas, é que o pessoal tenta ver tudo, o negócio é selecionar umas salas, um período, um artista e depois só passear vendo a reação das pessoas diante das obras. Se é a primeira visita, ver o que tem de mais especial naquele museu ou centro cultural.

      Pat, eu concordo que quanto mais gente vendo arte, melhor. Tenho amigos que são do tipo “não vi e não gostei” em relação a museus, uma pena, acho que existem tantos tipos de museu, de acervos, tantas escolas diferentes, é quase impossível não gostar. No meu caso, AMAR. Mas justamente por isso não nego que quando vejo museus menos cheios, em que posso fazer visitas tranquilas, como o Cluny, por exemplo, ou a própria Accademia, vibro. Estar cheio não é nem o problema, o caso é que em alguns tem pessoas que substituem o olhar pelo fotografar, e de forma às vezes bem frenética, atrapalhando mesmo. Agora, confesso que fico cansada, pra mim um dia inteiro é impossível, por mais que goste de arte…

      Patrícia, para quem está visitando uma cidade distante, entrar em um programa de sócios do museu não é muito viável.

      Eu acho que existe um limite entre um museu bem frequentado e um lotado, onde sua capacidade de apreciar as obras de arte fica comprometida pelos empurrões, pelo guia de grupo que te enxota da frente de uma obra para colocar o grupo dele ali, pelos “excuse me, please” etc. A maioria dos museus europeus famosos está na segunda categoria: lotados.

      Quanto às fotografias, uma alternativa seria cobrarem extra para quem quiser tirar foto, e dar um bracelete ou crachá bem espalhafatoso (hehehe) para quem comprá-lo. Assim, quem quer fotografar por ângulos diferentes etc. pode fazê-lo, mas a fotografia por inércia, ou seja, quem sai tirando fotos pq todo mundo também tá tirando, pq seus colegas do país de origem também tiraram e ele não quer ficar sem tirar, diminuiria muito.

      Também adoro um museu e acho ótimo que tenha bastante gente interessada em arte, mas nem só pessoas interessadas em arte formam as multidões nos grandes museus… E tem horas que atrapalha mesmo quem quer apreciar o museu com mais tranquilidade.
      Eu tento evitar fins de semana e horários ou dias gratuitos para pegar os museus mais vazios, mas nem sempre é possível numa viagem com dias contados.
      A questão das fotos é mesmo controversa. Eu não entendo quem fica tirando foto de tudo que é quadro, mas gosto de poder tirar uma ou outra, no celular mesmo, quando encontro um artista desconhecido, uma obra diferente. A foto serve mais como uma nota mental pra me lembrar da obra depois e poder buscar informações sobre o artista, não é foto pra pendurar na parede…

    Excelente post!

    Eu gosto de arte mais do que a média (posso passar tarde inteira em um museu médio e um dia inteiro em um musei como o Uffizi e 2 dias nos Musei Vaticani se for o caso), adoraria ver a proibição de fotos estendidas para outros museus movimentados.

    Para mim, não há lógica em ter um monte de gente disputando espaço para poder fotografar uma obra famosa que, na era da Internet, está disponível para ser vista em qualquer site específico.

    Tenho uma lista de museus aqui na Europa onde gostaria que fosse completamente proibida a fotografia em áreas de exibição.

    Outra das minhas ideias que não vão ganhar corpo seria os museus, a exemplo de um dia em que estão fechados para manutenção, tenham também um dia por semana para serem visitados em modo slow, com reserva antecipada e capacidade bem limitada de ingresso. Eu pago fácil € 100-150 se pudesse ter um museu bom como o Louvre com 70% menos público por um dia inteiro para visitá-lo com calma – podem até fechar ou cobrar extra pela Monalisa.

    Santa Maria Novella, que fila!!
    Quando estive em Florença era dezembro e estava tudo tão calmo que a minha compra pela internet foi até desnecessária, mas vai saber, né?
    Deu saudade de Florença vendo esta última foto.
    Só não vou chorar pq estou em Salzburg, indo pra Krumlov amanhã.
    Mais uma viagem totalmente planejada com apoio do queridíssimo Vnv, claro!
    Beijos!

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