Furacões no Caribe: um balanço

Calma, é só uma tempestadezinha...


Atualização: Furacões Irma e Maria

  • Irma devastou St. Maarten, St.-Barth, Anguilla, Cayos do norte de Cuba e Ilhas Virgens (Britânicas e Americanas). Maria provocou algum dano em Punta Cana. Saiba a situação das ilhas lendo o post mais recente:

É batata: a primeira pergunta que todo mundo faz sobre o Caribe aqui no site tem relação com furacão.

A resposta-padrão é:

Entre julho/agosto e novembro, a possibilidade existe (com exceção de Aruba, Curaçao, Barbados e Los Roques, que estão fora da rota dos furacões). A chance de um furacão pegar você justo na sua ilha e na sua semana é extremamente remota. Se ocorrer, porém, não dá para reclamar.

A Wikipédia tem tudo organizadinho sob a rubrica Atlantic hurricane season. Cada ano tem a sua página. Entrei nelas para fazer uma compilação de que lugares do Caribe sofreram quais furacões em qual época desde 2000. Aí vai o que achei.

Temporada de furacões

Vai oficialmente de 1º de junho a 30 de novembro. Mas quando você lê a notícia de que “começou a temporada de furacões” isso não quer dizer que já tenha acontecido um furacão. Dia 1º de junho dá-se início à temporada de alerta, e isso dispara a notícia. A primeira área normalmente a estar sujeita aos furacões é o Golfo do México. O maior perigo para as ilhas do Caribe começa em agosto e vai até meados de outubro.

Os furacões pegam o Caribe inteiro?

Não. Cada furacão descreve uma trajetória própria. Tem furacão que fica só pelos Açores, ou Madeira, ou Bermuda; tem furacão que vai para a costa leste dos Estados Unidos e do Canadá. Quando passa pelo Caribe, um furacão atinge um número reduzido de ilhas (às vezes passa só pelo mar, sem atingir ilha nenhuma).

Como é a temporada?

O Caribe não fecha. Centenas de milhares de pessoas continuam viajando para as ilhas, seja para ficar em hotéis, seja para fazer cruzeiros. Esse contingente de turistas aproveita os preços que caem de maneira significativa em relação à alta temporada entre dezembro e abril (do Natal à Páscoa).

E se acontecer um furacão quando você estiver lá?

Os furacões costumam ser detectados com dois ou três dias de antecipação, dando tempo para que os cuidados sejam tomados. Não deve ser nada agradável, claro, mas quem sofre mesmo é quem mora no lugar e tem que cuidar para não perder seu patrimônio. Dependendo da intensidade do furacão, você perde de alguns dias a todo o resto das férias.

Vale a pena arriscar?

Pegando uma deixa do André Lot, talvez a gente arrisque mais ao passar janeiro no Sudeste, quando é quase certo que haja enchentes. Repetindo: a possibilidade de um furacão pegar você justo na sua ilha, bem na semana em que você foi, é bastante baixa. Mas existe. Se você quer 100% de garantia de que isso não vai acontecer, escolha uma ilha fora da rota dos furacões: Aruba, Curaçao, Barbados ou Los Roques.

As temporadas 2000 a 2010

(fonte: Wikipédia):

2010. 11 furacões, 1 atingindo terra firme no Caribe (Earl em agosto, em St. Maarten e Porto Rico)

2009. 3 furacões, 1 atingindo terra firme no Caribe (Ida, novembro, na costa da Nicarágua)

2008. 8 furacões, 6 atingindo terra firme no Caribe (Dolly, julho, em Cancún; Gustav, agosto/setembro, em Cuba e na Jamaica; Hanna, agosto/setembro, em Turks & Caicos; Ike, setembro, em Turks & Caicos e Cuba; Omar, outubro, St Croix; Paloma, novembro, Ilhas Cayman e Cuba).

2007. 6 furacões, 3 atingindo terra firme no Caribe (Dean, agosto, na Costa Maya/México; Félix, agosto/setembro, na Nicarágua e em Granada; Noel, outubro/novembro, nas Bahamas e em Guardalavaca, Cuba).

2006. 5 furacões, 1 atingindo terra firme no Caribe (Ernesto, agosto/setembro, em Cuba).

2005. A pior temporada: 13 furacões, 7 atingindo terra firme no Caribe (Denny, julho, Cuba/Haiti; Emily, julho, no Yucatán; Ophelia, setembro, nas Bahamas; Rita, setembro, Turks & Caicos; Stan, outubro, Yucatán; Wilma, outubro, Cancún; Beta, outubro, San Andrés).

2004. 9 furacões, 4 atingindo terra firme no Caribe (Charley, agosto, Cuba; Frances, agosto/setembro, Turks & Caicos e Bahamas; Ivan, setembro, Ilhas Cayman e Cuba; Jeanne, setembro, Guadalupe e Punta Cana).

2003. 7 furacões, 1 atingindo terra firme no Caribe (Claudette, julho, Puerto Morelos, Yucatán).

2002. 4 furacões, 2 atingindo terra firme no Caribe (Isidora, setembro, Cuba; Lili, setembro, Ilhas Cayman).

2001. 9 furacões, 2 atingindo terra firme no Caribe (Iris, outubro, Belize; Michele, outubro, Cuba).

2000. 8 furacões, 2 atingindo terra firme no Caribe (Debby, agosto, Barbuda, St.-Barth, Virgin Gorda; Keith, setembro, Belize).

Fora os furacões, como é o clima?

A temporada dos furacões corresponde á época do ano em que há mais calor e possibilidade de tempestades — como no nosso verão brasileiro. (A época mais seca no Caribe é no inverno do Hemisfério Norte, entre dezembro e abril.) Veja nos links abaixo a média de temperatura e precipitação pluvial mês a mês nos principais destinos do Caribe para brasileiros. Como termo de comparação, lembre-se de que no litoral brasileiro é muito raro algum lugar que apresente menos de 100 mm de precipitação em qualquer dado mês.


Metereologistas: manifestem-se :mrgreen:

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279 comentários

Ficou muito bom, o que o Andre disse é a mais pura verdade, furacões são enormes e podem ser monitorados, a possibilidade de um furacão atingir de surpresa como um terremoto é nenhuma, e a chance de um passar exatamente sobre o lugar que está visitando é baixíssima mesmo no auge da temporada. As ilhas ao sul (Aruba, Bonaire, Curacao, Los Roques) estão protegidas de um impacto direto, o máximo que pode acontecer é um passar por perto e deixar o tempo mais chuvoso que o normal, em 2004 o Ivan passou com força máxima pouco menos de 200 quilômetros ao norte das ilhas ABC e provocou alguns danos nas praias mais expostas de Aruba por causa da agitação do mar, além de chuvas fortes, mas no dia seguinte já estava quase tudo normal. Na maior parte das ilhas do caribe o intervalo entre furacões intensos, os que provocam danos maiores e podem destruir alguns hotéis, costuma ser de 50 anos ou mais (os força 1 e 2 podem ser mais frequentes, mas normalmente causam danos que são rapidamente consertados, em certos casos apenas 1 semana depois as marcas não passam de algumas árvores com menos folhas). Na parte norte do Caribe a frequência tende a ser maior, Cancún foi duramente atingida em 1988, e em 2005 novamente por categoria 3, o último passou muito lentamente e os danos foram mais para categoria 4, as marcas permaneceram por mais de dois anos em algumas praias e a grande maioria dos hotéis teve que fechar para reformas, que duraram entre menos de 1 mês e 1 ano dependendo do hotel.

Oi Riq,
Agradeço o seu sábio comentário sobre as viagens de lua de mel!Realmente é uma viagem diferente das outras, pois é a verdadeira comemoração do casal e do meu ponto de vista passar por uma experiência dessas seria muito frustrante e acabaria com todo o clima de encantamento que envolve o casamento e a lua de mel!

Pois eu peguei o furacão Irene, em 1999, durante um cruzeiro nas Bahamas.

https://www1.folha.uol.com.br/fol/inter/ult16101999001.htm

Por conta disso, o navio, que seguiria para Key West, teve que voltar a Miami.
Na cidade, os dias seguintes foram de muito vento e chuva. Do apartamento onde eu estava hospedada, na Collins Avenue, se viam postes de luz e árvores balançando com o vento. O jeito foi comprar um baralho e jogar, jogar…
Terminada a ventania, o centro da cidade estava horrível, sujo, molhado, árvores caídas.
Dois dias depois, a caminho de Orlando, ainda se podiam ver os estragos que o Irene deixou por lá.
Mas sobrevivi!
😉

Riq, eu também tinha esse pré-conceito sobre os furacões, até mesmo pq nunca estudei o Caribe muito bem. Achei muito esclarecedor esse post, obrigada!

Agora, o que mais me surpreende é a quantidade de relatos que ouço de noivas que são desaconselhadas pelas agências de viagem a irem para o Caribe em lua-de-mel nessa época dos furacões.

Parece que é praxe as agências não recomendarem e praticamente proibirem o destino. Vai ver a comissão deles fica menor, né?

    Talvez não seja isso não. É que lua de mel é uma viagem que não pode dar chabu de jeito nenhum. A época mais bacana para ir ao Caribe é realmente dezembro-abril. Fora disso é para aproveitar as ofertas, mesmo. Arriscar uma semana de férias fora de temporada faz sentido. Mas lua de mel é muita responsa; se dá algum galho (chuva chuva chuva ou mesmo furacão) a decepção é muito maior.

    De fato, Riq, lua de mel tem que ser perfeita. Anyway, quando li seu post, essa recomendação das agências me lembrou um pouco da histeria com a gripe suína no ano passado: uma boa dose de exagero. Ou vai ver eu que sou muito relax mesmo.

    É só pelo fator nada-pode-dar-errado mesmo. Durante a época de furacões no Caribe, sobretudo a partir de setembro, o Nordeste é uma grande pedida. Noronha a partir de agosto.

Só para reforçar, muita gente inconscientemente associa furacão a tornados (já que os dois envolvem ventos e imagens em forma de “funis” e “cones”).

Todavia, enquanto um tornado é quase imprevisível até 5 ou 10 minutos antes de acontecer, nenhum furacão de peso aparece sem aviso. Reforçando o que já disse em outro post, a possibilidade de ir para qualquer ponto do litoral do Sul/Sudeste entre Búzios e Torres (onde tem Serra do Mar por perto) e topar com uma frente fria que chega em 48h é muitíssimo maior do que topar com um furacão.

As ilhas do Caribe são preparadas para lidar com os impactos do mesmos, ao menos nas áreas turísticas. Os dias depois que um furacão passa, se for um de categoria baixa (2 ou 3), em geral são de céu claro e reluzente. Furacões se movem de um ponto a outro a, no máximo, 30 km/h (menor velocidade quando são mais intensos), o que dá tempo de sobra para arrumar as malas e partir se for o caso. NENHUM furacão de grande porte chega sem aviso ou do dia para a noite. Até Cancun, atingida por um forte furacão em 2006, sofreu severos danos (reparados em meses) mas sem nenhuma fatalidade ou ferimento entre turistas, todos evacuados.

Para os que gostam de prevenção, o site https://www.nhc.noaa.gov , do governo americano, mantém rastreamento de todos os possíveis furacões, com rotas e tudo o mais. Lá eles dão a probabilidade de alguma tempesrade tropical chegar a determinado lugar em 3 ou 5 dias, e atualizam essa informação a cada 6 horas.

Sinceramente? Eu me preocuparia muito mais em saber se um hotel em uma ilha do Pacífico ou Sudeste Asiático se encontra em construção anti-sísmica do que em ficar encanado com furacões.

Voltei ontem de Tulum e Playa del Carmen. Nao teve furacao, mas gente, é um calor quase insuportável nessa época,principalmente em Tulum que não tem infra de ar condicionado.Pegamos 40C nos passeios em Chichen Itza e nas ruínas de Tulum; em compensacao, consegui nadar nos cenotes e achar fresquinho. 🙂

Riq, eu cheguei à Punta Cana um dia depois de ter passado um furacão. Lembro que minha mãe tava apavorada q eu ia. Mas, não cancelei a viagem. Lembro que no primeiro dia a água tava “suja”, mas já no segundo dia tava aquele azulzão maravilhoso e o céu lindo.

    Olá Dani.
    que dia e mês vc foi para Punta Cana?
    irei agora em 02 de outubro e estou morrendo de medo de furacões…..

Belo post de esclarecimento. O jeito, se for viajar nessa época, é estar consciente
que pode sim acontecer. E é tão bom ir pro Caribe no meio do ano… Fica a eterna duvida se vale a pena arriscar (!?!)

Completasso o post Riq.
E acho mesmo que vale a pena pegar os descontos da baixa pro caribe… é como você disse, o risco existe, mas qualquer outro lugar vai ter um risco diferente também, inclusive o lugar onde ficarmos se não estivermos viajando

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