Porta da esperança: EUA poderiam liberar brasileiros de visto de entrada

vistoamericano

Durante a campanha presidencial, a candidatura Obama mencionou o estímulo ao turismo internacional na sua pauta de governo. Logo depois das eleições, Arthur Frommer especulou em sua coluna no San Francisco Chronicle (republicada no seu blog) alguns dos pontos em que o presidente Obama atuaria no turismo — entre eles, a modernização das ferrovias e a liberação dos entraves a turistas de países como o Brasil. (Eu dei essa notinha na temporada anterior do VnV.)

Pois agora o assunto voltou à baila durante a Pow Wow, uma feira privada de turismo internacional realizada esta semana em Miami.

Segundo o principal site do “trade”, o Panrotas — e confirmado hoje no caderno de turismo da Folha (link para assinantes) — o Brasil estaria na iminência de ser admitido no seleto clube dos países participantes do “visa waiver program”, cujos cidadãos não precisam de visto para fazer turismo nos Estados Unidos.

O Brasil está qualificado para o programa porque diminuiu o índice de pedidos de visto recusados à faixa de 5%; além disso, está pesando o fato de que somos o ÚNICO país, entre os dez maiores emissores de turistas aos EUA, que tem aumentado o número de visitantes, mesmo com a recente débâcle econômica.

Nesse momento de crise profunda, os brazucas podem não ser a salvação da pátria — mas da Flórida, pelo menos, seriam. Se nos liberarem da exigência de visto, vai ter mais brasileiro na Disney do que no Orkut.

Caso a medida se confirme, o Brasil vai ter que rebolar para compensar o êxodo de turistas (até porque o México acompanharia os Estados Unidos, e os brasileiros voltariam a invadir Cancún, talvez em números ainda maiores do que há 10 anos).

Isso porque a desejo reprimido do americano de visitar o Brasil é infinitamente menor do que o desejo reprimido do brasileiro de visitar os Estados Unidos.

Nesses últimos vinte anos de boom do turismo mundial, em que o Brasil burramente optou por impor uma barreira comercial à visita dos americanos (algo equivalente a impor uma barreira comercial à compra de matéria-prima brasileira pela China), vários destinos “equivalentes” se inscreveram no mapa do turista americano.

Assistimos inertes à invenção de Cancún (3 milhões de turistas estrangeiros por ano) e Punta Cana (2 mihões de turistas estrangeiros por ano) e à consolidação da Costa Rica como “o” destino verde das Américas.

No longo prazo, porém, a notícia (se confirmada…) é ótima para o turismo brasileiro também. O americano só vai realmente descobrir onde fica o Brasil depois que a gente abolir o visto e tiver mais vôos diretos. (Volto ao assunto num próximo post.)

59 comentários

Pra ser sincera eu não tenho nenhuma vontade de conhecer os EUA. Ainda não descobri nada lá que me faça ter o trabalho de tentar tirar o visto…

    Camila, um dia desses, quando eu finalmente terminar a novelinha peruana e começar a californiana, talvez eu te faça mudar de idéia… 😉

    Carla, é birra mesmo. Com tanto lugar maravilhoso pra conhecer nesse mundo, acho um desperdício perder tempo implorando pra entrar em um país, sabe? Mas também acho que é porque no fim das contas eu gosto é de história, de “coisas velhas”. 🙂

    Mesmo assim estou disposta a levar em consideração seus posts e os da Mayanne! 😉

    Menina, mas não falta história nem “coisas velhas” nos EUA, não… 😆 E essa coisa de “implorar” pra entrar também é muito superestimada – não é bem assim, não… Tem muita coisa bacana pra se ver e fazer nos EUA – mas o primeiro passo, como em qualquer outra viagem, é não esperar que os EUA sejam outra coisa que não seja os EUA… É uma viagem completamente diferente das que fazemos aqui na América do Sul, e também completamente diferente das que fazemos na Europa – mas é só diferente, não melhor nem pior… 😉

Tive o visto recusado recentemente e o sentimento é de muita frustração. O pior é que a vontade de visitar Nova York continua grande. Ah, se liberassem mesmo…

Só porque minha entrevista de visto é amanhã de “madrugada”… O pior de tudo, como disse o Pêsse, é tirar o visto e ainda ficar com receio de não passar pela alfândega! Por essas e outras, muitos adiam ao máximo á visita aos EUA…De qualquer forma, eu continuo preferindo a Europa(com visto ou sem visto) 😉

Ummmmm vai ser uma invasão mesmo!

Miami, vai parecer a Praia Grande Rsrsrsrsrsrs!!!

Oi Ric, acabei de fazer um post sobre seu post la no Hotel California. Vou ficar de olho nesse assunto por aqui. Bj

eu não quero parecer a ave de mau-agouro que sou (até pq o pelicano é tão simpático…), mas eu duvido-e-o-dó que isso aaconteça. Eu trabalho muito próximo aos líderes da comunidade brasileira aqui e eles tem dito que perderam toda e qualquer esperança de que isso seja verdade. Aliás, até onde eu sei os EUA vão tirar os visa-waivers até de alguns países da Europa.

Riq, como ficaria os destinos nacionais se realmente os EUA liberarem a entrada de brasileiros, juntando-se a queda das tarifas aéreas para os EUA por conta da liberação das bandas tarifárias e mais a cotação do dolar batendo em R$ 2,00? Temo que o tão sonhado visa waiver program possa ser presente de grego.

De ante mão já aviso que eu particularmente adoraria, pois tenho sérias restrições (antipatia) em visitar os EUA só por conta de ter que pedir por favor me deixem entrar. Mas antes que gerar emprego e renda aqui do que lá.

    Eu ia deixar um comentário aqui nos mesmos moldes do teu, então obrigada por já ter escrito 🙂

    Quando o visto não dá assim tanto trabalho, às vezes eu o encaro até positivamente. Aumentam as chances de o viajante não ser barrado e com isso aumenta também sua tranqüilidade. Por isso não implico muito com vistos que não precisam de entrevista e podem ser resolvidos à distância, com o envio de documentos e formulários pelos Correios. O viajante se organiza, envia tudo direitinho, a imigração confere e todo mundo sai ganhando.

    Mesmo assim, torço para que a notícia se confirme. No entanto, estou com a Marcie, acho muito difícil que aconteça.

    Sobre os destinos nacionais, seria (mais uma) oportunidade para uma reorganização, com redução de preços de passagens e hospedagens e aumento de qualidade e de atrações. Além disso, em um primeiro momento a não exigência de vistos poderia até aumentar o preço das passagens, em razão da procura. Isso, quem sabe, pode até impedir que a debandada seja grande (se bem que as passagens aéreas no Brasil são muito caras também).

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