#VnVBrasil | Pamonha (minha crônica no Divirta-se do Estadão)
Desembarquei no aeroporto de Goiânia tendo pela frente um longo (e calculado) intervalo até a hora de saida do meu ônibus. (Naquele dia não havia vôos diretos ao meu destino, Caldas Novas.)
Planejei passar esse tempo trabalhando no conforto do aeroporto – e não na balbúrdia da rodoviária. O aeroporto se revelou bem mais acanhado do que eu esperava, mas estava sossegado, e era o que importava.
Com o escritório instalado na praça de alimentação, resolvi dar um toque exótico ao momento: pedi uma pamonha. A primeira pamonha salgada (ou “de sal”, como preferem os goianos) da minha vida.
Quando a dita chegou à mesa, no prato, enclausurada praticamente a vácuo na sua palha e acompanhada de garfo e faca, fiquei sem ação. Como se abre uma pamonha no prato usando garfo e faca?
Acredito que seja uma questão de estirpe – uma habilidade que vem de berço, como destrinchar lagosta. Felizmente estava todo mundo vendo o Globo Esporte e não passei tanta vergonha assim. Veredicto: vale o esforço; e não importa o gosto que uma pamonha doce possa ter, a salgada é melhor.
Faltando uma hora e meia para o ônibus sair, fui para o ponto de táxi. Entrei, disse para onde ia, e só relaxei quando o motorista ligou o taxímetro.
Dezessete reais e cinqüenta centavos mais tarde, o táxi passava pela guarita do Shopping Araguaia. “Moço, eu queria ir pra rodoviária, não era pro shopping não!”. Mas o taxista não estava me engambelando. A rodoviária de Goiânia fica, sim, num shopping. E é muitíssimo mais civilizada do que o aeroporto. Eu poderia tranqüilamente ter ido direto para lá trabalhar e comer todas as pamonhas salgadas que quisesse.
Achei num triz o guichê para retirar as passagens para Caldas Novas que tinha comprado pela internet — e ainda usei o tempinho que restava para já comprar os bilhetes para as próximas paradas, na cidade de Goiás e em Pirenópolis.
Apenas quando já estava dentro do ônibus é que fiquei sabendo a burrada que tinha feito: deveria ter comprado passagem no ônibus direto ao Rio Quente, que saiu meia hora antes. Um erro que acabaria me custando 80 reais de táxi.
Não é o que dizem? Você é o que você come.
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46 comentários
Morei alguns anos em goiania e penso muito em voltsr l https://linhadepesca.blogspot.com a sobretudo pra comer essas pamonhas que nao achei ainda igual em outro lugar! abr, vera
Existe diferença entre o tamale mexicano, a humita argentina e a pamonha salgada? Gosto muito de todas, mas sempre me pareceram variações sobre o mesmo tema. Enfim, o milho nos une.
Não esqueça da cachapa Venezuelana… Moro em Goiânia, mas meu sangue é todo mineiro, ou seja, prefiro pamonha doce, ou, como se diz aqui, “de doce”, em contraponto à “de sal”, embora goste das duas, e realmente a pamonha “a moda”, com linguiça e pimenta é muito gostosa.
Muito bom esse comentário! hahahaha
Viva o milho!
Comi tamales em San Diego, CA e achei gualin, gualin a pamonha!
Ahahah…essas minifuradas q toda viagem nos reserva é que fazem a gente dar risada depois.
Agora pelo menos já sabemos que é muito melhor “dar um tempo” na rodoviária que no aeroporto; que existe um ônibus direto para o Rio Quente; que pamonha salgada é melhor que doce (nunca comi nenhuma das duas ;p)…e vamO que vamO 😉
Paula*, tirou as palavras da minha boca – assim muitos trips não comprarão a passagem errada 😉 Divirta-se comandante! E nada de comer muita pamonha para manter a forma. Recomendo arroz de pequi que provei em Montes Claros, norte de Minas. Pequi puro não! Arde! rsrs
huaaaaaa Se até o comandante faz umas destas de vez em quando, fica fácil da gente se perdoar quando algo sai errado hehehee
E pamonha eu comia muito quando era muleque, que minha vó (no interior de sampa mesmo) fazia no sítio. ôoo saudade! Faz mais de 15 anos já que ela se foi, e nunca mais vi uma pamonha fechadinha assim.
E tens razão: pamonha doce é uma delícia, mas a salgada é muito mais. Fiquei com vontade agora.
Sou uma goiana do contra: não gosto e gueroba e pequi. Meu marido (que é carioca) adora!!! E prefiro pamonha de doce, rs.
Indico o Restaurante Chão Goiano e a Confeitaria Richesse em Goiânia.
Experimente tomar um caldo, é um tipo de sopa, muuito gostosa!!!
Boa viagem!!!
Pois eu não peguei o táxi p/ Rio Quente! Fiquei em Caldas Novas mesmo, q nem uma pamonha na água quente da piscina de um hotel bacaninha q tinha até… pamonha de sal no café da manhã! Sempre há uma primeira vez, me deleitei! Ah e o empadão goiano comi no aeroporto, per-fei-to (c/ erre de goiano). Boas viagens, Riq.
Essa crônica tratou de uma paixão goiana – a pamonha – e uma desilusão – o aeroporto, uma verdadeira vergonha para uma Capital.
Na próxima coma a pamonha “a moda”, é de sal, com queijo, linguiça e um pouco apimentada (as vezes muito)!
Em Goiás n deixe de comer o empadão, de preferencia o completo com guariroba, que é tipico daqui!
Em Pirenópolis tome uma caipirinha com picolé na Rua do Lazer, sorvete na sorveteria Colorê, com vários sabores, alguns frutos típicos do cerrado, meu sabor preerido é o de gengibre, super refrescante. E compre joias artesanais de prata, na feirinha do centro ou em qq das varias lojas.
Há…vc desceu no toboagua Vila das Almas no Hot Park? 😀
Boa viagem pela minha terrinha!
Eu gosto das duas versões da pamonha, como uma de sal e uma de doce, mas sempre tenho que ter alguém para dividir, já que não tem em tamanho pequeno e duas é muita gula. Já o empadão não me empolga.
Eu sou um goiano que não gosta de Caldas Novas (só do Rio Quente Resortes) e música sertaneja, mas que AMA de paixão pamonha, empadão e pequi. Aliás, esse último vc tb não pode deixar de comer. Aliás, deixe para comer no Pouso do Frade em Pirenópolis. Lá existe até instruções aos turistas sobre como comer esse fruto do cerrado tão amado e odiado 🙂
Oi Marcelo, compartilho da mesma opinião ! Exceto pelo pequi, que passo. 🙂
A Pamonha comeu o seu Celebro entao?