Torres del Paine pelo Circuito W: o relato andarilho da Marina
Marina e Otavio, seu namorado, decidiram passar o Réveillon em Torres del Paine, no Chile. Por 7 dias entre o finzinho de dezembro e o início de janeiro eles se dedicaram a caminhar em Torres del Paine pelo Circuito W, o mais cobiçado pelos andarilhos. A jornada, na verdade, começou vários meses antes, com a compra das passagens e a preparação para os trekkings (tanto no lado físico quanto no material, com compras específicas para encarar as andanças e os acampamentos). Eles leram bastante sobre as trilhas, o parque e a prática de trekking (a Marina não é sedentária, mas também não era acostumada com trekking – o único que havia feito até então foi subir o Pico da Bandeira, e achou supercansativo).
O relato da Marina é a primeira viagem andarilha e supereconômica por Torres del Paine publicada aqui no Viaje na Viagem. Bote a mochila nas costas, prepare o fôlego e vai pela Marina!
Torres del Paine pelo Circuito W
Texto e fotos | Marina Heringer e Otavio Aguiar
Nosso voo saiu de Belo Horizonte e tivemos um longo dia de viagem até nosso destino final. Como fomos em altíssima temporada as passagens foram mais caras do que o normal, mas pesquisando bem e viajando fora de temporada pode-se achar preços bem melhores. Compramos passagens com a Gol, de Belo Horizonte a Santiago, com escala em São Paulo. Separadamente pegamos voos da Sky Airlines de Santiago a Punta Arenas, com escala em Puerto Montt.
De Punta Arenas pegamos um táxi do aeroporto até o terminal de ônibus e de lá um bus para Puerto Natales. São mais 3h até a rodoviária de Puerto Natales. Nos hospedamos lá por uma noite e no dia seguinte partimos para Torres del Paine (3h até Pudeto). Ao descrever meu dia a dia explicarei melhor a parte do transporte.
De BH a Punta Arenas
Saímos de Belo Horizonte às 21h, rumo a São Paulo, pela Gol. Nossa escala era rapidinha e 0h05 saiu nosso voo para Santiago. Lembre-se que o horário do Chile é 1h atrasado em relação a Brasília durante o nosso horário de verão. Após 3h30 de voo chegamos a Santiago, de madrugada. Dormimos no aeroporto mesmo. Achei bem tranquilo: no 1º andar do aeroporto tem umas cadeiras acolchoadas e dormi sem problema nenhum. Acordamos, lanchamos e fomos trocar nosso dinheiro no aeroporto mesmo. Fora de Santiago, não achamos cotação melhor para reais.
Nota do Riq: para fora de Santiago, o ideal é levar dólares. No centro de Santiago seria possível trocar reais entre 185 e 190 pesos chilenos, na época. E para quem quiser pernoitar em cama, existem hotéis junto ao aeroporto: o Holiday Inn Express fica em frente; o novinho Hilton Garden Inn e o econômico Diego de Almagro Express ficam pertinho e oferecem transporte).
Nosso voo saiu às 11h30, com duração de 1h45 até Puerto Montt (uma escala de 40 minutos em que não descemos do avião) e mais 2h até Punta Arenas. A SKY Airlines é uma companhia bem mediana. Os bancos são menores que o normal, reclinam quase nada e eles não servem – nem vendem – comida! A gente morreu de fome durante o voo. A comissária disse que está previsto iniciar venda de lanche a bordo em breve, mas não é bom contar com isso, lembre de comer antes de embarcar. Chegando a Punta Arenas comemos um sanduíche no aeroporto mesmo pois estávamos com muita fome, mas as opções são poucas e bem caras.
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De Punta Arenas pegamos um táxi do aeroporto até o terminal e de lá um ônibus para Puerto Natales. Procurei muuito antes de ir um ônibus que pegasse a gente no aeroporto e fosse para Punta Arenas, e o que descobri é o seguinte: a Bus-Sur tem parada no aeroporto, mas você só pode embarcar lá se comprar sua passagem com antecedência pela internet. Mandei vários e-mails e liguei diversas vezes tentando comprar, mas não consegui, é muito complicado! Mas naquela confusão de aeroporto encontrei uma chinesa que estava com o mesmo problema que a gente e dividimos um táxi até a estação do Bus-Sur. O percurso dura aproximadamente 20 minutos. As vans fazem o mesmo trajeto e saem com bastante frequência.. Se tiver com mais gente, vale a pena dividir um táxi, ou então achar um mochileiro com o mesmo destino que o seu (são quase todos!).
Chegamos à estação do Bus-Sur em cima da hora de sair o ônibus, compramos a passagem e embarcamos. Há outras empresas que fazem esse trajeto, todas com a mesma tarifa. Os horários podem ser conferidos nos sites das companhias (Bus-Sur e Buses Fernández).
A viagem Punta Arenas – Puerto Natales dura 3h e a paisagem é incrível! Chegamos em Puerto Natales às 20h, com frio e fome. Pegamos um táxi até o hostel (a tarifa de táxi em PN é fixa). Ficamos no Hostal Morocha. O hostel é uma casa pequena, gerenciada por uma suíça super simpática. Os quartos, apesar de pequenos, são bem aconchegantes e limpinhos. O banheiro é grande e a ducha é ótima! O único porém é a localização, mas como a cidade é pequena não prejudica muito (está a 5/10 minutos a pé do centro). Deixamos as malas no hostel e fomos procurar um restaurante. Tudo é bem caro no sul do Chile: o lugar que escolhemos era simples, pegamos as opções mais baratas do cardápio e mesmo assim a conta deu 100 reais no câmbio que tínhamos feito. Voltamos mortos e dormimos ainda na luz do dia.
Acompanhe o trekking por este mapa oficial (amplie para detalhes)
Paine Grande
Após uma ótima noite de sono (e um café da manhã delicioso e com bastante variedade no hostel), fomos para a cidade fazer as compras finais. Pegamos gás para o fogareiro (levamos dois, mas o primeiro só acabou no último dia, quase dava pra ter levado só um), frutas secas (Loja Itahue) e passamos no supermercado para comprar os alimentos. Organizamos o mochilão e deixamos nossa mala no hostel em que ficaríamos após voltar de Torres del Paine (o Hostal Morocha não tinha disponibilidade em janeiro). Comemos nossa última refeição antes do trekking no Restaurante El Bote, que é simples mas gostoso. De lá pegamos um táxi e fomos para a rodoviária.
Chegamos em cima da hora da saída dos ônibus – várias empresas fazem o percurso a Torres del Paine, e todas saem nos mesmos horários (7h30 ou 14h30) e têm o mesmo preço. Devido à grande oferta de ônibus, não se preocupe em comprar a passagem antes. A viagem até o parque tem uma paisagem lindíssima, com muitas ovelhas e alpacas, e dura cerca de duas horas até Laguna Amarga, onde os ônibus param e todos descem para comprar o ingresso (21.000 pesos chilenos – você precisa apresentar o papel que ganha na alfândega quando entra no país) e assistir a uma breve instrução sobre as regras do parque. Nesse ponto, quase todo mundo desce para pegar o transporte para o Hotel Las Torres, mas como iríamos fazer o Circuito W invertido, continuamos por mais uma hora no ônibus até Pudeto. Lá pegamos o catamarã até o Refugio Paine Grande, nossa primeira parada para fazer Torres del Paine pelo circuito W.
No acampamento fomos direto para o check-in. Nessa noite o Refugio Paine Grande — um lodge básico, como os que existem em vários pontos do parque — não tinha mais vaga (tentamos reservar com meses de antecedência mas não conseguimos), então fomos de barraca mesmo, para a área de camping do refúgio.
Alugamos tudo deles (o que também precisa ser reservado com antecedência): barraca, saco de dormir e colchão. Não é barato alugar com eles, mas a praticidade contou muito na decisão e não nos arrependemos. Alugar direto nos acampamentos proporciona a imensa vantagem de não precisar carregar tanto peso, nem volume, durante as caminhadas, além de que os equipamentos são de alta qualidade e a barraca já vem armada. Não passamos nada de frio durante a noite: a qualidade dos materiais realmente conta muito nessas horas. Depois de instalados fomos comer: sopa de tomate, miojo e vinho (levamos uma garrafa para as duas primeiras noites pois não íamos precisar carregar o mochilão nesses dias). Em todos os acampamentos há um lugar específico para cozinhar – é proibido acender fogo fora dessas áreas.
Primeiro dia de caminhada: Paine Grande – Refúgio Grey
Acordamos cedo, tomamos um café da manhã reforçado (pão com queijo e peito de peru, chá e pêssego) e preparamos nosso sanduíche para comer no almoço (cream cheese e atum). A mochila de ataque tinha só a comida necessária para o dia, equipamentos fotográficos e acessórios de frio (gorro e cachecol). Começamos a andar por volta de 8h30 e em uma hora de caminhada tranquila, com pouca subida, chegamos à Laguna los Patos. De lá andamos mais um pouco e paramos para um lanche (barra de cereal e frutas secas).
Depois de duas horas de caminhada chegamos ao Mirador Grey. É um lugar espetacular, com vista incrível! Ficamos mais de 30 minutos lá admirando a beleza e tirando muitas fotos. Seguimos viagem até o Refúgio Grey, onde chegamos após duas horas de caminhada com muita descida e alguns trechos difíceis (muitas pedras e córregos). Nosso ritmo de caminhada era bem tranquilo, íamos no nosso tempo e parando muito para fotos – a maioria das pessoas faz o percurso em menos tempo. Chegamos bem cansados e comemos o sanduíche de atum com suco e biscoito. Ficamos mais de duas horas no acampamento descansando e iniciamos nosso percurso de volta.
Apesar das subidas, em pouco mais de uma hora chegamos ao mirador, mas fomos andando em um ritmo bem acelerado, sem pausas. Paramos apenas por meia hora para descansar e seguimos por mais duas horas de trilha até o Refúgio Grey. Nessa noite dormimos ali mesmo. Jantamos (arroz, salsicha de frango e miojo) e tomamos o resto do vinho. Conversamos com um casal sul africano e um espanhol, os quais encontramos algumas vezes mais nos outros dias. Eles estavam fazendo o circuito “O”, e como nevou na noite do Natal eles interditaram alguns trechos do circuito, então eles tiveram que voltar e continuaram no circuito W mesmo.
Como estávamos hospedados no Refugio podíamos tomar banho lá mesmo. Quando fui tomar o meu, havia uma fila de 4 mulheres e só 3 chuveiros para o lugar inteiro! Peguei minhas coisas e fui para o banheiro do camping. Em pouco tempo vagou um chuveiro – muito bom! – com água quente e forte. O box é de um tamanho bom também, apesar de ser preciso fazer um malabarismo para trocar de roupa sem deixar nada encostar no chão. O banheiro estava limpinho quando fui: eles limpam com bastante frequência. O Otavio tomou banho no banheiro de Refúgio e disse que o chuveiro era bom também.
As tomadas para carregar as máquinas foram um motivo de bastante preocupação antes da viagem, o que nos levou a comprar algumas baterias extras. Nos acampamentos realmente é mais complicado para utilizar tomadas, mas nos refúgios não tivemos problemas. Nos corredores do Refúgio Grey existem algumas tomadas, e quase todas estavam vazias. Foi possível guardar nossos mochilões num “luggage room” dentro do Refúgio. Quem está acampando só pode deixar suas mochilas numa varandinha.
A vista do Refúgio Grey é basicamente a mesma do Mirador Grey — só um pouco mais próxima da geleira. Achei que não valeu a pena o esforço a mais — daria para ter ido de Paine Grande só até a metade do caminho, ao Mirador, para então retornar ao Paine Grande (em vez de seguir até o Refugio Grey).
Refúgio Grey – Mirador Britânico – Domos Francés
No dia seguinte começamos nossa caminhada às 10h, rumo ao acampamento italiano (dessa vez com a mochila nas costas!). O caminho é cheio de cachoeiras e pontes, bem lindo. No final do percurso há uma parte queimada do incêndio que aconteceu no parque em dezembro de 2011. Chegamos por volta de 13h no acampamento italiano — uma área de camping gratuita, que não requer reservas — com nosso ritmo de caminhada tranquilo. Como havia lugar para cozinhar resolvemos almoçar lá mesmo, comemos macarrão com molho de tomate com carne moída (compramos o potinho de molho pronto no supermercado) e ainda acrescentamos atum.
Às 14h, devidamente alimentados, deixamos nossos mochilões (protegidos da chuva) no acampamento e iniciamos a subida rumo ao Mirador Britânico. O caminho inteiro é lindo, mas com muitas pedras e subida. Em 1h40 chegamos ao Mirador Valle del Francés, que tem uma vista espetacular dos lagos! Ficamos um tempo sentados lá admirando a paisagem, observando as avalanches (na montanha em frente, de tempos em tempos acontecem pequenas avalanches: primeiro um barulho parecido com um trovão e aí o gelo caindo) e fazendo um lanchinho.
Às 16h iniciamos a caminhada para o Mirador Britânico e chegamos às 17h45. O caminho todo é lindo e bem tranquilo, passando por dentro da mata. No meio do trajeto, antes de chegar ao acampamento britânico, há um “deserto de pedras”, um lugar bem bonito. A chegada ao Mirador Britânico é um pouco difícil – nos últimos metros tem bastante subida, é uma escalada em pedras para chegar ao topo. A vista é linda, mas faz bastante frio! Descansamos um pouco e iniciamos a descida até o acampamento italiano, o que durou cerca de três horas.
Chegamos ao acampamento completamente destruídos, mortos de fome e com frio. Jantamos lá mesmo (arroz, salsicha e miojo) e com muita dor e cansaço pegamos os mochilões e fomos até o Domos Francés, onde iríamos dormir. São 2 km de distância, que levamos 30 minutos para percorrer, chegando bem na hora em que começou a escurecer. O lugar é muito bonito, à beira de um lago, e com bastante gente animada. Dormimos nos “domos”, um quarto bastante interessante e bem estruturado. Cada domo tem 4 beliches, com abajur e tomadas individuais em cada cama! Além disso, há dois banheiros em cada domo, e são bem limpos. Tomamos nosso banho e fomos comemorar o Ano Novo. Estávamos tão cansados que só tomamos uma cerveja, esperamos dar o horário do Ano Novo no Brasil e fomos dormir.
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Domo Francés – El Chileno
Acordamos ainda cansados e com muitas dores no corpo. O check-out era às 9h30 (como em todos os refúgios), mas conversamos para ficar um pouquinho mais. Arrumamos as coisas, comemos e partimos às 11h. Caminhamos por duas horas até Los Cuernos, que é bem arrumado e bonito (tem uma praia de pedra em frente). Lá é o maior de todos, com acampamento, refúgios, chalés e até domos. Paramos um tempo ali para descansar e almoçar (arroz com atum e frutas secas).
Às 14h demos início à caminhada até El Chileno. Apesar das paisagens lindas esse trecho parecia eterno! Juntou o cansaço acumulado, com mochilão pesado e muita subida. Demoramos seis horas de Los Cuernos até El Chileno, com muitas pausas para fotos e descanso. Chegando a El Chileno a paisagem é maravilhosa!
O El Chileno é o local mais animado de todos, tem muita gente e muitos jovens. Lá tem Refugio e acampamento. Ficamos no Refugio, num quarto de 8 pessoas. O banheiro era no corredor para todos os quartos e a ducha era bem ruim. A única tomada que achei era no saguão principal, e tinham 3 tomadas para todo mundo dividir, era bem disputado. Ah, lá é o único lugar com wi-fi, mas é beeem caro. A cozinha para o acampamento era grande, mas imunda, bem suja mesmo. Achei interessante que lá tem uma cestinha para deixar as comidas que sobraram ao invés de jogar fora. Deixamos lá nosso botijão, já que era nosso último dia, e pegamos um pacote fechadinho de torrada. Jantamos sopa e macarrão com molho de tomate e carne e fomos dormir.
Base das Torres
No nosso último dia no parque, iniciamos a subida por volta de 10h, rumo ao ponto mais aguardado do circuito. O percurso até o topo durou duas horas e foi o mais tranquilo de todos – tem muita subida no final mas fomos devagarzinho e sem estresse. Chegando lá, tivemos duas ótimas surpresas: a primeira é que as torres estavam lindas e esperando para serem admiradas e fotografadas; a segunda é que assim que acabamos as fotos, começou a nevar!! Apesar do frio (foi o dia mais frio da viagem) foi tudo lindo. A descida durou o mesmo tempo (a maioria das pessoas desce mais rápido do que sobe, mas fomos bem devagar com medo de machucar os joelhos). Paramos no acampamento só para pegar os mochilões, descansar e iniciamos o último trecho da viagem, do El Chileno até o Hotel Las Torres.
Mais da metade desse percurso é uma pequena trilha com um abismo ao lado, e bem nesse trecho pegamos uma ventania muito forte. O vento me derrubou com mochilão e tudo, então, apesar de estar soprando do lado contrário do abismo resolvemos esperar ele passar um pouco antes de continuar a descida. Ficamos sentados, agarrados a uma pedra, por uns 5 minutos, até que melhorasse um pouco. Esse trecho foi o único em que usei óculos escuros, pois o vento carregava muita areia. A descida demorou duas horas.
Chegamos mortos, mas super satisfeitos! Comemos uma pizza no hotel mesmo, que era bem gostosa e bem servida e esperamos o transfer, que passou às 19h30. O transporte nos deixou na portaria Laguna Amarga, onde todos os ônibus estavam esperando para voltar para Puerto Natales. De Laguna Amarga até a rodoviária de Puerto Natales são aproximadamente duas horas. Ali, pegamos um táxi e fomos direto para o hotel tomar banho e dormir!
Ficamos no Hostal Amerindia. O quarto é gigante, cama e banheiro superconfortáveis. O hotel é muito bem localizado. O café da manha é gostoso, mas simples, com poucas opções. As funcionárias são muito pouco simpáticas.
Experimente o restaurante “Mesita Grande” (tanto em Puerto Natales quanto em Punta Arenas), uma casa italiana com massa e salada. É um dos mais baratos e vive cheio. O suco e o sorvete de framboesa são uma delícia.
Os dois dias seguintes ao trekking passamos descansando em Puerto Natales e Punta Arenas, preparando nossa volta ao Brasil.
Balanço final
Bom, a viagem foi incrível e as paisagens muito mais bonitas do que esperávamos e do que é possível retratar em fotos. Apesar de relativamente caro (no final deu aproximadamente R$ 5.000 para cada um), valeu cada centavo e esforço!
A lista de coisas que a Marina comprou antes de ir:
- Bota impermeável Timberland
- Meias e calça de trekking
- Fogareiro e kit cozinha (panelas, copo e talheres)
- Lanterna (quase não utilizamos, pois o dia dura muito tempo no verão, mas foi necessário para ajudar a procurar as coisas na mochila nos quartos do refúgio e na barraca)
- Garrafa para água
- Comidas (liofilizada e Vapza) – detalhes mais adiante
- Algumas coisas já tínhamos, mas não se esqueçam de levar: canivete, mochilão (marca boa, anatômico) com capa impermeável, casaco e acessórios de frio. Óculos escuro eu levei mas quase não usei, não tenho o hábito, mas para que tem fotossensibilidade pode ser útil, além de proteger em ventanias.
- Na mala, levei uma calça legging, um short e uma calça de trekking. Colocava sempre ou a legging ou o short por baixo da calça e, dependendo do clima, tirava a calça. Mesmo nos dias mais gelados não senti frio só com a legging, pois meus pés estavam aquecidos (bota e meia térmica). Levei, ainda, pijama, uma blusa para cada dia, um único casaco e só. Levei apenas 3 meias, mas no final achei que devia ter levado 4, uma para cada dia. Dos acessórios de frio tinha um cachecol, uma touca, uma headband e luvas (só precisei usá-las no dia das torres, que nevava e ventava bastante). No final da viagem acho que o meu saldo foi mais de calor do que de frio, mas como dizem o clima lá é muito instável, tem que estar preparado para tudo.
Dicas preciosas da Marina
- Amacie a bota antes da viagem. Sugiro fazer pequenas trilhas com a bota para se acostumar com ela no pé, mas se não der, ande pela cidade mesmo.
- Compre/alugue “trekking poles”, aqueles bastões que ajudam a equilibrar na hora da caminhada. Li um pouco sobre eles mas acabamos deixando pra lá e fomos sem: nos arrependemos muito! Todo dia antes de começar a andar íamos no mato e procurávamos um pedaço de madeira para fazer esse papel, e já ajudava bastante pra manter a estabilidade.
- Não tive problema nenhum com o clima, dei sorte! O que mais incomodava durante as trilhas era o vento gelado no ouvido, apesar do calor por estar andando. Para resolver esse problema usei bastante a minha headband, pois tampa o vento da orelha mas não deixa a cabeça suando como acontece com a touquinha.
- Toalhas de camping não são extremamente necessárias, mas ajudam bastante pois são leves, ocupam pouco espaço e secam rápido.
- Leve chinelos! Eles são extremamente úteis não só para o banho mas para descansar o pé da bota. Até nas paradas durante a trilha eu tirava a bota e substituía pelo chinelo por algum tempo.
- Abuse do protetor solar e chapéu/boné. O buraco da camada de ozônio está bem em cima da Patagônia e a radiação é bem alta.
- Em Puerto Natales passe pela loja Itahue (Rua Esmeralda, 455 B), que vende frutas secas e amendoim. Recomendo o morango e a banana, são uma delícia e ótimos snacks para os dias de caminhada.
Clima
As mudanças bruscas e extremas no clima patagônico são bem conhecidas, mas vou falar apenas da minha experiência. Peguei sol todos os dias e fazia bastante calor durante as caminhadas. De dia só colocava o casaco quando estava em pontos muito altos e com vento, ficava só com blusinha mesmo. De noite fazia frio, mas nada que um casaco não resolvesse. Para mim, os lugares mais frios foram no acampamento italiano e na base das torres.
O vento pode ser bem intenso no parque, e ele é sempre gelado. Pegamos vento bem forte em um dos percursos e ele vinha carregado de areia, o que impossibilitava a continuidade da trilha.
A duração do dia é algo que confundia muito a gente, é bom sempre andar com relógio para não perder a noção do tempo. No verão o sol nascia por volta de 5 da manhã (sei de ouvir relatos, pois não presenciei o nascer do sol em nenhum dia) e o dia ficava claro até as 23h!
Alimentação
O que iríamos comer durante os dias do trekking de Torres del Paine pelo Circuito W foi algo que me deixou bastante preocupada e ansiosa. Ainda no Brasil experimentei diversos tipos de comida mas nada me agradou muito. Experimentei as comidas liofilizadas e achei MUITO ruim, a consistência é horrível e tem gosto de ração, não achei uma boa levar para o parque. Os alimentos da Vapza são bem melhores, mas mesmo assim achei um pouco pesados, muito salgados.
Resolvemos então arriscar e deixar para comprar tudo no supermercado de Puerto Natales mesmo, com exceção do arroz em saquinhos, atum e do caldo Knorr que levamos do Brasil. No final das contas comemos superbem todos os dias! Todo dia a gente tomava um café da manhã reforçado e jantávamos muito bem. Na hora do almoço ou comíamos um sanduíche ou cozinhávamos, dependendo de onde estávamos. Durante o dia ainda comíamos snacks durante as pausas: frutas secas, barrinha de cereal, biscoito.
Nos refúgios existe a opção de fazer as refeições no restaurante, o que é mais cômodo e deixa a mochila mais leve, mas é caro. Além disso, os refúgios têm um mini market que vende alimentos e acessórios básicos.
Espero ter ajudado. Qualquer dúvida, podem me perguntar que estarei à disposição.
Certeza que você ajudou e também inspirou outros viajantes, Marina! Obrigado pelo detalhado relato!
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26 comentários
amei o post, obrigada.
poderia colocar um resumo de ode dormiram por dia, por favor?
na 2a noite não entendi se dormiram no refúgio Grey pq falaram q foram mas q voltaram mas dps que dormiram lá…
fizeram as 3 pontes lá no Grey tb?
Obrigada
Olá, Karen! Infelizmente é difícil que a autora volte para ler esta mensagem.