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Passagens aéreas: 3 erros para não cometer

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Nunca foi tão fácil comprar passagem aérea na internet. Por isso mesmo, nunca foi tão fácil cometer pequenos erros — por distração ou falta de conhecimento de macetes e pegadinhas.

3 erros para não cometer:

Passagens aéreas: 3 erros para não cometer 1

Erro 1 | Conexões desvinculadas, não!

O erro número mais comum de se cometer é comprar passagem com conexões desvinculadas.

O que é isso? Digamos que a passagem mais em conta que você achou foi Brasil-Madri. Só que o último destino da sua viagem é Roma.

Como a sua passagem é uma ponto a ponto simples Brasil-Madri-Brasil, você vai ter que voltar de Roma a Madri para pegar o vôo de volta. Para isso, você vai ter que comprar um vôo à parte.

Só que esse vôo complementar de Roma pra Madri não está vinculado ao seu vôo de Madri pro Brasil. As duas cias. aéreas não sabem do seu itinerário completo e não se responsabilizam pela conexão.

Assim, se o primeiro vôo (de Roma pra Madri) atrasar e você perder o segundo vôo (de Madri para o Brasil), nenhuma das duas cias. vai se responsabilizar pela sua hospedagem nem vai acomodar você automaticamente em outro vôo. É uma situação muito insegura, sobretudo quando o trecho ‘avulso’ é por cia. low-cost. Não se deve fazer isso nunca.

Aqui na América do Sul essa situação acontece bastante com quem vai a Cusco, mas só emite inicialmente a passagem Brasil-Lima-Brasil. Os trechos LimaCuscoLima acabam comprados à parte. E como o aeroporto de Cusco fecha por qualquer coisinha, a volta é uma tensão. Se o aeroporto de Cusco fecha, os passageiros brasileiros se dividem entre os que têm conexão vinculada no mesmo bilhete (vão passar perrengue, mas não vão precisar pagar nada extra) e os que estão com passagem a Lima avulsa e, se perderem o vôo de volta ao Brasil, vão ter que pôr a mão no bolso para reemitir a passagem de volta com multa e diferença tarifária.

Como evitar essa situação?

Compre passagens na modalidade múltiplos destinos/várias cidades

Para garantir todas as suas conexões e, de quebra, rentabilizar ao máximo a tarifa paga, compre passagens na modalidade múltiplos destinos ou várias cidades. Essa modalidade é oferecida por várias agências online e cias. aéreas.

Você compra com ida ao seu primeiro destino, e volta do seu último destino, no mesmo bilhete.

Por exemplo:

  • Trecho 1: Brasil-Madri
  • Trecho 2: Roma-Brasil

Ou:

  • Trecho 1: Brasil-Lima
  • Trecho 2: Lima-Cusco
  • Trecho 3: Cusco-Brasil

Mesmo que você tenha que fazer uma conexão, vai ser uma conexão garantida pelas cias. aéreas envolvidas, porque a sua reserva é a mesma nos dois vôos. Se um vôo atrasar, a cia. aérea vai ter que acomodar você em outro vôo e até arcar com custos de alimentação e hospedagem.

Isso custa muito mais caro do que comprar passagem só até o primeiro destino e comprar o outro trecho à parte? Na verdade, pode sair o mesmo preço. Você precisa no mínimo simular. E se for muito mais barato comprar essa outra passagem à parte, então durma uma noite na véspera no lugar onde você vai pegar o vôo de volta pra evitar esse contratempo da conexão desvinculada. Conexão desvinculada, não!

Para saber como emitir passagens aéreas na modalidade múltiplos destinos/várias cidades, leia este tutorial passo a passo.

Erro 2 | Troca de aeroporto, não!

Outro erro que se deve evitar a qualquer custo: fazer conexão que envolva trocar de aeroporto.

Às vezes a gente comete esse erro por economia, porque o sistema achou um itinerário mais barato com um vôo chegando por um aeroporto e a conexão saindo por outro. Outras vezes, isso acontece por pura desatenção. A gente não percebe que mudou o código do aeroporto na cidade da conexão.

O perrengue ocorre normalmente em três lugares no exterior: Buenos Aires, Nova York e Londres.

Mas também acontece antes do sair do Brasil, em São Paulo. Muitas cias. vendem o primeiro trecho com chegada no aeroporto central de Congonhas, com continuação saindo do aeroporto internacional de Guarulhos, a uma hora e meia (se não houver engarrafamentos) de viagem.

É preciso evitar essa situação ao máximo, porque a responsabilidade pelo transporte está na mão do passageiro. Tudo o que na conexão é automático (bagagem, check-in), na conexão com troca de aeroporto é complicado

A pior coisa numa viagem é a ida para o aeroporto — e ao fazer conexão em num segundo aeroporto, você arranja uma segunda ida para o aeroporto no meio da sua viagem!

Como evitar esse erro?

Pesquise mais — ou passe uma noite na cidade de conexão

Não aceite itinerário com troca de aeroporto. Confira como é o percurso em outras cias. aéreas. A economia não vale o trabalho e o stress, acredite.

Se não tiver outro jeito, interrompa a viagem na cidade da conexão. Passe uma noite na cidade, e no dia seguinte dirija-se normalmente ao aeroporto da conexão.

Erro 3 | Vôos muito cedo, só em último caso!

Este erro a gente comete na melhor das intenções: marcar vôos para de manhã cedíssimo.

Por que fazemos isso? Porque queremos aproveitar o dia de viagem ao máximo. Para que passar o início da manhã na cama quando podemos já estar na sala de embarque?

O problema é que essa decisão tem efeitos colaterais inesperados. O primeiro é que, ao querer ganhar o dia, a gente acaba perdendo a noite anterior. A gente dorme mal, preocupado em acordar às 3 ou 4 da manhã. Será que o táxi vai aparecer? Será que vai ter Uber?

Sim, porque um pouco antes disso a gente descobre que para ir ao aeroporto de madrugada não existe nenhum meio de transporte em conta. Ou seja: às vezes aquela economia que você fez ao escolher esse vôo cedo já vai embora no táxi que você vai ter que pegar.

Sem falar que o seu organismo sente. Quando você vai para a Europa durante a vigência do horário de verão, são 5 horas de diferença de fuso. Acordar às 3 da manhã no horário local significa acordar às 10 da noite no seu relógio biológico. É exigir demais do corpo — e abrir a porta para uma gripe ou um problema intestinal.

E se não der para evitar essa situação?

Durma num hotel próximo ao aeroporto

Caso seja incortornável — você precise mesmo pegar esse vôo cedíssimo, sem outra alternativa –, então durma num hotel próximo ao aeroporto.

Todo aeroporto que se preza tem vários hotéis nos arredores — a maioria deles, padrão 3 estrelas. E olha que prático: todos costumam oferecer transporte de/para o aeroporto para seus hóspedes.

Para você não perder nada do seu dia, faça o seguinte:

  • Faça check-out do seu hotel na cidade
  • Deixe as malas no depósito do hotel (todos farão isso de graça por você)
  • Faça todos os passeios que você tinha programado para o dia
  • Faça sua refeição noturna — jantar ou lanche — mais cedo, lá pelas 18h30/19h
  • Passe no seu hotel, retire a sua bagagem e aproveite o transporte público para o aeroporto
  • Pegue o transporte do aeroporto para o seu novo hotel, faça check-in e confira os horários de transporte durante a madrugada de volta para o aeroporto

Garanto que o vôo da madrugada vai ficar bem menos sacrificado.

Leia mais:


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319 comentários

Outra pegadinha, ou pegadaça que volta e meia captura incautos, o tal do Galeão x Santos Dumont, RJ. A gente sai todo lampeiro com destino ao Santos Dumont e é realocado para o Galeão por mais diversas razões, falta de teto é a principal delas. Aí é sufoco na certa, tempo curto, confusão para arrumar voucher, taxista dando nó, engarrafamento na linha vermelha, falta de informação, perda de bagagem.
Ninguém merece.

Olá, tentei uma simulação pelo site da Latam, na opção “várias cidades”, mas o site só disponibiliza compra, dessa forma, para data até 10 de maio. Será um erro ou é isso mesmo?

    Olá, Loanda! O site da Latam desde a unificação nunca funcionou direito. Emita por telefone, com um agente de viagem ou num site de busca de passagens.

ah, otimas dicas, eu sempre ajo assim. Com uma unica excecao: se o voo de manha cedo é extremamente mais barato, e de preferencia dentro do Brasil. Daí passo o perrengue, prometendo que nunc amais vou fazer isso.

Numa mesma viagem cometi dois erros destes e evitei um.
Comprei uma conexão vinculada São Paulo-Lima-Cusco-Lima-São Paulo, mas nosso voo de ida foi às 5 da manhã, e a gente não dormiu na madrugada do voo. Logo, nossa adaptação em Cusco foi mais lenta que poderia ser.
E na volta chegamos em Guarulhos e nosso voo para Londrina era por Congonhas. Perdemos o voo de Congonhas e tivemos de voltar de carro, o que nos deixou ainda mais exaustos. Bastou para aprender.

Sempre cometo o terceiro erro, e durante a viagem, sempre me arrependo. Mas ao voltar para casa, tendo “ganhado” um dia de viagem, fico com a impressão que valeu a pena, e assim, na próxima viagem, cometo o mesmo erro…rs

Olá Ricardo! Simplesmente demais as dicas! Detalhes importantes que farão toda a diferença na prática. Abraço!

Vale lembrar que alguns cartões de crédito oferecem seguro para atrasos de viagem, quando a passagem é paga através dele, leve sempre em consideração os adicionais oferecidos na hora da compra

Oi Ricardo, na minha experiência onde mais acontece esse risco de ter que tricar de aeroporto é em SP. Pra gente, que viaja do Rio, toda hora acontece essa “pegadinha” de voos bem
Mais baratos, que chegam em CGH quando na verdade se terá que reembarcar de GRU (ou vice versa).

Eu sei que vocês escrevem principalmente pra quem mora em SP, mas também existe esse problema dos aeroportos em SP pra quem está viajando no Brasil ou pra fora via SP. Latam e Gol costumam vender conexões em SP com troca de aeroporto, que também não é nem um pouco interessante.

    Olá, Edmon! A gente tem audiência mais ou menos proporcional no Brasil inteiro, de acordo com o tamanho das cidades. (Ou seja: a audiência no Rio é quase tão grande quanto a de São Paulo.) O Ricardo Freire já já vai mexer no texto para incluir São Paulo nas conexões problemáticas!

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