Rio: 5 passeios para combinar com o MAR 1

Rio: 5 passeios para combinar com o MAR

Ilha Fiscal

Colaborou | Ricardo Freire

Conhecer o recém-inaugurado Museu de Arte do Rio, o MAR, é a desculpa perfeita para curtir outras atrações do Centro da cidade, sem pressa.

O Centro é onde boa parte dos cariocas trabalha, e também onde estão muitos lugares que contam a história do Rio. Sugerimos cinco passeios que estão a até 15 minutos de caminhada e combinam bem com uma visita ao MAR. Escolha um deles para compor um passeio de meio dia, ou dois deles para um passeio de dia inteiro.

MAR, Museu de Arte do Rio

É melhor passear durante a semana, de terça a sexta, quando as ruas estão cheias. Às segundas, o MAR não abre. O Centro fica bem deserto nos finais de semana. A melhor estação do metrô para este cantinho do Centro é a Uruguaiana.

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Logo ao lado

Mosteiro de São Bento

1 | MOSTEIRO DE SÃO BENTO

Fundado em 1590, o Mosteiro de São Bento fica no alto do morro do mesmo nome. A pequena igreja é uma das mais bonitas do Rio de Janeiro. O interior é barroco, todo de madeira entalhada, com quase três séculos desde que foi aplicado. Abre todos os dias, das 7 às 18h. Quem quiser, pode também assistir à missa ou aos ofícios. Os horários estão no site.

2 | MORRO DA CONCEIÇÃO

Bar Imaculada, Morro da Conceição

Ladeira João Homem, Morro da ConceiçãoLadeira João Homem, Morro da Conceição

O Morro da Conceição é uma graça de lugar. Fica pertinho do MAR: é só atravessar a rua, passar pelo pequeno camelódromo da Travessa do Liceu e subir uns poucos degraus. Pronto: aí está a Ladeira João Homem. Logo no comecinho dela fica o Imaculada, um bar simpaticíssimo com uma caipirinha de cachaça artesanal que é uma verdadeira maravilha. A minha ainda veio com chorinho em duas doses.

Bar Imaculada

Dá para petiscar, e para almoçar também; o bar tem três opções de pratos executivos bem caseiros de segunda a sexta, e também abre aos sábados.

Morro da Conceição

Morro da Conceição


O passeio segue rua acima (a subida é pequena, prometo). Casinhas coloridas, ateliês, crianças brincando e muita tranqüilidade. O morro é o Rio com jeitinho de antigamente.

Jardim Suspenso do Valongo

Cais do Valongo


Lá estão a Fortaleza da Conceição (marcar visitas pelo telefone), o Jardim Suspenso do Valongo (cenografado, mas muito bonito, ainda assim) e a Pedra do Sal, para quem quiser aproveitar o passeio para mais tarde cair no samba (às sextas, de graça; às segundas também tem, mas o MAR não abre). Logo ali perto, o Cais do Valongo, recuperado durante as obras da zona portuária, é a memória dolorida do local por onde passaram mais de 500 mil escravos vindos da África.

10 a 15 minutos caminhando

Confeitaria ColomboConfeitaria Colombo


3 | CIRCUITO DAS CONFEITARIAS

A centenária Confeitaria Colombona rua Gonçalves Dias, é a mais famosa do Rio de Janeiro. No segundo andar há um restaurante, mas vale mais a pena ficar no térreo, vendo o movimento, namorando as vitrines e brincando de volta ao passado no imponente salão. Ali estão as latas de biscoito que não mudaram nada desde quando nossas avós compravam, e delícias que não vemos mais nos cardápios por aí, como a coxa creme — uma coxinha recheada com a perna inteira da galinha, com osso e tudo.

Há, muito perto dali, outras duas confeitarias que também valem a visita. A Manon, na rua do Ouvidor, com doces de nomes divertidos como Marta Rocha, Maracanã e Camisola de Banana. Por lá, o maior sucesso é o pão doce Madrilenho, com creme de confeiteiro, goiabada e açúcar por cima. E a Casa Cavé, na rua Sete de Setembro, a mais antiga confeitaria do Rio, inaugurada em 1860. Confesso ser a Cavé a minha favorita: os salgados são uma delícia, e tem mais doces com ovos do que as duas concorrentes.

Todas abrem de segunda a sexta. Aos sábados, a Cavé abre até as 13h, a Manon, até as 15h, e a Colombo, até as 17h.

Real Gabinete Portuguez de LeituraReal Gabinete Portuguez de Leitura

Bônus pós-confeitarias: dar um pulinho no Real Gabinete Português de Leitura, que tem obras raras do século XVI, o maior acervo de livros portugueses fora de Portugal e prateleiras a perder de vista (que parecem saídas de um filme do Harry Potter). Abre de segunda a sexta das 9h às 18h. Entrada gratuita.

4 | CIRCUITO DOS MUSEUS E BOTECOS

CCBBCasa França BrasilArco do Teles


Ir ao Centro Cultural Banco do Brasil (mais conhecido pelas iniciais CCBB) é sempre um bom programa. O museu costuma receber exposições de artistas de peso e fica em um prédio lindo de 1880. Funciona de 9h às 21h (fecha apenas às terças) e é de graça. Veja no site a programação atual.

Dá para passar o dia imerso em arte, completando o tour com um passeio pelo Centro Cultural dos Correios e pela Casa França-Brasil, que ficam bem ao lado, ou pelo Paço Imperial, uma vez sede do Império e hoje um museu em um prédio colonial tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional.

Depois de tanto bater perna, nada mais justo do que uma cervejinha em algum dos muitos bares entre os fundos do museu e o Arco do Teles. Simpatizo com o Antigamente, onde já provei uns pastéis gostosos, e com o Toca do Baiacu, o bar vizinho, que tem mais jeito de botequim.

(Também dá para aproveitar para um Momento Compras: ali do ladinho, na Primeiro de Março nº 16, fica a loja histórica da Casa Granado, onde você encontra todos os produtos da marca com charme de época. Abre de segunda a sexta até as 20h e sábado até as 14h.)

5 | ILHA FISCAL

Chegando de escunaIlha Fiscal

Inaugurado no fim de abril de 1889, este castelinho neogótico nunca imaginou que ia ficar célebre pelo último baile do Império. Hoje o conjunto esverdeado da Ilha Fiscal é a última visão do passageiro da Ponte Aérea antes de aterrissar no Santos Dumont. De quinta a domingo é possível visitar o complexo — um passeio bem organizado e bastante lúdico. Nos dias sem chuva, o trajeto do píer até a Ilha Fiscal é feito de escuna (com direito a circunavegação completa da ilhota antes de atracar). A visita ao castelinho é guiada; alguns salões são decorados com móveis e objetos de época. Os detalhes mais bonitos são o brasão imperial desenhado por Debret e os vitrais. O passeio só acontece de quinta a domingo, em três horários: 12h30, 14h e 15h30. Os ingressos começam a ser vendidos no Museu Naval (Dom Manuel 15, Praça XV) às 11h do mesmo dia e custam R$ 25 para adultos e R$ 12 para menores de 12 e maiores de 60 anos.

O centro carioca visto da Ilha Fiscal

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24 comentários

Gostei muito do post. Muito Bom e nos convida a fazer o roteiro sugerido.
Mas, fica a pergunta de quem vive em uma cidade, cujo centro está cheio de grupos de meninos moradores de rua armados com facas e pedras: como fica a segurança no circuito MAR e Morro da Conceição?
Adoraria fazê-lo, mas confesso que tenho medo!!
Abraços fraternos

Olá!
Não tenho certeza, mas, acho que a Cavé fechou!
Fica o toque!
Abraços,
Vladimir.

    Olá, Vladimir, por acaso estive ontem na Cavé, pois é perto do meu trabalho, e continua aberta com os deliciosos doces portugueses.Confeitaria imperdível para quem vai ao Centro do Rio.

Pra quem foi até o Paço Imperial, gosta de museu e tem disposição, recomendo o Museu Histórico-Nacional. Foi a casa da família real enquanto a Quinta da Boa Vista não ficava pronta e tem muita história. Curti bastante.

Faltou comentar que a igreja do Mosteiro de São Bento está em obras para reforma da nave, o que prejudica muito a sua visitação. O maximo que se consegue é vê-la de fora e ver o altar, que foi restaurado primeiro. Importante saber para evitar frustrações, porque a igreja em si está cheia de andaimes.
Parabéns pelos roteiros! Sempre importante incentivar!

Nossa! Sem palavras pra esse roteiro! Quero fazer o quanto antes! Meus parabéns a quem fez, e ao site. Meus sinceros agradecimentos.

Fui ao MAR,nessa quarta feira chuvosa e combinei com aLadeira da Conceição(sugestão 2).Foi melhor do que minha expectativa.segui seu roteiro,almoçamos no bar Imaculada,subimos a ladeira,calibrados com a deliciosa caipirinha e acompanhados da garoa.visitamos tudo que foi mencionado no post e até expandimos o o passeio e exploramos os arredores da rua Sacadura Cabral,barão de Tefé,Camerino(visitamos o armazém da ação da cidadania e o espaço que mostra o projeto do Porto Msravilha.Um Rio que não conhecíamos!Minha família adorou.

Fui no MAR nessa última viagem ao Rio, mas fui num sábado, achei bacana (só rolou um episódio chato com a bolsa de fraldas do meu filho, que os funcionários resolveram aplicar uma regra sem pé nem cabeça, ai ai). Até que estava bem movimentado pra final de semana. Fui ao Mosteiro de São Bento em um outro dia, mas quero muito voltar pra ir a missa deles em latim com canto gregoriano (10h da manhã de domingo)!

Rick,

além da escuna da Ilha Fiscal tem um passeio muito bom (e barato) saindo do cais da Marinha: o rebocador Laurindo Pitta, que dá uma volta pela Baía da Guanabara. Ele sai margeando o Santos Dumont, vai pelo Aterro até a Urca, passa ao lado do Pão de Açúcar, cruza a boca da Baía (onde tem um forte bem antigo), passa pelo ‘cogumelo’ de Niemeyer… É interessante porque vemos o Rio de um ângulo não muito comum. (https://www.mar.mil.br/dphdm/pitta/pitta_passeio.htm)

E logo atrás do CCBB e dos Correios, tem a rua do Rosário com bares deliciosos para o fim de tarde. É minha parada obrigatória quando vou ao Rio.

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