Réveillon, Janeiro, Carnaval, Julho: aonde ir x aonde não ir 1

Réveillon, Janeiro, Carnaval, Julho: aonde ir x aonde não ir

Paris em julho


Colaborou | Mariana Amaral
Nem todo mundo pode escolher, entre os 12 meses do ano, o mês ideal para viajar ao destino que não sai da sua cabeça. As opções muitas vezes se restringem aos meses de férias escolares e aos recessos de fim de ano e Carnaval. Então, surgem os dilemas e dúvidas existenciais: Europa debaixo de neve ou com um sol de rachar o coco? Entrar no carnaval ou fugir dele? Onde aproveito minhas férias na praia sem pegar chuva?

Para dar uma mãozinha a quem só pode marcar viagens segundo o calendário escolar, indicamos os destinos sem restrições (sinal verde), os que têm prós e contras (sinal amarelo) e os que devem ser evitados (sinal vermelho). Todos os destinos em azul são clicáveis e levam para o conteúdo que temos aqui no site ou que recomendamos em outros blogs.

RÉVEILLON

Copacabana

Sim, é caríssimo; mas se você quer comemorar a virada à brasileira, não saia do Brasil. O dia 31 de dezembro de 2015 cai numa quinta-feira. A sexta-feira anterior é dia 25; o domingo posterior é dia 3 de janeiro.

Sinal verde
Para um Réveillon na praia sem grande risco de chuva, o Nordeste é a pedida. As capitais têm shows de fogos públicos e festas fechadas bem bochinchadas — os festerês maiores têm outdoors nas ruas e ingressos à venda pela internet ou por meio do seu hotel. Alguns vilarejos de praia (Trancoso, Barra Grande em Maraú) também têm fechadas caras.

(Na nossa página Réveillon 2015 temos depoimentos de leitores sobre a virada do ano em diversas cidades e praias brasileiras nos últimos anos.)

Na América do Sul, Punta del Este tem festas em profusão (algumas delas, organizadas por brasileiros). Valparaíso e Viña del Mar, a 120 km de Santiago, têm a festa a mais animada do Chile, com show de fogos e festa de rua (em Valpo) e balada (em Viña). Santiago também tem fogos e animação na rua.

Nos Estados Unidos, o Réveillon mais animado é o de Las Vegas, onde há fogos na Strip e festas fechadas nos hotéis.

Na Europa, Edimburgo compensa o frio intenso com três dias de festa na rua. O Réveillon no continente é fraco, mas se você puder antecipar a viagem para antes do Natal, vai poder aproveitar os adoráveis (e deliciosos) mercados natalinos na Alemanha, na Áustria, na Alsácia e em Praga.

Sinal amarelo
O Rio de Janeiro tem o Réveillon mais lindo do mundo; uma vez na vida, tem que ir. Mas vá sabendo que a possibilidade de chover não é pequena. Réveillons no litoral entre Rio e São Paulo, Paraná e Santa Catarina também podem acabar debaixo d’água.

Fernando de Noronha vira uma festa nesta época, atraindo inclusive muitas celebridades. Lembre-se, porém, que o mar não estará aquela piscininha dos postais; é época de surf.

O Caribe tem tempo predominantemente seco, sem possibilidade de furacão nesta época. Mas é altíssima temporada, então não espere encontrar as pechinchas da baixa estação. Em todos os destinos da região a noite de Réveillon será comemorada com animação; mas tenha em mente que você e seus amigos brasileiros serão os únicos a vestir branco e a querer ir para a beira da praia à meia-noite. Isso vale para todos os outros destinos praianos da Ásia, do Índico e do Pacífico.

O Réveillon de Montevidéu é mais animado de dia: não deixe de ir à região do mercado, onde os montevideanos dão banho de espumante uns nos outros. À noite há uma modesta queima de fogos na praia.

Orlando tem um clima agradável, mas os parques estarão bastante cheios. Há Réveillons animados (e lotados) nos parques; os melhores são do Epcot e do Universal Studios. Em Miami há clima de festa em South Beach, onde acontece a queima de fogos e os bares aproveitam o fechamento da Ocean Drive para o trânsito para aumentar sua área de atendimento.

Sinal vermelho
A não ser que seu destino seja Edimburgo, não vá à Europa especificamente por causa do Réveillon. Como ninguém agüenta muito tempo no frio, as festas de rua não duram muito mais que as doze badaladas — e algumas ainda apresentam sérios problemas logísticos, como Londres e Paris, devido à falta de capacidade dos metrôs absorverem a multidão voltando ao mesmo tempo. Não precisa cancelar sua viagem; apenas não dê tanta importância à festa de rua. Veja mais dicas para passar o Réveillon nessas circunstâncias aqui.

O mesmo ocorre em Buenos Aires: a noite de Réveillon é bem chocha, já que os portenhos costumam abandonar a cidade na virada do ano. Os brasileiros acabam se reunindo em Puerto Madero, onde alguns restaurantes abertos oferecem ceias (caras), há fogos e depois dá para emendar na balada ali mesmo, no Asia de Cuba. O problema maior é logístico, já que os táxis somem de circulação até o raiar do dia. O segredo de ir a Buenos Aires nesta época, portanto, é não ter expectativa alta para a noite da virada (ou fazer como os portenhos que ficaram e esperar dar duas horas da manhã para cair na balada, com remis reservado com antecedência).

JANEIRO

Praia do Riacho, São Miguel dos Milagres

Verão aqui embaixo, invernão lá em cima.

Sinal verde

No litoral do Nordeste, o tempo estará muito bom da Bahia ao Rio Grande do Norte. (Caso você possa antecipar as férias para dezembro, antes do Natal, vai pegar ótimos preços e vilarejos de praia relativamente vazios.)

Se quiser agito, a boa é curtir janeiro em Salvador (que tem custo x benefício exxxxcelente durante todo o mês), ou os vilarejos de Morro de São Paulo, Barra Grande em Maraú, Itacaré, Pipa e Caraíva. Para sossego em plena alta temporada, pense na Rota Ecológica alagoana, em Santo André da Bahia, Cumuruxatiba, Corumbau e na ilha de Boipeba (sobretudo a vila de Moreré).

Para quem quer saber o que realmente é Punta del  Este, janeiro é a melhor época, com a badalação no ponto máximo. Reserve um carro com antecedência ( e tenha paciência para os engarrafamentos em La Barra).

No interior do Brasil, as eventuais chuvas não chegam a atrapalhar as visitas à Chapada Diamantina (onde nesta época será mais fácil se encaixar em passeios em grupo), e não são obstáculo em Foz do Iguaçu, onde a idéia é se molhar mesmo (algo que fica mais gostoso com o tempo quente do verão).

É a época do ano ideal para ir à Patagônia Austral: Ushuaia, Península Valdez, El Calafate e El Chaltén na Argentina; Punta Arenas e Torres del Paine no Chile. As temperaturas estarão mais suportáveis e todos os passeios (com exceção de observação de baleias na Península Valdez) estarão em operação.

Ótima época para ampliar seus horizontes e fazer um giro pelo México, ver as belezas da Costa Rica e do Panamá, dar um pulinho no Sudeste Asiático (incluindo praias da Tailândia!) ou na Índia sem monções, cruzar o oceano para ver as belezas da Cidade do Cabo, ir ao outro lado do mundo para curtir Austrália e Nova Zelândia sem frio.

Já se a idéia for pegar frio, programe viagens aos vilarejos alpinos de Suíça, Alemanha, Áustria, França ou Itália, ou a estações de esqui nos Estados Unidos e Canadá.

Sinal amarelo

O Caribe tem tempo firme, mas preços de alta temporada (para pegar pechinchas e sem risco de furacão, é melhor ir depois da Páscoa até julho). No início do ano o mar estará friozinho ao primeiro contato, mas muito agradável depois que você se acostuma.

Se você só tem janeiro para ir à Europa, concentre-se em capitais e grandes cidades (cidadezinhas do interior e do litoral estarão hibernando) e vá devagar, porque os dias serão mais curtos e portanto menos aproveitáveis. Em compensação, os hotéis estarão menos caros em todo o continente. Para passar menos frio, pense em Barcelona, na Andaluzia e em Portugal (Lisboa é menos chuvosa que o Porto nesta época).

Nova York vai estar gelada (pode nevar!), mas suas infinitas atrações culturais fazem da cidade um destino bacana o ano inteiro. (Se puder ir em fevereiro, vai aproveitar as tarifas menos caras de hotelaria do ano.)

Orlando tem um mês de temperaturas amenas (pode fazer um pouco de frio) e parques com menos filas; é uma boa. Já Miami vive sua alta temporada, com preços altos (e frentes frias que podem atrapalhar a praia). Em Las Vegas, espere  muito frio à noite (mas lá é fácil divertir-se em ambiente fechado). A Califórnia tem temperaturas amenas; e como a travessia San Francisco-Los Angeles não envolve descer à praia nem mesmo nos meses mais quentes, o passeio pode ser feito também no inverno.

Buenos Aires é animada em janeiro (os portenhos que ficam fazem questão de se divertir), mas sempre é bom lembrar que nesta época faz muito calor na cidade.

Também é bom estar ciente de que não há neve nos arredores de Santiago no verão. É uma boa época para combinar a capital com os Lagos Andinos.

Fernando de Noronha tem tempo bom e ilha lotada em janeiro — mas não custa avisar que o mar não estará piscininha como nas fotos que você tem na cabeça, porque é época de surf. (Para pegar mar calmo, vá entre abril e setembro; mar calmo sem risco de chuva, agosto e setembro.)

Ao escolher o Ceará, leve em consideração que em janeiro é possível começar a invernar lá em cima — você começa a pegar dias nublados e é possível chover. (Mas é comum haver sol todos os dias; as chuvas mesmo costumam vir entre março e maio.)

Santa Catarina não tem tempo totalmente firme no verão — mas é a época em que estará mais quente e propício para cair n’água na praia. Mais do que a chuva, o que atrapalha em janeiro é o trânsito, que fica infernal em Florianópolis, Bombinhas e Balneário Camboriú. A estratégia para aproveitar Santa nesta época é estar hospedado a uma distância caminhável da praia que você quer curtir. Fazer tour de praias nessa época (pelo menos na ilha e em Bombinhas) é pedir para passar boa parte do dia no engarrafamento.

Em Bonito, chuvas fracas podem fechar grutas; chuvas fortes chegam a cancelar flutuações. Por outro lado, você curtirá mais os passeios às cachoeiras e não sentirá frio ao sair dos rios.

Sinal vermelho

Machu Picchu: o verão é a estação das chuvas por lá. Pode chover em volume suficiente para impossibilitar o passeio.

Praias do Sudeste: não nos dá nenhum prazer dizer isso, mas historicamente se sabe que o verão é molhado entre Rio e São Paulo. Com sorte, podem ser só pancadas no fim do dia, mas as chuvas causam transtornos nos deslocamentos também. Fevereiro costuma ser um pouco mais seco na região.

CARNAVAL

Salvador

Quem tenta fugir dos preços altos no Brasil acaba esbarrando nos altos preços de passagens (e ao número insuficiente de assentos!) para escapar ao exterior. Em 2016 a terça-feira gorda cai dia 9 de fevereiro. A sexta-feira anterior é dia 5 de fevereiro. O domingo posterior é 14 de fevereiro.

Sinal verde

Desde que o carnaval de rua ficou tão importante quanto o do Sambódromo, o Rio de Janeiro se juntou a Salvador e Olinda na categoria cidades-carnavalescas-onde-é-impossível-fugir-do-carnaval. Só vá se quiser entrar no clima ziriguidum (quase) full-time (e se for, aproveite, que é o máximo). Já Recife permite o ir e vir da folia: o carnaval não vem a Boa Viagem, precisa ser procurado no Recife Antigo e em Olinda.

Longe da praia, os carnavais mais animadões estão nas cidades históricas de Minas — com destaque para Ouro Preto e Diamantina.

Florianópolis, nesta semana, converte-se no maior destino GLS do país.

Para fugir do muvuca e do caos do Carnaval sem sair do Brasil, sugiro a Chapada Diamantina, onde a (pouca) chuva não chega a prejudicar a viagem e será fácil se encaixar em passeios de grupo.

Uma viagem ao Chile nesta época não tem contra-indicações, porque o Carnaval não é feriado — você não terá dificuldades com comércio ou restaurantes.

Última chance para ir à Patagônia Austral (Ushuaia, Península Valdez, El Calafate e El Chaltén na Argentina; Punta Arenas e Torres del Paine no Chile) antes do fim da alta temporada (e do começo do frio mais intenso).

Apesar de ser alta temporada, o Caribe se apresenta como uma ótima alternativa às praias lotadas e caras do Brasil nesta semana. De quebra, você ainda pega um carnavalito de responsa em Cartagena e acompanha desfiles divertidos em Aruba, Curaçao e St.-Barth. (Leia sobre Cancún na seção Sinal Amarelo.)

Punta del Este volta a parecer, por uma semana, a Punta del Este de janeiro.

E se você conseguir uma passagem abordável para Nova York, pode aproveitar os bons preços de hotéis em fevereiro — a época do ano em que estão menos caros. Vá preparado para frio e talvez neve.

Sinal amarelo

A Europa igualzinha ao que estava em janeiro; dê uma olhada no tópico anterior.

Se vai a alguma praia no Brasil, recomendo que vá a uma que você já conheça, onde terá melhores condições de driblar o excesso de lotação. Não é a melhor época do ano para ser apresentado a uma praia nova — você verá mais seus defeitos do que suas qualidades. (Qual a diferença do Carnaval para o Réveillon? O Réveillon tem uma vibe diferente, e um timing mais espaçado de chegadas e partidas dos turistas.)

Em Cancún, cuidado com os estudantes americanos aproveitando o Spring Break. Eles enchem os resorts all-inclusive mais em conta, onde bebem o dia inteiro para sair calibrados para as boates. Em fevereiro e março, prefira os hotéis mais caros, os resorts isolados da Riviera Maya ou o vilarejo de Playa del Carmen.

O spring break também afeta Orlando — não sob a forma de estudantes bebuns, mas com parques bastante cheios; prepare-se para filas.

Se for a Buenos Aires, leve em conta o calor do verão e também o fato de que segunda e terça-feira são feriados em Buenos Aires, o que pode prejudicar as compras. (Fazer a travessia a Colonia del Sacramento num desses dias é um bom programa.)

Em Foz do Iguaçu, esteja preparado para parques cheios dos dois lados, já que os argentinos também aproveitam o feriadão.

Sinal vermelho
O Carnaval em Montevidéu começa em janeiro e termina uma semana antes da época; durante o nosso carnaval, os montevideanos debandam. O Mercado del Puerto abre, mas muitos restaurantes e boa parte do comércio fecham. Alugue um carro e faça bate-voltas a praias próximas, incluindo Punta de Este.

E como escrevi no tópico de janeiro, Machu Picchu não é uma boa idéia — chove um bocado nesta época. (Vá à cidade perdida inca entre maio e setembro.)

JULHO

Capri

Inverno em boa parte do Brasil, verão no Hemisfério Norte.

Sinal verde
Eu falei inverno no Brasil? Nem tanto assim. Em julho já é verão na região Norte, no Meio-Norte (Maranhão, Piauí) e no Ceará. O Centro-Oeste e Minas Gerais têm dias quentes e secos e noites agradáveis. Resultado: não falta lugar bacana para curtir o Brasil nas férias de julho.

A viagem do mês é aos Lençóis Maranhenses, uma das paisagens mais espetaculares do Brasil. Em julho, você só não verá as lagoas cheias se não tiver chovido no inverno (toc toc toc). Tendo duas ou, de preferência, três semanas, dá para estender a viagem a São Luís, Delta do Parnaíba, Barra Grande do Piauí e Jericoacoara a caminho de Fortaleza — destinos que, isoladamente, já valem a viagem nesta época.

Os destinos do Centro-Oeste costumam ficar cheios nesta época (o turismo regional é intenso), mas o Jalapão continuará vazio.

A Chapada Diamantina tem tempo seco e noites frescas (em plena Bahia!).

Aquela tão adiada viagem a Minas (Belo Horizonte, Inhotim, Ouro Preto, Tiradentes) fica redondinha em julho.

Julho é ótimo para fazer aquela sua primeira viagem à Amazônia: chove menos e as águas dos rios continuam altas, proporcionando ótimos passeios pelos igapós e igarapés. Programe aquela viagem a Belém (com Marajó), ou a Manaus (com hotel ou barco de selva).

Procurando serras menos cheias do que as de São Paulo, Rio e Rio Grande do Sul, pense em Santa Catarina (Serra do Rio do Rastro com Urubici) e Espírito Santo (Domingos Martins com Pedra Azul).

Quem quer neve no comecinho do mês deve ir direto a Ushuaia, na Argentina, onde a temporada começa mais cedo. As estações do entorno de Santiago (Valle Nevado, Farellones), assim como Portillo, também costumam abrir entre o fim de junho e o início do mês (só em anos muito azarados de pouca neve, como foi 2012, as estações abriram apenas depois do dia 10).

Se você só pode ir à Europa em janeiro ou julho e me perguntar quando é melhor, eu respondo sem piscar: julho!!! Da Europa Central para cima você não vai pegar sequer calor extremo. Julho é tudo-de-bom para ir à Suíça, Alemanha, Áustria, Reino Unido, Irlanda, Holanda, Bélgica, Escandinávia, Bálticos & Rússia e Islândia… Eu adoro Paris em julho; a cidade fica mais vivaz e descontraída (de tempos em tempos sobrevém uma onda de calor, mas é tão raro que nem acho que seja o caso de colocar na seção Sinal Amarelo).

O Caribe nesta época tem bons preços e pouca chuva. Apesar de estar oficialmente em temporada de furacões, é rarissíssimo algum chegar antes de agosto. (E sempre lembrando que Aruba, Curaçao, Barbados, Los Roques e Cartagena estão fora da rota dos furacões.)

Miami tem tempo quente (alguma chuva) e hotéis em promoção nesta época (os americanos acham muito quente). Aproveite.

Julho é ótimo também para visitar o Canadá, sem frio e com os lindos lagos do Oeste descongelados.

Dá para considerar safáris na África do Sul, no Quênia e na Tanzânia.

Na América do Sul, sem neve, ótima época para Peru e Bolívia (tempo seco e muuuuito frio).

Para aquela lua de mel exótica patrocinada pelos padrinhos, considere Polinésia Francesa, Seychelles, Maurício, Zanzibare, para todos os bolsos, Báli.

Sinal amarelo

Os destinos do Centro-Oeste são excelentes nesta época (dias secos, noites gostosas), mas esteja preparado para pousadas e atrativos cheios, sobretudo nos fins de semana. Uma boa estratégia — nos lugares próximos a capitais — é ir durante a semana, combinando com o fim de semana na capital. O lado bom de haver muita gente é que fica bem mais fácil se encaixar em passeios que exijam transporte (e que costumam ficar inviáveis fora de temporada, quando não há um mínimo de passageiros). Aproveite para ir à Chapada dos Veadeiros e Pirenópolis (combine com Brasília), Chapada dos Guimarães, Bom Jardim/Nobres e Pantanal Norte (combine com Cuiabá), Caldas Novas e Chapada das Mesas (que está no Nordeste, mas leva jeito de Brasil Central; combine com Brasília, São Luís e Lençóis Maranhenses).

(Em São Jorge, na Chapada dos Veadeiros, atente para o Encontro das Culturas Tradicionais, que acontece na segunda quinzena de julho.)

Bonito e Foz do Iguaçu são ótimos destinos para ir com crianças (em Bonito, a partir de 6 anos para poder fazer as flutuações) — mas tenha em mente que muito provavelmente a família vai encarar um friozinho. A mesma coisa no Pantanal Sul.

O único inconveniente das Serras mais procuradas está no fato de… elas serem superprocuradas. Em compensação, o inverno proporciona todas as atividades (sobretudo as gastronômicas e cobertor-de-orelhônicas) que se espera desses destinos. Veja dicas de Gramado, Campos do Jordão e Serras Fluminenses.

Oficialmente as praias da costa leste do Nordeste, do Rio Grande do Norte ao norte da Bahia, ainda estão em época de chuvas em julho. O que isso significa? Muitas possibilidades: que pode chover bastante; que pode chover rapidinho ao longo do dia; que pode chover num momento só do dia; que pode nem chover e você aproveitar dias a fio de sol. Mas se chover, não dá pra reclamar… Nessa faixa leste, a melhor aposta é o Sul da Bahia.

A costa do Sudeste é uma loteria: se não passar frente fria, você terá dias quentes (mas às vezes não tão quentes a ponto de querer entrar n’água) e noites agradabilíssimas; passando frente fria, terá tempo cinza-chumbo e frio. Em Paraty dá para aproveitar dos dos jeitos. Búzios tem sempre tempo mais seco que as praias ao sul do Rio e fica adorável nesta época, sem encher demais (mas a água do mar estará fria).

Nesta época do ano, o litoral de Santa Catarina vale não pela praia (faz muito frio), mas para ver baleias-franca e para atividades românticas em hotéis e pousadas que combinam aconchego de serra com vista para o mar (pense no chiquérrimo Ponta dos Ganchos ou nas pousadas charmosas da Praia do Rosa).

Na Europa, os destinos mais procurados do Leste ficam supercheios; nos destinos do Sul do continente, além das multidões há o calor a considerar. Em ambas regiões, junho e setembro são meses mais interessantes. Saiba, porém, que a muvuca e o calor são ainda maiores em agosto. E que, mesmo com o grande movimento e as altas temperaturas, eu ainda acho que vale muuuuuuito mais a pena ir em julho do que em janeiro. Eu não daria ouvidos aos chatos e iria, sim, para Portugal, Espanha, Itália (incluindo Toscana, Veneza, Costa Amalfitana & Capri), sul da França, Croácia, Praga, Budapeste, Grécia e Turquia nessa época, sim.

É uma boa época para viajar aos Estados Unidos. Mas vá preparado para pegar bastante calor em Nova York, calor extremo (de dia) em Las Vegas e no Grand Canyon, parques lotados em Orlando e maior possibilidade de fog na Califórnia (se for fazer a travessia São Francisco-Los Angeles pela costa, fique mais dias na estrada, para poder seguir viagem sempre próximo ao meio dia, quando o céu estará claro).

Ao escolher Bariloche como seu destino de neve na América do Sul, tente programar a viagem para a terceira ou a quarta semana do mês. A neve costuma chegar mais tarde na região, e às vezes quem vai no início do mês acaba não vendo toda a neve que gostaria de encontrar. O mês mais garantido para neve é agosto.

Sinal vermelho

Com exceção de Ushuaia, onde a existência de uma estação de esqui faz com que haja uma oferta de muitos passeios nesta época, a ida a outros destinos da Patagônia austral (Torres del Paine, El Calafate) é pouco frutífera. O baixo movimento e as temperaturas extremamente baixas fazem com que muitos passeios não sejam possíveis; as caminhadas ficam ainda mais penosas.

As monções (época de chuvas torrenciais) tornam viagens à Índia e Tailândia em julho totalmente não-recomendáveis. (No Sudeste Asiático, vá a Báli, que tem tempo bom.)

O calor extremo, por sua vez, desaconselha viajar ao Egito, ao Marrocos e a Dubai.

187 comentários

Adorei o post! Estou aqui às voltas com o carnaval, sem saber para onde vou… Pensei em Los Roques, mas com o spring break talvez não seja uma boa. Cartagena é algo a se pensar! E Chapada dos Veadeiros, será que é pouco tempo? Não devo enforcar…
No sinal amarelo de carnaval acrescentaria Jalapão! Tem risco de chuva, mas só peguei dias lindos esse ano!

    Olá, Tatiana! Não há spring break em Los Roques. Estudantes americanos não têm a menor idéia de onde fique a Venezuela. Mas é época de afluxo de venezuelanos, porque Carnaval é feriado por lá.

    É época de chuva na Chapada dos Veadeiros, e grande movimento vindo de Brasília.

´Celente guia, seu Ricardo e donas Boias!No entanto, sem querer ser chata…eu diria q Florianópolis em janeiro é vermelho arroxeado, tipo:roxo-de-raiva-do-trânsito! Just saying…

Como já passei alguns anos novos no hemisfério norte já sei que o esquema é totalmente diferente do nosso (se bem que é sempre estranho ver alguém passando o ano novo de preto rsrs). Tem uns seis anos passei um ano novo em paris que eu achei bem legal. O lugar se chamava le duplex (olhei no goolge ainda existe, mas não sei como está)e fica na av foch. Tinha um restaurante em baixo e uma boite em cima e os dois eram em um subterrâneo. Jantar legal, não era nada excepcional mas gostoso, boite animada depois da meia noite e o preço era razoável (acho que era em torno de 70 ou 80 euros por pessoa com vinho no jantar e uma taça de champagne).
Esse ano vou passar o ano novo em paris novamente e gostaria de sugestões parecidas com essa, ou seja, um lugar transadinho e animado para jantar

Muito bom! Completíssimo. Adorei mesmo.
A gente sempre lê sobre a melhor época de ir pra cada lugar, e não vá no Carnaval, Reveillon, mas a verdade é que é quando dá né!!!

Bárbaro, esse post. Eu já tenho o Calendário da VnV, que me ajuda um bocado, mas o post acrescentou um monte de dicas. Só discordo do desânimo com o Ano Novo na Europa: passei uma virada de ano em Madri e arrisco dizer que foi uma das melhores da minha vida ( e eu estava viajando sozinha). A cidade fica um delícia, com o Mercadillo de Navidad e a preparação para a Festa dos Santos Inocentes (entre 27 e 29/12, meio Carnaval, meio 1º de Abril) e com o intenso movimento das pessoas se visitando, comprando presentes e se preparando para o Dia de reis. A noite de Ano Novo na Porta do Sol é divertidíssima. Fiz um piquenique com uma família de trabalhadores equatorianos que conheci ali, na hora, super generosa, dividiu o lanche comigo (e eu dividi a garrafa de Cava com os adultos). Recomendo fortemente Madri (sempre!)

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