Quanto você dá de gorjeta?

O post das 10 certezas que um viajante não deve ter acabou provocando uma discussãozinha paralela sobre em que situações se deve dar gorjeta — e quanto.

Os artigos disponíveis na internet normalmente mandam a gente dar gorjeta a todo mundo o tempo todo. Acredito que na vida real não seja assim — senão eu já teria sido muito maltratado mundo afora.

Vamos compartilhar nossos hábitos gorjetais? Vou começar com os meus. Peço aos expatriados que por favor me corrijam se disser alguma barbaridade :mrgreen:

Brasil

Todo mundo sabe que os 10% normalmente vêm incluídos na conta (quando não vêm, põem um carimbão enorme pra gente perceber) e que motorista de táxi não espera gorjeta. Para o carregador de malas, nos hotéis em que isso ainda existe, eu dou de R$ 5 (uma mala, hotel mais básico) a R$ 10 (mais de uma mala, hotel chicão). Para manobrista de estacionamento pago não dou nada. Para flanelinha, R$ 2 (mas no Nordeste até há pouco sempre me mandavam dar no máximo R$ 1).

Estados Unidos

É aqui que a coisa pega. O lugar poderia se chamar United States da Gorjetolândia e ninguém estranharia. De modo geral, só os comissários de bordo não esperam gorjetas — e talvez por isso sejam tão antipáticos…

Em restaurantes espera-se pelo menos 15% de tip, que são acrescentados por você, à mão, na hora em que o recibo do cartão de crédito vem para ser assinado (o valor a mais que você escreve é então comunicado à operadora do cartão de crédito, sem que você fique para ver o processo).

Em Nova York, onde a sales tax de restaurante é de 8,75%, o costume é dobrar o valor discriminado como taxa — assim, você acaba deixando 17,50% e ninguém vai atrás de você na rua. É o que eu faço. Muitos americanos já arredondam para 20% em qualquer lugar.

Na maioria dos restaurantes, mesas grandes (mais de 6 ou 8 pessoas, dependendo do lugar) têm 18% de gorjeta automaticamente adicionados à conta (nesse caso, não é necessário acrescentar mais nada).

Vai beber no balcão do bar? Eu macaqueio os locais de deixo 1 dólar a cada drink. (A propósito, é muito comum que exijam que você pague cada drink na hora, sem abrir uma conta; não é nada pessoal, são os costumes locais.)

Acredite, motoristas de táxi também se acham merecedores de 15% de tip. Ou você acrescenta, ou vai ser xingado em urdu ou ucraniano até a quinta geração.

Felizmente carregadores de mala em hotéis são uma espécie em extinção (digo felizmente porque minha mala tem 4 rodinhas e se desloca praticamente sozinha). Nos que ainda têm, dou entre 5 dólares (uma mala, hotel mais ou menos) a 10 dólares (mais de uma mala, hotel chique).

Não uso carregadores de mala de aeroportos, então não sei a quantas anda a gorjeta. Mas quem exagera nas compras acaba precisando. Quem puder dizer qual é a tabela corrente em Orlando, Miami e Nova York, por favor, grite.

Para a camareira costumo deixar entre 2 e 3 dólares por dia com um bilhetinho de Thank You na mesinha de cabeceira. O quarto fica um brinco, e tudo o que puder ser reposto de graça, será.

No mundo inteiro, guias e motoristas de passeios esperam gorjetas. 10 dólares por pessoa para passeios de van, 5 dólares por pessoa para passeio de ônibus me parece razoável.

Europa

Nos restaurantes, o serviço está incluído. Costuma-se deixar alguns eurinhos a mais.

Até onde eu saiba, taxistas não esperam gorjetas.

Carregadores de malas em hotéis? Faz tempo que não fico num em que haja carregadores, mas daria entre 3 e 5 euros.

Acredito (veja que não tenho certeza) de que o costume de deixar gorjeta para camareira seja mais americano, mas é simpático deixar uns 2 euros.

Argentina

Atenção todos os namorados e maridos que vão à Argentina forçados pelas mulheres: não, o garçom não está inventando que o serviço não está incluído. É assim mesmo. Eu acrescento 10%. Dificilmente eles deixam você incluir no cartão, mas podem trazer troco.

Carregadores de mala em hotéis? 10 pesos num hotel básico, 20 num sofisticado.

Taxistas não esperam gorjeta.

México & Caribe

Nos lugares que usam o sistema americano (gorjeta acrescentada no cartão de crédito), gorjeteia-se à americana: 15%.

Nos territórios ligados à França (St.-Martin, St.-Barth), onde esse sistema está probido, a gorjeta é 10% e já vem incluída.

Carregadores de mala ficam contentes com 5 a 10 dólares dependendo do número de malas e do nível do hotel.

Em Punta Cana teoricamente não se dá gorjeta, porque está tudo incluído. Na verdade molha-se a mão: 2 dólares por dia para a camareira fazem maravilhas pela troca de lençóis, toalhas e reposição premium do frigobar; 10 dólares na mão do seu barman favorito tornam seus drinks repentinamente fortes e feitos com bebidas de primeira linha. Para os carregadores, dê entre 2 e 5 dólares.

Japão

O japonês se ofende com gorjetas.

China

Deixa-se gorjeta em restaurantes ocidentais (10%) e dá-se para guias (10 dólares por dia). Pelo menos é isso que eu li por aí.

Você mora fora do Brasil? Viaja com freqüência para algum lugar específico? Compartilhe com a gente o que você sabe sobre o assunto gorjeta! Obrigado!

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    97 comentários

    Gorjetas… mais um motivo para adiar ideia de viajar aos EUA.

    Fomos à França e não demos gorjeta pra absolutamente ninguém.

    Na primeira vez, perguntamos ao garçom o que era um valor extra discriminado na conta. Ele respondeu, sorrindo: “Sarkozy”.

    A partir dali, relaxamos e só pagamos o que tava escrito na conta.

    Eu moro em NY e considero 15% de gorjeta nos restaurantes como parte do preço da refeição. Quando escolho o prato já sei que vai custar mais 15% e mais o imposto.Se fui bem atendida deixo 20% como forma de agradecimento.
    A gorjeta geralmente é dividida com todos os funcionários do restaurante. Então mesmo que talvez você tenha sido mal atendido pelo garçom, pondere se a hostess foi gentil, se o banheiro estava limpo, se a comida estava boa e se o quando você ligou pra fazer a reserva foi bem atendido.
    Um garçom/hostess ganha $5.00 por hora, que por mês dá uns $600.00 líquido.
    Por isso que aqui a gorjeta não é considerada uma recompensa pelo serviço, mas somente um adicional no preço.
    Aqui no cabelereiro o mínimo é de 20%. Acho caro pq no Brasil nunca dei gorjeta em salão, mas aqui não tem jeito.
    No táxi só não dou gorjeta se o motorista dirigiu feito louco ou o carro estava sujo. Mas eu sempre explico porque, mas mesmo assim sempre levo uma boa xingada em um idioma que eu não domino….

    Eu faço como a Priscila, mas não arredondo o táxi tanto assim não.

    No restaurante depende do estado de humor, mas fico entre dobrar a taxa ou dar 20%.

    Em Montreal lembro de ter ouvido “no tip, no drink”. Dois shots (por 4,50 cada) custam, obrigatoriamente, 10 dolares.

    Nos EUA, caso maior das gorjetas: eu dou 20% em restaurantes. Em hoteis dou uns 15% (eles devem me amar, acho que exagerei, né?).

    No táxi eu geralmente arredondo a corrida (se deu 12 eu pago 15).

    Mas em restaurante eu sempre calculei em cima do valor total, DEPOIS dos impostos. E me disseram lá no Canadá que é sobre o valor ANTES dos impostos. E agora, qual o correto?

      O correto é você calcular antes dos impostos, Pri. Por isso o hábito de dobrar o valor do imposto, fica mais fácil a conta.

    De fato, United States da Gorjetolândia! Até em supermercado tem cartazinho de “tips accepted” no CAIXA! Eu acho que gorjeta deveria ser premiação extra por um serviço bem feito. Nos EUA, parece que esperam tips por fazerem o serviço que já está sendo remunerado pelo preço. Tipo, eles vão dar licença do caixa pra eu passar as minhas compras se eu não for dar gorjeta?

    Eu também não gosto desse esquema de gorjeta. Não acho justo o salário de uma pessoa vir disso, e não acho justo exigirem que eu pague gorjeta.
    Eu moro na Alemanha e aqui o bom é que o garçom/garçonete não precisa da gorjeta pra se sustentar, então dá pra você julgar se acha que o serviço merece um extra ou não.
    Eu costumo dar pelo menos 1 euro de gorjeta, e sempre pelo menos 10%. Só quando o serviço é ruim, aí eu não dou nada.
    Aqui gorjeta mesmo só no restaurante… pro taxista eu costumo arredondar, se eu achar que ele foi simpático (mas como eu pego taxi 2X por ano não faz diferença no meu orçamento).
    Já hotel em hotel eu nunca dei gorjeta. Como minhas malas são beeeem pequenas (eu sou bem “resumida”), eu sempre carrego eu mesma, e nunca fiquei em hotel chique.

    Nos EUA sigo o que aprendi por aqui: dobro o valor da taxa (N.York). No táxi dou 10%, mas várias vezes estava com amigas que só concordaram em arredondar e os motoristas se despediram normalmente, o que me faz acreditar que tudo bem dessa forma. Para os carregadores de mala(somente na chegada pq na volta já desço com elas) dou US$ 1 por mala. Para a camareira deixo US$ 1 e US$ 2 alternadamente, mas em Orlando nem isso fez com que ela retirasse o filtro usado da cafeteira ou caprichasse na limpeza).
    No Brasil (estive recentemente em Gramado) dei R$ 5,00 para o carregador por duas malas porque ele tirou do taxi, subiu a escadinha do lobby e carregou para cima, sempre sorridente e gentil.E elas estavam pesadinhas… Normalmente daria R$ 3,00.
    Uma curiosidade que me foi contada por uma garçonete mineira em N. York.: eles contam como certa a gorjeta de modo que esse valor é considerado como salário recebido para efeito de imposto de renda. Se isso for realmente verdade explica a revolta dos que não a recebem.

    Índia

    Lá, também, o bixo pega!
    Ao sair do aeroporto a gente já nota a disputa entre os taxistas. EU, sempre dei algumas Rúpias antes de entrar no táxi. Pois, já presenciei roubos dos policiais que ficam na saída do aeroporto (ao ver um estrangeiro, ele pega o dinheiro do coitado do motorista: “quando o branquelo te pagar, você ainda vai sair lucrando.”). Então, ele fica super contente, e não vou morrer por 5 Reais!

    Em hotel simples, os carregadores levam as malas e ainda espera, timidamente, a gorjeta!
    É normal o patrão se zangar com o funcionário quando ele não insiste mais quando o estrangeiro diz “não, obrigado”. Então, não diga “não”!

    Na maioria dos restaurantes, o serviço está incluído. Mas não é por isso que eles não ficam de olho no “pratinho de balas e palito de dente” que nos deixam ao pagar a conta!

    No táxi ou no “tuc-tuc”, vai da gente querer arredondar ou não!
    Quando entrava num bairro estranho, ou quando estava atrasada, eu pedia o motorista para me esperar (claro, com uma gorjeta!). Muitas vezes, o motorista me acompanhava até o local (sim, estacionava e me esperava na porta com um sorriso que me deixava mais feliz ainda!).

    Nada de esmola para as pessoas que ficam no sinal, principalmente para as crianças. É um tráfico escandaloso.

    Moro em Los Angeles, e costumo deixar 20% quando sou bem atendida nos restaurantes melhores. Deixo 15% quando o atendente nao fez esforco nenhum. Tambem dou U$1 para drinks, $2 para valet, e dou 10% pra taxistas (esse me irrita muito). Quando o restaurante e do tipo que nao tem garcom, que a gente pede no balca, geralmente nao dou gorgeta, a menos que algum atendente traga minha comida, bebida, etc. Detesto essa cultura daqui onde todo mundo espera receber gorgeta, mas acho importante respeitar a cultura local usando bom senso. Morro de vergonha quando saio com brasileiros que se negam a dar gorgeta simplesmente porque nao querem, ou os que so dao 10% so porque e assim que fazemos no Brasil. Eu sempre me lembro que esse e o trabalho das pessoas, e muitas vezes a maior parte do salario vem das gorgetas. Mas eu tambem espero ser, no minimo, bem atendida.

    Oi Riq, tudo bem? Você esta muito bem informado com relaçao à gorjeta na França. Como o serviço esta incluido, para que o cliente deixe um dinheiro extra vai depender muito de como ele foi recebido no restaurante. A minha sogra, por exemplo, sempre deixa um euro. O meu sogro, mais exigente principalmente com o vinho, raramente tira um centavo do bolso. E nos hotéis por onde passamos deixamos, como sugeriu, entre dois e cinco euros (este ultimo caso em um quatro estrelas em Saint-Paul-de-Vence justamente para o carregador de malas). Um beijo para você e até a proxima!

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