Cartagena: um dia frustrante nas Islas del Rosario (relato da Miriam) 1

Cartagena: um dia frustrante nas Islas del Rosario (relato da Miriam)

E o passeio da Miriam pela Colômbia continua. Depois de 4 noites em Bogotá, hospedada no Centro Histórico, ela pretendia passar duas noites nas Islas del Rosario. A intenção era aproveitar mais o local, já que o passeio com ida e volta no mesmo dia parecia um pouco corrido. Mas a Miriam não previa as dificuldades de chegar à Isla Grande no período da tarde e, no fim das contas, o que iria ser o primeiro dia no arquipélago acabou se transformando em um dia a mais em Cartagena. Com o microfone, a Miriam:

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Texto e fotos | Miriam K.

Islas del Rosario: o relato da Miriam

A segunda parte da viagem à Colômbia foi dedicada a uma estada nas Islas del Rosario, que ficam a cerca de uma hora de barco de Cartagena.

Inicialmente iríamos direto do aeroporto de Cartagena para a Isla Grande (a maior das Islas del Rosario) para passar duas noites no Hotel San Pedro de Majagua, mas ao tentarmos acertar o horário do barco, recebemos a notícia de que eles só fornecem trânsfers (pagos à parte, COP 220.000 o casal, ida e volta) em horário determinado, que é em direção à ilha às 9h e de volta a Cartagena às 14h30.

Como nosso voo chegava às 14h, pedimos uma sugestão de alguém que pudesse nos levar até a ilha e eles disseram que teríamos que procurar por conta, mas que seria por volta de COP 500.000 o casal e também que eles não recomendavam o trânsfer nesse horário, por causa dos ventos. Assim sendo, resolvemos ficar esse primeiro dia em Cartagena para partir no dia seguinte com o trânsfer regular.

Islas del Rosario: Marina-Santa-Cruz-colombia-islas-del-rosario-relato-miriam

A ida é tranquila e dura cerca de 40 minutos em mar protegido e mais uns 20 minutos em águas mais agitadas. O barco sai da Marina Santa Cruz, que fica a uns 10 minutos da cidade murada (ou COP 6.000) e tem capacidade para 41 pessoas. No nosso barco, mais da metade das pessoas iriam somente passar o dia na ilha.

O serviço é um pouco confuso: deixamos a bagagem num canto e eles vão levando sem dar nenhum ticket e parte dela pode ir separada dos passageiros em outros barcos. Vi pessoas aflitas vendo que a bagagem estava indo para um barco diferente, mas no fim dá tudo certo.

Navegamos ao longo da costa na parte protegida pela Isla de Tierra Bomba com visualização de terra todo o tempo. Depois de passarmos por Bocachica, onde há o Forte de San Fernando, o mar é aberto e fica um pouco mais agitado.

Islas del Rosario: caminho-da-ilha-del-rosario-colombia-relato-miriam
Islas del Rosario: Forte-San-Fernando-em-Boca-Chica-isla-del-rosario-colombia-relato-miriam
Chegando-na-Isla-Grande-colombia-relato-miriam
Pier-do-Hotel-isla-del-rosario-colombia-relato-miriam

Chegando ao píer do Hotel San Pedro de Majagua, eles indicam uma praia para as pessoas que foram somente passar o dia e a recepção para os que vão ficar um ou mais dias.

O atendimento é muito confuso novamente, porque o barco chega lá pelas 10h, mas o check-in é somente depois das 13h. Na hora de ir embora, o check-out é às 12h, mas o barco só sai depois das 14h30. Então há um fluxo constante de pessoas que vão embora e não têm mais o quarto e de pessoas que chegaram e ainda não têm quarto.

Havia uma saída para mergulho às 11h, mas nesse horário não havia a menor possibilidade de abrirmos as malas no meio da recepção para pegar roupa de banho e os materiais de mergulho e largar passaportes, dinheiro e cartões fora do cofre.

Perguntei se havia mergulhos à tarde e disseram que não havia, por causa dos ventos fortes. No dia seguinte, que já seria o dia do nosso retorno, também não daria, pois o passeio acaba por volta das 13h e nesse horário já não haveria mais o quarto para banho e troca de roupas para voltar ao continente. Assim carregamos nosso material de mergulho à toa…

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O hotel fica à beira do mar de cor turquesa de cair o queixo. São chalés que podem estar voltados para a praia ou para a mata que têm nomes como “cavalo marinho”, “caranguejo”, “tubarão” e ficam a uma curta distância do restaurante, que está acoplado à recepção.

O serviço, entretanto, é decepcionante porque a logística do entra e sai é ruim. Fomos conseguir nosso quarto lá pelas 15h.

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Os moradores da vila que fica a uns 10 minutos do hotel trabalham como vendedores credenciados e podem circular livremente pelas dependências do hotel. O assédio deles para comprarmos passeios a pé ou de bicicleta pela ilha e para comprar colares de ‘corais’ (miçangas de primeira) e de pérolas (azuis, púrpuras) é insistente e irritante.

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A praia dos visitantes do dia tem cerca de 70 metros de extensão e a largura da areia pode ser nenhuma quando a maré bate no muro artificial, ou até uns dois metros na maré baixa. As águas são turquesa, pois são protegidas por uma barreira de recifes.

A areia é fina, mas o fundo é pedregoso e com fragmentos de corais que se despregam, além de ser cheia de algas tipo sargaço. Há um bar de apoio que fornece toalhas aos visitantes.

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A praia dos hóspedes é ainda menor em extensão e com as mesmas características em relação à largura da areia antes de chegar à água. As espreguiçadeiras ficam num nível acima, uma do lado da outra num muro artificial de pedras.

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O restaurante do hotel parece ser a única opção para comer na ilha, a menos que tentássemos ir comer nas outras pousadas. Os pratos de peixes que pedimos eram bons, mas o café da manhã incluído na diária era o chamado de continental e como pedi uma omelete, disseram que seria cobrado à parte porque não fazia parte do tal café da manhã continental…

A volta para Cartagena é por volta das 14h30 e como o check-out é às 12h, ficamos meio jogados até o momento do retorno. Entrando no barco eles começaram a distribuir ponchos de plástico e informaram que ‘seria melhor’ que entregássemos tudo o que fosse importante para eles guardarem porque poderia ‘molhar um pouco’.

Assim, entregamos máquinas fotográficas, passaportes, dinheiro e tudo o mais para eles guardarem num lugar que ficaria mais seco. Molhar ‘um pouco’ foi um eufemismo total porque em mais da metade da viagem entra tanta água no barco que ficamos molhados dos cabelos aos fundilhos a ponto do motorista de táxi se recusar a nos levar para o hotel.

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Todos-com-poncho-de-plastico-isla-del-rosario-colombia-relato-miriam

Resumindo, as águas da Isla Grande são impressionantemente turquesa, mas a logística deles é muito ruim e achei que não compensou muito. No fim, uma diária, que foi COP 459.000 se juntou ao transporte e às refeições no hotel e resultou em COP 1049.000, mais que dobrando o valor. Por mais incrível que pareça o hotel está na lista do Condé Nast Johansens de hotéis de luxo, apesar de todo o perrengue que se passa por lá.

Ficamos compadecidos com a sua experiência, mas muito obrigado por relatar!

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    42 comentários

    Fui a Playa Blanca em janeiro deste ano. Comprei passagem numa agência de turismo e fui confortavelmente numa van. O trajeto leva cerca de 40 minutos. A chegada ao estacionamento assusta um pouco devido à sujeira e monte de barracas de ambulantes, mas basta caminhar para o lado direito de quem sai do estacionamento para ter a praia bem tranquila e sem assédio dos vendedores. A praia é linda e vale passar a noite numa das cabanas porque depois que os barcos de passeio e os turistas de day tour vão embora, a praia fica ainda mais gostosa. Mas tenha em mente que o lugar é rústico, sem luz elétrica e sem rede de esgoto e saneamento. Se você, assim como eu, passar primeiro por San Andrés, vai ficar um pouco menos encantado com essa parte do Mar do Caribe, mas ainda assim vale muito a pena para quem está em Cartagena.

    Chego a imaginar o desenrolar de tudo o que Mirian viveu. Estivemos em Cartagena no réveillon e por dez dias escolhemos apenas fazer passeios de dia, retornando para pernoitar em Cartagena. Foi acertado, pois aproveitamos o melhor do dia em cada uma das ilhas visitadas, enquanto víamos os hospedes dos hotéis vestidos e com suas malas, desde a hora do almoço, aguardando as lanchas partirem. Esse relato é muito importante para quem está planejando a viagem e seus deslocamentos.

    Fomos duas vezes às Ilhas do Rosário. Na primeira vez fomos à Playa Blanca de barco, ficamos esperando de uma a duas horas no pier pelo nosso barco. Uns amigos foram e voltaram de ônibus pela tal ponte nova e curtiram, chegaram antes e voltaram depois da leva de turistas. Pagamos 90.000 COPs pela ida e volta com almoço incluso, (bem mais ou menos). Na segunda vez fomos pra Isla del Sol, que pertence a um hotel. Pagamos 120.000 COPs pela ida e volta, café e almoço à vontade, (esse sim uma delicia). Não tinha muita praia pra curtir, mas é mais tranquilo e podíamos pegar o caiaque do hotel e sair remando pela costa.

    Conclusão: se puder emendar San Andrés, economize e deixe pra ir nas praias de lá, elas deixam as Ilhas do Rosário no chinelo, e aproveite para conhecer Bocagrande e a parte histórica. Se não, vá de ônibus pra Playa Blanca ou feche o passeio um pouco mais caro para as ilhas privadas.

    Passei duas noites no hotel San Pedro de Majagua no último ano e gostei tanto que ao retornar ao Brasil, fiz um curso de mergulho.
    Achei a estrutura do hotel muito boa e a recepção foi também tranquila, apesar desta situação inicial relatada pela Miriam. Já sabia que poderia não entrar no quarto na chegada e por isso levei a roupa de banho separada; mas o quarto foi liberado bem rápido e pude deixar a mala no quarto (mas, estava preparada para deixá-la na recepção). Fiz o passeio de barco para fazer snorkeling e foi muito legal. O mar é de um azul fantástico, águas calmas, morna e muita vida marinha. No dia seguinte, novamente fiz o passeio para novo snorkeling, o que também foi bem legal, embora o mar estivesse um pouco mais agitado. Estas duas primeiras saídas foram feitas com a equipe de mergulho..
    No último dia, agendei um passeio de barco com um morador da ilha para retornar antes das 12 (saímos às 9h e retornamos às 11h30). Este passeio foi o melhor porque o barqueiro deu uma volta pelas ilhas, contou histórias, parou em dois pontos maravilhosos para o snorkeling (melhores que os da equipe de mergulho) e a negociação do preço ficou boa. Após um rápido banho, almocei e voltei para Cartagena.
    No período da tarde, há muito vento por isso não tem saída de passeio e aproveitei para descansar, ler… no fim da tarde, fiz passeio de barco nos mangues que são bem bonitos e um passeio na pequena comunidade para conhecer.
    Depois que a excursão vai embora fica bastante silencioso e dá pra curtir mais a tranquilidade da ilha…
    Fiz bastante pesquisa antes de ir, por isso acho que aproveitei muito bem minha permanência no local. Adorei e voltaria novamente. Passar ao menos uma noite permite aproveitar melhor o lugar… os dias acabaram sempre com um deslumbrante pôr do sol.
    A comida no hotel é “ok”… alguns pratos estavam mais saborosos e à época o preço foi muito razoável.
    Realmente, o café da manhã era simples e pede melhora, inclusive esta “pegadinha” sobre que está incluído no tal do café continental…
    Observei que há muita precariedade na ilha, inclusive falta de água potável. A energia elétrica também é produzida por um pequeno gerador do hotel. Estas constatações fizeram com que valorizasse mais a boa estrutura…
    O retorno da ilha é realmente bem difícil, com mar agitado e muita água na cara (no caso do grupo com quem voltei, os banhos geraram muitas risadas e muitos gritinhos)… chegamos à costa molhados também… tive dificuldade para descolar um táxi para a cidade porque o local fica afastado e até fiquei um pouco preocupada com segurança, mas deu tudo certo.

    Fui em maio do ano passado para Colômbia. Resolvemos ir por conta própria até Playa Blanca: pegamos um ônibus até parte do trajeto e depois um ‘taxi” na parada final do ônibus, que era na verdade um carro clandestino rsrsrs… Pra voltar, combinamos com o “taxista” e pegamos o ônibus novamente (detalhe que era fim de tarde e o ônibus veio lotado, pois passa por uma área industrial, muitas pessoas saindo do trabalho) Saímos cedo, o trajeto passa por lugares bem feinhos e em termos $$, não me lembro ao certo, mas não fez gde diferença do passeio comprado. Pra gte o que valeu foi a liberdade de fazermos o nosso horário e aproveitarmos mais o lugar sem ter tanta gte.

    Amei Cartagena, a cidade historica murada … Mas tambem me decepcionei com a visita as praias. Fiz o tour de dia todo até Ilha Rosário e Playa Blanca, mas honestamente gostaria de poder bancar uma lancha particular. O barco era enorme, estava lotado e tocando regueton (equivalente ao axé do Caribe) o tempo todo. O tempo na praia em si foi curto, almoco ja incluido com uma comida bem meia-boca … Voltaria certamente pelo charme da cidade, mas so faria as praias em algum esquema alternativo/particular.
    Meu relato aqui – https://world-surpriseme.blogspot.com/2015/08/cartagena-colombia.html

    Tudo que a Miriam falou é verdade, mas sabendo dos perrengues, nos programamos melhor! A logística do hotel pode ser confusa, mas o que manda é a natureza, só dá para ir de barco pela manhã e só dá para voltar no início da tarde, depois disso o vento muda e fica inseguro, difícil conciliar com a limpeza e entrega dos quartos entre os que saem e que entram. Na volta, não recusem o poncho oferecido e guardem seus pertences no compartimento estanque, molha mesmo!! Já na ilha, o ideal é ficar ao menos 2 noites o que dá um dia inteiro lá. Negocie com os barqueiros locais um passeio para mergulho de acordo com seu nível, sempre pela manhã e à tarde vá a pé ou de bicicleta dar a volta na ilha e conhecer o pueblo local, há uma trilha pelo meio da ilha que liga diversas pousadas, casas particulares e o pueblo, não há automóveis. Á noite, na lagoa atrás do hotel, pode-se ver planctons fosforescentes conforme agita-se a água perto das algas. para mim valeu super a pena!!!

    Fomos a Playa Blanca, nas Islãs del Rosario em julho de 2014, de táxi. Naquele ano foi inaugurado uma ponte para acessar o local. Assim, pudemos ir bem cedo, que é quando a água é melhor e não ficamos sujeitos aos horários e desconfortos para subir e descer dos barcos.

      Boa noite. Vale a pena alugar um carro para ir à Playa Branca?

      Olá, Walkiria! Sinceramente, estamos ainda à procura de um relato de alguém que tenha ido à Playa Blanca e gostado. Provavelmente alugar carro apenas aumentará a lista de perrengues que você vai enfrentar no dia.

    Voltei hoje de Cartagena; de fato, o assedio dos ambulantes é INSUPORTÁVEL; gostei mais de San Andrés e Bogotá, que foram excelentes e sem nenhum problema

    Oi,

    estive em Cartagena em Julho de 2015,escolhi o passeio para a Praia Blanca, fomos 2 vezes.

    Na primeira, escolhemos uma das empresas que além da praia e do Oceanário, que é padrão, ela nos levaria para uma parada com almoço no forte de San Fernando. Essa experiência foi péssima, alguns homens aguardam o barco e dividem os turistas e servem como guia, depois do almoço, ele nos levou para um passeio pelo Forte, que esta abandonado e muito sujo, depois de contar algumas histórias sobre a ilha eles exigem um pagamento.

    Na segunda vez fomos direto para a praia e pudemos aproveitar melhor, sentando no bar de um dos albergues.

    O Oceanário é nota 5, ele é diferente por estar no meio do mar.

    Em resumo fuja do Forte San Fernando.

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