Latam: CEO será chileno; Aquela Passagem diz que é “Lan Brasil”

LatamA notícia mais bombástica da semana foi, claro, o anúncio da intenção de fusão entre Lan e TAM. Nos próximos dias as editorias de economia dos jornais destrincharão o administrativês e o juridiquês dos contratos, até descobrir exatamente o tipo de operação que está sendo feita. Até porque a legislação brasileira continua limitando a participação estrangeira em companhias aéreas em 20%; a lei dos 49% está aprovada na comissão específica na Câmara, mas ainda não foi a votação no plenário.

Só o tempo também poderá dizer o quanto as operações vão se integrar — e se alguma das duas culturas empresarias vai predominar.

O toque divertido deste primeiro momento é o nome da holding, Latam. O grande público não vai saber, mas todo mundo que trabalha em ou com multinacionais sabe que esta é a abreviatura de “Latin America” em corporativês. Se o nome pegar, de hoje em diante todo powerpoint de reunião de múlti vai ter merchã da nova cia. aérea.

A grande dúvida para os colecionadores de milhas é se as duas companhias manterão suas afiliações em alianças internacionais concorrentes — a Lan é oneworld, enquanto a TAM acabou de entrar na Star Alliance. Seria inédito.

Mas não percam muito tempo comigo nesse assunto não. Hoje e durante o desenrolar desta nova novela quem deve trazer sempre as análises mais interessantes do noticiário e da conjuntura é o nosso Rodrigo Purisch, do Aquela Passagem.

No seu post de hoje ele aposta num predomínio da Lan sobre a TAM (primeiro indício: o presidente da Lan vai ser o CEO da holding) e arrisca que a anunciada fusão pode ser uma cortina de fumaça encobrindo uma compra da TAM pela Lan — um jeito legal de constituir a Lan Brasil.

Se non è vero, è ben trovato :mrgreen:

Leia:

Lan e TAM: anunciam a intenção de fundir-se ou foi compra mesmo? Saiu a Lan Brasil!, por Rodrigo Purisch

Latam estará nas mãos dos chilenos, no Portal Exame

Nueva fusión estaría entre las 10 compañías líderes del mundo, no El Mercurio


12 comentários

Verdade, sofremos mesmo… Ricardo, vc conhece o programa de milhagens da Lan, o LanPass ? É difícil emitir passagens como o Fidelidade da TAM ? Dei um olhada nele e vi uma tabela de pontos que seria de 48.000 km um passagem do Brasil para os EUA. O cartão de crédito bonifica 1 milha = 1.61 km do Lanpass, entao uma passagem sairia por volta de 30 mil milhas com a LAN, menos do que as 40 mil da TAM na baixa.

E 2.500 reais em média, é MUITO CARO pra ir até Miami, seja saindo de BSB, RJ, ou SP.

    Sim. Mas aí o problema é falta de concorrência — falta de política de céus abertos, limitação de vôos, loucura de procura por brasileiros. Acredito que tenda a ficar mais caro depois da notícia do liberou-geral da muamba pessoal…

    Os vôos brasileiros têm estado sempre lotados, seja para Europa, seja para EUA. “Redescobriram” que o Tio Sam não está mais tão chato assim com vistos como depois do 11/9, e o R$ está valorizadíssimo.

    Além disso, uma consulta no Kayak ou Expedia vai te revelar que uma passagem Brasil-Europa-Brasil ou Brasil-EUA-Brasil custa significativamente mais que uma, nas mesmas datas, começando no Exterior.

Como sempre, o consumidor se ferra nessas mega-fusões! Semana passada uma passagem de ida e volta de Brasilia para Miami custa 549 doláres, agora está o dobro, triplo desse valor. Uma passagem de Brasília para Lima estava cerca de 100 dólares e agora custa 300!!!

    Não confunda alhos com bugalhos. O que havia era uma tarifa promocional de lançamento de rota. Isso é muito comum. Quem aproveitou aproveitou. 300 dólares a Lima continua MUITO barato.

Sabe-se que no setor aéreo cada aeronave requer cerca de 150 funcionários. Com o ganho de escala após a fusão, a LATAM que conta hoje com 220 aeronaves precisará, no máximo de 30.000 funcionários. Já que a nova empresa conta com cerca de 40.000 empregados terá que mandar embora cerca de 10.000 deles. Espero que a fusão traga algum benefício para o usuário. Duvido.

    Isso depende da aeronave e do modelo de negócios. Cada vez mais o número de comissários a bordo é reduzido ao mínimo necessário, check-in online ou em quiosques com baggage-drop veio para ficar, e vai se consolidar no Brasil, também, e assim o número de pessoas necessárias vai diminuindo.

Eu acredito que é uma compra da TAM pela Lan, e duvido que vão manter as alianças atuais, provavelmente vão passar tudo para a oneworld, seguindo a teoria de que a Lan vai prevalecer. Quando a Northwest e a Delta anunciaram a “fusão” foi a mesma coisa, Northwest sumiu, ficou só o nome Delta e a aliança com a Continental e outras parceiras acabou (a Delta é SkyTeam e a Continental entrou pra Star Alliance depois da fusão)…

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