“Não vamos levar 1.000 passageiros por navio a Noronha”, afirma diretor da Pullmantur

Cruzeiro em Noronha

Milton Sanches, diretor da Pullmantur e da BCR Cruzeiros, deixou ontem este comentário no post  “Cruzeiro em Noronha: precisa?“.

“Ricardo: Tenho acompanhado a tua campanha contra os navios e é incrível o número de bobagens e mentiras que você coloca nas reportagens. Você deveria se informar melhor para saber que os cruzeiros marítimos são a forma mais ecológica e sustentável de conhecer a Ilha, porque não se utiliza da água e energia da Ilha, porque os passageiros passam poucas horas no Arquipélago e a grande parte do lixo desses passageiros são guardados, separados e reciclados pelo navio, que segue rigorosamente todas as normas. Internacionais, da Anvisa, do CPRH e do ICM BIO, o pouco que produzem na Ilha é recolhido e tratado com todo o lixo produzido pelos turistas que vem de avião, sem contar o produzido pela população da Ilha que recebe tratamento exemplar. A o contrário do que você diz o navio não vai trazer 1.200 passageiros e nem 1.000 e nem desembarca 600 ou 500 passageiros, porque o limite de desembarque máximo simultâneo é de 350 passageiros, assim mesmo distribuídos em passeios diferenciados com alternância de praias, etc. O navio traz uma contribuição fundamental para grande parte dos moradores da Ilha e se essas inverdades continuarem a serem veículadas tomaremos as medidas legais cabíveis para reparar o dano causado. Também pediria que fosse mais educado com s pessoas que fizeram os cruzeiros e verificaram que suas colocações são inverídicas e fantasiosas, bem como as pessoas que estavam na Ilha e verificaram que o impacto alegado nunca existiu. Quero ver se você tem a coragem e a hombridade de publicar o meu email”.

É com satisfação que este blogueiro recebe a declaração de que, mesmo com os navios maiores desta temporada, será mantido o limite de passageiros por desembarque.

CORREÇÃO:

O sr. Milton Sanches foi diretor de cruzeiros da CVC até o início deste ano. Hoje é diretor da Pullmantur e da BCR Cruzeiros, respectivamente dona do navio Ocean Dream e operadora do cruzeiro a Noronha.

Leia mais:

Cruzeiro em Noronha: precisa?

Praticamente duplicam os cruzeiros em Noronha

Alerta: navio à vista em Fernando de Noronha (O Globo)

Ameaça de lotação em Fernando de Noronha preocupa ambientalistas (iG)

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196 comentários

Ricardo.

Lamentável o tom do e-mail transmitido por uma empresa deste porte…
Comunicações como esta fazem o conteúdo e os argumentos ali defendidos ficarem em segundo plano. Uma boa lição de como perder a credibilidade.
Ponto para o VNV que mantendo a imparcialidade, teve a “hombridade de publicar” o triste comentário.

Abraço.

Tenho uma opiniao simples sobre a forma como as pessoas reagem a determinadas situacoes.
Neste caso o Sr. Milton sentiu-se acuado com as informacoes reais do blog e partiu para uma resposta intempestiva, tipica de quem perdeu a razão. Sente-se acuado, late.

O interessante é que este texto do Riq é de janeiro de 2010. O “cara” da CVC levou quase dois anos pra escrever o protesto?
E, pior, acho que ele não leu o texto do Riq. Ou, não entendeu. Só fiz uma viagem até hoje pela CVC (a contragosto) e detestei. Só tem preço. É o mais puro turismo de massa. Agora é que ela não me pega de novo. Detesto contribuir para que arrogantes como esse homem encham os bolsos de dinheiro.
O Riq trabalha muito seriamente e não li no post dele nada de ofensivo, ao contrário do texto do “diretor de cruzeiros” da CVC, rude e ameaçador. O comentário do Tony, logo acima, é muito elucidativo.

ABAIXO CRUZEIROS EM NORONHA!!

Sr. Milton. Seu “tom” me lembrou a dos coronéis baianos do século 20. Eram assim os recados mandados aos jornalistas que ousassem discordar deles. Mas, geralmente não escreviam. Mandavam o recado por “um cabra”. No século XXI, em plena vigência da democracia, ler algo assim é inacreditável.

    Há, Há Há!!! Bom, Eunice!!!! Pelo tom, pode-se deduzir o nível da coisa turística que este senhor dirige, né? Como nunca CONTINUEI VIAJANDO de COMBOIO, nem pretendo me arriscar neste tipo de “empresa turística” com um dirigente deste… Bem, pelo menos Deste estou salva!

“O navio traz uma contribuição fundamental para grande parte dos moradores da Ilha”.

Não consigo entender a afirmação. Se os passageiros “passam poucas horas” na ilha. Não fazem despesas nela. Não pagam a caressima Taxa de Preservação que todos os turistas que chegam por via aérea estão obrigados a pagar. Qual é a tal da “contribuição fundamental”?

    Os passageiros fazem diversos passeios, alugam equipamentos, consomem muito, tanto comida, visto que perde-se muito tempo voltando ao navio p/ as refeições, e como ficam muito pouco tempo, não compensa ficar indo e vindo; qto souvenirs. Com certeza, o povo de lá deve faturar muito qdo o navio embarcar. Eu fiz este cruzeiro em 2005 e conversando com um guia de lá, ele me confirmou isso.

Para quem quiser mais contexto: https://www2.uol.com.br/JC/especial/noronha/abibliotecaquenuncaexistiu.html

“A Brazilian Cruises Representation (BCR), do empresário Milton Sanches, coleciona histórias inusitadas em Fernando de Noronha. Além de ocupar a casa que deveria servir de abrigo para uma biblioteca, a empresa protagoniza uma outra situação, no mínimo, curiosa. Desde 1988, quando o território da ilha foi reanexado a Pernambuco, a BCR tem a exclusividade do serviço de recepção dos navios que, todo ano, despejam milhares de turistas no arquipélago. Para compensar o impacto ambiental de tanta gente descendo na ilha de uma única vez, é cobrada de cada passageiro uma taxa, batizada de contribuição social, destinada, em tese, a ações de melhoria na ilha. O valor, por pessoa, gira em torno de R$ 30. Esse dinheiro hoje é repassado para a ONG Pró-Noronha, cujo presidente é, adivinha quem?, Milton Sanches. Ou seja, o empresário é, ao mesmo tempo, o arrecadador e o recebedor da verba recolhida nos cruzeiros.

A própria criação da ONG Pró-Noronha é um capítulo à parte, carregado de peculiaridades. A reportagem teve acesso ao documento de solicitação do alvará de funcionamento da entidade. A data é de 25 de abril deste ano. O pedido é assinado por Milton Luna da Silva, um dos conselheiros distritais mais antigos de Noronha. Pelo trâmite burocrático regular, a solicitação teria que ser submetida à apreciação de, pelo menos, quatro setores da administração da ilha. Mesmo sem nenhum desses pareceres na mão, no dia seguinte ao pedido, 26 de abril, o administrador Romeu Batista autorizou a emissão do alvará.

Na solicitação, a ONG se apresenta como uma “associação civil beneficente… que hoje trabalha em prol do social da ilha e também administrando os recursos provenientes das doações dos cruzeiros marítimos.” Um dos documentos apresentados foi o estatuto social da ONG, cujo endereço informado é o mesmo da BCR: Rua Major Costa, nº 8. O detalhe é que a data de criação da ONG é 12 de janeiro de 2010, mas o alvará de funcionamento só foi solicitado um ano e três meses depois.

Embora não haja dados oficiais sobre o valor arrecadado da
verba social doada pelos cruzeiros, uma conta ligeira dá a dimensão da montanha de recursos. Cada navio transporta, no mínimo, 600 pessoas. São feitas, pelo menos, quatro viagens por mês, durante uma temporada de seis meses. Isso significa que, a cada ano,
a BCR se encarrega de receber mais de 14 mil turistas em Noronha, por temporada. Parte desse dinheiro é repassada para a administração, mas não há nenhuma prestação de contas no Conselho Distrital em relação ao montante doado e de como essa quantia vem sendo gasta.”

“o limite de desembarque máximo simultâneo é de 350 passageiros”

E o que acontece se todos quiserem desembarcar? Sorteio? Bingo? Par ou ímpar?

Eu também estou pasma com este email. Existem várias formas de abordar este assunto sem ser agressivo e ofensivo! Foi infeliz o diretor da CVC cruzeiros.

Nossa, achei o tom do email super agressivo!!! Acho que na hora de dar uma resposta desssas, é sempre bom deixar revisar o texto por uma profissional de relaçoes públicas antes 🙂
A propósito, o seu post original me lembrou de uma conversa com amigos do meu marido (ele é de Barcelona) onde eles abordavam justamente isso: se o retorno que uma cidade (mesmo grande…) recebe por receber tantos navios de cruzeiro realmente compensa. A resposta uníssona dos locais foi ‘nao’ 😀
Grande abraço, Angie

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